O Elo Que Une e Separa.

O bunker estava em silêncio. Dean e Castiel encaravam o símbolo no chão que pulsava em um brilho inquietante, vermelho e dourado. Era como se a marca tivesse vida própria, emitindo um som baixo e rítmico, semelhante a uma batida de coração.

Dean cruzou os braços, sua expressão marcada por cansaço e irritação. "Sério, Cas. Primeiro um maluco possuído, agora isso? Não temos uma pausa nem pra respirar."

Castiel manteve os olhos fixos no símbolo. Sua expressão estava distante, pensativa, mas havia algo mais — um leve toque de preocupação. "Essa marca é antiga. É um chamado... ou um aviso. Precisamos descobrir o que ela significa."

Dean bufou, passando a mão pelos cabelos bagunçados. "Ótimo. Mais enigmas. Mais pistas para resolver. É como se estivéssemos num jogo doentio."

Antes que Castiel pudesse responder, o símbolo brilhou intensamente, inundando a sala com uma luz cegante. Ambos instintivamente protegeram os olhos, mas, quando a luz desapareceu, eles não estavam mais no bunker.

O Campo de Batalha

Eles se encontravam em um campo desolado, o céu escuro repleto de relâmpagos que cortavam as nuvens espessas. O ar era pesado, carregado de energia. No horizonte, silhuetas de figuras indistintas se moviam, como sombras vivas.

"Ah, ótimo. Estamos no inferno de novo?" Dean perguntou, olhando ao redor, a mão automaticamente indo para sua arma.

"Não é o inferno," Castiel respondeu, seus olhos brilhando com uma luz azulada enquanto avaliava o ambiente. "Estamos em um plano intermediário, uma fenda entre dimensões. Fomos trazidos aqui de propósito."

"Por quem?" Dean perguntou, mas antes que pudesse obter uma resposta, as sombras no horizonte começaram a se mover rapidamente em sua direção.

"Ah, merda," Dean murmurou, sacando sua lâmina. "Eu odeio quando as respostas vêm com monstros."

As criaturas emergiram das sombras, formas grotescas que pareciam distorcidas, como se fossem feitas de pesadelos. Seus olhos brilhavam em tons vermelhos, e seus movimentos eram rápidos, quase impossíveis de acompanhar.

Dean e Castiel entraram em ação. Dean atacava com precisão, seus golpes guiados pela experiência. Castiel, mesmo enfraquecido, usava o que restava de sua graça para criar barreiras e desferir ataques devastadores.

"Dean, à sua esquerda!" Castiel gritou, disparando uma rajada de energia que pulverizou uma das criaturas que quase atingiu Dean.

"Valeu, Cas," Dean respondeu, ofegante, enquanto girava e cortava outra criatura ao meio.

A luta era intensa, as criaturas pareciam infinitas. Cada golpe, cada ataque parecia apenas atrasá-las, não detê-las.

Em meio ao caos, uma das criaturas conseguiu passar por Dean e avançou diretamente em direção a Castiel, que estava ajoelhado no chão, exausto. Dean viu isso e, sem pensar, jogou sua lâmina na criatura, acertando-a bem no peito e a derrubando antes que pudesse alcançar o anjo.

"Cas!" Dean correu até ele, puxando Castiel pelo braço para levantá-lo. "Você tá bem?"

Castiel assentiu, mas sua expressão mostrava o quanto ele estava enfraquecido. "Precisamos acabar com isso. A marca deve ser a chave."

Dean olhou para ele e depois para o símbolo que brilhava no chão no centro do campo. "Claro. Vamos direto pra armadilha. Porque isso sempre dá certo."

"Confie em mim," Castiel disse, sua voz baixa, mas firme.

Dean hesitou por um momento, mas, finalmente, assentiu. "Tá bom. Vamos fazer isso."

A Escolha Decisiva

Eles correram até o símbolo, lutando contra as criaturas que tentavam impedi-los. Castiel colocou a mão no símbolo, murmurando palavras em enochiano, enquanto Dean protegia a posição.

O símbolo começou a brilhar intensamente novamente, e as criaturas recuaram, como se temessem a luz. A energia ao redor deles começou a mudar, e então, uma voz ecoou, profunda e fria.

"Vocês são corajosos... ou tolos."

A figura encapuzada apareceu, flutuando acima do símbolo. Sua presença era esmagadora, como se o ar ao redor deles tivesse sido drenado.

"Finalmente," Dean disse, apontando sua arma. "Você. É você que tá causando toda essa merda."

"Eu sou apenas o início," a figura respondeu. "Vocês, Dean Winchester e Castiel, são peças importantes. Mas eu preciso de uma decisão. Uma escolha."

Castiel deu um passo à frente, sua postura desafiadora, apesar de sua fraqueza. "Não jogaremos seus jogos."

A figura riu. "Vocês já estão jogando. E agora, a escolha é simples: sacrifiquem um ao outro, e eu pouparei este mundo. Ou... enfrentem a aniquilação juntos."

O silêncio que seguiu foi cortante. Dean olhou para Castiel, seu rosto tenso. "Nem pensar. A gente não vai jogar por essas regras."

"Não há como escapar da escolha," a figura continuou. "Ou um de vocês cai, ou ambos perecem."

Dean avançou, apontando sua arma. "Então, me destrua agora, porque eu não vou sacrificar ninguém."

Castiel colocou a mão no braço de Dean, sua expressão grave, mas com um toque de algo mais. "Dean, espere. Ele está tentando nos dividir. Mas há outra maneira."

"Outra maneira?" Dean perguntou, olhando para ele.

"Confie em mim," Castiel repetiu, sua voz suave, mas firme.

Dean hesitou, mas então assentiu. "Tá. Vamos fazer isso juntos."

Castiel se virou para a figura. "Nós escolhemos lutar. Juntos. Sempre."

A figura encapuzada riu novamente. "Então, enfrentem as consequências."

A luz do símbolo explodiu, envolvendo tudo em branco.

Um Novo Capítulo

Quando Dean abriu os olhos, ele estava de volta ao bunker, ofegante. Castiel estava ao seu lado, de joelhos, visivelmente desgastado, mas vivo.

"Cas..." Dean começou, mas sua voz falhou. Ele o puxou para um abraço, surpreendendo o anjo.

"Eu tô aqui, Dean," Castiel disse, sua voz suave.

Dean afastou-se, olhando para ele com intensidade. "A gente vai acabar com isso, Cas. Juntos."

Castiel sorriu levemente. "Sempre."