Aquele Idiota!

Jessie...

Ele estava parado ali, com aquele sorriso pretensioso no rosto, como se nada tivesse acontecido.

— Que saudades fiquei de você!— afirmou ele, como se fosse um velho conhecido.

Eu ri, mas era um riso carregado de ironia, quase amargo. Como ele tinha coragem de se aproximar de mim, depois de tudo o que havia feito? Como ele ousava agir como se nada tivesse acontecido?

Ethan estava sentado à minha frente, me observando atentamente. Ele percebeu de imediato que algo estava errado, que aquela situação já havia me tirado do eixo.

— Saudades?— repeti, ainda sorrindo com desdém. Cruzei os braços e o encarei diretamente. — E o que você está fazendo aqui? Não, melhor. Porque você está falando comigo?

Ryun parecia completamente alheio à minha irritação.

— Jess, Jessie, você não ficou nem um pouco com saudades?— perguntou ele, fingindo estar triste.

Apertei minhas mãos em punhos sobre o braço cruzado, um esforço para me manter no controle. Finalmente, respondi com firmeza.

— Acho melhor você voltar de onde veio.

Ele riu, aquele riso que sempre me irritou, cheio de autoconfiança, e desviou o olhar para Ethan, como se o notasse pela primeira vez.

— Você não vai nem me apresentar ao seu namorado?

Eu fechei os olhos por um breve instante, respirando fundo, mas a raiva já estava borbulhando. Levantei-me bruscamente, arrastando a cadeira para trás com um barulho que chamou a atenção de algumas mesas próximas. Ethan olhou para mim, preocupado, mas permaneceu em silêncio, aguardando meu próximo movimento.

— Ryun,— comecei, olhando diretamente para ele, — Se você tem amor, a sua vida, sugiro que desapareça agora mesmo.

O silêncio que se seguiu foi pesado. Ele parecia prestes a dizer algo, mas Ethan finalmente interveio, sua voz calma, mas firme.

— Acho que a Jessie deixou bem claro que não quer falar com você. Talvez seja hora de ir.— disse Ethan, enquanto se levantava.

Ryun olhou de Ethan para mim, visivelmente contrariado, mas deu de ombros.

— Você ainda tem esse temperamento, Jessie. A gente se vê por aí.— Ele sorriu uma última vez antes de se afastar.

Voltei a me sentar, ainda respirando fundo para tentar me acalmar. Ethan colocou sua mão sobre a minha, sem dizer nada, mas o gesto foi suficiente para me trazer de volta ao momento.

— Você está bem?— perguntou ele, a preocupação evidente em seus olhos.

Assenti lentamente, mas sabia que minha noite já tinha sido marcada pela sombra do passado.

Ethan permaneceu em silêncio por um momento, me observando enquanto eu tentava controlar a mistura de raiva e frustração que me consumia. Finalmente, decidi quebrar o silêncio.

— Aquele idiota, é meu ex,— disse, minha voz baixa, mas cheia de emoção. Olhei para o vinho na minha taça antes de continuar. — Não sei o que ele está fazendo aqui. Ele é da cidade dos meus pais adotivos. Quando decidi sair de lá, não avisei ninguém para onde ia porque todos... todos me deram as costas em um momento difícil da minha vida.

Respirei fundo, tentando manter a compostura, mas as lembranças começaram a invadir-me.

— Eu não quero contato com ninguém de lá, Ethan. E agora esse idiota aparece aqui, como se nada tivesse acontecido, como se fosse só mais um encontro casual.

A raiva começou a se misturar com o desespero. Eu cruzei as mãos sobre a mesa, tentando me estabilizar.

— Que imbecil. Por que ele teve que aparecer? E como ele me encontrou? Não pode ter sido apenas uma coincidência!— disse, com um tom baixo.

Ethan esperou pacientemente até que eu parasse de falar. Sua presença sólida era quase reconfortante, mas eu ainda estava muito irritada ao perceber isso completamente. Ele finalmente quebrou o silêncio com uma voz calma e compreensiva.

— Se você quiser ir embora, podemos ir. Não tem problema.— disse ele.

Olhei para ele, seus olhos mostrando apenas preocupação genuína. Passei a mão pelo cabelo, jogando-o para trás, e suspirei. Peguei a taça de vinho e tomei um gole, tentando me acalmar.

— Tá,— disse finalmente, colocando a taça de volta na mesa.— Então vamos.

Ethan acenou com a cabeça, chamou o garçom e pagou rapidamente a conta. Ele não insistiu em mais nada, o que me fez admirar ainda mais o jeito dele. Saímos juntos, e o ar fresco da noite pareceu aliviar parte da tensão.

Enquanto caminhávamos em direção ao carro, Ethan abriu a porta para mim e disse com um tom reconfortante.

— Você não precisa explicar nada agora, Jessie. Vamos sair daqui e encontrar um lugar onde você se sinta melhor.

Eu assenti, entrando no carro, grata por ele entender exatamente o que eu precisava naquele momento, distância daquele lugar e, principalmente, de Ryun.

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