Os Sapatos Vermelhos!

Ethan...

O relógio marcava oito da noite, e o som dos dedos de Ethan batendo nas teclas do laptop preenchia o silêncio do apartamento. Ele estava sentado no sofá da sala, a tela iluminava seu rosto com um brilho azulado. Trabalhava incessantemente, revisando cada detalhe do caso.

O assassinato de Alexander ainda era um enigma. Ethan sabia que poderia ser uma mulher a responsável, mas seus colegas estavam relutantes em aceitar a ideia. Ele revisou novamente as gravações do motel, a mulher correndo pelos corredores, sempre de costas. Por que ela fugiria assim? Não havia outros homens saindo do motel naquela noite, e o horário já era avançado.

Na boate, as câmeras também não ajudaram muito. A mulher era esperta, mantendo-se sempre de costas para as lentes. Ainda assim, algo chamou sua atenção, os sapatos vermelhos que ela usava e a bolsa pendurada. Detalhes pequenos, mas que poderiam ser cruciais.

Ethan suspirou, passando a mão pelo rosto cansado. O homem assassinado era um empresário bem rico, mas nada havia sido roubado. Então, descartou-se a ideia de roubo. Poderia ser algo pessoal? Uma vingança? Ele anotou isso em sua lista de possibilidades.

Depois de horas tentando conectar as pistas, sem sucesso, a exaustão começou a tomar conta. Ele fechou o laptop, levantando-se com um suspiro pesado. Caminhou até a cozinha e preparou um jantar simples, ovos mexidos com torradas e um copo de água.

Enquanto comia em pé, encostado na pia, seus pensamentos ainda estavam no caso. Por mais que tentasse desligar, as imagens do motel e os sapatos vermelhos ainda rondam sua mente. Após terminar, lavou o prato rapidamente e seguiu para o banheiro.

O banho quente ajudou a aliviar a tensão acumulada no corpo. Ao sair, já relaxado, Ethan se deitou, deixando a mente vagar. Ele sabia que o próximo dia traria mais perguntas do que respostas, mas não desistiria. Era uma questão de tempo até encontrar o elo que faltava.

Ethan virou-se pela terceira vez na cama, com os olhos abertos encarando o teto. O sono parecia impossível de alcançar. Ele suspirou, passou a mão pelo cabelo e pegou o celular na mesa de cabeceira.

Sem pensar muito, digitou o nome de Jessie Jones. A entrevista que Morgan tinha comentado apareceu entre os primeiros resultados. Com um leve toque, o vídeo começou.

Jessie estava sentada em uma cadeira elegante, com um leve sorriso no rosto. A iluminação destacava seus traços suaves, e o olhar dela parecia ainda mais penetrante na tela. Ethan ficou hipnotizado.

Ela falava sobre seu trabalho, sobre o quanto gostava de explorar a complexidade humana em seus livros. Mas o que chamou atenção de Ethan foi quando ela mencionou seus hobbies.

— Além de escrever, eu gosto de correr todos os dias. E, claro, faço boxe regularmente, é uma das minhas paixões. — Jessie disse, sorrindo levemente.

Ethan pausou o vídeo por um momento, surpreso. Boxe? Ele mesmo passava horas treinando para se manter em forma, mas isso era uma obrigação como agente do FBI. Ela fazia por prazer, e isso o impressionou.

Ele voltou a dar play, notando como Jessie falava com determinação, mas também com um brilho nos olhos. A confiança dela parecia algo natural, mas havia uma gentileza em suas palavras que ele não esperava. Quando ela sorriu, quase involuntariamente, Ethan sorriu também. Ela é incrível, murmurou para si mesmo, apoiando-se contra a cabeceira da cama.

Jessie não era só uma escritora talentosa. Ela também era psicóloga, alguém que entendia as profundezas da mente humana. Era fascinante. Ethan se viu pensando em como seria conhecê-la mais, além da breve conversa na cafeteria.

Ele ficou olhando para o celular por mais alguns minutos, perdido em pensamentos. Eu quero vê-la de novo, concluiu silenciosamente.

Fechando o vídeo, Ethan largou o celular e suspirou, ainda incapaz de dormir. Mas agora, o motivo da insônia era outro. Jessie Jones tinha ocupado seus pensamentos.

Dia seguinte...

Ethan despertou com o som insistente do celular vibrando sobre na mesa da cabeceira. Passou a mão pelo rosto, afastando o cansaço, e atendeu sem olhar para o identificador.

— Ethan Carter falando. — A voz rouca, ainda impregnada de sono.

— Ethan, aqui é o Logan. Encontraram outro corpo em um motel afastado de Los Angeles. Preciso de você lá agora, antes que levem o corpo para a perícia. — A voz do agente especial responsável era séria e direta.

— Estou a caminho.— afirmou Ethan, e se levantou da cama imediatamente.

Ele vestiu rapidamente sua jaqueta habitual e calçou as botas, a adrenalina começando a tomar conta. Pegou as chaves e saiu, o ar frio da manhã ajudando a clarear a mente enquanto dirigia em direção ao endereço fornecido.

Ao chegar ao local, encontrou o motel cercado por uma multidão de repórteres e curiosos. As câmeras piscavam, microfones eram levantados, e perguntas incessantes eram lançadas, mas Ethan não deu atenção. Mostrou seu distintivo e passou pela barreira policial, indo direto para o corredor onde Caleb estava parado em frente à porta do quarto. Caleb o observou com um meio sorriso.

— Parece que você não dormiu bem, hein?— indagou Caleb.

— Olha quem fala? O que temos aqui? — Ethan respondeu meio brincalhão, pegando as luvas e os protetores de pés que Caleb lhe entregava.

— Vai querer ver por si mesmo. — Caleb gesticulou para a porta, o tom sério.

Ethan entrou no quarto, sentindo o peso da tensão no ar. O local estava impecavelmente organizado, com exceção do sofá no centro da sala. Ali, o corpo de um homem estava estendido. O rosto do falecido apresentava múltiplos hematomas, resultado de socos violentos. Uma toalha manchada de sangue estava enrolada em torno de seu pescoço.

— Temos identificação? — Ethan perguntou, aproximando-se com cuidado.

— Sim. Charles, aquele político famoso. — Caleb respondeu, cruzando os braços, observando Ethan examinar a cena.

Ethan franziu o cenho, inclinando-se para observar o bilhete deixado sobre a mesa próxima. Ele leu em voz alta:

“Vocês não me reconheceram pelo que eu fiz. Eu matei um empresário que agia fora da lei, envolvido em negócios ilegais e em crimes contra meninas de programa. E mesmo assim, vocês não investigaram o passado dele. Agora, este aqui... Um político corrupto que trai a esposa, a agride, e cujo passado é ainda mais sombrio. Espero que desta vez façam o trabalho de vocês. Afinal, são autoridades confiáveis, certo? Até mais...”

Ethan ergueu os olhos para Caleb, um sorriso involuntário surgindo em seus lábios.

— Até mais?— perguntou Ethan. Caleb deu de ombros, com uma expressão indecifrável.

— Parece que temos mais trabalho pela frente.— disse Caleb. Ethan deu um último olhar ao corpo e então fez um gesto para a equipe.

— Levem o corpo para a perícia. Quero saber tudo o que puderem encontrar.

Enquanto saía do quarto, lado a lado com Caleb, Ethan não pôde deixar de pensar no padrão. Esse assassino tinha um objetivo claro, mas a maneira como desafiava a polícia era quase pessoal. Ele sabia que essa investigação estava longe de acabar.

— Vamos reunir a equipe. Precisamos reavaliar tudo o que sabemos. — Ethan disse, com um tom firme enquanto se dirigiam para seus automóveis.

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Comments

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

Caleb não mexe com quem tá quieto

2024-12-14

0

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

💭💭❓💭💭❓💭💭❓

2024-12-14

1

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

Vermelho a cor preferida da Jessie, será que ela tem alguma coisa a ver?❓💭💭

2024-12-14

1

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