Vou facilitar para Você

— Você está sempre em modo interrogatório, não está? Parece que ser detetive é sua personalidade 24 horas por dia.

Ele deu uma risada curta, que parecia mais uma desculpa para ganhar tempo.

— Talvez eu seja assim mesmo. Me desculpa, acho que não consigo evitar. Mas, ao mesmo tempo, não consigo as respostas que quero de você.— Ele fez uma pausa e me olhou nos olhos. — A verdade é que você é um mistério para mim.

Fiquei encarando-o por alguns segundos, tentando decifrar o que exatamente ele queria dizer. Então sorri de canto.

— E isso significa que você gosta de mim?

Ethan desviou o olhar por um momento, um sorriso tímido surgiu em seus lábios.

— Acho que sim. Nos conhecemos por acaso, e... foi inevitável. Eu me apaixonei por você.—Ele disse isso baixinho, quase como se estivesse confessando um segredo, antes de olhar para baixo e dar um sorriso nervoso. Apoiando o queixo na mão, continuei o provocando.

— Isso foi um flerte?— o questionei. Ele deu de ombros, sorrindo.

— Foi ruim assim? Seu coração não deu nem uma batida mais forte?— Ele se inclinou para frente, colocando as mãos na mesa, os olhos presos aos meus, tão intensos que senti meu rosto aquecer. A mesa entre nós era pequena, e parecia que ele estava eliminando qualquer espaço entre nós.

O encarei, tentando pensar. Aquele olhar determinado, o jeito como ele parecia estar tentando ler minha mente... havia algo nele que me deixava completamente desconcertada, mesmo que eu não quisesse admitir.

— Não sei... meu coração parece muito frio às vezes.— falei, dando de ombros.

Ele sorriu de um jeito tão genuíno que precisei me segurar para não rir junto. Mas seus olhos ficaram fixos nos meus, depois caíram para meus lábios.

— Jessie, você gosta de jogos?— Perguntou ele. Levantei as sobrancelhas, intrigada.

— Não muito.

— Acho que gosta, sim. Porque você está jogando comigo agora. E eu acho que você está a fim de mim.

Ri, balançando a cabeça.

— É mesmo? Que presunção.

Ele apenas continuou me encarando, com um sorriso confiante que quase me desmontou. Resolvi acabar com aquela troca antes que ele ganhasse.

— Na verdade, eu estou com fome.— disse voltando à minha posição confortável na cadeira e dei uma mordida grande no sanduíche, cortando completamente o clima. Ethan riu, balançando a cabeça como se tivesse sido derrotado.

— Justo.— disse ele, e também deu uma mordida no sanduíche, comemos em silêncio, mas ainda com aquele sorriso bobo pairando no ar.

Depois de terminarmos de comer, Ethan apoiou os cotovelos na mesa e me olhou com aquele ar curioso que já era típico dele. Era como se estivesse formulando mil perguntas em sua cabeça, tentando decidir por onde começar.

— Tá bom, Ethan. Vou facilitar para você.— Cruzei os braços, fingindo irritação. — Pode me fazer uma pergunta por dia, mas em troca, você deve me conceder um desejo, o que eu quiser. Assim fica justo.

Ele abriu um sorriso genuíno, claramente satisfeito com o acordo.

— Combinado,— respondeu ele, fez uma pausa e me olhou de um jeito mais sério. — Então minha pergunta de hoje é a mesma que eu queria fazer antes. Eu realmente quero saber, alguém machucou você ontem? quando te vi, seu rosto estava vermelho, e você parecia irritada. Não sei se comigo ou com o que eu fiz, mas eu fiquei preocupado. O que aconteceu?— questionou ele. Senti uma pontada de surpresa com a preocupação na voz dele. Eu dei um pequeno sorriso, tentando aliviar o clima.

— Ninguém me machucou, Ethan. E, para deixar claro, eu também não deixaria ninguém me machucar — respondi, e fiz questão de manter meu tom firme, mas logo suavizei. — A verdade é que eu tenho pesadelos praticamente todas as noites. E ontem foi um dos piores. Quando acordei, estava sem ar, desesperada, e acabei caindo da cama. Foi só isso.— dei de ombros. — Quanto a estar irritada, eu não gosto de ser surpreendida. Isso me dá uma sensação de sufocamento, entende?

Ethan ficou em silêncio por um momento, me observando atentamente, como se estivesse tentando decifrar algo a mais nas minhas palavras. Então, ele balançou a cabeça, um leve sorriso nos lábios.

— Fico aliviado de saber que ninguém te machucou. Mas se você precisar de alguma coisa, estou aqui, e também vou tentar não te surpreender tanto, tá bom?

Revirei os olhos, mas não consegui evitar um pequeno resmungo, o que fez ele rir. Depois de um momento de silêncio, olhei para ele.

— Acho melhor você ir para casa. Já está tarde, e eu preciso dormir.

Ele acenou com a cabeça, parecendo um pouco relutante, mas não insistiu.

— Tá bom, mas qualquer coisa, você sabe.

Assim que ele saiu, me joguei na cama, ainda sentindo a presença dele pairando no ar. Fechei os olhos, tentando organizar os pensamentos antes de me deixar levar pelo cansaço. Afinal, amanhã era outro dia... e mais uma pergunta esperava por nós dois.

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Comments

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

Jessie fez jus ao ditado: bok fechada não entra mosquito nem fala besteira kkkk

2024-12-14

2

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

Trato é trato🤜🤛

2024-12-14

1

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

Que bicha mal educada, expulsou na maior kra dura kkkkk, tadinho do Ethan gente

2024-12-14

1

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