Ela está aqui!

Ethan...

Ethan ficou parado por alguns segundos, vendo Jessie sair pela porta da cafeteria. Sua postura parecia confiante, mas ele sabia que tinha deixado uma impressão no mínimo mediana. Suspirou, passou a mão pelos cabelos e voltou para sua mesa, onde Dylan, Morgan e Caleb o esperavam. Quando ele se sentou, notou que os três tinham sorrisos contidos, trocando olhares cúmplices.

— O que foi? — perguntou Ethan, franzindo a testa.

— Nada, nada — disse Dylan, tentando conter a risada, balançou a cabeça.

— Não parece “nada”! — respondeu Ethan, cruzando os braços.

— A gente só achou engraçado, só isso.— explicou Morgan, finalmente cedeu, rindo baixinho. Ethan ergueu uma sobrancelha.

— Engraçado? Vocês me disseram para ir falar com ela! Aliás, Morgan, foi você quem ficou dizendo que ela era incrível, que eu deveria aproveitar a oportunidade. E agora vocês estão rindo de mim?— perguntou ele, respirando fundo.

— Ei, ninguém disse que você devia ser tão... óbvio.— respondeu Caleb, deu de ombros, sorrindo.

— Óbvio? Do que você está falando?— perguntou Ethan, estreitou os olhos, ainda mais confuso.

— Cara, você não foi exatamente sutil. Foi até lá com uma desculpa de que leu o livro dela, mas claramente não fazia ideia do que estava falando.— disse Morgan, inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa.

— Sim, parecia que você estava tentando lembrar de uma lição de casa que não fez.— confirmou Dylan, riu, balançando a cabeça

— Ótimo. Então, além de me sentir um idiota, agora tenho três palhaços para me lembrar disso.— disse Ethan, e passou a mão pelo rosto.

— Calma, calma. Você não foi tão mal assim. E, honestamente, ela parecia educada. Quem sabe, na próxima, você tenha mais sorte.— expressou Morgan, levantando as mãos, rindo.

— Acho que na próxima vez vai ser difícil. Ela parece do tipo que não gosta de ser incomodada.— disse Ethan, suspirou, olhando para a porta onde Jessie havia saído.

— Relaxa, cara. Se tiver que acontecer, vai acontecer.— falou Caleb, deu um tapinha no ombro de Ethan.

— Da próxima vez, talvez eu deva planejar melhor minha abordagem.— afirmou Ethan, soltou um riso curto, mais irônico do que divertido.

Os outros riram de leve, e o grupo voltou a conversar sobre o caso que eles investigavam, mas o olhar de Ethan continuava a vagar para o lugar onde Jessie estava sentada. Algo nela chamou a sua atenção, e ele não conseguia entender exatamente o porquê.

Eles são agentes da Unidade 2 do FBI de Los Angeles da Divisão Criminal.

Em frente da cafeteria encostado no carro Ethan com o celular na mão, reproduzia a gravação das câmeras do motel onde Alexander havia sido assassinado. Tudo o que tinham era a imagem de uma mulher correndo, de costas, fora do alcance das câmeras.

— Ela sabia exatamente onde estavam as câmeras, — comentou Caleb, ao lado dele, com os braços cruzados. — Não temos nem um rosto.

— Pode ser sorte. Ou ela sabia mais do que aparentava — concluiu Morgan, franziu a testa, olhando por cima do ombro de Ethan. Dylan se aproximou, jogando as chaves de seu carro para cima e pegando no ar.

— Já sabemos de onde Alexander saiu antes de ir ao motel?— perguntou Dylan, levantando uma sobrancelha.

— Ainda não temos confirmação. Só sabemos que ele saiu de algum lugar naquela área e foi direto para o motel.— respondeu Ethan, olhando para ele e balançando a cabeça.

— Ótimo. Um bar aleatório em uma cidade cheia deles — comentou Dylan, soltou um suspiro. O celular de Ethan vibrou, interrompendo a conversa. Ele atendeu ao ver o nome de Emílio na tela.

— Fala, Emílio. Alguma novidade?— perguntou Ethan. A voz de Emílio soou do outro lado, clara e direta.

— Sim, consegui descobrir o lugar de onde Alexander saiu antes de ir ao motel. É uma boate chamada District. Parece que ele passou algumas horas lá.— respondeu Emílio.

— District? Certo. — perguntou Ethan, franziu o cenho.

— Já consegui algumas informações preliminares, é uma boate para pessoas de alto escalão, mas vocês precisam ir lá para observar melhor. É melhor vocês irem disfarçados.— concluiu Emílio.

— Entendido. Bom trabalho, Emílio. Até mais.— agradeceu Ethan, e encerrou a chamada e voltou-se para o grupo.

— Temos um nome. É uma boate chamada District. Alexander esteve lá antes de ir ao motel.— confirmou Ethan, suavizando o olhar.

— Uma boate? Agora faz mais sentido.— comentou Morgan, arqueando uma sobrancelha.

— Lugares como esse são perfeitos para desaparecer no meio da multidão. Muita gente, pouca luz... Será complicado conseguir algo sólido — observou Dylan, balançando a cabeça, cético.

— Vamos lá hoje à noite. Cheguem disfarçados. Quero todos atentos para qualquer movimentação suspeita.—declarou Ethan, guardou o celular no bolso, já planejando.

— Certo — respondeu Caleb, assentindo.

— E, por favor — acrescentou Ethan, olhando para Dylan e Morgan — sem atrair atenção desnecessária.

— Sem promessas, chefe.— disse Morgan, riu. Dylan balançou a cabeça com um sorriso enquanto os quatro se separavam para se preparar para a investigação que a noite prometia trazer.

Algumas horas depois.

A música vibrava no chão da District, misturando batidas graves com luzes coloridas que piscavam de forma hipnotizante. O ambiente estava lotado, pessoas dançando, conversando e rindo em meio ao som ensurdecedor. Ethan ajustou o grampo no ouvido, tentando se concentrar na voz de Caleb, que soava abafada pela interferência.

— Vocês estão posicionados? — perguntou Ethan enquanto caminhava para o balcão.

— Estou próximo da pista, mantendo a vista daqui — respondeu Morgan.

— Estou nos fundos, perto da saída de emergência — disse Dylan.

— Certo. Fiquem atentos — instruiu Ethan, olhando ao redor para identificar rostos que pudessem bater com o que sabiam.

Ele se aproximou do balcão, onde um homem robusto com barba rala limpava copos sem parar. Ethan tirou o celular do bolso e abriu o print da gravação da mulher de costas, ampliando a imagem.

— Ei — chamou Ethan, tentando falar mais alto que a música. O barman olhou para ele, levantando uma sobrancelha. — Você se lembra dessa mulher?— perguntou Ethan.

Ele virou o celular, mostrando a foto. O homem inclinou-se, estreitando os olhos para enxergar melhor. Após alguns segundos

— Acho que sim. Ela esteve aqui dois dias atrás.— assentiu ele.

— Sabe o que aconteceu com ela?— questionou Ethan. O coração dele acelerou levemente. O barman colocou o copo no balcão e cruzou os braços.

— Sim. Um idiota passou a mão nela, e ela deu um soco nele na frente de todo mundo. Foi rápido. Ela saiu logo depois.— respondeu ele. Ethan tentou esconder a frustração. A informação era útil, mas ainda não o levava diretamente a ela.

— Você conseguiu ver o rosto dela?— perguntou Ethan, franzindo a sobrancelha.

— Não muito. Ela estava de lado, mas lembro que tinha o rosto fino. E os cabelos lisos.— respondeu barman, balançando a cabeça.

— Entendido. Obrigado pela ajuda.— disse Ethan respirou fundo, guardando o celular. O barman voltou ao trabalho, enquanto Ethan se afastava, falando no grampo.

— Consegui alguma coisa. A mulher esteve aqui dois dias atrás, mas parece que teve um desentendimento e foi embora. Sem identificação clara, apenas que tinha o rosto fino.

— Não é muito, mas já é algo — respondeu Morgan. — Vamos continuar procurando.

Ethan olhou ao redor, sentindo-se um pouco impotente no meio do caos da boate. A busca estava longe de terminar, mas cada detalhe o aproximava mais da verdade.

A música alta continuava pulsando no ambiente enquanto Ethan olhava ao redor, refletindo sobre o que acabara de ouvir do barman. Ele voltou novamente para o homem, encurtando a distância entre os dois.

— E o cara? — Ethan perguntou, com o tom firme. — Você o conhece?

— Não, não conheço. Era um dos muitos que vêm aqui para beber e causar confusão.— respondeu barman, balançou a cabeça, soltando um suspiro impaciente. Ethan ficou em silêncio por um momento, analisando o rosto do homem.

— E você? Por que está tão interessado? — o barman perguntou de repente, inclinando-se levemente. Ethan puxou o distintivo de dentro do bolso e o mostrou por alguns segundos antes de guardar novamente.

— Só quero dar uma olhada nas câmeras de segurança. Isso pode ajudar na investigação.— Ethan o persuadiu.

O barman estreitou os olhos, mas acabou acenando com a cabeça. Ele fez um sinal para um homem alto e musculoso que estava encostado próximo à porta.

— Mike, leva ele até a sala das câmeras.

— Certo. Me segue — disse Mike, gesticulando para Ethan.

Ethan ajeitou o grampo no ouvido enquanto começava a seguir o segurança em direção aos fundos da boate. Mas, no meio do caminho, algo chamou sua atenção. A porta principal se abriu, e uma mulher entrou de braços dadas com outra mulher. Ela estava em um vestido vermelho que moldava perfeitamente seu corpo. Seus cabelos estavam soltos, e, diferente da última vez que a vira, ela estava sem os óculos. Era Jessie — Ethan parou no meio do caminho, com os olhos fixos nela. Sem pensar, disse em voz alta.

— Uau... Ela está incrível.— murmurou Ethan. E Pelo grampo, a voz de Dylan soou curiosa.

— Quem está incrível?— questionou Dylan. E Morgan, sempre debochado, completou

— Ethan, está se apaixonando pela boate agora?

Ethan ignorou os comentários, virando-se para os amigos que estavam posicionados.

— Não é a boate, idiotas. É Jessie. Ela está aqui.

Mais populares

Comments

yeqi_378

yeqi_378

Eita, esse livro me fez sentir todas as emoções possíveis.

2024-12-11

1

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

O Q ❓ Então os 04 são investigadores, é isso mesmo que eu entendi ❓ Será que estão investigando o caso da mãe da Jessie ❓💭

2024-12-13

2

Andréa Karlla Silva Farias

Andréa Karlla Silva Farias

E não esqueçam, não bebam nada que outros oferecerem nem se separem crianças

2024-12-13

3

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!