A noite estava insuportavelmente quieta, e isso nunca era um bom sinal. No meu mundo, o silêncio anunciava tempestades. Meu instinto, sempre afiado, avisava que algo estava fora do lugar. Quando o celular vibrou no bolso, eu já sabia que não seria nada bom.
Atendi com irritação.
— Fala.
A voz de Mikhail veio do outro lado, carregada de tensão.
— Um dos nossos armazéns em Vladivostok foi atacado, chefe. Roubaram armas, dinheiro... e pior, capturaram Ivan.
Ivan. Um dos meus homens mais leais. Mas também um dos poucos que sabia o suficiente para colocar metade do meu império em perigo.
— Quem foi? — Minha voz saiu como um rosnado.
— Os Orlovs. — Mikhail não hesitou, mas dava para sentir o peso do nome na sua voz. — Morozov está liderando o ataque.
Morozov. O desgraçado tinha a audácia de tocar no que era meu? Meu maxilar se contraiu, a raiva fervendo por baixo da pele como um vulcão prestes a explodir. Vladivostok era um dos pilares da operação, e qualquer ameaça ali não era apenas uma provocação; era uma declaração de guerra.
— Onde eles levaram Ivan?
— Para uma base no norte de Vladivostok, em meio à floresta. É praticamente uma fortaleza.
Desliguei sem responder. Já sabia o que precisava ser feito.
Minha mente imediatamente se voltou para Stella. Essa missão não era apenas perigosa — era perfeita para ela. Uma instalação cercada, torres de vigia, homens armados até os dentes... o playground ideal para a sniper mais mortal que eu já conheci.
Subi as escadas rapidamente e abri a porta do quarto dela sem cerimônia. Stella estava sentada à mesa, polindo a Sniper com a precisão cirúrgica que eu tanto admirava. Ela não olhou imediatamente, mas um sorriso debochado surgiu nos lábios quando percebeu que era eu.
— Volkov. Não sabia que portas existem só para enfeite. Quer que eu te ensine a bater?
— Precisamos agir. Agora. — Minha voz saiu firme, sem espaço para provocações.
Ela levantou os olhos, interessada, mas mantendo aquela calma irritante. — O que aconteceu?
— Morozov pegou Ivan. Ele está sendo mantido em uma base no norte. Roubaram nosso dinheiro e armas, mas o que me interessa agora é o resgate.
Stella arqueou uma sobrancelha, como se processasse os detalhes com o mesmo cuidado que analisava um campo de batalha.
— E você quer que eu vá com você. — Não era uma pergunta.
— Quero sua mira e sua habilidade de entrar e sair sem deixar rastros.
Ela terminou de montar a arma e se levantou, cruzando os braços. — Isso vai ser divertido. Mas espero que você consiga acompanhar o meu ritmo.
...----------------...
Na manhã seguinte, estávamos no helicóptero sobrevoando a densa floresta ao norte de Vladivostok. Stella estava concentrada no mapa da base que Mikhail conseguiu.
— O lugar tem torres de vigia aqui e aqui. — Disse ela, apontando com o dedo. — Três entradas principais, mas o melhor ponto para cobertura é este penhasco, com visão direta para o perímetro.
— Você fica no penhasco. — Ordenei.
Ela deu aquele sorriso de canto, cheio de malícia. — Como quiser, Volkov.
Olhei para ela por um segundo a mais do que deveria. Stella estava em seu elemento. Perigosa, confiante, letal. Era impossível não sentir a tensão entre nós, mesmo em momentos como este.
Assim que chegamos, ela desapareceu na mata como um fantasma, sua Sniper em mãos. Eu, Mikhail e o restante da equipe avançamos pelo solo.
Os primeiros tiros ecoaram antes mesmo de chegarmos ao portão principal. Stella estava em ação, eliminando as torres de vigia com precisão cirúrgica. Cada guarda que ela derrubava era um problema a menos para mim.
— O caminho está limpo. — A voz dela veio pelo rádio, fria e precisa.
Entramos no perímetro com rapidez, mas o confronto começou imediatamente. Meus homens se espalharam, e eu avancei, deixando o caos para trás. Stella continuava nos cobrindo, derrubando inimigos antes que chegassem perto.
Descemos para o subsolo, onde Ivan estava sendo mantido. Quando o encontramos, ele estava amarrado a uma cadeira, machucado, mas vivo.
— Ivan, vamos tirar você daqui. — Cortei as cordas enquanto Mikhail verificava o estado dele.
— Morozov está aqui. — Disse ele, com a voz fraca. — Ele sabe que você veio, Volkov.
A notícia não me surpreendeu. Claro que o desgraçado não deixaria isso barato.
— Leve Ivan para o helicóptero. — Ordenei a Mikhail. — Stella e eu vamos terminar isso.
Saí do subsolo e usei o rádio para chamá-la.
— Morozov está aqui. Cobre minha entrada na sala principal.
— Já estou posicionada. — A resposta dela era tão fria quanto a ponta de uma faca.
Os tiros dela ecoaram enquanto eu avançava para a sala central. Quando entrei, encontrei Morozov com seu sorriso arrogante, cercado por mais guardas.
— Volkov. Achei que você mandasse seus cães fazerem o trabalho sujo.
— Hoje, decidi sujar as mãos. — Respondi, sacando minha arma.
O confronto foi intenso. Os guardas dele caíram um a um, graças ao trabalho de Stella e à minha equipe. Quando finalmente coloquei uma bala no peito de Morozov, ele tentou dizer algo, mas não dei ouvidos.
Enquanto saía da instalação, ouvi o som de tiros à distância diminuindo. Stella apareceu pouco depois, desmontando sua Sniper com um sorriso satisfeito.
— Trabalho limpo. — Disse ela, os olhos brilhando com aquele brilho selvagem que sempre me intrigava.
— Você superou minhas expectativas, caçadora, depois quero recompensá-la. — Respondi, com um sorriso malicioso, seguido de uma piscada de olho.
A noite estava fria, mas a presença de Viktor na sala fazia a temperatura parecer mais alta. Ele estava descalço, vestindo apenas uma calça de moletom cinza que pendia perigosamente baixa nos quadris. Seu torso nu brilhava levemente sob a luz amarela da luminária, e o cabelo ainda úmido caía de forma displicente sobre a testa.
Eu deveria estar focada em revisar meus planos, segurava meu laptop procurando uma nova casa, um novo esconderijo, mas a presença dele me distraía. Ele andava pela sala como um predador entediado, os olhos passando por mim antes de se fixarem na mesa de xadrez no canto da sala.
— Você joga? — Ele perguntou, sua voz grave cortando o silêncio.
Levantei os olhos, arqueando uma sobrancelha. — Não tenho tempo para jogos, Volkov.
Ele sorriu de lado, aquele sorriso torto que sempre parecia carregar uma promessa velada. — Sempre há tempo para um desafio.
— Não estou interessada.
Ele caminhou até a mesa, puxando uma cadeira e se sentando com um movimento lento e deliberado. — Medo de perder?
Revirei os olhos, mas ele sabia exatamente como me provocar. Viktor adorava testar meus limites, e o pior de tudo era que eu odiava recuar.
— Se você quer perder seu tempo, tudo bem. — Fechei o laptop, deixando-o de lado antes de me levantar e ir até ele.
Quando me sentei de frente para ele, o tabuleiro já estava arrumado, as peças perfeitamente posicionadas. Seus olhos encontraram os meus, e eu soube que aquilo não seria apenas um jogo. Com Viktor, nunca era.
— Qual é o prêmio? — Perguntei, cruzando os braços.
Ele inclinou a cabeça, o olhar escurecendo. — Simples. Quem perder, obedece ao outro pelo resto da noite.
Soltei uma risada curta, cheia de sarcasmo. — Você realmente acredita que pode me controlar, Volkov?
— Não preciso acreditar. — Ele moveu o primeiro peão, a confiança irradiando de cada fibra de seu corpo. — Vou mostrar.
Primeiras Rodadas
Eu jogava rápido, metódica, enquanto ele parecia quase relaxado, movendo as peças com uma calma irritante. Mas a verdade é que ele era bom, melhor do que eu esperava.
— Você sempre joga assim? — Perguntei, tentando quebrar sua concentração.
Ele ergueu os olhos, seu sorriso predador nunca deixando o rosto. — Apenas quando quero vencer.
Eu o ignorei, voltando minha atenção ao tabuleiro, mas era impossível não sentir o calor de seu olhar. Viktor não jogava apenas com as peças; ele jogava comigo, calculando cada movimento para me desestabilizar.
Quando capturei sua rainha, um lampejo de irritação passou por seus olhos, mas ele rapidamente mascarou com um sorriso.
— Nada mal. — Ele disse, inclinando-se ligeiramente sobre a mesa. — Mas você ainda não viu tudo o que posso fazer.
A tensão na sala era quase palpável quando restavam apenas algumas peças no tabuleiro. Eu estava perto da vitória, mas Viktor parecia perigosamente tranquilo, como se estivesse apenas esperando o momento certo para atacar.
Ele fez um movimento inesperado, sacrificando um bispo para capturar minha torre. Meu coração deu um salto, mas mantive a expressão fria.
— Arriscado, não acha? — Provoquei.
Ele se inclinou ainda mais para frente, reduzindo a distância entre nós. — Às vezes, arriscar é o único jeito de vencer.
Havia algo na sua voz, um tom grave e baixo que fez minha pele formigar. Eu podia sentir o calor de sua respiração, e a proximidade me deixou momentaneamente distraída.
Aproveitando minha hesitação, ele fez seu movimento final, encurralando meu rei.
— Xeque-mate. — Ele murmurou, o sorriso de triunfo se espalhando lentamente por seu rosto.
Meu estômago se revirou em frustração. Eu tinha perdido, e o olhar intenso dele me dizia que ele estava prestes a cobrar seu prêmio.
Eu me recusei a desviar o olhar, mesmo quando ele se levantou e deu a volta na mesa, parando atrás de mim. Seus dedos tocaram de leve meu ombro, deslizando até meu pescoço, enviando uma onda de calor por todo o meu corpo.
— Você prometeu. — Ele murmurou ao pé do meu ouvido, a voz baixa e rouca.
Eu sabia que a derrota tinha um preço, mas não imaginei que seria tão intenso. Viktor se sentou em uma poltrona, observando-me com aquele olhar faminto que me fazia sentir exposta, mesmo completamente vestida.
— Agora, Stella, obedeça. — Sua voz era um comando disfarçado de provocação.
— O que exatamente você quer? — perguntei, cruzando os braços, tentando recuperar qualquer resquício de controle que ainda tivesse.
— Quero que você tire a roupa. Para mim. — Ele disse, cada palavra carregada de eletricidade.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Arlete Fernandes
Só vc assim para ela fazer algo insano e pior que vai gostar kkkkk eu dancei nessa aí que truste fim para mim já estava na fila e tomei um cheque mate é um mata leão junto kkkkkk
2025-04-06
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Carleuza Almeida
Se ferrou Stella kkkk, agora tem que obedecer 🤣e ele vai fazer pedidos ousados pra ver se vc tem palavra e cumpre o combinado da aposta, ansiosa pra ver onde tudo isso vai acabar kkkk🙃🙃🔥🔥🔥🔥
2025-01-29
12
Ioneide Martins
kkkkkkkk ele é cheio de manhã kkkkkkkk muito estratégico
2025-04-07
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