POV Emília
“Ele só estava fingindo”, pensei enquanto fingia dormir. Meu coração batia forte e acelerado, ao sentir o calor dele ao meu lado. Me perguntava se iria fazer novamente e algo se contorceu dentro de mim.
Esses sentimentos e sensações eram novas, mas ao mesmo tempo não eram novas. Coisas estranhas que penso que só minhas memórias perdidas poderiam explicar.
Esperei até ouvir o Terry sair e imediatamente me levantei. Corri para o banheiro e lavei meu rosto. Me olhei no espelho e me perguntei se eu era uma mulher atraente, que podia causar algum desejo em alguém.
“Ele só estava fingindo.”, esse pensamento apareceu novamente, era o meu subconsciente tentando empurrar para dentro essa sensação que me deixava respirando com dificuldades ao me lembrar do seu beijo e de suas mãos me apertando e me acariciando.
“Algo mudou dentro de mim em relação ao Terry ou isso sempre esteve aqui?”
Eram dúvidas que bagunçavam meus pensamentos.
Me despi e me olhei no espelho novamente, percorri com minha mão os caminhos que a mão dele percorreu em meu corpo, era diferente, mas era bom. Isso é se apaixonar? Desejar o toque de outra pessoa? Sinto que deveria ter alguém para conversar sobre essas coisas, mas em quem posso confiar?
Tomei um banho longo, perdida em lembranças a todo momento, não sei explicar, era como se meu corpo desejasse mais. Queria olhar bem fundo em seus olhos castanhos agora, tentar desvendar o que tem por trás de seu olhar… queria que ele fosse só meu e não tivesse outra mulher por trás dos motivos de me querer.
Esse pensamento me trouxe uma sensação desconfortante. A água do chuveiro estava quente, na temperatura correta, mas mesmo assim senti frio, parecia que tudo congelou ao pensar que eu sou apenas uma substituta.
Terminei meu banho, escolhi o que vestir no closet e resolvi ir para o quarto me vestir.
Deixei cair meu roupão e me vi nua novamente, não tinha vontade de fugir mais, era como se no fundo, assim, tão exposta eu desejasse que Terry aparecesse e me visse assim. Esse pensamento, fez minhas bochechas ficarem vermelhas novamente, mas… eu não queria fugir, realmente não queria.
De repente alguém bateu na porta, me acordando de meus devaneios. Vesti o roupão rapidamente e fui atender.
Na porta estava a governanta, com um sorriso cordial, ela me disse que o meu café da manhã já estava servido, que Terry pediu que servissem a minha refeição no jardim, embaixo da minha árvore favorita.
Involuntariamente sorri e abaixei minha cabeça tentando disfarçar.
— Mas… já está tarde e já está quase na hora do almoço. O Terry pediu isso mesmo?
Digo, pois acordamos muito tarde naquele dia, pois chegamos tarde do passeio. Passeamos tanto e conversamos muito, estávamos cansados e um pouco mais próximos…
— Senhora Velasquez, o senhor disse que deve tomar o café da manhã e que devemos lhe servir o almoço em seguida. Disse que percebeu que a senhora está perdendo o horário das refeições e pulando algumas refeições. Disse que não está contente com essa situação e é para todos garantirem que coma todas as suas refeições e não pulem nenhuma. Então, não podemos tirar a mesa do café da manhã até que a senhora coma tudo o que precisar.
Aceno levemente, com minhas bochechas vermelhas. Eu estava com vontade de sorrir, e não sei porque. Pensei que foi a ordem de Terry mais gentil que já ouvi da parte dele.
Fechei a porta e pulei na cama, me encolhi, abraçando meu travesseiro. Sentia uma euforia estranha e ao mesmo tempo maravilhosa.
Imediatamente me arrumei e desci para o jardim. O dia estava fresco e sol estava especialmente maravilhoso, apenas esquentando levemente minha pele.
Fiquei impressionada que estavam servidos várias opções da culinária francesa. Eu simplesmente amei, pois estranhamente aquela comida me confortava.
— O Sr Terry disse que se quiser hambúrgueres é só pedir, está bem? — uma das empregadas que me serviam, disse.
Olhei para a casa e olhei em volta, me perguntando onde Terry estava.
— Onde Terry está? — pergunto, ainda o procurando.
— O Sr Terry não virá, ele disse que tem algo a resolver agora, porém, pediu para dizer que virá almoçar com você.
Aceno brevemente em positivo, sinto que minha empolgação abaixou um pouco, acho que estava esperando encontrá-lo aqui.
Peguei um croissant e passei uma geleia de frutas vermelhas. Comi e me senti tão bem, era como se estivesse em casa.
— E Priscila? Onde ela está? — pergunto, só me dando conta que tudo estava tranquilo demais e um dos motivos era que Priscila não estava aqui.
— Bem… senhora, o Sr Terry pediu que ela comparecesse ao seu escritório nessa manhã.
O croissant até caiu de minha mão, engoli com dificuldade a parte que já havia mastigado. Senti uma sensação estranha no peito, me lembrando que eu só estou aqui por causa dela e que Priscila sempre estará entre eu e ele. As últimas ações de Terry tem sido amáveis comigo, mas Priscila sempre será a mulher principal em sua vida até esse ódio que ele sente o destruir.
Me forcei a comer mais um pouco e logo já estava insuportável, não sentia mais vontade de comer e de repente fiquei um pouco melancólica.
Os empregados tiraram o que restou do café da manhã e logo apareceu outro com o meu laptop novo, dizendo:
— Senhora, o Sr Terry pediu que entregassemos o seu laptop para que se distraísse enquanto ele não poderia vir. Disse que já está configurado, como o outro. Pediu para que não se preocupasse com isso.
Acenei brevemente e peguei o laptop.
Abri e pensativa, comecei a digitar. Buscar a verdade ainda era minha prioridade e eu tinha parado na busca onde encontrava informações sobre minha mãe.
Quem é “Anne Marie Lavigne Amorim”?
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Andréa Debossan
tomara que ela consiga desvendar esse mistério! E acho que ela deveria contar td ao Terry ele ia ajudar ela a conseguir achar a família dela mais rápido
2025-03-19
2
Adiji Abdallah
Curiosa pra saber sobre a vida dela 🤔
2025-03-28
0
Fatima Gonçalves
TOMARA QUE ELA DESCUBRA E SE LEMBRE
2025-03-15
0