Capítulo 9

POV Emília 

Fiquei pensativa naquela noite, não entendi bem qual era a intenção do Terry. Será que ele ficou magoado com o que eu disse? Foram palavras duras que eu não esperava dizer, porém, sinto que tirei algo de dentro de mim, algo que estava entalado em minha garganta e eu nem sabia.

Ao entardecer, ouvi Terry entrar no quarto. Fiquei apreensiva e um pouco nervosa. Não sei se tínhamos dormido na mesma cama, pois dormi antes dele no dia anterior e quando acordei ele já estava acordado.

Cobri minha cabeça imediatamente.

Me lembrei do que havia acontecido no escritório, de suas palavras me dizendo sobre suas obrigações como marido. Fico confusa sobre quais seriam essas obrigações de marido, mas algo dentro de mim, me deixa inquieta quanto a isso. É uma sensação estranha, não sei explicar bem, só sei que fico nervosa e envergonhada ao pensar.

De repente, tudo fica silencioso e me pergunto onde Terry estava. Um pouco receosa, mas muito curiosa ao mesmo tempo, resolvo sair de debaixo do edredom, não o vejo e me sinto mais curiosa e mais corajosa para olhar.

Me sento na cama e olho em volta, até ver a cadeira de rodas encostada em um canto e Terry estava dormindo no sofá.

Senti vontade de chamá-lo, me senti mal por ele. Eu sou uma intrusa aqui, essa cama é dele e não é justo que ele durma no sofá.

Porém, ele dormindo aqui, ao meu lado…. Me escondo embaixo do edredom só de pensar.

Mais uma vez amanheci nessa casa e não vi Terry mais. Me lembrando do dia anterior, não saí tirando minha roupa sem pensar.

Olhei em todos os cantos do quarto, no closet e no banheiro. Eu estava sozinha dessa vez, então corri para me arrumar.

Vesti uma roupa qualquer e desci para a sala de jantar. Esperava encontrar Terry, mas só encontrei a mesa posta e Priscila e mais duas empregadas me esperando.

Fiquei um pouco receosa, mas me sentei na mesa. Nada estava mexido, então constatei que ele não havia tomado café da manhã.

— A senhora vai querer hambúrgueres? — uma das empregadas pergunta.

— Acho que não… acho que vou querer uma fruta. — digo, indecisa.

Olho para Priscila e ela me olha de volta, com aquela mesma cara de que me odeia.

— Pode escolher, senhora. As frutas estão frescas. — a empregada me oferece as frutas, com um sorriso cordial, muito diferente da cara que Priscila fazia para mim.

— Obrigada mas eu vou esperar o Terry para começar a comer. — digo, recusando.

— Ah, ele não te avisou? O senhor Terry foi para o trabalho mais cedo.

Afundei na cadeira, pensando que pelo jeito sim, eu consegui irritar ele. Acho que nosso contrato acabou, assim como eu pedi. 

Olhei para Priscila e ela estava rindo, com um sorriso debochado. Só com o sorriso estava me dizendo que estava certa, que Terry logo me jogaria de volta ao buraco que me tirou.

— Certo, nesse caso eu vou querer hambúrgueres. — digo, me entregando. Se era meu último dia ali, que eu comesse o que eu gostava.

— Certo, senhora. Vou fazer.

— Não, não faça… é… Priscila, faça você.

Todos ficaram calados, assim que eu disse. Acho que ninguém esperava que eu pedisse algo a ela. Mas pensei, que se hoje era o meu último dia nessa casa, que pelo menos eu aproveitasse, e eu não esqueci que Priscila quebrou meu laptop bem na hora que eu estava próxima de descobri algo importante. Eu não esqueci.

— Humpf! Está louca! Eu não cozinho! E mesmo que cozinhasse nunca faria nada para você! 

Levantei minha sombrancelha, pensativa, ela realmente não estava como cozinheira aqui, apenas servindo e limpando. Mas mesmo assim…

— Então, por gentileza alguém de vocês podem ajudar Priscila a fazer o meu hambúrguer? — pergunto gentilmente as duas empregadas.

As duas sorriem e dizem:

— Claro, senhora! Nós vamos ajuda-la.

— O quê?! — Priscila diz pasma. — Eu não vou fazer nada! Quero ver me obrigar.

— Bem, se não fizer vou falar com a governanta e ela vai descontar do seu salário. — digo calmamente, me lembrando que Terry me disse para fazer qualquer reclamação para a governanta, pois ela era quem colocava os empregados na linha.

Em pouco tempo, meus hambúrgueres estavam na minha frente, e eu estava feliz. O sabor, não era tão bom, mas vi que Priscila estava com um curativo no dedo e isso deixou meu hambúrguer mais gostoso. Eu posso ir embora daqui, mas meu laptop quebrado não ficou impune.

Resolvi aproveitar bem a minha estada na casa, fui para o meu lugar favorito, que era a árvore grande que tinha no meio do jardim, passei um tempo lá e de repente algo me veio na cabeça, que seria perfeito se tivesse um lago ali. Com certeza, estar embaixo dessa árvore e olhando para um lago seria meu programa favorito.

Após respirar fundo o ar puro, voltei para dentro e resolvi olhar todos os cômodos, comecei pela cozinha, que ainda não conhecia. Era enorme e parecia uma cozinha de restaurante. 

De repente, pensar que sei como é uma cozinha de restaurante, me deixou um pouco pensativa. Será isso uma lembrança do meu passado?

Distraída fui andando, olhando tudo e indo em direção aos fundos das casa. Aos poucos, fui ouvindo vozes, de pessoas brigando. Aguçada pela curiosidade, me aproximei lentamente para ouvir e era a voz de Priscila.

— Idiota! O que está fazendo?! Eu sei! Sei que está dando em cima das empregadas!

Olhei discretamente e vi que ela estava brigando com o irmão do Terry, alguém que eu ainda não tinha visto pela casa. Ele estava usando um macacão jeans, que estava sujo de terra, com o zíper aberto, mostrando o seu peito nu.

Ele estava sorrindo, enquanto Priscila estava brava, brigando com ele.

— O que eu posso fazer? Está cheio de mulher aqui! — ele diz, dando de ombros.

— Idiota! Você se casou comigo, lembra?! Não pode mais ficar correndo atrás de qualquer mulher que passa na sua frente!

— Ei, Priscila! Nunca menti para ninguém, eu sou assim. Você me conheceu assim. Queridinha, só me casei com você porque porque pensei que ia ficar ricaça, nunca tive a intenção de ser fiel a você. 

— Você não pode fazer isso comigo, Bruno. Não pode, tudo está tão difícil, Terry colocou uma vadia dentro dessa casa para ficar usando minhas roupas e ficar me dando ordens. Pelo menos com você as coisas poderiam dar certo. Veja se se comporte ou o Terry nunca irá nos perdoar.

— Não fique assim, minha gostosinha. — ele diz e puxa ela, para os seus braços — Eu estou aqui, posso te consolar também. Eu sou de todas, mas você é minha preferida.

Priscila se debate, tentando fazê-lo soltá-la e após soca o peito dele.

— Ah, você é tão idiota! O que eu fiz da minha vida? Troquei um homem que me dava tudo por um moleque!

— Um moleque que deixa louca na cama. — ele diz e tenta beijá-la — Diz que não sou melhor que ele na cama, diz que não me prefere?

— Ele é melhor que você na cama, idiota! O problema do Terry, é que… eu só trai o Terry porque eu queria curtir festas e sair com homens bonitos. Não tem graça ser rica e ficar presa, fiel a um homem só. Do que adianta pagar pelos melhores tratamentos de beleza e só um homem aproveitar? O Terry deveria ter morrido, isso sim! Se ele tivesse morrido a minha vida teria sido maravilhosa. Mas, eu acredito que com o tempo eu vou conseguir ele de volta, e dessa vez, eu vou tomar mais cuidado.

— Humpf! O Terry é melhor que eu?! Você é a mulher mais burra que já conheci, Priscila.  Me levou para o buraco junto com você e ainda se acha no direito de pensar que meu irmão vai voltar para você. Quer saber? Ele achou uma mulher muito mais bonita, a última coisa que ele vai querer é voltar para você. Já eu, sou irmão dele, a família dele. Ele vai me perdoar e sabe o que eu vou fazer? Vou me divorciar de você, não vou querer estar casado com uma faxineira burra.

— Idiota! Idiota! — ela grita e bate nele e eu sinto que ouvi demais.

Ele ri e  a puxa, após a beija e aperta bunda dela.

— Mas sem ninguém saber, eu posso foder com a empregada. Qual garoto rico nunca fez isso!? — após ele q beija a força novamente e eu resolvo me afastar. Penso que tenha visto e ouvido coisas demais.

Agora consigo entender porque o Terry está com tanta raiva desses dois, eles são horríveis.

Dou passos para trás, até que bato em um vaso de flores que cai no chão.

— Quem está aí? — ouço Priscila gritar e imediatamente começo a andar rápido, fugindo para não ser descoberta.

Porém, de repente meu braço e puxado e dou de cara com Priscila.

— O que você ouviu?! Sua vadia feia!

Puxo meu braço bruscamente, me livrando dela.

— Não ouvi nada diferente do que eu já imaginava. — digo, a encarando.

— Você não vai contar nada do que ouviu! Escutou? — ela diz, apontando o dedo para mim.

Pego em sua mão e empurro.

— Olha, isso não é muito educado. Não deveria apontar o dedo para o rosto dos outros.

— Eu faço o que eu quiser, maldita! — ela diz e levanta a mão para me bater.

Mas por impulso eu pego em sua mão antes que ela me acerte.

Nós entreolhamos e eu não abaixo a cabeça, não vai ser dessa vez que ela vai me bater novamente.

Empurro a sua mão a soltando e me viro de costas, indo embora.

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Comments

Rose Gandarillas

Rose Gandarillas

Isso Emília! Terry, não faz nada, você coloca essa vagaranha no lugar, aliás o lugar dela é na rua.

2025-03-21

4

Jucileide Gonçalves

Jucileide Gonçalves

Muito bem Emília, você não é obrigada a ficar levando desacerto dessa traidora folgada que ainda acha que vai voltar com o Terry.

2025-03-27

0

Andréa Debossan

Andréa Debossan

isso Emília comece a colocar ordeme e mostre pra essa vadia que vc não é nenhuma coitada

2025-03-19

0

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