Capítulo 4

POV Terry

Confesso que não me senti muito seguro, estava quase certo que não era a mesma mulher na minha frente. 

Me aproximei para olhar de perto e ela se encolheu e deu passos para trás, até que tropeçou e quase caiu, só não caiu porque por impulso peguei em sua mão e a puxei, fazendo-a ao invés de cair para trás cair bem no meu colo.

Ela ficou tão vermelha de repente que me perguntei se estava passando mal.

— Aí, aí! Me desculpe! Por favor me solte! Por favor, por favor! — ela implora, com a voz fina. Fechando os olhos e evitando olhar para mim.

Olhei para Domingos que apenas deu de ombros, deixando a entender que agora eu tinha que administrar esse problema.

A soltei e ela pulou do meu colo, colocou as duas mãos no rosto, escondendo que estava com muita vergonha.

— Quantos anos você tem mesmo? Domingos, você verificou que ela não é menor de idade antes?

— Eu não sou menor de idade! — ela protesta e diz — Eu tenho 23 anos! Seja gentil comigo se quer que eu te ajude no seu plano!

— Eu te ajudei! Da próxima vez deixo você cair no chão.

Ela respirou fundo e acariciou seu braço, parecia um pouco desconfortável.

— Me desculpe, é que não estou acostumada a vestir essas roupas. É muito apertado e minhas costas estão nuas. — ela se vira me mostrando e eu viro o rosto para o lado, vendo Domingos não conseguir disfarçar o riso. — Estou me sentindo quase nua com essa roupa e você ainda me puxou para sentar no seu colo… — ela ficou vermelha novamente e mais uma vez tampou o rosto.

Respirei fundo e disse.

— Certo, vou pensar nas suas reclamações. Quem sabe no futuro eu compro roupas que não fazem você se sentir nua, mas essas roupas eram as roupas que minha ex-mulher usava. Mas sinceramente, esse vestido fica muito melhor em você do que nela.

Ela acenou em positivo rapidamente e logo entrou no carro. Parecia que estava se escondendo de mim e o meu elogio piorou a sua vergonha.

Entrei no carro e partimos em silêncio, logo chegamos em minha propriedade e como eu imaginava estava um caos.

Havia carros estacionados no meu gramado e pessoas desmaiadas em cima dos vasos de plantas.

A música estava alta e ouvia-se gritos de lá de dentro.

Desci do carro e olhei para Emília ao meu lado, ela parecia confusa e um pouco assustada também.

Estendi a minha mão para ela e ela hesitou um pouco. Eu não estava com pressa, pois logo, o rei desse inferno seria eu.

Ela acabou pegando em minha mão e eu segurei forte, para ela não soltar mais. E com a outra mão empurrei a cadeira de rodas.

Entramos na casa e o barulho da música estava muito pior, as pessoas estavam bebendo e pulando e no meio da minha sala estavam os dois traidores.

Acenei brevemente para o meu motorista  que desligou o som e acendeu as luzes. Todos se entreolharam confusos, até que ouviram a minha voz.

— Muito bem! Muito bem! Estão comemorando o quê? A união do casal mais legal da cidade? Estão comemorando que conseguirão roubar a minha fortuna? Ou estão comemorando que eu morri? Sinto em te dizer… aliás, eu não sinto não, estou adorando ter que dizer isso a vocês, vocês estão completando enganados. Estou mais vivo do que nunca, não pegarão nem um centavo da minha fortuna e vocês dois não são um casal legal, vocês dois são um casal que está muito fodido!

— Terry! — Priscila diz e as pessoas abrem um espaço para nos olharmos. — Você está vivo?! V-você mentiu pra todo mundo!

— Realmente, menti, queria ver quem realmente estava ao meu lado. Aqui, além de vocês dois, vejo vários rostos que vou adicionar na minha lista negra.

De repente tudo fica silencioso, ouço alguns passos atrás de mim, de pessoas fugindo.

— Fugir não vai adiantar, vocês estão sempre tentando me enganar, mas agora será diferente. 

— Irmão, eu.. eu disse que não era para fazer a festa aqui, quem insistiu foi Priscila. — Bruno diz.

— Eu!? — Priscila grita. — Foi você que disse essa casa logo será nossa!

— Você concordou! Quem seria a herdeira da casa seria você! —

— Não, quem seria o herdeiro seria você…

O dois param de discutir e olha para mim com Emília ao meu lado e Domingos do ou outro lado. Acho que perceberam agora que caíram na armadilha de suas próprias ganâncias. Não esperaram nem eu morrer para tentarem se unir, esperando continuarem mamando nas tetas do meu trabalho.

— Não me importa quem decidiu ou não, só me importa quando irão pagar as contas de tudo isso, porque eu não vou pagar. E ah, também não vou pagar dos prejuízos, nenhum funcionário meu irá tocar em nada para limpar.

Priscila olhou em volta e viu o furacão que fizeram na minha casa, vasos e móveis quebrados, bebidas e vômitos pelo chão, sem contar quadros e objetos que sumiram. 

— Terry, não! — ela correu e se ajoelhou aos meus pés, com as mãos juntas choramingou — Por favor, me perdoe. Eu errei com você, você sempre foi maravilhoso para mim. Me perdoe, me perdoe… Eu vou ser melhor a partir de agora. Você me ama, eu sei! Me disse isso todos os dias do nosso casamento. Eu também te amo, eu te amo muito!

Nos entreolhamos por alguns segundos, eu realmente amei muito aquela mulher, fiz tudo por ela. Ela era a minha calma quando eu chegava estressado do meu trabalho, eu me sentia um homem realizado nas nossas noites de amor, eu a desejava intensamente e lhe dava tudo que ela pedia, pois me sentia um homem privilegiado por ter uma esposa como ela ao meu lado. Mas a sua traição só me trouxe decepção, a dor da traição é uma dor que nunca senti antes, uma dor que destruiu meu coração.

E ela não tentar nem ir me visitar no hospital após o acidente e ainda só se preocupar com quem ficará a minha herança, só me trouxe a confirmação, meu antigo casamento era uma ilusão.

— Se afaste de mim, mulher! Não está vendo? Eu já tenho uma nova esposa, — puxei Emília, fazendo-a cair novamente eu meu colo. Ela ficou toda envergonhada e eu sabia disso, mas a vergonha dela demonstrava a pureza que ela tinha, muito diferente daquelas pessoas sujas — essa é Emília, minha nova senhora Velasquez.

Vi algum flash de câmera nesse momento e Emília escondeu o rosto no meu pescoço.

— Tem fotógrafos aqui? Pago o dobro que eles ofereceram por essas fotos. Quer ver em todos os lugares, a socialite Priscila ajoelhada aos meus pés, enquanto tenho em meus braços minha nova esposa.

Vários flashes começaram a disparar e pedi para Emília mostrar o seu lindo rosto. Ela estava muito envergonhada, de verdade, mas acredito que isso não atrapalharia sua imagem nas fotos.

Lentamente ela olhou para frente e mostrou o seu lindo rosto. Começaram cochichos sobre a nova esposa de Terry ser ainda mais linda que a antiga, e sobre como ele conseguiu alguém tão rápido, já que ha pouco ele estava em uma cama de hospital e agora ele estava em uma cadeira de rodas.

“Será ela uma acompanhante de luxo? Uma amante dele? Não, ela não me parece esse tipo de mulher.”

Todos estavam confusos e era isso o que eu queria, mostrar que Priscila tinha tudo o que tinha, até fama, só por minha influência e que ao me trair ela perdeu tudo e vai continuar a perder até eu saciar minha raiva.

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Comments

Ivelise Rodrigues

Ivelise Rodrigues

Tudo bem que de uma certa " forma " ele esta ajudando Emilly mais se ela estiver vendo procurada para ser prejudicada isso não vai prestar.
Acho que alguém tentou dar fim em Emily por motivos óbvios

2025-03-25

6

Liah

Liah

O que me deixa um pouco receosa, é que ele vai usar alguém inocente e acima de já quebrada pela vida, e pior ainda, sem memória. Não sei, não gosto desse tipo de história.

2025-03-21

1

Jucileide Gonçalves

Jucileide Gonçalves

Não consigo entender o que leva uma pessoa a ter tudo e simplesmente não dar um pingo de valor.

2025-03-27

0

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