Capítulo 6

POV Emília 

Acordei pela manhã, e me espreguicei, apesar de ter demorado a dormir, eu podia dizer que a última noite foi o melhor sono que tive na vida.

O ar gelado na temperatura certa, os lençóis de cetim acariciavam minha pele e o edredom era tão quentinho que me fazia sentir vontade de ficar deitada ali a noite toda.

Na clínica psiquiátrica, o colchão era fino e eu me cobria com um lençol que mal me aquecia a noite. E sobre o tempo que passei nas ruas, não preciso nem comparar com isso aqui, era como se eu tivesse saído do inferno para o céu.

Mesmo desejando continuar a na cama, a inquietação em meus pensamentos não me deixavam relaxar. Me levantei olhei pela janela o lado de fora da casa. Era lindo, a grama era muito verde e haviam alguns canteiros de flores, no meio do jardim havia uma grande árvore onde bancos estavam posicionados bem embaixo da sombra. Respirei fundo, como se só de olhar essa paisagem algo dentro de mim ficasse em paz.

Resolvi vestir alguma coisa e ir para aquele lugar. Pensei que talvez um lugar assim, sem estresse, fariam minhas memórias voltarem.

Fui até o closet que Terry me disse que eu poderia pegar o que quisesse para vestir e comecei a saga para encontrar peças que me deixassem mais confortável. Tirei minha roupa e experimentei algumas peças, mas a maioria me deixavam desconfortável. Peguei algumas peças e resolvi experimentar no quarto, já que lá tinha um outro espelho maior e melhor.

Fiquei parada, usando apenas minha lingerie, colocando as peças na minha frente e tentando me imaginar usando elas.

Eu estava entretida me observando no espelho, até que…

— Ah, nossa! Você está aí! — de repente via figura de Terry atrás de mim através do reflexo no espelho. Tentei me esconder, muito envergonhada.

Eu estava só de lingerie e ele havia saído do banheiro. Estava apenas usando um roupão branco, que estava entreaberto. O seu peito estava exposto e eu senti minha pele queimar. 

Desesperada, me encolhi, tentando de todos os modos me esconder.

— Feche os olhos! Por favor, feche os olhos! — imploro, acho que nunca senti tanta vergonha na minha vida.

Ele não aceitou o meu pedido e se aproximou com a cadeira de rodas. E nesse momento fui eu que fechei meus olhos, eram sentimentos e ações que nunca senti, e que não sabia controlar.

Aos poucos fui abrindo meus olhos, só pela curiosidade sobre o que ele estava fazendo. Terry pegou as peças de roupas que estavam no chão e após analisar, disse:

— Use esta, com esta. — ele diz, oferecendo o casaco de um conjunto de moletom que peguei e um short branco que eu também havia pegado.

Eu pego as peças, ainda me escondendo. 

— Olhe, teremos quase uma vida normal de casados. É melhor se acostumar a me ver seminu e não ter tanta vergonha assim do seu corpo. Eu vou tocar em você algumas vezes e até te ver em situações… complicadas. É por isso que te dei um contrato, foi para que nada seja interpretado de forma errada.

Ele se virou e foi para o closet, e só quando tive certeza que não estava me olhando, me senti à vontade para não me esconder mais.

Vesti a roupa que ele me sugeriu e não era tão ruim assim, apesar de o short ter destacado demais o meu quadril, o casaco de moletom era largo e não mostrava muito do meu corpo.

Terry saiu do closet, já vestido. Ele usava roupas formais e o cheiro de colônia pós barba, exalava por todo quarto. Até respirei fundo, sentindo profundamente aquele perfume, era um cheiro de limpeza e frescor.

Ele se aproximou do espelho ao meu lado e apenas penteou os cabelos com os dedos. Tão facilmente, sua aparência estava perfeita e eu pensava que esses homens bonitos e arrumados faziam muito para parecerem assim, mas Terry fazia isso fácil e além de tudo, ele estava em uma cadeiras de rodas, algo que para ele parecia nada.

— Vamos descer para o café da manhã. Use algumas jóias do solte os cabelos. É só isso, não precisa tentar se maquiar. Acho que não deve saber se maquiar.

Aceno em negativo.

— Certo. Volte no closet, lá tem algumas jóias.

Peguei apenas um cordão delicado e um relógio, e logo descemos para o primeiro andar. Na sala de jantar, o café da manhã já estava servido e eu nunca havia visto uma mesa com tantas opções para comer. Era muito estranho a diferença da vida que eu tinha ontem, da vida que eu tinha agora.

— Vamos, anjo! Coma tudo o que quiser, você deve estar com fome, está muito magra.

“Fome?”

Abaixei minha cabeça e olhei para minha barriga que roncava. Realmente eu estava com fome, só havia aprendido a ignorar.

Olhei tudo, tentando escolher o que pegar primeiro, até que Terry me perguntou:

— Tem algo que gostaria de comer e não está vendo?

— Eu… eu queria um hambúrguer. Deus, estou louca para comer um hambúrguer! — nessa hora, era o meu estômago falando por mim.

— Hambúrguer, no café da manhã? — ouço uma voz ao meu lado e só nesse momento percebi que uma das empregadas era a ex-esposa do Terry. Ela serviu um pouco de suco em meu copo, e derruba um pouco em meu colo.

Fico parada, fingindo que não aconteceu nada. Não que queria que Terry ficasse bravo com ela e começasse a humilhá-la novamente, como ontem.

— Esqueça, eu acho que não quero um hambúrguer.

— Não! Se você quer um hambúrguer, irá ter seu hambúrguer. Tragam um hambúrguer para Emília, todos nessa casa devem obedecer ao que minha mulher deseja sem contestar.

Em pouco tempo estava na minha frente, um hambúrguer grande e suculento. Minha boca até salivou. O sabor de um hambúrguer era a única lembrança que eu tinha e por todos os anos, era a coisa que eu mais desejava.

Foi o melhor café da manhã que já tomei, e aos poucos eu estava me sentindo feliz e ficando otimista. 

Terry me pediu para acompanhá-lo até a porta e chegando lá, na frente de todos os empregados, ele me chamou com o dedo.

Fiquei um pouco curiosa e indecisa sobre o que ele queria e dobrei meu corpo em sua direção.

Nossos olhos estavam muito próximos e eu esperava que ele me dissesse alguma coisa em segredo, porém, ele pegou em queixo e em um segundo, estava pressionando os lábios contra os meus. Fiquei sem reação e meu rosto esquentou tanto que parecia que iria pegar fogo.

Ele me soltou e eu me segurei para não correr dali.

— Vou ir trabalhar esposa e lembre-se, você é quem manda aqui quando eu estiver fora. E ah, Priscila, tenho uma ordem para você, quero que lave o short de Emília na mão, para aprender a servir a sua patroa sem fazer gracinhas.

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Comments

Rose Gandarillas

Rose Gandarillas

Se a vingança é colocar o irmão e a ex para ser humilhados tem pouca inteligência ou esperteza, porque isso é usar uma faca com dois gumes, basta pensar nobque uma mulher rejeitada é caoaz de fazer. Abre o olho tá esperto! Além do que está usando na bizarrice vingativa dele a mulher que o salvou, sem esperar nada em troca. Ele devia lembrar que ela o salvou da morte. Thierry trouxe os que já fizeram de otário de novo para ficar dentro de casa.
Nossa sorte é que você, Wan, irá nos surpreender!

2025-03-21

7

Andréa Debossan

Andréa Debossan

Ele não tá sendo justo com a Emília ele tinha que comprar roupas novas pra ela e tocar fogo nas da ex não é justo Emília ficar usando roupas da ex

2025-03-19

1

Vanusia Amaro

Vanusia Amaro

vou tentar mais um capítulo, tô achando meio chato, q espécie de vingança descabida

2025-03-27

0

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