Capítulo 13

POV Terry

Me senti frustrado, eu realmente estava pronto para o próximo passo. Se ela não me parasse, ninguém mais conseguiria.

O seu cheiro, seu gosto, sua voz… me fez perder o controle muito rápido.

Me levantei e fui tomar um banho demorado, esperando acalmar meus instintos aguçados. Após chamei a governanta e lhe dei ordens especiais.

Pedi que servissem o café da manhã, embaixo da grande árvore no jardim, que levassem o notebook de Emília para lá. Pensei que ela iria gostar e se sentir fora de toda a bagunça da minha vida.

Após, fui até o escritório e pedi que chamassem Priscila para lá.

Pensativo, enquanto esperava olhei pela janela, onde conseguia ver a grande árvore no jardim. Observei Emília chegando, sendo acompanhada por um de meus funcionários. Ela parecia animada, mas ao mesmo tempo olhava em volta procurando algo. Me perguntei se estava me procurando e de repente senti que deveria estar lá, ao invés de estar aqui no escritório.

— Terry, me chamou? — ouço a voz de Priscila e me viro para olhar para ela.

Observo sua postura, juntando as mãos e com o olhar pesaroso. 

— O que quer dessa vez? Não vai chamar sua cadelinha para me humilhar na frente dela?

— Não, não quero que Emília veja o que vai acontecer.

Ela fica surpresa, em seguida pensativa e por fim dá um passo a frente, se aproximando.

— Eu entendo, sente minha falta. — Priscila se ajoelha, coloca as mãos em meu joelho e olha em meus olhos — Pode me pedir o que quiser. Eu não tenho mágoas, pode me usar por horas e eu vou te dar muito prazer. Mais prazer do que já sentiu. 

Peguei em seu queixo e olhei bem em seu rosto, o rosto da mulher que já desejei. O rosto da mulher que um dia, quando se ajoelhava na minha frente, já deixava meu corpo quente e ansioso pelo o que iria acontecer.

Mas agora, olho em seu rosto e não sinto nada, na verdade, imaginar ela tocando em meu corpo, me faz sentir nojo. E lembrar que já nos tocamos intimamente, parece algo de um passado muito distante, mesmo que não faça tanto tempo assim.

— O que eu quero pedir é que você evite tocar em mim. — digo e ela demonstra surpresa, talvez estava convicta que ainda conseguia me seduzir — Como que eu já fui apaixonado por você, hein? Olhando bem, você nem é tão atraente ou bonita como eu imaginava. Talvez descobrir sua traição não tenha sido tão ruim assim, estou descobrindo que sem você eu estou melhor.

— Você está falando isso só para me machucar! Eu sei que mente e ainda me deseja. Não pode ter mudado tão rápido assim?

— Pelo jeito, eu posso. — digo, pensativo.

A porta de repente se abre e Priscila olha para trás de repente.

— Estou interrompendo algo? Me disseram que me chamou, por isso eu vim. Posso vir em outro momento.

— Não, Bruno. Entre, você vai fazer algo para mim.

Priscila se levanta de repente, assustada. Quando me vê pegando uma tesoura e entregando a Bruno, que confuso, pega.

— Terry, o que está pensando em fazer comigo? Isso não é justo, o seu irmão também te traiu e só eu estou recebendo castigos. Ele anda transando com as suas empregadas e merece um castigo também!

Sorrio ironicamente e após digo:

— Está querendo que eu me vingue de seu amante por você? Aliás, marido, já que se casou com ele. Todos nessa cidade sabem que o Bruno é um mulherengo e você se envolveu com ele sabendo disso. Resolva esse problema por si própria, não sou mais quem apoia você.

— É, Terry. Coloque essa vagabunda no lugar dela. — Bruno diz, nos interrompendo.

— Cale sua boca, Bruno. Não te chamei aqui para falar asneiras. Eu quero que você pegue essa tesoura e corte o cabelo de Priscila.

— O quê? — Priscila arregala os olhos, assustada.

— É isso mesmo, seu cabelo caro foi pago pelo meu dinheiro e eu decidi que pode abater parte da sua dívida me dando os seus cabelos.

Priscila e Bruno se olham, eles estavam hesitantes enquanto eu apenas esperava.

— Vamos, Bruno, corte. Se cortar, vou abater na sua dívida também.

Fiquei parado, enquanto assistia o circo de horrores. Assim que Bruno ouviu que o valor dos cabelos seria abatido na dívida, ele não pensou por um segundo antes de partir para cima dela.

Priscila gritou, esperneou e chorou, mas ele continuou cortando seus cabelos e só parou quando eu disse chega.

Jogada no chão, Priscila estava em prantos, enquanto o insensível do meu irmão, apenas deu de ombros. Ela realmente fez uma péssima escolha e nessa parte eu não a culpo, eu também errei muito em pensar que não faria mal pagar a diversão do meu irmão mais novo. Agora vejo que ele não era apenas um rapaz inconsequente, ele também tem um caráter questionável.

Respirei fundo, percebendo que fiz bem em não expor Emília a isso, era uma cena forte, mas não me arrependo de ter pedido que Bruno cortasse o cabelo de Priscila, ela precisava disso.

Peguei um espelho pequeno e entreguei a Priscila, dizendo:

— Olhe-se bem no espelho. Veja quem realmente é. Você é feia por dentro e por fora, tudo é falso. Seus cabelos, seu corpo… tudo foi comprado. Eu só pedi uma coisa, que trabalhasse como minha criada, que obedecesse as minhas ordens e as ordens da minha nova esposa. Pedi o mesmo ao Bruno e ele está obedecendo, apesar de seu caráter duvidoso. Já você, está sempre causando problemas, já deu um tapa no rosto da minha esposa, jogou suco na roupa dela de propósito, xingou ela de coisas ofensivas, tomou suas jóias… por fim, você quebrou o laptop dela, um presente que lhe dei, algo que a deixou muito feliz e em seguida muito triste por você ter quebrado. Então resolvi que você precisava de um tratamento de choque. Precisava ver que não é mais a senhora Velasquez e não tem nenhuma autoridade aqui. O seu lugar agora é de me servir e servir a minha esposa, caso contrário, vá embora daqui e dê um jeito de pagar sua dívida em um mês, Priscila. E caso decida ficar, saiba que Emília é importante para mim e se encostar em um fio de cabelo dela, vou me sentir ofendido pessoalmente e não vou pensar duas vezes em defendê-la.

— Você não podia ter feito, isso, Terry. O meu cabelo… agora eu estou horrível! Eu não quero mais ficar aqui, com u vou embora desse lugar, eu vou embora!

— Vá, mas não esqueça de sua dívida. Você tem um mês para pagar e a cada dia, juros diários serão adicionados, Priscila.

Mal termino de falar e ela corre, saindo do escritório.

Não me comovo, pessoas ruins, merecem coisas ruins e pessoas boas como Emília é que merecem minha compaixão.

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