Capítulo 5

POV Emília 

Era tudo tão caótico e eu me sentia muito perdida. Pessoas desconhecidas por todos os lados, brigando e algumas apontando para mim. Em um segundo, me senti dentro de um furacão que não me pertencia.

Sem contar que, eu nunca me aproximei de um homem tanto assim, não sabia o que fazer e sentia sensações que não entendia. Eu não estava confortável, nem um pouco confortável com aquilo.

— Essa roupa é minha! Tire minha roupa agora! — no meio de todas aquelas vozes que me deixavam confusa, ouvi a voz da mulher que estava ajoelhada aos nossos pés. Ela pegou a aba do meu vestido e puxou com força.

Fiquei desesperada, eu já estava me sentindo insegura com aquela roupa que mostrava meu corpo além do que eu estava acostumada. Por um impulso, balancei os meus pés e sem querer, chutei o rosto dela.

— Ah, nossa! Me desculpe! Me desculpe! — me desesperei e pulei do colo de Terry, para socorrê-la. Ela estava com a mão no rosto e choramingando. — Você está bem, por favor me perdoe. Não fiz por mal. Deixe-me ver se machucou?

— Não encoste em mim, vadia! — ela grita e se vira, me dando um tapa na cara. 

Fiquei sem reação na hora, eu só queria ajudar.

— Emília, deixe-a e volte para mim. — ouço Terry dizer e colocar a mão em ombro.

Pego na mão dele e ele me ajuda a levantar e após me puxa novamente para o seu colo. Ele pegou em meu queixo examinou o meu rosto, os seu olhar era tão intenso que me deixava sem reação. Ele virou o meu rosto de um lado para o outro e após disse, se virando para todos:

— Isso já foi longe demais. Eu quero que todos vão embora, pois tenho algo particular a tratar com o meu irmão ingrato e com a minha ex-esposa vadia. Se continuarem aqui eu tenho certeza que as coisas piorarão para vocês.

Todos saíram correndo e em pouco tempo a sala em que estávamos estava vazia, só havia nós, Domingos, eu Terry, a ex dele, o irmão dele e alguns empregados 

Apesar de ainda haver muitas pessoas ali, o ar estava até melhor de respirar.

— Priscila, ela só tentou ajudar você, algo que não merece! E você devolveu a boa vontade dela com um tapa. Olhe o rosto dela, como está vermelho?

— Ela está usando a minha roupa e as minhas jóias, ainda me chutou meu rosto! Você está preocupado com ela e eu? Esse chute com certeza vai me deixar com o olho roxo, ela não é inocente em nada, Terry!

— Eu sinto muito mesmo. — digo, me sentindo culpada.

— Não se desculpe, Emília. Ela mereceu, estava tentando rasgar a sua roupa. Nada que eu dei para Priscila pertence a ela mais, agora é tudo seu.

Balancei minha cabeça em positivo, mesmo não me sentindo confortável com aquela situação.

— E voltando a você, Priscila. Eu quero que peça desculpas agora a Emília.

— Eu não vou pedir! Não vou me humilhar para ninguém!

— Isso é o que vamos ver. Você não tem nada, seus pais são falidos e enquanto tínhamos um relacionamento, você não construiu nada, apenas gastou tudo que podia. Quando sair daqui estará acabada e endividada, mas… eu resolvi dar uma chance a você. Aliás, resolvi dar uma chance de trabalho para vocês dois.

Ele disse e o irmão dele se aproximou, Priscila engoliu as lágrimas e limpou o nariz. Continuei quieta apenas escutando, a sensação de que aquilo tudo não cabia a mim era forte e me dava vontade de correr daquele lugar. Porém, com aquele contrato eu aceitei ser parte daquela situação.

— Eu posso trabalhar na recepção do seu escritório, há muito tempo atrás fiz um cursinho de recepcionista….

— Não! — Terry diz e sua voz soou tão forte que me fez dar um pulo de susto — Você será a nova faxineira dessa casa e irá cuidar especialmente de todos os pedidos da minha nova esposa.

Ela arregala os olhos e olha para mim, eu desvio o meu olhar, pois me sentia muito desconfortável com aquilo.

— Terry, eu não vou me humilhar assim, não vou! — ela grita.

— Ou você se humilha para mim, ou se humilha nas ruas. Quando sair daqui não vou deixar que leve nada dessa casa e todas as contas dessa festa milionária que fizeram irá para você e meu irmão. Sem contar que, se não pagar a dívida, eu posso conseguir que te mandem para a prisão. Acredite, lá irá sofrer ainda mais humilhações.

Ela fica em silêncio e começa a chorar, Bruno se ajoelha e acaricia as costas dela, a consolando.

— Você está pegando muito pesado com ela, Terry. Eu sei que deve estar com raiva por causa da traição, mas será que a sua vingança não está passando dos limites? Você é rico e o valor dessa festa e dos prejuízos não é nada para você, porque só não nos deixem em paz.

— Não, Bruno… as coisas não funcionam assim. No mundo, há dois pesos e duas medidas e entender isso é o que me fez ficar rico. Fui um homem generoso para vocês, mas isso não significa que eu não posso ser um carrasco. A dívida vai continuar e ou vocês pagam trabalhando para mim, ou pagam na prisão.

— Certo, nós aceitamos, mas mamãe vai ficar sabendo disso.

Terry fica em silêncio por alguns instantes, até que diz:

— Já que aceitam, podem começar no trabalho e antes de tudo, já que Priscila não quer pedir desculpas para Emília, acho justo que ela ganhe um tapa também. Mas como não quero que Emília machuque suas mãos delicadas, faça isso Bruno. Faça isso por ela.

Eles olharam abismados para Terry, até eu olhei para ele. Seus olhos estavam frios, era algo que dava para sentir no ar. Aquelas duas pessoas estavam totalmente a mercê dele.

Bruno hesitou, e Terry apenas olhou para a porta. Indicando que era isso ou eles estavam expulsos e a mercê do destino fora dali.

Então, aconteceu. Ele deu um tapa no rosto de Priscila, deu até para ouvir o gemido dela e as lágrimas rolando.

Meu coração ficou apertado e comecei a sentir pena dela. Agora, eu me sentia insegura, com o homem que acabei de me casar. Do que mais ele seria capaz? Será que ele seria capaz de me machucar?

Ele acenou para os empregados, que entregaram materiais de limpeza para os dois derrotados que estavam na nossa frente, e após, Terry guiou a cadeiras de rodas para o elevador da casa, me levando com ele em seu colo.

Subimos e chegamos no quarto. Ele me deixou lá e disse que era para eu ficar confortável, tomar um banho fazer o que quisesse. Após ele saiu e me deixou sozinha lá.

Respirei fundo e me perguntei se eu tinha feito a coisa certa. Será que valia a pena participar disso, da humilhação de pessoas que não podiam se defender para recuperar minhas lembranças? Eu era egoísta em concordar com isso? E se minhas lembranças não fossem tão boas assim, como eu me sentiria depois disso?

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Comments

Maria Silva

Maria Silva

ela tem que ficar esperta. A Priscila vai aprontar com ela e o irmão vai tentar abusar dela ela tem que se proteger de todos e não ter medo de falar pra ele e pedir pra ele não deixar que a ex maltrate ela

2025-03-18

7

Fátima Ribeiro

Fátima Ribeiro

acho muito arriscado mantê-los na casa.
conhecem tudo sobre ele e a casa. a Emília não sabe de nada, nem quem é...

2025-03-26

0

Andréa Debossan

Andréa Debossan

Ele não fez a coisa certa não é uma boa ideia colocar esses dois na mesma casa que a Emília eles vão aprontar com a pobre coitada que não tem nada a ver com isso

2025-03-19

1

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