Capítulo 7

POV Terry 

A todo momento a minha vontade de estrangular minha ex-mulher, só aumenta. Pensar que estou sendo cruel em obrigá-la a lavar banheiros, não é a verdade, não condiz com a minha verdadeira vontade.

De pé, enquanto olho para a cidade através da parede de vidro do meu escritório, Domingos aparece.

— Você ainda está se recuperando, Terry, lembre-se.

— Não me aborreça.

— Como está indo o plano?

— Não está como eu imaginava. 

— Você não pode acertar sempre sobre as pessoas. Aliás, os últimos acontecimentos mostram que você é bom com números e não com pessoas.

— Mas eu esperava ter acertado dessa vez. Ela morava nas ruas e me tirou daquele carro em chamas. Esperava que ela fosse forte e briguenta. Que fizesse da vida de Priscila um inferno, enquanto eu estivesse fora.

— Esperava que ela se corrompesse com seu dinheiro.

— Estou errado em esperar? Mas não é o que tenho visto. Em menos de 24h, Priscila já conseguiu dar um tapa na cara dela e ainda derrubou suco na roupa dela por maldade. Priscila tem me mostrado que ela não é apenas uma traidora, ela também é uma mulher maldosa. Já Emília, parece assustada, parece mais que ela quer fugir da minha casa do que tomar posse do poder que estou dando a ela.

Domingos sorriu e balançou a cabeça em negativo. Parecia estar se divertindo com a minha situação.

— Você pagou por uma borralheira e ganhou uma princesa. Ironias da vida, meu amigo.

— Ela não é uma princesa, mas temo que não tenha sido a minha melhor escolha. Eu estava olhando pelas câmeras e Priscila tomou as jóias dela e ela permitiu. Que ódio dessa mulher!

— Talvez seja melhor trocar de esposa, escolha alguém de algum outro lugar. Uma prostituta, quem sabe?

Eu e Domingos, nos encaramos por alguns segundos e após pensar, declinei de sua proposta.

— Vamos lá, Terry. Eu não acho que essa garota seja fraca, eu fiquei pensando sobre isso e na verdade pensei que ela é muito esperta. Se eu fosse uma garota em situação de rua, também me vestiria como ela estava e ficaria o mais repugnante possível para que ninguém com más intenções se aproximasse de mim. Eu penso que ela tem muito potencial, só me parece perdida. Talvez até o destino te deu uma chance para recomeçar, só precisa ser paciente com ela e não estragar tudo.

— O que você está falando, Domingos? Eu não vou me casar com uma moradora de rua. 

— Legalmente você já se casou com uma.

— Isso é temporário.

— Veremos… porém, eu penso que existe uma outra solução para o seu plano. A sua mãe.

— Ah, isso não… A minha mãe não vai só tornar a vida de Priscila um inferno, ela vai tornar a minha também.

— Só porque ela vai dizer para você que esteve certa o tempo todo sobre Priscila?

— Domingos, você é meu amigo ou não é? Vamos, vamos comigo comprar uma coisa.

Eu estava pensativo sobre os meus próximos passos, as coisas não estavam saindo como eu queria.

Após ir a loja de eletrônicos, fui direto para casa. Encontrei Emília sentada no banco embaixo da árvore do jardim. Ela olhava para o nada, com o seu olhar perdido. Talvez Domingos tenha razão, ela me parece estar muito perdida.

— Se quiser, eu chamo a senhora Emília. — disse o motorista, enquanto estávamos parados apenas a olhando de longe.

— Deixe, eu mesmo faço isso. — digo e saio do carro, na cadeira motorizada vou até ela.

— O que está fazendo aqui?! Não tem nada dentro da casa que te interesse?

— Ah, oi Terry. — ela diz, surpresa ao me ver — Eu gosto daqui, eu gosto desse lugar. Pensar me distrai.

— Certo. Você já almoçou?

Ela acena em negativo, algo que me incomoda um pouco.

— Ninguém te ofereceu almoço? Onde está Priscila?

— Ah! Não se importe com isso, eu como pouco e estou bem. Não brigue com a Priscila novamente. Não a machuque por minha causa.

Engoli em seco, um pouco desgostoso. Eu não sou o vilão dessa história, mas ela falou como se eu parecesse o vilão.

— Venha para dentro de casa comigo, vou pedir para fazerem hambúrgueres para você.

Ela ficou parada, me observando e após algum tempo, acenou brevemente.

Seguimos em silêncio e enquanto preparavam os hambúrgueres dela, pedi que fosse comigo ao meu escritório.

O motorista já havia deixado o pacote na mesa e pedi para ela se aproximar.

— Comprei algo para você. — digo e entrego a ela.

Ela fica um pouco sem jeito e após diz:

— Posso perguntar o que é?

— Abra.

Um pouco hesitante, ela abriu e observou o laptop novo.

— Me dê aqui, vou te ensinar a mexer. — digo e ela vem até mim e coloca o laptop na minha frente. — Você tem um e-mail? — pergunto e ela acena em negativo, abaixando e olhando a tela com curiosidade. Seu rosto estava muito próximo ao meu e o cheiro de seus cabelos faziam cócegas em meu nariz. 

Fiz as configurações que precisava e após, comecei a lhe mostrar algumas funções básicas.

— Você entendeu como funciona? — pergunto, olhando para o rosto dela, que estava muito próximo ao meu. Seus olhos grandes olharam de volta para mim e graciosamente suas bochechas viraram. Involuntariamente senti meu corpo relaxar um pouco, era como se só com o olhar ela conseguisse me acalmar.

— Eu acho que sei usar, posso tentar? — ela diz parecendo um pouco animada, algo que me fez respirar fundo, pela primeira vez ela parecia feliz com alguma coisa.

Ela jogou os cabelos para o lado, fazendo-os bater na minha cara. Um pouco atrapalhado tirei seus cabelos do meu rosto, vendo-a mexer no laptop.

Seus dedos digitando eram rápidos e ela não parecia que acabou de mexer em um laptop agora.

— Eu aprendi! Foi fácil, está vendo? — ela comemorou e sorriu. Deus, era o sorriso mais encantador que já vi na vida, fiquei até sem palavras.

— É… eu acho que aprendeu rápido demais... — digo, um pouco desconcertado. — Você disse que queria se lembrar de alguém ou algo assim… Enfim, não me interessa. Mas prometi te ajudar, então você pode encontrar o que quer na internet, sabe…

— Sim! É verdade! Eu posso sim! Muito obrigada! — me surpreendendo, ela pulou em meu pescoço para me abraçar, a cadeira não estava travada e as rodas giraram para trás, ela se desequilibrou e caiu em cima de mim. E por impulso a segurei, sem ver onde minha mão estava.

Só vi que o rosto daquela mulher estava vermelho como um pimentão e ela escondeu seu rosto em meu pescoço. Nesse momento percebi que estava apertando algo macio e firme e acho que essa não era a hora de estar apertando a bunda dela.

Respirei fundo e devagar, até dizer:

— Ei, assim você vai me provocar. Não coloquei no contrato que eu não posso ficar…

Ela voltou a olhar em meu rosto, com curiosidade.

Nossos rostos estavam tão próximos e ela não parecia saber o que eu estava dizendo.

— Lembre-se sobre o contrato, você não pode me obrigar a exercer minhas obrigações como marido.

— Humm?! — ela grunhe, ainda confusa.

— Você está me obrigando a ser seu marido, agora. — digo e um pouco atrevido, aperto a sua bunda, onde minha mão já estava. Imediatamente ela pula de meu colo e acho que entendeu bem o que eu queria falar.

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Comments

Maria Silva

Maria Silva

se ele quer usar ela pra se vingar da ex ele tem que falar pra ela como deve se comportar e reagir toda vez que a ex provocar ela e ela tem que falar pra ele que não vai usar roupas da ex usadas e que não sabe o que essas roupas tem e ela tem que pedir pra ele investigar a vida dela pra saber o que aconteceu com ela

2025-03-18

6

Andréa Debossan

Andréa Debossan

tbmm acho que ele tem que explicar a ela que quer que ela seja forte e rebata td que fizerem com ela

2025-03-19

0

Cleide Almeida

Cleide Almeida

Terry vc tem q ensinar a Emília ser mais confiante cm ela mesma e ñ se deixar ser humilhada por ninguém

2024-11-19

4

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