POV Terry
— Tudo que é incompreensível, causa medo. Você olha para água escura e se pergunta o que pode ter lá no fundo. Podem ter coisas maravilhosas, ou podem ter coisas que podem te machucar. É como a vida, sabe? Tem muitos perigos ocultos e nunca estamos totalmente certos sobre nada, mas se você nunca mergulhar, nunca vai saber se tem algo bom também. — digo, pensativo.
Emilia me olha em silêncio por alguns segundos e após se aproxima dizendo:
— Você está muito triste, não é?
— Eu? — digo dando um sorriso irônico — Eu só bebi whisky um pouco demais.
— Nunca conversamos de verdade, mas se você se abrir eu posso tentar te ajudar.
— Sente-se aqui. — digo, dando um tapa em minha coxa. Ela ficou hesitante, mas acabou se sentando. Peguei em seu queixo e observei bem o seu rosto, quem poderia imaginar que por trás de toda aquela sujeira e em volta desses olhos grandes existiria beleza? Respiro fundo e digo — Você já está me ajudando…
Nos olhamos por alguns segundos, dessa vez ela não ficou envergonhada, apenas ficou me olhando, seriamente.
— Terry, acho que essa vingança não faz bem a você. Antes pensava que era um homem mau, mas agora penso que só está magoado. Você não está tornando somente a vida do seu irmão e da sua ex mulher ruim, você está vivendo um inferno junto com eles.
Sorrio e ela afasta o rosto um pouco, acho que meu sorriso não foi um sorriso convidativo, talvez demonstrei um pouco da escuridão do meu coração naquele momento.
— Eu sei Emília e eu quero ficar no inferno com eles. Quero vê-los sofrerem e verem que todo homem bom, tem um lado que ninguém gostaria de ver. Mas, não se preocupe, não quero que sofra no meu inferno, eu vou proteger você. Mas se mesmo assim não quiser mais continuar nesse contrato, é só me dizer. Eu vou garantir que você nunca mais volte para as ruas, aquele lugar não combina nem um pouco com você.
Continuamos nos olhando por alguns segundos, cada palavra foi sincera, foi do fundo do meu coração. Eu não tenho a intenção de jogar alguém que me salvou, de volta para a rua. E a cada dia, ela demonstra que é digna da minha generosidade.
Emília de repente abraçou meu pescoço e encostou a cabeça em meu ombro. Foi estranho por um segundo, sua aproximação foi carinhosa e não parecia estar assustada como antes.
— Eu não quero ir embora. Quero ficar no seu inferno com você e um dia eu vou te tirar de lá.
Acariciei o seu braço levemente, foi a coisa mais doce que já ouvi. Emília era realmente como um anjo que veio me salvar.
Abracei sua cintura e encostei minha cabeça em seu ombro. Ficamos assim por muito tempo, apenas trocando palavras que não podíamos dizer. Ela, com os seus mistérios e eu com a minha frustração por ter perdido tanto tempo com a pessoa errada, por me sentir humilhado pela traição bem embaixo do meu nariz, por me sentir um idiota ao ser generoso com quem não merecia. É por isso que não posso esquecer essa vingança, não sei se posso me sentir confiante novamente para amar, sempre me lembrando que não fiz nada contra quem está me fazendo sofrer.
Fomos embora e já era bem tarde. Emília acabou adormecendo e eu levei em meu colo até a cama. Quando a coloquei na cama, ela acabou acordando.
— Já chegamos? — ela pergunta perdida.
— Já que acordou, acho melhor ir tomar um banho e vestir algo mais confortável. — digo, como sugestão.
— Sim, é verdade. — ela diz e sente o cheiro das axilas. O que me faz sorrir, não estava fedendo, só pensei que se sentiria mais confortável.
— Certo, eu vou te deixar a vontade para que não sinta vergonha. Vou tomar banho no outro quarto. — digo, me afastando.
— Terry, espere! — ela me chama e paro, para olha-la — Você quer ajuda? Sabe, eu nunca perguntei, porque sinto vergonha. Mas você ainda deve estar machucado e não deve ser fácil tomar banho na cadeira de rodas.
Penso um pouco e após digo:
— Você quer me dar banho?
— Oh! Bem… não sei. Você vai ficar nu? — ela diz, com as bochechas enrubescendo aos poucos.
— Com certeza eu vou ficar nu e talvez não consiga ficar quieto com uma mulher tocando o meu corpo.
Ela coloca as mãos no rosto e eu começo a sorrir, confesso que acho engraçado e fofo, quando ela fica envergonhada.
— Preocupa-se com você, Emília. Eu sei me virar. — digo e saio do quarto.
Após me arrumar, volto para o quarto, Emília já estava deitada e o cheiro fresco de banho exalava por todo ambiente.
Peguei um travesseiro lentamente para não a acordar, e após me dirigi para o sofá. Assim que joguei o travesseiro no sofá, ouvi:
— Terry, eu estava esperando você. — olho para cama e Emília estava sentada, com o rosto sonolento, mas se forçava a se manter acordada. — Sabe o que é? — ela diz desviando o olhar — Acho que não é justo que durma no sofá, a cama é grande e você pode dormir aqui.
Olhei para ela, por alguns segundos, já ia recusar, até que disse:
— Ou você vem ou sou que irei dormir no sofá. Eu estou mais acostumada a dormir desconfortável do que você.
Olhei um pouco para o sofá, pensativo. Realmente estava sendo uma droga dormir naquele sofá.
Peguei o travesseiro e fui para a cama, coloquei o travesseiro no meu lugar, enquanto Emília me observava. Apoiei meu braço na cama e fiz força para sair da cadeira de rodas e após colocar cada perna na cama, me deitei.
Ela me observou por todo tempo, em silêncio. Eu esperava que ficasse com vergonha, mas estava séria.
— Terry, dói muito? — ela diz, olhando para o meu abdômen enfaixado.
— Ah, é isso digo, abrindo mais os botões da camisa, deixando-o ver. — Dói só as vezes, mas é suportável.
Ela toca nas faixas e pergunta:
— Você se machucou muito e nunca mais vai andar? — ela diz preocupada e era um olhar que nunca tive de ninguém. Sempre fui o mais forte que cuidava de todos e nunca tive isso. Ela não me deu um olhar de pena, mas sim um olhar de preocupação.
— Eu não sei se voltarei a andar. Isso é um problema para você? — minto, desviando o olhar.
— Problema algum, acho que você de pé deve ser bem alto e enquanto estiver na cadeira de rodas eu sou a mais alta! E sabe o que dizem? Os mais baixos sempre obedecem aos mais altos. — ela responde em um tom divertido.
— Eu nunca ouvi dizerem isso.
— Mentira! É claro que já ouviu!
— Não, eu nunca ouvi, porém deitado, eu sou o mais alto e você tem que me obedecer.
— Não! Você está errado, deitado ninguém é mais alto.
— É sim e eu sou o mais alto. E a minha ordem é que você pare de tagarelar e vá dormir, Emília.
Sorrio e a empurro, para se deitar na cama. Não passa muito tempo e ela adormece. Sendo um pouco atrevido eu a puxo, acomodando sua cabeça em meu braço e assim também adormeço.
Pela manhã, acordo, com a luz do sol cegando a minha visão.
Esfrego meu olho e aos poucos consigo enxergar com clareza, vendo uma raivosa Priscila de pé em frente a cama.
Olho para o seu rosto e lágrimas caiam de seus olhos, eu sabia que eram lágrimas reais. Pensei que há pouco tempo atrás essas lágrimas amoleceriam meu coração, mas agora eu não sinto nada.
Olho para Emília, deitada em meus braços e vejo que havia acordado também. Por impulso beijo sua boca e dessa vez, ela não me empurra.
Deslizo minha mão pela cintura dela e a puxo para mais perto, continuamos nos beijando e vou me perdendo de pouco em pouco, cada vez mais envolvido pela sensação de seus lábios delicados e a sensação de acariciar seu corpo.
Puxo a perna dela, aperto sua bunda, beijo o seu pescoço ficando mais e mais louco por senti-la.
— Terry… — ouço sua voz baixa, me chamando, mas ignoro, apertando sua cintura e lhe puxando para mim. — Terry, ela já foi embora.
— Ótimo! — digo, a beijando novamente e mordendo seus lábios deliciosos.
— Terry, já pode parar de fingir, ela foi embora. — Emília diz, batendo em meu ombro, me fazendo parar um pouco e olhar em seu rosto — Já pode parar de fingir. — ela diz novamente.
— Fingir?? — pergunto confuso.
— É, você está fingindo, não é?
— Fingindo… — digo, com minha respiração pesada e com a mão cheia, apertando sua bunda… — Podemos fingir mais um pouco?
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Adna Almeida
Ainda bem que não sente nada. Aprendeu com a traição dos dois escrotos.
2025-03-05
4
Andréa Debossan
/Joyful//Joyful//Joyful//Joyful//Joyful//Joyful//Joyful/Que fingimento bom /Joyful//Joyful//Joyful//Joyful//Joyful/
2025-03-19
0
M Eneas Alves
Terry vai se apaixonar por Emília e vai se vingar de quem fez mal para Emília.
2025-03-26
0