Amor e prazer

As semanas seguintes passam entre um encontro escondido aqui, um

beijo roubado ali e Regina notando algo estranho no comportamento

de ambos.

Ela sempre busca uma brecha para ver onde os dois estão, como

também sempre tenta de alguma forma, se aproximar de Lucas.

Na

sexta-feira, antes de ir embora, o gerente pediu a Ana que revisasse

mais dois documentos, o gerente sempre é o último a sair, se ele a

pediu esse favor é porque está sobrecarregado.

Ela abriu a caixinha e a música ecoou no ambiente, dando início ao

trabalho que em menos de uma hora terminou. Regina ouviu essa melodia antes de sair. Como sua moto está na oficina, desde a semana seguinte do seu

encontro com Lucas no quiosque, ela está indo de carona com o

mesmo para casa, claro que o rapaz não pode esperar na empresa, então sempre após o expediente estaciona o carro em uma rua por trás

da empresa.

Regina a questionou sobre sua moto e até ofereceu carona

no início, mas Ana disse que uma amiga iria lhe buscar.

Nessa noite Lucas decide fazer um trajeto diferente e resolve passar no

mercado para comprar morangos. Ao saírem do mercado, encontram

Regina, a qual fica surpresa em vê-los juntos.

Ela os cumprimenta com um sorriso forçado.

- Olá, que prazer em vê-los!

Em seguida, vê em uma das mãos de Lucas a sacola de morangos, da

mesma forma que vê a outra mão entrelaçada à mão de Ana. Ela não

poderia ter visto cena pior, Lucas a cumprimenta educadamente e Ana

lhe dá um sorriso. Por Deus, como queria tirar aquele sorriso aos

tapas, mas não iria fazer um show na frente do rapaz, muito menos

sujar suas mãos com alguém tão insignificante como esta.

- Eu não esperava que vocês formariam um casal. Realmente, estou surpresa.

- Não faz muito tempo – diz Lucas educadamente – bem, nós temos

que ir agora, se não se importa.

Com um “boa noite” o casal deixa para trás uma furiosa e vingativa

Regina.

Ao entrar no carro, Lucas percebe a mudança de Ana.

- Está tudo bem?

- ... Bem, não quero que saibam sobre nós, pelo menos, não agora. Você

entende?

- Claro, é tudo muito recente. Também quero esse momento só para nós dois.

Ele pega em sua mão e lhe beija carinhosamente.

- Vamos, tenho que guardar esses morangos.

A preocupação de Ana são as fofocas e inveja que iria recair sobre

ambos, estando ainda tão recente. Sabendo da malícia de Regina, essa

foi a pior descoberta que pôde haver.

Ele dá partida e segue para o seu apartamento, guarda os morangos na

geladeira e senta-se ao lado de Ana no sofá. Notando que ainda está

apreensiva, o rapaz tenta acalmá-la, aconchegando em seus braços.

- Quer tomar um banho? - pergunta ele.

- Não tenho outra roupa.

Lucas, sem dizer uma palavra, levanta-se e segue pelo corredor, ao

voltar lhe mostra uma muda de roupas que cabem perfeitamente em

Ana. Ela o olha surpresa.

- Bem... pensei que você poderia precisar algum dia.

Ana sorri descrente e o abraça, segue para o banheiro e observa que há

loções abertas e fechadas de diferentes marcas, um dos produtos é o

que ela costuma usar. Ela cheira todos os que estão abertos e resolve

usar um após o banho.

A água fria começa a escorrer sobre seu corpo e sua pele a ficar

perfumada por uma espuma de banho que tem um leve cheiro de

rosas.

Estando pronta, perfuma-se com a loção e a roupa que Lucas lhe comprou cai

como uma luva, ele obviamente observou perfeitamente seu corpo.

Se dirige para a sala, mas não o encontra, logo ouve um barulho vindo

de um dos quartos e nota que a porta está aberta. Decide ir ao local e

vê Lucas tentando pegar algo atrás da cabeceira da cama, então lhe

pergunta o motivo da procura.

- É uma luminária que minha mãe me deu. Gostaria que estivesse

intacta – diz enquanto tenta alcançá-la. Até que depois de algum

esforço, finalmente consegue.

Ele agradece por não ter quebrado, devido a algumas almofadas

esparramadas ali. Ao ver o pequeno objeto, Ana se encanta, é belíssimo. Essa flor azul a

faz lembrar de uma história de amor em que no final o rapaz não

consegue ficar com a pessoa que ama, apesar de expressar um amor

lindo durante todo o percurso, essa história é um pouco triste para Ana.

Lucas a olha com atenção e nota que a roupa lhe coube bem, ele se

aproxima e olha no fundo dos olhos de Ana, o coração de ambos

começa a bater desgovernado.

Que sensação maravilhosa é estar perto

dessa mulher, ela é esplêndida.

Seu toque é suave, seu sorriso é meigo e cheio de luz, seu olhar é

cativante, tudo em si chama sua atenção e o convida para explorar

cada canto do seu corpo.

Ana tem ido ao seu apartamento algumas vezes, mas essa é a primeira vez que

entra em seu quarto. A janela está aberta e o vento frio está indo de encontro à pele de

ambos os fazendo arrepiar, Lucas percebe o leve desconforto e se

afasta para fechar.

Retornando, não demora muito e toma os lábios de Ana, pressiona

cada vez mais a cintura alheia e a puxa para si, Ana por sua vez envolve o

pescoço de Lucas em seus braços sentindo seus ombros

largos e entrelaçando seus dedos nos cabelos negros feito a noite. Lucas desce em

beijos molhados ao pescoço de Ana mordiscando sua pele clara, deixando marcas que provavelmente irá demorar para sair.

Ele inspira profundamente o perfume deixado pela loção e a vontade

de permanecer ali para tomar por completo aquele corpo cresce cada

vez mais. O clima é de puro desejo. Ao dar seu último beijo molhado no pescoço

de Ana, ele para.

- Eu... Eu vou tomar um banho.

Um sorriso nos lábios de ambos aparece e ele segue em direção ao banheiro, o

mais rápido que pode para esconder o volume visivelmente grande coberto

pelo tecido de sua calça jeans.

Após terminar seu banho, não encontra Ana em seu quarto, então

segue para a sala, ela está assistindo TV. O rapaz senta-se ao seu

lado a aconchegando em seus braços.

- Que tal alguns morangos? - ela sugere.

- Boa ideia.

Tendo algo em mente, Ana pega um

morango, põe em sua boca e oferece ao rapaz para comer.

Ele o faz, então ela captura os lábios de Lucas em um beijo calmo, mas logo se torna necessitado e cheio de desejo.

As mãos de Lucas vaga pelo corpo esculpido de Ana, a mesma se entrega ao

momento sentando no colo do rapaz.

- Fez isso de propósito não foi? - ele questiona ofegante.

- Precisava de uma estratégia.

Já não tem como negar o desejo de ir além.

Após a falta de ar se fazer presente, separaram-se por um momento, o

olhar de ambos exala luxúria.

- Vamos para o quarto – Lucas diz, sentindo-se inebriado de

excitação. Seus lábios vermelhos, seu cabelo negro caindo sobre os olhos e o

desejo estampado em seus olhos. Um verdadeiro pecado.

Recebendo a afirmação, ele a pega no colo segurando-a pelas coxas e

entra em seu quarto depositando-a delicadamente em sua cama.

Em meio a um sorriso, inicia-se um beijo intenso, logo após, Lucas

desce novamente para o pescoço já marcado e deixa novamente beijos

molhados e pequenas mordidas ali. A pele macia de Ana o deixa louco

de prazer.

A blusa e a calça da moça são retiradas e Lucas começa uma sessão de

beijos e apertos na cintura, coxas e nádegas de Ana, a fazendo soltar

alguns gemidos e sua respiração fica descompassada. Ele para por um

momento e tira sua própria roupa, deixando apenas a peça íntima.

Ana

olha cada detalhe, seu corpo é perfeito, ao tocá-lo sente seus músculos

definidos e não pôde deixar de notar o grande volume sob a fina

camada de tecido que ainda resta em seu corpo.

Ele é incrivelmente grande.

Lucas pega uma das mãos de Ana e desliza sobre seu tórax até seu

abdômen, o rapaz deita novamente sobre Ana e a beija enquanto retira

as últimas peças de roupas em ambos. Há um encaixe perfeito, que aparenta ser um conhecimento único um do outro, como se já tivessem feito isso há anos. Não parece ser novidade para nenhum.

Lucas tem todo o cuidado para não machucar Ana. O prazer inunda os corpos

conectados, a cama tem espaço suficiente e é explorada pelo casal que deixam

os gemidos de prazer ecoar no quarto de meia luz. Os gemidos de Ana são músicas para seus ouvidos e o deixa cada vez

mais excitado. Ao perceber que está quase chegando ao seu limite, vira Ana de frente e a penetra novamente, cada vez mais profundo e

mais rápido quando finalmente chegam ao ápice juntos.

Neste momento os gemidos foram mais fortes e demorados, Lucas demorou um pouco até deitar-se ao seu lado, ele a puxa para si e a

deita sobre seu peito.

- Estou tão feliz agora - ele diz.

- Eu também - ela o olha - como nunca estive.

Lucas beija sua testa e a aperta mais em seus braços, ficando assim por

determinado tempo.

Trocando carícias e declarações de amor até Ana levantar-se enrolada em um

lençol e seguir para o banheiro a fim de banhar-se. Enquanto Lucas troca seus

lençóis e logo depois acompanha Ana para banhar-se juntos.

Mais uma vez os dois corpos se conectam e a única coisa que se ouve, é gemidos e o barulho dos dois chocando-se como se não

houvesse amanhã. O prazer acumulado foi liberado nessa noite e os

dois poderiam se sentir satisfeitos depois de horas prazerosas. Lucas, apesar de ser muito carinhoso, não pode deixar de marcar ainda mais

sua Ana com algumas mordidas em seus lábios e pescoço, acompanhadas de tapas e apertos em suas nádegas para lembrá-la de

que agora em diante só ele poderá tocar nesse corpo, a possessividade

com que aperta o quadril alheio já é um breve aviso disso.

Ele é quente e

carinhoso, selvagem e cuidadoso.

Enlouquecendo Ana a cada investida e a cada

palavra solta em seu ouvido.

Assim como Ana deixa marcas em seus braços e nuca na intenção de

descontar a pressão do prazer em seu corpo que Lucas lhe proporciona

em cada minuto.

Saindo do banho, Ana veste-se com suas roupas do trabalho e ao

chegar na sala, Lucas pede para que se sente ao seu lado. O rapaz põe

suas mãos sobre as de Ana e fala:

- Eu não sei como isso surgiu, mas de verdade, eu quero isso pra mim. Eu quero você pra mim Ana. Isso não foi apenas sexo.

Ana tem a sensação de que a qualquer momento pudesse acordar desse sonho, então aperta um pouco mais as mãos daquele a quem se entregou de corpo e alma.

- Após um momento de silêncio, Lucas pergunta-lhe:

-Você quer namorar comigo?

Ana imediatamente lhe dá seu melhor sorriso e aceita seu pedido, selando os seus lábios nos do outro rapidamente e abraçando-o

apertado.

- Irei à sua casa falar com sua mãe.

- Sim, claro.

Ana não poderia ter alguém melhor. O quanto o ama e como

sua primeira noite de amor foi especial. Após muitas carícias e declarações, seguiram para a casa de Ana e

Lucas cumprimenta brevemente sua mãe, Rose já sabe que algo

acontece entre eles e espera ansiosamente o anúncio do namoro. Ao entrar, sua filha não demora em conversar.

- Mãe, este é Lucas.

- Olá, novamente rapaz.

- Sra. Vim pedir a mão de sua filha em namoro.

- Nos tempos de hoje, isso é raro.

- Eu desejo estar com Ana e gostaria muito da sua benção .

- Meu rapaz, eu já sabia.

- Como? – pergunta Ana.

- Eu não nasci ontem querida, o amor realmente está no ar. É claro que

vocês tem a minha benção.

- Mãe, você é a melhor.

Rose o tinha visto algumas vezes, durante as “corridas” dos dois e

pareceu um bom menino.

Enquanto Ana sobe para o seu quarto e troca de roupa para dormir, Rose aproveita para pesquisar o que fazer para o almoço e sobremesa

no dia seguinte.

A noite tranquila passa depressa, os primeiros raios de sol aparecem e

com eles os cantos dos pássaros que podem ser ouvidos à distância na

extensão da rua tranquila de Ana. Ansiosa pela chegada de seu

namorado, não consegue mais dormir, trata de tomar um banho e

desce para a cozinha, fazer o seu suco de maçã acompanhado de

alguns biscoitos.

Após uma hora, sua mãe acorda e a encontra sentada no sofá lendo um

livro, lhe dá um beijo e senta-se ao lado.

- Então hoje é o grande dia.

- Sim, ele já me enviou uma mensagem, disse que vai trazer algumas

coisas para complementar – falou toda boba.

- O amor é lindo.

- Mãe! – ela sabe como deixá-la com vergonha.

Alguns minutos depois, Ana prepara o café para sua mãe e seguem

para o mercado comprar os ingredientes. Ao voltar, limpa toda a casa

e ajuda Rose a preparar os pratos.

Por outro lado, Lucas levantou-se cedo e resolveu correr um pouco para descarregar a energia acumulada pela ansiedade. Por volta das oito horas da manhã, mandou uma mensagem para seu

amigo ir ao seu apartamento lhe ajudar a escolher uma roupa adequada

e um presente para a sogra, seu amigo sorri da situação, pois nunca o

viu tenso dessa maneira.

Quarenta minutos depois Lucas recebe a visita e após bebericar um

pouco de café, iniciam uma sessão de combinações nas roupas do

jovem.

- Você precisa se acalmar, seu nervosismo está estampado em sua

cara.

- Tenho receio de não parecer alguém correto para Ana.

- Cara, você está se ouvindo? Olha só, não foque em ser o genro

perfeito, ninguém é. Apenas mostre o quanto ama sua namorada e está

disposto a fazer dar certo.

- Obrigado. Vou tentar lembrar disso.

- Vamos lá, me mostre sua próxima coleção.

Após sua escolha, os dois foram ao shopping e dentre todas as opções

decidem levar um colar de prata com um pingente de rubi, simples e

elegante. Ao voltar para o seu apartamento, são quase onze e meia e Lucas corre

para se preparar. Em vinte minutos está pronto e saindo em seguida, agradecendo, se despede do amigo partindo rapidamente para a casa

de Ana.

No meio do caminho Ana lhe envia uma mensagem e o

mesmo diz estar chegando. Após tocar a campainha da casa de sua namorada, é recebido com um

beijo e um abraço apertado pela mesma, ouvindo sua amada dizer

baixinho que sua mãe está ansiosa para vê-lo.

Ele aperta um pouco o

presente em suas mãos e entra, é recebido com um sorriso largo de sua

sogra que não se demora em abraçá-lo e pegá-lo para sentar no sofá e

iniciar uma conversa, o almoço já está posto à mesa e Ana lhe busca

um copo d'água, parecendo notar o nervosismo do rapaz. Ele estende o

presente para a sogra e a mesma se encanta com o que vê.

- Oh, meu querido, não precisava gastar comigo.

- Faço questão Sra. Rose.

- Por favor me chame de sogra, apenas.

- É lindíssimo, mãe, deixe-me colocar – Ana pede.

Realmente, o charme da peça é único.

- Bem, vamos almoçar. Fiz muita comida gostosa.

A tarde passou rápida, entre muita conversa e comida.

- Estou ansiosa para conhecer sua família Lucas.

- Eles são tão bons quanto eu sogra. Vocês vão gostar, tenho certeza.

Já é hora de voltar, tornando a despedida triste, mas necessária.

- Sogra foi um prazer conhecê-la – ele estende a mão e ela o puxa

para um abraço.

- Meu filho, que fique claro que sou mais do que uma sogra.

- Obrigado – devolve o abraço.

“Ana tem a quem puxar sua doçura” – ele pensa.

Voltando-se para Ana, eles se entre olham e se afastam para fora da

casa. Lucas irá falar com sua família e marcar para conhecer sua namorada.

- Bem, agora é sua vez sentir-se nervosa e sem graça diante da minha

família.

- Já estou – sorriu e lhe abraçou.

- Mas não precisa, meus pais e meu irmão são tão bacanas quanto sua

mãe.

- Que bom. Tirando por você, aposto que são mesmo.

Um beijo de despedida se inicia. Assim que sai da casa de Ana, Lucas vai em direção à casa de seus

pais e é recebido por seu pai, que se encontra embriagado devido às várias

doses de whisky.

- Pai – diz surpreso por seu estado. Ele o ajuda a apoiar-se enquanto o leva

para a sala.

- Eu estava ocupada e não deu tempo de ir atender. Deixe comigo, sente-se aí.

- Eu ajudo mãe.

- vamos levá-lo para o quarto.

Ao retornar, sua mãe lhe conta que a relação entre ele e seu irmão não

está nada bem.

- Seu irmão anda agressivo, sem paciência, não mede palavras para

falar com seu pai. Qualquer assunto relacionado à empresa, termina

em discussão. Seu pai já tem uma idade avançada, se entristece com

frequência com essa situação e vê na bebida uma forma de apaziguar o

desgosto, que as palavras duras de Leonardo lhe fazem sentir.

O rapaz fica indignado com essa informação e decide falar com seu

irmão assim que o encontrar.

- Filho, calma. Isso é uma fase.

- Eu nunca levantei a voz para nenhum de vocês dois. Qual o direito

aquele moleque tem em fazer isso? Fase ou não, deve haver respeito.

- Tudo bem, mas prometa que estará de bons ânimos ao falar com ele, sim? Não quero intrigas familiares aqui. Lucas fica em silêncio por um momento.

- Certo mãe. Apenas direi algumas verdades.

- Pensando agora, qual o motivo de sua visita a essa hora?

Lucas respirou fundo e completou.

- Eu estou namorando.

Sua mãe demorou um pouco para processar a informação, mas logo

depois abriu um sorriso.

- Finalmente – levantando-se o abraçou – meu filho quando iremos

conhecê-la?

- Pode ser para a próxima semana?

- Perfeito. Agora, venha tomar um chá com alguns biscoitos comigo.

No dia seguinte, Lucas envia uma mensagem carinhosa para Ana de

bom dia e a mesma lhe envia muitos corações. São sete horas da

manhã e ainda irá passar na casa de seus pais para seguirem rumo à

fazenda. Seus avós costumam acordar às cinco horas da manhã, enquanto a senhora cuida da casa e das galinhas, seu avô cuida do

gado junto a dois serventes. Apesar da idade, os dois são muito ativos

e a saúde de ambos é melhor do que o esperado. Essa é a vida que

sempre quiseram ter, apesar dos pais de ambos nunca terem

concordado com a decisão, já que o pai da moça desejaria que ela

comandasse o império. Ela casou-se cedo e sendo filha única, não quis que a empresa de seus

pais caísse em mãos erradas, vendo que seu filho mais velho gostava

do mundo empresarial, o treinou para ser o sucessor de seu pai.

Teve mais um filho, mas faleceu quando criança devido a um

problema cardíaco. Mais tarde seu neto Leonardo, apresentou

interesse nos negócios e também estudou acompanhando seu pai na

empresa.

São nove horas da manhã, quando Lucas e seus pais chegam na casa

de seus avós. Há bolo, torta, leite da vaca, queijo, biscoitos e café. Lucas sente tanta falta dos tempos em que vivia na fazenda, o leite da

vaca era sagrado todos os dias, assim que chegava da escola e também

quando acordava. O verde do campo, o cheirinho de rosas que sua avó

cultiva ao lado da casa, o barulho das folhas das árvores balançando

com o vento e os cavalos tão brilhantes e tão fortes. Esse é um loop

eterno de recordações.

Lucas come o quanto pode, parece uma criança diante de um bolo de

chocolate. A conversa flui, ele não deixa o colo de sua avó que acaricia seus

cabelos e lhes conta os últimos acontecimentos pelas redondezas. Seu pai sente uma leve dor de cabeça, mas toma um chá feito por sua

avó que o trata como um adolescente desmiolado, mas o enche de

carinhos e lhe diz para não dar muita importância ao que seu neto diz.

Ela o conforta como pode.

Já seu avô volta para casa com muitos

morangos silvestres, Lucas amava se embrenhar nos matos junto à seu

irmão para pegar esses morangos. Lhe entrega uma sacola cheia deles.

- Vô, você é o melhor – pega a sacola e se vê o mesmo adolescente de

antes. Feliz apenas por uma sacola cheia de morangos.

- Como eu poderia deixar escapar isso? Tudo o que você gosta está

aqui.

- Vocês me julgam por mimar esses meninos, mas quem mais mima, está aí, bem diante de vocês. Sua avó diz e todos concordam, exceto seu avô.

O lugar calmo tem um contraste incrível com a cidade grande e a tarde

passou rapidamente. Lucas fala sobre sua namorada e seus avós

resolvem fazer um almoço na fazenda para que eles também a

conheçam.

- Ela deve ser uma boa pessoa – diz sua avó.

- Sim ela é. Linda e incrível.

- Veja, parece nós dois quando mais novos.

Seu avô diz, enquanto guarda alguns litros de leite em um caixote.

- Se namora nosso filho, certamente é uma pessoa maravilhosa – o

orgulho de uma mãe, pode ser sentido à quilômetros.

Chegando a hora de ir embora, seus avós lhes entregam duas caixas. Uma com dois litros de leite da vaca ainda quentinhos e um queijofeito por ela mesma, para Lucas. Para seus pais lhe entregam três litros

de leite e dois queijos.

Após a despedida, a poeira levanta-se à medida que o carro se distancia.

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