Encontros

Durante o percurso, Fernanda, mãe de Lucas, liga avisando que irá lhe fazer

uma visita rápida. São nove e meia da noite, o shopping é caminho do

apartamento de seu filho. Assim que Lucas entra em casa o

interfone toca, imediatamente pede para que a senhora suba. Sua mãe é um tipo de pessoa sensata e tem uma sinceridade sem

rodeios caso alguém precise dela. Seu esposo esteve indisposto por

isso não pôde acompanhá-la.

Ela havia comprado morangos para

Lucas, pois o mesmo ama para

todas as manhãs.

- Que tal irmos ao show que terá aqui perto neste fim de semana? – Lucas pergunta enquanto lava os morangos.

- Uma ótima ideia! Talvez seu pai esteja mais disposto até lá.

- Ele deve descansar mais. Seu tempo na empresa já passou, não há

necessidade de se preocupar com os problemas de lá quando Leonardo

está à frente. Digo o mesmo para a senhora.

- Eu sei, eu sei. Mas, nos preocupamos também com seu irmão. Sabemos que ele

é responsável e sabe lidar com tudo, mas é muita sobrecarga. Não quero que

ele adoeça.

Conversa vai, conversa vem, chega a hora de perguntar sobre sua vida

amorosa, Lucas sempre sorri quando questionado sobre isso, se sente tímido e

ansioso é um assunto pouco explorado por ele mesmo, até

porque sua experiência não foi das melhores anos atrás e ele ainda não

superou isso.

- Mãe, não quero falar sobre isso.

- Porque não? Está na hora de pelo menos conhecer alguém.

- Não vejo dessa forma, aliás, ninguém me interessou o bastante até agora. A

maioria pensa apenas em desfilar com o namorado bonitão e na vida farta que teria ao meu lado. Isso não vale a pena.

- Não seja tão pessimista, nem todas são assim. A filha de Lucinda, por

exemplo, é uma ótima pretendente e você sequer lhe deu uma brecha para uma

conversa no último jantar.

- Não faz meu tipo.

- E quem faz?

- Ainda não descobri. Relaxa mãe, quando descobrir, será a primeira a saber.

- Vocês jovens não se importam mais em formar uma família, só pensam em

trabalho e noitadas.

- Vocês vírgula, esse papel é exclusivo de Leonardo.

- Seu irmão ainda irá me doer o estômago. Estou lhe avisando.

As horas passam e Fernanda resolve voltar para casa, Lucas a leva até o

carro e despedem. Decidido a ver um filme, acaba adormecendo no sofá, no dia seguinte ao

acordar, sonolento tentando enxergar a hora no relógio vê que está atrasado, na verdade muito atrasado. Corre para chegar na empresa o quanto antes.

No

estacionamento da empresa ao dar ré para estacionar, em sua

direção vem Ana em sua moto, ao ouvir o ronco do motor ele olha

para o lado e a moça imediatamente desvia quase caindo, ela para e

vira-se, olhando-o alterada levantando o visor de proteção.

- Você não olha se há alguém passando atrás..

Ao vê-lo, Ana paralisa por alguns segundos, primeiramente ficou

admirada com seus cabelos lisos caídos aos olhos e... óculos? Um

adicional que lhe caiu muito bem. Também notou alguma semelhança entre aquele rapaz de anos atrás e

este agora, absorta nesses pensamentos quase não notou quando Lucas

se desculpou e saiu às pressas para sua sala.

E claro, o gerente muito

sério o chamou a atenção sobre seu atraso.

Ana passou muito tempo pensando nisso e resolveu falar com sua

amiga, por mensagem.

*- Amiga, tive uma estranha sensação do novato ser quem eu havia visto

anos atrás.

- Será? Que tudo. Conversa mais com ele. Descobre algo.

- Se for, ganhei na loteria.

- Olha pra ela, cuidado com as víboras, adoram sangue novo.

- Sei bem... beijo, vou trabalhar.

- Beijo*

O dia se arrastaria hoje. Ao chegar no estacionamento subiu em sua moto com muito pesar e disparou enquanto isso, Lucas se preparava para abrir a porta do carro quando a viu

passar. A seguiu com o olhar e sentiu-se estranhamente atraído por aquela

mulher que nitidamente tem belas curvas e pilota sua moto com muita

destreza. Após perdê-la de vista entrou em seu carro e foi para casa.

Ao chegar, jantou e se preparou para dormir, mas a imagem daquela

mulher continuava em sua mente, o fazendo se perguntar em qual

setor poderia encontrá-la para poder desculpar-se pelo ocorrido. Claro que esse dia não tardou.

No final do expediente do dia seguinte, Lucas vai para o estacionamento e

enquanto se prepara para abrir a porta do carro, Ana chega e o cumprimenta, seu carro está ao lado da moto de Ana.

- Se não nos encontramos dentro da empresa, que seja no estacionamento.

- Costumam dizer que motos são perigosas.

- O perigo faz parte de mim.

Os dois sorriem e Lucas finalmente descobre quem é a mulher que

lhe atraiu no dia anterior criando um breve silêncio entre os dois.

Notando o clima estranho, Ana rapidamente se despede e segue seu caminho

enquanto Lucas

fica pensativo, mas logo se apressa para também ir embora. No caminho para casa Ana decide parar em uma lanchonete, sempre

que pode ela faz essa parada para tomar seu suco de laranja, que para

ela é o melhor da cidade, com alguns biscoitos que carrega em sua

mochila. Ao sentar-se à mesa ouve alguém chamando seu nome a

média distância, ao virar-se para trás viu que era Izabel. Acomodando-se, Izabel lhe pede mais detalhes.

- Acredito que o tenha encontrado, mas não tenho certeza. Será

possível duas pessoas parecerem tanto uma com a outra?

- Muito. Mas, como ele é de fato?

- O homem mais lindo e atraente que já vi. Todas as mulheres da

empresa estão caidinhas por ele.

- Não dê brecha, você o achou primeiro.

Ana a olha com os olhos arregalados por alguns instantes enquanto

sente que seu coração palpitou um pouco mais forte que alguns

segundos atrás.

- Certo. E o que devo fazer? Sempre abordando no estacionamento?

- O que tem demais nisso? Vá na cafeteria também, quem sabe a sorte

não esteja ao seu lado?

Então Izabel sorri e pede para Ana se acalmar. Embora seja uma linda mulher muito inteligente e sensata, ainda assim, não confia em si mesma quando o assunto é relacionamento, pois

sempre alegou ter garotas mais bonitas e inteligentes do que ela. Depois do que foi dito ficou pensativa. Izabel muda de assunto e

termina seu lanche.

- Hora de ir - diz Izabel.

- Certo, vou o mais rápido ou perco o jantar com D. Rose.

- Então é melhor se apressar, ela odeia jantar sozinha. No mais, não se

preocupe, vai dar tudo certo.

Depois de muito abraço, cada uma seguiu seu caminho.

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Comments

Candela Antunez

Candela Antunez

Que plot twist maravilhoso, estou chocada!

2024-10-22

1

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