O Domingo chegou e Lucas decide ir à praia, está um dia lindo e
pedindo por um banho de mar. Ligou seu carro e foi para o lugar onde
sente paz, o único lugar que lhe tira o estresse da cidade grande.
Ao chegar, rapidamente tomou seu banho nas ondas tranquilas e
sentou na areia observando as pessoas ao seu redor, quando de repente, sentiu um toque em seu ombro. Olhando para a pessoa viu que era
Regina, uma colega do trabalho que mora em um condomínio
próximo, conheceram-se três dias depois de sua chegada e desde então Regina sempre está por perto.
- Que coincidência Lucas, posso lhe acompanhar?
- Claro, Regina. Sente-se.
Ela se aproxima para sentar ao seu lado e o acompanha com o olhar. Regina é
formada em Marketing, está na
empresa há um ano e é dois anos mais velha que Lucas. Uma mulher
muito atraente e inteligente, muitos já tentaram conquistá-la, mas
alega que nenhum faz seu tipo. Foi acostumada a ter tudo o que quer e quando algo não sai como o
esperado, o desespero lhe toma conta fazendo-a reagir de forma impensada.
Passou algum tempo em
tratamento psicológico, mas agora está tudo bem, já não precisa mais
ir às consultas com tanta frequência.
Seus pais são aposentados, depois de muito tempo se dedicando ao pequeno
restaurante que tinham, que agora está nas mãos do filho mais velho, aproveitam para viajar pelo mundo.
Desde a primeira vez que
viu Lucas, Regina se sentiu fortemente atraída e sempre que pode vai
até sua sala para dar ao menos um “oi”. Sempre muito simpática e
prestativa, Lucas gosta de sua companhia, é uma boa amiga.
Estando apenas de bermuda, Lucas deixa à mostra seu peitoral e
Regina sempre dá um jeito de observar cada parte, desde seus braços
fortes até seu abdômen definido. Que homem lindo. Ela certamente
imagina como deve ser estar nos braços desse homem.
- Essa é a primeira vez que te vejo aqui – diz ela.
- Na verdade, hoje foi a primeira vez que vim.
- Então dei sorte.
Os dois sorriem.
- Sinto minhas costas arderem – ela faz uma feição de dor.
- Precisa de protetor.
- Talvez eu não alcance, pode passar pra mim?
- Claro.
Lucas passa o protetor e Regina se delicia com seu toque. Essas mãos
passando em seu corpo, gostaria de saber outros tipos de toques que
podem fazer.
- Pronto.
- Obrigado Lucas.
O tempo passa e a conversa flui, Lucas se despede de Regina que lhe dá um
sorriso e segue para o seu apartamento. Ao chegar, alegra-se por finalmente ter contato com ele fora do
trabalho e ainda ter aquela maravilhosa visão que ninguém mais tinha e sabia
que muitas queriam estar em seu lugar. Bando de invejosas. Ela se sente privilegiada.
Lucas, por sua vez, toma um banho para tirar o sal do mar e vê algum
noticiário deitando-se confortavelmente em seus lençóis de seda. A tela do seu celular ascende e vê que o grupo está movimentado. Na
conversa, o gerente diz que o dia seguinte será agitado, pois terá a visita
do dono da empresa. Vendo essa notícia, põe-se a dormir para acordar
bem disposto.
No dia seguinte, nota-se alguns funcionários apreensivos com a visita, afinal não é todo dia que veem o dono daquele lugar e pelo que
ouvem, ele é muito perfeccionista. Lucas não dá muita importância, afinal ele faz um bom trabalho. Durante a tarde, recebeu a visita e se surpreendeu ao ver
o quão educado e gentil o homem é. Embora visivelmente tenha uma
mania de perfeição, seja em alguma coisa fora do lugar, sobre sua mesa ou nas
palavras pronunciadas pelo mais velho, ainda assim é um homem
de companhia agradável.
O senhor de idade avançada, se agradou de Lucas e viu o grande profissional
que o mais novo é. Se despediu e saiu de sua sala.
A noite chegou e indo para o
estacionamento, viu mais à frente Ana, e a cumprimentou gentilmente, enquanto ela lhe deu o seu melhor sorriso.
- Como foi seu dia hoje?
- Bem, obrigada por perguntar Lucas. E o seu?
- Muito bom. Não tive tanto trabalho quanto esperava.
Eles conversaram um pouco mais e não viram o tempo passar até
que alguém destravou o carro e ao olharem na mesma direção, viram
Regina. Ela se aproximou e cumprimentou Lucas.
- Lucas, que bom vê-lo aqui.
Olhou demoradamente para Ana e focou em Lucas.
- Como foi o dia para vocês?
- Bem, obrigada - Ana responde e continua - eu devo ir. Tenham uma boa noite, até amanhã.
Lucas a encarou e acenou, Ana seguiu seu
caminho com um certo incômodo no peito. Por outro lado, Regina que permaneceu no local, conversou mais um
pouco com Lucas sobre o dia da visita e perguntou:
- Lucas, eu posso te chamar no chat? Tenho um Notebook que às vezes
dá problema e não conheço outra pessoa para concertar. Você que
mora próximo, salvaria minha vida.
- Claro Regina, pode sim.
Mais alguns minutos de conversa e os dois finalmente voltam para
casa.
Ao chegar em casa, Ana abraça sua mãe que está no sofá e deita
sua cabeça em seu colo.
- Como foi seu dia?
Bem, mas tive uma má impressão de alguém.
- Quem?
- Alguém que trabalha na empresa, me olhou de um jeito estranho. Antes que
pergunte, é uma mulher.
- Você e suas primeiras impressões, foi assim com Izabel e não se desgrudam
até hoje.
- Isso é diferente mãe.
- Como é diferente?
Ana pensa em dizer, mas será cansativo explicar tudo agora.
- Nada, vou subir. Boa noite.
- Não vai jantar?
- Comi alguns biscoitos na lanchonete.
-Certo, boa noite.
Ao deitar-se liga para Izabel, que quase no mesmo instante atende
sua ligação.
- Ainda acordada? Estou com sorte – Ana diz curiosa.
- Estou com alguns projetos para organizar e você?
A voz de Izabel denota cansaço.
- A semana mal começou e já está assim, Izabel?
- Vai fazer algo na quinta-feira? Será feriado.
- Não mesmo, quer vir para cá?
- Sim, claro. Essa é minha vez.
- Tudo bem, boa noite e descanse.
A ligação foi encerrada, mas Ana
não conseguiu dormir tão cedo.
No dia seguinte, em sua sala, Regina pensa sobre o encontro da
funcionária com Lucas, até então ela não tinha conhecimento da
mesma. Mas, está disposta a saber mais sobre sua colega de trabalho e decide
que irá se aproximar o quanto antes.
No decorrer do dia, Ana tem estado muito ocupada, o gerente
provavelmente acordou com o pé esquerdo e seu corpo pede cama.
No final da tarde, ao terminar um último documento para no dia
seguinte ser entregue, encostou a cabeça sobre a mesa e fechou os
olhos. Minutos depois ouviu leves batidas na porta e ao ser aberta viu que era
Regina. Ela achou estranha aquela presença em sua sala, mas sorriu educadamente.
- Faz um tempinho que passou do horário, quase todos já foram
embora. Você não vai? Vi sua moto e achei estranho você ainda aqui.
“Ela foi no estacionamento e voltou?” – Ana pensou.
Ana entendeu e agradeceu a preocupação.
- Fico grata que tenha se preocupado, mas não precisava voltar.
- Imagina, meu intuito aqui é ajudar.
Saíram da sala e chegando no estacionamento, Regina pediu seu
contato para conversarem e Ana concordou. Mesmo com uma
sensação estranha, Ana não se opôs àquele pedido, mas há algo que
não condiz com o sorriso que frequentemente se vê nos lábios daquela mulher.
Afastando esse pensamento seguiu seu caminho, enquanto Regina volta para o
seu apartamento.
Distante dali enquanto prepara o jantar, os pais de Izabel assistem a
novela e reclamam do romance da protagonista alegando ser uma
péssima escolha, que o rapaz não merecia estar ao seu lado.
Izabel sorri de como seus pais se apegam rápido às novelas. Minutos depois, anuncia o jantar e todos sentam à mesa.
E seu pai inicia mais uma vez o questionamento.
- Já faz tanto tempo que você está sozinha, deveria sair mais e
conhecer novas pessoas. Isso não seria interessante?
Izabel junto à sua mãe sorriem pela pergunta repentina, sem pensar
muito Izabel diz:
- Está tentando se livrar de mim ou está com pena achando que estou
encalhada? Em todo caso, tenho um admirador secreto.
- Desde quando? – sua mãe pergunta.
- Bem, só descobri há alguns dias, através de uma carta.
- Eu costumava escrever para sua mãe – seu pai comenta.
Domênico fica em silêncio e continua sua refeição, é um homem de poucas
palavras, enquanto Verônica continua questionando sobre esse admirador e
discutem todas as possibilidades.
- Uma hora descubro quem é. Embora, suspeito de alguém.
- Já com alguém em mente? Diga-me, está ficando com alguém não é?! É
assim que vocês jovens falam.
- Não mãe, já passei dessa idade.
- O que é isso? Nem trinta anos tem ainda.
- Mesmo assim, isso é coisa de adolescente.
- Você e sua mania de se achar velha. Quem colocou isso em sua cabeça?
- Ninguém. Sua comida vai esfriar.
Terminado o jantar, Izabel limpa a cozinha junto à sua mãe e vai para
o quarto. Ao tomar seu banho, senta-se na cama e pensa sobre a
carta recebida, ela sorri e se sente ansiosa para descobrir quem seria. Deitando-se, rapidamente cai no sono.
Finalmente é quinta-feira, o dia de estar junto à sua amiga, Izabel, se despede dos pais e segue em seu carro para a casa de Ana. Ao chegar, na entrada recebe um abraço caloroso de Rose, o qual é
retribuído na mesma intensidade.
- Já faz algumas semanas que não nos vemos.
- Sim, tia, estive muito ocupada. Senti sua falta.
- Como estão seus pais?
- Estão bem.
- Esses dias falei com sua mãe, marcamos de nos ver semana que vem.
Ao entrar, nota um bolo de chocolate com muita calda, posto em cima da
mesa de jantar e se apressa em partir uma fatia para si. Rose sorri pela
maneira sapeca de Izabel, que parece ser a mesma menina de
dezessete anos quando a conheceu.
Enquanto se delicia no chocolate, Ana chega por trás e a assusta
fazendo-a saltar da cadeira, Izabel dá um leve tapa em seu ombro e
logo a abraça.
- Você tem sorte em poder comer tanto, mas cuidado. Vejo um pote
formado no seu ventre.
- Vai vendo!
Izabel termina seu lanche e ambas sobem para o quarto. Após
algum tempo conversando, uma mensagem chega ao celular de Ana, é
Regina.
- Eu não sei, tem algo estranho nessa mulher. O jeito que olha, que
sorri... Enfim.
- Então, não dê muita conversa – diz Izabel.
- Eu tento, mas ela faz com que se você não for cordial, você será a
mal educada.
E ao ouvir os últimos acontecimentos, Izabel diz que talvez seja apenas efeito do ciúme que está
sentindo por Lucas. Ana a repreende.
- Não é assim Izabel. Ela realmente não me é muito agradável, mas
agora resolveu ser minha amiga. Eu já a havia visto na empresa, sempre foi educada, de fato, mas essa aproximação repentina, me
deixou confusa.
- Faça assim, se permita dar uma chance à amizade dela, caso ela não
seja o que parece ser. Se afaste. Mas, não esqueça que sua melhor
amiga, sou eu.
- Tem como esquecer? Você convive comigo à distância por 24h. Não
larga do meu pé.
- Isso é uma calúnia.
Izabel lhe joga o travesseiro enquanto Ana responde a mensagem. Regina lhe
pergunta se podem sair no próximo fim de semana, caso
não tenha trabalho para analisar. Percebendo que a outra deseja uma
aproximação e provavelmente sua amiga pode ter razão, resolve
aceitar o convite.
As duas descem para almoçar e passam a tarde em um
passeio na praia, visitam algumas lojas e compram alguns enfeites
para o cabelo. Quando a noite chega, resolvem voltar, Izabel deixa sua
amiga em casa e vai embora.
No último dia da semana, Ana está em sua sala e este é um dia em que
se vê com muito trabalho e como se não bastasse seu computador
travou. Tem um leve desespero e sai da sala em busca de alguém que entenda
do assunto, enquanto caminha tenta ligar para seu gerente mas o
mesmo não atende, talvez esteja muito ocupado.
Ao virar o corredor esbarra em Lucas, os dois se olham por um
momento e sorriem.
- Desculpe – diz Lucas – eu realmente não ouvi seus passos.
- Tudo bem, mas eu tenho um problema agora. Você pode me ajudar?
- Claro! O que seria?
- Meu computador travou e estou cheia de documentos para terminar.
- Vamos lá.
Um pouco sem jeito ela o conduz para sua sala, ao entrar Lucas sente
um suave perfume, é o mesmo que vez ou outra sente em Ana. Sua
sala é muito limpa e organizada, ele vê a caixinha que lhe deu em
cima da mesa e sorri disfarçadamente.
O rapaz analisa o computador e
o reinicia, logo o problema é resolvido. Ana o olha desconcertada e se
desculpa por não ter pensado nisso antes.
- Tirei seu tempo para nada, sinto muito.
o rapaz vê suas bochechas
coradas e acha encantador.
- Não diga isso, sempre que precisar eu virei.
Enquanto o clima se estende, batidas na porta são ouvidas chamando a
atenção de ambos. É seu gerente que ao entrar estranha a presença de
Lucas ali, os dois o cumprimentam e Ana explica o ocorrido, seu
gerente lhe diz que viu as ligações a pouco tempo.
- O que faz aqui Lucas?
- Bem, o bebedouro do meu setor está quebrado, então vim no que
está disponível aqui – responde Lucas.
Aquilo é verdade, mas o clima que sentiu ao entrar na sala o deixou de
orelhas em pé. Lucas se apressou em sair e seguir para sua sala, encheu seu copo de
água e bebeu em um gole só.
Enquanto o gerente encara Ana percebeu
que a mesma está vermelha, ela por sua vez tratou de sentar em sua
cadeira e continuar o que estava fazendo. O gerente se despediu e seguiu para sua sala.
O dia passou bem e todos já estavam em suas respectivas casas, exceto Regina que enquanto fazia sua corrida noturna pelo bairro
decidiu parar em frente ao apartamento de Lucas. Do outro lado da rua ela pensava em como poderia se aproximar cada
vez mais do rapaz, morar próximo a ele já era uma parcela de sorte, agora deveria pensar em como estreitar sua relação.
Perdida em seus pensamentos, se espanta ao vê-lo saindo do
condomínio vestido em seu moletom preto, bermuda jeans e uma
sandália em cor branca. Duas coisas ela pode pensar nesse momento. A primeira é que ele realmente é lindo, não há como dizer que algo
não fique bem em si, ele simplesmente é atraente e qualquer coisa que
venha usar, estará perfeitamente encantador.
Segundo, ela é uma mulher de sorte, pois além de morar praticamente
no condomínio ao lado ainda tem seu pedido atendido, mesmo que
não tenha proferido uma só palavra.
“Nossos caminhos estão
traçados ", pensa ela.
Ela o chama em voz alta e o rapaz a olha imediatamente, sorrindo, ela
vai ao seu encontro.
- Ora, ora, mas que sorte encontrá-lo aqui. Indo a algum lugar?
- Tudo bem Regina? Vou ao mercado.
- Ah, que coincidência! Eu acabei minha corrida e ia agora mesmo ao
mercado.
- Então vamos.
São quase nove e meia, ela diz ser um hábito já que pela manhã é
difícil acordar mais cedo que o previsto.
- Pode me colocar para passar a noite acordada e trabalhar no dia
seguinte, vou com energia. Mas, acordar mais cedo, realmente não
tenho esse dom. E você? O que procura a essa hora?
- Morangos. Digamos que seja um costume.
- Realmente são bons.
Ela vê uma ótima oportunidade para começar a se aproximar do rapaz, é muito óbvio o seu oferecimento, mas Lucas é muito educado para
rejeitar. E no mais, sua companhia pode ser agradável.
Enquanto Lucas escolhe os morangos, Regina vai em busca de
tangerinas para si, ela sempre guarda uma quantia de dinheiro em sua
blusa caso queira comprar algo após a corrida.
Os dois vão em direção ao caixa e ao sair do mercado Lucas pergunta:
- Então, como foi seu dia hoje?
- Foi bom e cansativo. Isso porque tive uma nova ideia de marketing, após rever muitos outros, mas no final deu tudo certo.
- Parabéns, você realmente é muito competente.
- Lucas, você sempre é muito educado.
Ao chegar em frente ao condomínio de Lucas eles se despedem e ela
segue para o seu apartamento, com um sorriso no rosto ao lembrar do
cheiro agradável de Lucas todas as vezes que chegava mais perto do
rapaz, principalmente enquanto aguardavam no caixa, que ela por estar
à frente dele e o ventilador atrás de ambos, fazia com que o aroma
fosse jogado em suas narinas fazendo com que sentisse vontade de
permanecer sentindo aquele cheiro por mais tempo.
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Atualizado até capítulo 27
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