Amizade inesperada

O fim de semana chegou e com ele a sensação de que algo importante

iria acontecer, ao menos é isso que Ana sente assim que abriu seus

olhos. Mas, isso apenas pelo encontro que terá com Regina? Bem, de fato ela

nunca saiu sozinha com outra pessoa que não fosse Izabel, nos tempos

de estudos saía em grupo uma vez ou outra, mas sua melhor

companhia para tomar um sorvete ou beber um suco de laranja com

biscoitos, era Izabel.

Da mesma forma, Izabel não era muito de socializar com os demais e

sua personalidade forte fazia os colegas repensar se seria uma boa

ideia se aproximar. Mas tinham uma boa relação. Ana tomou seu banho, tomou o café da manhã e deu uma geral na

casa, enquanto sua mãe foi ao mercado comprar algumas coisas para o

almoço.

Ao chegar Rose anunciou que logo mais Verônica chegaria para

almoçar também. Ana se agradeceu por ter acordado bem disposta e

limpar a casa naquela hora. Reclamou um pouco por ter sido avisada

de última hora, mas logo ajudou sua mãe a preparar o almoço. Doze horas em ponto, Verônica chega e Rose atende a porta. Ana que

estava em seu quarto dando toques finais em sua aparência, momentos

depois ao ver sua tia, corre para cumprimentá-la.

Algo interessante sobre Verônica, é que apesar de ser extremamente

rica é uma pessoa simples e cordial, bem-humorada e tem muitas histórias engraçadas que durante todo o almoço faz com que Ana e

Rose se sintam extremamente bem em sua presença.

Com a chegada da noite, Ana viu a mensagem de Regina para

encontrá-la em um shopping próximo ao seu condomínio, Ana se

preparou e seguiu para o local marcado com sua moto. Adentrou o

shopping e ligou para Regina anunciando sua chegada, logo a viu

sentada no banco em frente à uma praça de alimentação. Regina está

muito bonita e certamente chama a atenção de muitos, elas se

cumprimentam e resolvem comer um lanche antes de passar em

algumas lojas.

Durante a refeição Regina a observa e nota que Ana tem um bom

gosto, suas roupas descoladas, seu cabelo é extremamente bem

cuidado e o penteado lhe caiu bem. Apesar de não usar maquiagem, sua beleza é realmente encantadora. Regina pode ter um caráter

duvidoso, mas sabe avaliar uma beleza com sinceridade. Mas, seria o

bastante para fazer com que Lucas se interessasse por ela? Bem, naquele dia no estacionamento ela não se sentiu confortável em vê-los

juntos. Ela inicia uma conversa e Ana responde simples a todas as questões.

- Ana, eu ainda não tinha tido a oportunidade de conversar com você. Pode ter parecido estranho eu me aproximar de repente.

“você não sabe o quanto” – Ana bebe um pouco do seu suco.

- Mas, me diga, como estão as coisas no trabalho, está muito sobrecarregada? Eu posso te ajudar em qualquer coisa.

- Não, não precisa. Obrigada, realmente está tudo bem.

- Recentemente ajudei uma equipe do setor de comunicação e graças a

Deus ocorreu tudo bem. Você conhece o Lucas, não é?

- Sim, mais ou menos. Não somos tão próximos.

“Ótimo” – pensa Regina.

- Ele é muito esforçado, com certeza futuramente irá subir de cargo. Acredita que ele mora próximo à mim?

Ana parou por um momento.

- Esses dias o encontrei na praia e depois fomos ao mercado. Menina, que homem é aquele?! Você sabe que todas da empresa daria tudo

para vê-lo em estilo praia né?

Regina acha graça e por pura educação, Ana a acompanha. Esse sentimento... Não pode ser...

“será que eles estão se encontrando?” – pensa Ana absorta em seus

pensamentos.

- Você quer algum doce? Vou comprar um para mim – Regina chama a atenção de Ana.

- Não, não. Estou cheia o bastante.

- Está bem.

Assim que Regina se afasta, Ana envia uma mensagem para Izabel, pedindo que a tire dali. E não demora muito para o seu celular tocar.

- Oi, mãe? O que houve? Ah, tudo bem. Eu esqueci, desculpe, mas já

estou indo. A ligação foi encerrada assim que Regina se sentou.

- O que houve?

- Desculpe Regina, mas minha mãe está com problemas e tenho que ir.

- Não, tudo bem. Marcamos outro dia.

“nem pensar” – Ana força um sorriso - claro, licença.

“Pensa que me engana pequena Ana. Acho melhor permanecer bem

longe do que é meu”

– Olhando-se no pequeno espelho, ela vê no

reflexo, há umas mesas atrás de si, um rapaz belíssimo lhe admirando. Ao virar-se iniciam um jogo de olhares e sorrisos, não demorando

muito para que o rapaz sente-se em sua mesa.

- Olá, como vai? Estive lhe admirando há um tempo.

- É mesmo? E quem é você?

- Posso te dizer, mas terá que permitir lanchar com você primeiro.

- Que cantada diferenciada. Achei que iria pedir meu número ou me

chamar para um motel. Geralmente é isso que fazem.

- Direta você. Bem, podemos comer aqui e em outro lugar.

- Não tenho a perder. Me encontre no estacionamento em dez minutos. Os dois recebem e pagam seus pedidos, se encontrando

posteriormente no carro de Regina, onde se apressou para ir no motel

mais próximo.

Duas horas com aquele rapaz, pareceu dois minutos. O

sexo gostoso e o prazer que não sentia há um tempo, trouxe um

orgasmo imenso, fazendo-a cair em um curto sono. Que homem! Claro que não se compara a Lucas, mas, não seria

ruim se satisfazer por mais tempo com esse pedaço de mal caminho.

A caminho da cozinha, a campainha de Lucas toca e o rapaz encontra seu

irmão.

- Surpresa!

- De onde vem? – pergunta já imaginando a resposta. Na verdade, ele

não quer ouvir.

- Encontrei uma princesa e adivinha.

- não quero.

- Imagino. Você é virgem? – seria melhor ter ficado calado – ok, ok. não perguntei, esqueça.

- E a mamãe e o papai?

- Estão em casa, eu acho. Lucas o olhou desconfiado. - eu não fui para casa ainda.

- Quer comer algo?

- Não, estou bem. Acabei de fazer um lanche.

Lucas o olhou desacreditado.

- O que? Eu tive dois lanches hoje. Estou cheio.

Sentando-se no sofá, ligou a TV e pôs os pés na mesa de centro.

- Você deve ter mais cuidado com quem dorme. Você ao menos sabe

os nomes?

- Irmão, pra que perguntar nomes se não vou lembrar de nenhum? São

tantas na semana, é só perda de tempo.

- Não pensa que pode engravidar alguém ou pegar uma doença?

- Não vou engravidar ninguém porque me protejo e sempre faço

exames regularmente. Agora e você? Quando vai me dizer que pegou

alguém? Ou você não quer me dizer que é gay?

- Eu não sou gay, parem de achar que sou gay.

- Parem? Quem mais falou?

- O papai.

A gargalhada de Leonardo poderia ser ouvida do outro lado da rua.

- Cara, para o papai ter dito isso, suponho que sua situação está crítica. Vai por mim, é só ir lá e pronto. Não há mistério.

- Não quero fazer por fazer.

- Espera se apaixonar? Que tenso. Se vivesse como eu, garanto que seu

amiguinho aí até aumentaria de tamanho.

Uma almofada foi jogada e Leonardo continuou importunando seu

irmão. Até que, quase onze horas da noite, resolveu ir para casa.

No dia seguinte, seria o dia mais esperado por Fernanda e Afonso. O

aniversário de Lucas.

- Parabéns meu filho – diz seu pai na porta de entrada, estendendo

uma caixa média em direção ao sonolento Lucas.

- Obrigado pai.

- Quarenta hoje? – Leonardo pede um tapa a cada frase dirigida à si.

- Lembre-se que você aparenta ser mais velho que eu – Lucas rebate

com sarcasmo.

- Chato.

- Parem vocês dois. Vamos comer o que trouxemos. Meu filho, aqui

está para você, é aquele sapato que te falei outro dia. Um arraso, todos os rapazes estão investindo nele para eventos – sua mãe diz enquanto acaricia seus cabelos.

- Obrigado mãe. O que trouxeram? Estou sentindo um cheiro bom.

- Carne de cordeiro, almôndegas caseiras, macarrão com queijo

gratinado, queijo suíço, caviar e um La Tâche Grand Cru de 2000.

- Pai, tem certeza de que vai abrir?

- Por que não? Hoje é um dia especial. E tem mais - ele tira do bolso um pequeno papel. - Como o novo ano está chegando e os funcionários terão quinze dias

de férias, eu providenciei uma reserva com direito a

acompanhante no resort de um amigo, não muito longe daqui.

Lucas adorou a ideia, porém não faz ideia de quem levar consigo.

- Vejam ele, não faz ideia de quem levar. Eu me ofereço irmão, tudo

por esse enorme sacrifício.

Por um momento, Lucas pensa seriamente se Leonardo foi adotado.

- Bem, vamos comer e tomar esse vinho, porque estou com uma sede

daquelas – Afonso serve o vinho para todos, o dia foi agradável, porém curto demais.

Hora de voltar para casa, pois o irmão mais novo iria ter uma

reunião com alguns novos acionistas e precisaria conversar com seu

pai a respeito. Lucas sente falta do irmão, já que o mesmo não tem mais tempo para

conversar consigo, passar um dia entre os dois seria uma raridade. Seus pais se despedem e voltam para casa, depois de um tempo Lucas

segura o endereço do resort em suas mãos e mais uma vez pensa em

quem poderia levar. Bem, se parar para ouvir seu coração ouvirá o nome de Ana, mas nem

mesmo é próximo a ela também. E se ela recusasse seu convite? Seria

óbvio que ela não tem interesse nenhum e isso ele com certeza não

quer ouvir. De repente recebe uma ligação de seu amigo o parabenizando, aproveitou e o convidou para ir consigo, porém o mesmo já tem

destino para suas férias. Ao se despedir foi tomar seu banho gelado

para se agasalhar bem e tomar o seu chocolate quente. Está um pouco

frio devido à chuva de horas atrás.

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