Eliza sentiu a raiva crescer dentro de si com uma intensidade que nunca havia experimentado antes. Quem aquele elfo pensava que era? Ele ousava zombar dela, tratá-la como se fosse inferior, quando, na verdade, ela era uma maga da Ordem! Ela fechou os punhos com força, sentindo suas unhas cravarem na pele. Seu coração martelava em seu peito, e a frustração, misturada com a vergonha de sua recente humilhação, fazia seu corpo tremer.
Ela deu um passo à frente, encarando o elfo com fogo nos olhos.
— Em nome da Ordem, eu exijo que você me ajude! — sua voz saiu firme, mas havia um tremor subjacente, um reflexo de sua própria insegurança.
O elfo, no entanto, não se abalou. Pelo contrário, ele começou a rir. Uma risada fria, sarcástica e cruel, que ecoou pela avenida e atraiu alguns olhares curiosos. A risada dele foi como um tapa no rosto de Eliza, que se sentiu ainda mais humilhada.
— Você? Ordenando-me? — o elfo balançou a cabeça, com um sorriso de puro desdém. — Oh, pequena maga... você é uma criança brincando com fogo.
Eliza estreitou os olhos, sentindo sua raiva crescer ainda mais. Como ele ousava? Ela era da Ordem, mesmo que fosse desprezada pelos magos mais experientes. Mesmo que seu poder fosse... limitado, ela ainda era alguém com um futuro promissor. Ela precisava se manter firme.
— Eu posso te desintegrar com um piscar de olhos! — Eliza ameaçou, levantando a mão como se estivesse pronta para lançar um feitiço devastador.
Por dentro, no entanto, ela sabia que estava blefando. Ela mal conseguia gerar uma faísca, quanto mais desintegrar alguém. Mas naquele momento, o importante não era o que ela podia ou não fazer. O importante era fingir que tinha o controle, que tinha poder sobre a situação.
O elfo parou de rir por um instante, seus olhos cravados nos de Eliza. Ele deu um passo à frente, fechando a distância entre eles, e Eliza sentiu seu corpo ficar tenso. Ele a encarou, e pela primeira vez, ela notou o quão assustadoramente belo ele era. Aquela beleza etérea, característica dos elfos, estava presente em cada detalhe de seu rosto – os olhos afiados como lâminas, as feições perfeitas, a pele lisa e a tatuagem intricada em seu pescoço que parecia brilhar sob a luz.
Mas Eliza não recuou. Não dessa vez. Ela manteve a cabeça erguida, o olhar firme, mesmo que por dentro estivesse apavorada.
— Nem se os próprios deuses descessem à terra você teria poder para fazer tamanha façanha — o elfo disse em um tom baixo e mortal, segurando o braço dela com força.
Eliza sentiu o aperto dele e conteve um gemido de dor. Seu coração disparou, e por um momento, pensou que ele fosse machucá-la de verdade. A tensão entre eles era palpável, e o ar ao redor parecia pesar. O mundo ao redor continuava com a sua celebração, o festival continuava, mas para Eliza, tudo havia parado. Só existiam ela e o elfo, presos naquele confronto silencioso.
— Solte-me — ela sibilou entre os dentes, tentando puxar o braço, mas ele não cedeu.
O elfo inclinou-se mais próximo, seus olhos perfurando os dela, como se estivesse avaliando se ela realmente acreditava no que estava dizendo. Eliza lutava para manter a calma, sua mente correndo em todas as direções, buscando uma saída. Por mais que seu corpo estivesse tremendo, ela não recuaria, não mostraria fraqueza.
Foi então que uma voz alta, clara e feminina cortou o ar como um trovão, quebrando a tensão entre eles.
— Caelithor! O que está fazendo?
Eliza e o elfo, Caelithor, se viraram ao mesmo tempo para a direção da voz. Uma mulher estava parada a poucos metros de distância, com as mãos nos quadris, sua expressão severa. Ela era alta, com cabelos dourados que brilhavam sob o sol do meio-dia, e vestia uma armadura leve, reluzente.
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Atualizado até capítulo 23
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