Capítulo nove

Dante

Na manhã seguinte, dirijo em direção à casa do meu amigo Max para buscar Emily. O sol ainda está baixo no horizonte, iluminando a estrada com um brilho suave. A culpa se agita em meu peito. Droga. Deixar Emily com Max ontem à noite foi a decisão certa para avsegurança dela, mas isso não diminui o peso

do que estou sentindo. Preciso lidar com os Rossette, mas sinto que minha vingança esta começando a comprometer meu papel como pai.

Chego à casa de Max e estaciono o Aston Martin na entrada. Respiro fundo antes de sair do carro, tentando deixar de lado a preocupação e a culpa. Caminho até a porta evtoco a campainha. Não demora muito para que a porta se abra, revelando Max com um sorriso acolhedor.

- Dante, bom te ver -ele diz, estendendo a mão.

Aperto sua mão .

- Bom te ver também, Max. Vim buscar Emily.

Antes que Max possa responder, vejo Emily correndo em minha direção, seu rosto iluminado por um sorriso radiante.

-Papai! - ela grita, pulando em meus braços.

A abraço com força.

-Oi, meu anjo. Sentiu minha falta?

Ela assente vigorosamente.

- Sim, papai. Mas eu me diverti muito com as minhas amigas

Sorrio para ela, com meu coração se aquecendo um pouco.

- Fico feliz em ouvir isso, querida.

Max pigarreia levemente, chamando minha atenção.

- Dante, preciso falar com você , Algo importante- Assinto.

-Claro. Emily, por que não volta a brincar com as meninas enquanto eu converso com o tio Max?-

Ela sorri e me dá um beijo rápido na bochecha antes de correr de volta para dentro da casa. Max e eu trocamos um olhar e seguimos para o escritório dele, um espaço elegante organizado, refletindo a personalidade meticulosa de meu amigo.

Sento-me na cadeira em frente ao Max, cruzando os braços e olhando-o diretamente nos olhos.

- O que você tem para me falar?

Max se ajeita na cadeira, parecendo ponderar suas palavras.

- Como foi no evento com os Rossette?

Sorrio de lado, um brilho irônico nos olhos.

- Tudo conforme o planejado. Eles compraram a história, mas ainda precisamos ser cautelosos. Os Rossette não são amadores.

Max assente, a preocupação visível em seu rosto.

Soube que você foi seguido depois que saiu do evento.

Inclino-me para trás, suspirando.

- Sim, mas resolvi isso. Não foi nada que eu e meus homens não pudéssemos manejar.

Max franze a testa, claramente inquieto.

- Você acha que os Rossette podem ter algo a ver com isso? Que eles possam ter desconfiado de algo?

Passo a mão pelo queixo, refletindo.

-Ainda não sei. É uma possibilidade. Mas tenho outro suspeito em mente ,Temos que ficar de olho. Qualquer deslize pode ser fatal.

Max parece ficar ainda mais tenso e, após um momento de hesitação, diz:

- Damian ligou. Quer falar com você.

Fecho os olhos e suspiro profundamente. Damian sempre foi uma pedra no meu sapato, com seu controle obsessivo sobre tudo o que acontece na máfia. Nunca gostei desse papel de subordinado, e Damien tem um talento especial para me irritar.

-Eu pensei que você tivesse dito a Damian que estava entrando em uma guerra com os Rossette- Max comenta, a preocupação clara em sua voz.

-Não falei- admito, abrindo os olhos

Max balança a cabeça, claramente preocupado.

-Damian estava muito nervoso. É bom você falar com ele, e logo.

Assinto, sabendo que Max está certo. Damien tem um pavio curto, mas também sabe que precisa de mim. Esse equilíbrio de poder é o que me mantém seguro, por enquanto.

-Damian pode ser um problema, mas ele não pode fazer nada comigo. Ele precisa de mim- digo

Levantamo-nos, e Max coloca a mão no meu ombro. -Cuidado, Dante. Essa guerra está apenas começando, e você precisa estar no topo do seu jogo.

Dou um sorriso , inclinando a cabeça.

-Sempre estou, Max. Sempre estou.

Voltamos para a sala onde Emily está brincando com as filhas de Max. Ela me vê e corre para mim novamente, o sorriso dela iluminando meu mundo por um momento.

-Papai, já vai embora?-ela pergunta, os olhos grandes e inocentes.

-Sim , meu anjo - respondo, abaixando-me para dar um beijo na testa dela.

Troco um último olhar com Max. A batalha contra os Rossette está longe de terminar, e agora, com Damien no meio, as coisas estão prestes a ficar ainda mais complicadas. Mas uma coisa é certa: não importa o que aconteça, eu vou proteger Emily e vou fazer os Rossette pagarem. E Damien? Ele pode tentar me controlar, mas ele sabe que não sera fácil

Safira

A manhã surge tímida pela janela do meu quarto, mas meus pensamentos ainda estão presos na noite passada. Foi uma noite que começou horrível e, de algum modo, terminou de maneira inesperada. Meus pais, sempre tentando me empurrar para aquele empresário nojento, estavam especialmente insuportáveis ontem. Eu me sentia uma mercadoria, um objeto para ser negociado.

E então, Dante apareceu.

Dante, com sua presença acabou salvando a noite. Não consigo tirar ele da cabeça.

 Como alguém pode ser tão terrivelmente atraente e irritante ao mesmo tempo?

Lembro-me de como depois de Dante ir embora, o Sr. Barbosa tentava se aproximar de mim, com aquele olhar nojento. Toda vez que ele se aproximava, parecia que alguém aparecia para distraí-lo.

Seria coincidência? Ou Dante tinha algo a ver com isso? De qualquer forma, consegui respirar em paz depois que Dante foi embora.

A imagem de Dante se impõe na minha mente: alto, sedutor, com aqueles olhos negros que parecem enxergar através de mim. Ele é o tipo de homem que se destaca em qualquer multidão, não apenas pela aparência, mas pela confiança que exala. Mas, ao mesmo tempo, ele me irrita profundamente. Como ele ousa ser tão... ele?

Reviro-me na cama, sentindo a frustração crescer. Meus pais não ficaram me infernizando depois que Dante foi embora, o que foi um alívio. Eles estavam ocupados demais com os próprios contatos e interesses para notar minha presença. Pela primeira vez em muito tempo, permitiram que eu dormisse no meu próprio quarto sem mais sermões.

Fecho os olhos, tentando focar em qualquer coisa que não seja Dante , mas falho miseravelmente. Suas palavras, seu olhar, a maneira como ele enfrentou o Sr. Barbosa – tudo está gravado na minha mente. Por mais que eu queira odiá-lo, não consigo negar o impacto que ele teve em mim.

Como alguém pode ser tão confiante e ao mesmo tempo tão insuportável? Ele quase me atropelou na rua, e agora aqui está ele, aparecendo em minha vida de maneiras que eu não consigo compreender. Sinto uma mistura de raiva e algo que não quero admitir, uma espécie de atração que me confunde.

Levanto-me da cama, sabendo que não conseguirei dormir mais. Vou até a janela e olho para fora, tentando clarear a mente. Mas tudo que vejo é a sombra de Dante , um enigma que preciso decifrar.

Droga, ele está dominando meus pensamentos. Preciso me concentrar em algo mais, mas tudo que consigo pensar é no que virá a seguir. Ele vai aparecer de novo? E se aparecer, o que vai acontecer?

Não sei, mas uma coisa é certa: Dante é uma complicação que não posso evitar, por mais que eu tente. E parte de mim, uma parte que odeio admitir, está ansiosa para vê-lo de novo.

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