Elizabeth jamais assistiu à apresentação como aquelas, seu pai sempre fora rígido com as finanças, limitando alguns entretenimentos.
Os homens iniciaram com malabarismo, que avançou rapidamente envolvendo fogo e alguns truques de mágica. Um deles trouxe um banjo e começou a tocar desafinadamente, até que o companheiro arrancou-lhe o banjo e lhe acertou na cabeça do desafinado. Elizabeth espiou Callister com o canto dos olhos e ele parecia entretido, não a ponto de gargalhar com os demais, mas havia um pequeno sorriso de divertimento. Ela notou que rapidamente o seu semblante mudou e parecia mais sério que o normal. Estava vidrado para algo bem a frente. Ela se virou e se deparou com uma rosa vermelha que lhe estava sendo entregue por um dos bufões.
— Para a dama mais bela do Império — Elizabeth corou, envergonhada. Ela olhou para o Imperador, esperando algum movimento de sua parte. Callister não a viu, estava concentrado demais no bufão a frente, parecendo irritado — por favor, bela dama, aceite essa rosa — ele insistiu. Elizabetha aceitou a contragosto. O resultado foi um beijo roubado pelo bufão. Nesse momento, Callister se levantou, retirando a espada de sua bainha. O bufão saiu correndo e se escondeu atrás do companheiro.
— O que você aprontou? — o colega perguntou, colocando as mãos na cintura.
— Beijei a dama do imperador — o colega colocou as duas mão no rosto, demonstrando surpresa — ele vai tentar me matar — ele disse, apontando para Callister que permanecia de pé, a espada em punho. Ele olhava severamente para os dois bufões. Ninguém na plateia ria. Elizabeth sentiu um mal presságio.
— Prendam os dois bufões — Callister anunciou.
— Por favor, majestade, foi só uma brincadeira — os dois bufões começaram a suplicar e a chorar. Os guardas se aproximaram para levá-los. Elizabeth não podia crer no que estava acontecendo. Mandar prender dois palhaços somente por uma brincadeira boba? Parecia ser um grande exagero.
Os homens choravam copiosamente. Pela andança da situação, o show já havia se encerrado e aquele extra não estava previsto.
A princesa se levantou e tocou Callister levemente.
— Por favor, Callister, reconsidere, foi apenas uma brincadeira boba. Não há razão para tal alvoroço — o imperador parecia compenetrado, observando o suplício dos homens que agora tentavam se debater. Um dos guardas o golpeou com o punho da espada e ele caiu no chão com falta de ar.
— Callister, por favor — ela suplicou. Ele ignorou o seu apelo. Elizabeth estava com raiva. Como poderia um guerreiro que parecia tão habilidoso, tão destemido, se incomodar com um ato tão leviano como aquele?
A princesa caminhou em direção aos dois homens que estavam sendo detidos pelos guardas. Um deles tinha a boca sangrando.
— Por favor, solte-os — ela pediu suavemente. O guarda a encarou, confuso. Depois lançou um olhar questionador a Callister, que acenou a contragosto. Os homens foram soltos. Elizabeth se ajoelhou ao lado do homem que sangrava e lhe limpou a boca com o seu lenço.
— Não, vossa magnificência, sujará o seu lenço — ele retrucou. Elizabeth sorriu.
— Não se preocupe. Use-o para estancar o sangue. Desculpem o meu amigo, ele está um pouco… Tenso. Agora vão — a última parte, foi dita num sussurro. Os dois homens se levantaram, fizeram uma reverência desajeitada para a princesa e então saíram do salão. Elizabeth olhou uma última vez para Callister e então ela própria se retirou do recinto, subindo as escadarias e tomando o seu rumo.
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Atualizado até capítulo 93
Comments
Edna César
esse cara quer morrer só pode. beijando ela sem permissão
2025-03-09
0
Enaicaj.
onde será que foi o beijo?
2025-03-09
1
Priscila Silva
tô gostando da história ansiosa por mais capítulos
2024-08-16
1