— Gostaria de dançar? — Gerad indagou pegando-a de surpresa — está os observando tanto, imaginei que gostaria de dançar — justificou-se.
— Se a princesa dançar com Gerard, terá de dançar comigo também — Gillian reclamou.
— E comigo também — Alastor se pronunciou. Logo, todos os cavaleiros pediam pela mão de Elizabeth para dançar. Rindo-se, ela aceitou.
Alegremente se juntou aos demais casais. Apesar da falta de prática, Elizabeth dançava graciosamente, seu corpo movimentava-se com agilidade e destreza e o sorriso que estampava seus lábios a iluminava.
A cada nova música, o seu par trocava. Ela se divertia ao escutar as brincadeiras destrambelhadas e gracejos de cada cavaleiro, quando por fim, Asher era seu parceiro.
— O que está achando do palácio?
— É muito bonito e encantador — ela reprimiu-se a dizer o que realmente pensava. Apesar de estar encantada com as belezas inimagináveis do lugar, ainda estava receosa sobre os avisos de perigo que a alertavam constantemente.
— Ainda assim, há algo lhe incomodando — ele adivinhou. Elizabeth se viu sem palavras. Foi uma observação muito pontual, Asher parecia ler seus pensamentos. Perdida em suas próprias ponderações, não notou o cessar dos instrumentos que os presenteava com lindas canções e as risadas e conversas tornando-se mudas.
Estava tudo muito silencioso quando Asher parou a dança. Ambos se virara para o topo das escadarias onde Callister pairava, observando-os com olhos glaciais e gelados. Como Osbourne havia dito, o Imperador adentrou no salão com grande estilo e pompa, cercado do restante da guarda imperial o escoltando, Elizabeth conseguiu avistar alguns dos cavaleiros que não estavam presentes a princípio.
Callister desceu as escadarias e todos se curvaram perante a sua presença, inclusive Elizabeth e Asher. Seguindo ao restante, ela permaneceu abaixada até que sentiu um toque em sua cabeça, era gentil e quente, ela ergueu o olhar e avistou a figura de Callister, já não parecia mais tão frio e indiferente. Ela se levantou.
— Boa noite Elizabeth.
— Boa noite Callister — a princesa escutou suspiros de exclamação e logo compreendeu o seu erro. Havia chamado o imperador pelo primeiro nome. Sentiu-se uma idiota por ter se esquecido dos conselhos de Hawkins.
— Gostou do vestido?
— É belíssimo, muito obrigada pelo presente — ela olhou para os arredores do salão e notou que todos os presentes se mantinham curvados. Ela se aproximou mais de Callister e sussurrou — por que eles continuam assim?
— Por que eu não os mandei levantar — sussurrou no mesmo tom, mas com um sorriso pairando em seus lábios.
— Você também não me mandou levantar, terei algum tipo de punição? — perguntou, genuinamente curiosa. Callister riu.
— Eu já lhe disse uma vez, muitas regras daqui não se aplicam a você — com a voz um pouco mais alta, ele se dirigiu ao restante da nobreza — podem se levantar — assim que deu o comando, os convidados se ergueram, mas Callister ainda tinha seus olhos sobre os de Elizabeth — me acompanha? — perguntou, estendendo o braço. Elizabeth sabia que naquele momento era o alvo das atenções, sentia-se intimidada com aquilo, contudo sabia que pior seria se caso afastasse de Calister em uma possível rejeição. Sabendo que nada poderia fazer, aceitou o convite do Imperador e juntos caminharam para a mesa principal.
— Sobre Meredith…
— Aqui não — ele a interrompeu, Elizabeth se calou — está gostando daqui? — ela quase suspirou ao ouvir a mesma pergunta que se repetia:
— Sim, é tudo muito bonito, estou surpresa e encantada.
— Há mais coisas para conhecer e fazer… — Elizabeth se virou para Callister, pronta a responder-lhe quando notou um objeto dourado no topo de sua cabeça. Era de ouro maciço cravejado em joias de tamanhos e cores diversas. Era muito bonito.
— A coroa fica bem em você e parece mais confortável que o elmo.
— Nisso tenho de discordar, o elmo me parece muito mais confortável que esta coroa.
— Não me diga — comentou, observando o metal dourado reluzindo com as chamas das velas.
— Gostaria de experimentar para tirar suas próprias conclusões?
— Acho que isso geraria um alvoroço desnecessário — observou ao notar que todos dirigiam sua atenção a Calister e ela.
— Bobagem. Experimente — Callister tirou a coroa de sua cabeça e a colocou na de Elizabeth. Imediatamente, ela sentiu o peso dos metais e pedrarias preciosas que a compunham. Ela precisou segurar a coroa com uma das mãos para equilibrá-la. Ao fundo, a princesa escutou algumas exclamações ecoaram pelo salão, um misto de surpresa e escandalizamento — me parece que ela foi esculpida para você.
— Não está me dizendo que decidiu abdicar do trono? — indagou, arqueando a sobrancelha.
— Quem sabe assim poderei seguir na carreira de massagista — Elizabeth corou com a menção de seu deslize anterior e desviou o olhar rapidamente.
— Pensei que se dedicaria exclusivamente à arte da guerra — comentou, tentando contornar a situação.
— Como a princesa pode saber se sou bom combatente se nunca me viu lutar?
— Se é um bom professor, sem dúvidas é um bom combatente — Elizabeth se viu sorrindo para Callister, mas rapidamente desmanchou o sorriso e seguiu o seu caminho, ignorando-o completamente. Não queria estender uma conversa com ele, adoraria manter uma distância mais do que segura. Contudo, o Imperador parecia decidido a contrariá-la a todo o custo.
— Se refere às minhas aulas de arco e flecha?
— Não me lembro de ter me ensinado outra coisa — gracejou.
— Poderia lhe ensinar a manejar uma espada — Elizabeth ficou em silêncio, pensando no que responder, Em sua mente, uma imagem um tanto inusitada surgiu. Callister e ela iniciavam um combate corporal e estavam muito próximos, mais do que gostaria.
— Eu me contento com o arco.
— Estarei sempre a disposição quando mudar de ideia — Elizabeth parou subitamente e se virou para o imperador.
— Cansei de usar a sua coroa, aqui — Elizabeth a retirou da cabeça e a entregou a Calister, que baixou ao sentir o metal ser recolocado sobre seus cabelos.
— Não aguentou o peso da coroa?
— Relego o peso a quem possa suportá-lo.
— Bem, nem sempre suportamos.
— Imagino como é difícil ser o Imperador — comentou, analisando-o.
— É um fardo que devo carregar. Agora, vamos nos sentar, imagino que esteja faminta.
— E estou — quando o Imperador e Elizabeth tomaram o seu lugar na mesa principal, os convidados se dispersaram, acomodando-se nas mesas montadas pelo salão. Callister se levantou de sua cadeira, o silêncio reinou.
— Antes de iniciarmos o banquete, gostaria de dizer que estou feliz por estar de volta à capital. Tivemos sucesso nas negociações e o castelo de Bucket se rendeu às nossas forças — uma chuva de aplausos explodiu e em seguida se silenciaram ao ver que o pronunciamento do Imperador não tinha se encerrado — A caminho da capital, fiz uma rápida visita ao reino de Guinness, onde em uma negociação pacífica com o rei Guilhermino consegui participação nas minas recém descobertas. A princesa Elizabeth será minha convidada de honra e espero que a tratem com o máximo respeito — Calister se virou para Elizabeth e sorriu, ao se virar para a multidão, o sorriso desmanchou — espero que entendam que qualquer investida contra o reino de Guinness é uma afronta direta a mim. Espero que aproveitem o banquete — e novamente Callister se sentou.
— Obrigada — murmurou a Callister.
— Sou um homem de palavra, agora, por que não experimenta da comida? — Elizabeth concordou. Seus olhos rolaram pela quantidade imensa de pratos à sua frente, um mais apetitoso que o outro. Pouco a pouco foi se servindo e deliciando-se com os alimentos à sua disposição. A carne suculenta e macia desmanchava em sua boca, as batatas crocantes por fora e macias por dentro era um verdadeiro deleite, sem mencionar a sopa de cogumelos tão finamente temperada, ou as codornas recheadas, o peixe assado, mexilhões cozidos… Tudo estava do seu agrado.
Passado alguns instantes após o início do banquete, surgiram dois bufões que iniciaram o seu espetáculo.
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Atualizado até capítulo 93
Comments
Rosária 234 Fonseca
Nossa que exitante nossa tudo de bom
2024-10-08
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