Treze cavalos percorriam as colinas verdejantes que ladeavam o reino de Guinness. Eles desciam calmamente, o balançar suave dos cavalos os embalava, como uma canção de ninar, pelo menos, era assim que Elizabeth se sentia. O cansaço de uma noite mal dormida se abateu sobre ela, deixando-a tonta. Estava difícil se manter sã ao segurar as rédeas. Sem nem perceber, cochilou uma ou duas vezes, até que Callister se pôs ao seu lado.
— Princesa, deve tomar cuidado — ele a alertou, segurando as rédeas de seu corcel — o cavalo pode disparar a qualquer momento e você teria uma queda muito feia.
— Hum? — murmurou, ainda zonza pelo sono. Ele suspirou.
— Acredito que não teve uma boa noite de sono — ela negou com a cabeça, ainda entorpecida pelo cansaço. Sem mais uma palavra, ele parou os cavalos e transferiu Elizabeth para sua própria montaria, aconchegando-a em seus braços. Ela não percebeu a movimentação. Estava exausta demais — não vou quebrar a promessa feita a seu pai em menos de duas horas — Elizabeth apenas concordou, enroscando-se nos braços de Calister.
O grupo itinerante prosseguiu o seu caminho até que avistasse a massa cinzenta na campina. O exército estava reunido, aguardando por sua chegada. O líder levantou o braço, cumprimentando-os silenciosamente com um gesto, ordenou para iniciarem a viagem de volta ao palácio imperial.
O palácio imperial localizava-se na capital do império de Auros. A cidade da luz, como era popularmente conhecida por ser a morada do imperador, o sol do reino que trazia prosperidade e luminosidade à nação. Muitos iam contra a denominação devido a aparência austera e assustadora do Imperador que se assemelhava mais a uma noite fria de inverno do que com o sol luminoso da manhã.
A cidade da luz, ou Lumius, ficava estrategicamente no centro do reino, onde as águas do rio Fortium se encontravam, tecendo uma teia complexa de outros rios menores que facilitavam a locomoção pela nação imensa que era Auros. Apesar das embarcações serem populares, o destino inicial do exército era próximo o suficiente para dispensar as embarcações, era um custo desnecessário locomover um exército como aquela somente para algumas milhas de distância, afinal faltava um ou dois dias de distância da capital, isso se conhecesse os caminhos corretos para chegar até lá. Qualquer viajante inexperiente poderia se arrastar por uma quinzena desvendando as trilhas confusas até chegar à cidade da luz.
O exército imperial viajou por um longo e extenuante dia até se acomodarem entre um grupo de árvores de sequoias, onde se instalaram, ávidos por comida e descanso.
Elizabeth ainda dormia profundamente quando Calister a tirou cuidadosamente de cima do cavalo, acomodando-a sobre um colchão de penas. Seu rosto ainda estava abatido, não parecia mais a alegre e adorável jovem que o cumprimentou com uma bandeja de doces quase derretidos. Ele sorriu com a lembrança.
— Descanse bem, princesa — murmurou baixinho, tomando distância de Elizabeth e voltando-se para os seus homens que agora se sentiam confortáveis para se embalar em conversas agradáveis.
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Atualizado até capítulo 93
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Rosária 234 Fonseca
viagem cansativa
2024-10-08
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