Perfeição

Aki saiu do quarto após a conversa com Seichiro. Sua mente estava firme no próximo passo de seu plano. Ele sabia que a força física e o domínio sobre o submundo eram essenciais, mas também reconhecia que apenas isso não seria suficiente. Se ele queria realmente se tornar invencível, precisaria expandir suas habilidades. A próxima peça de seu plano era óbvia: a espada. Ele precisaria aprender com o melhor, e esse homem era Yamazaki Harua, o Demônio da Espada.

Enquanto caminhava pelos corredores da mansão, o som suave de seus passos ecoava nas paredes, e sua mente calculava cada movimento que faria a seguir. Harua era o segundo mais forte da família, conhecido por sua serenidade e sua destreza sem igual com a espada. Aki precisava dessa habilidade — não apenas para se tornar mais forte, mas para ser respeitado pelos Yamazaki e pelo submundo.

Ao chegar ao dojo da família, onde Harua treinava os espadachins, Aki viu o homem no centro do salão. Harua, com sua postura impecável e a longa katana nas costas, emanava uma calma avassaladora. Seus cabelos negros, lisos, estavam amarrados de forma impecável, e seus olhos serenos observavam tudo ao redor com precisão. Ele estava vestido com um kimono escuro, que acentuava sua presença quase etérea no ambiente.

Aki se aproximou lentamente. "Harua."

Harua virou-se, seu olhar fixando-se em Aki com um leve interesse. "O que você quer, garoto?" Sua voz era baixa, mas carregava autoridade.

"Quero aprender a arte da espada." Aki foi direto, sem rodeios, como de costume.

Por um momento, Harua ficou em silêncio, medindo as intenções de Aki. Ele sabia que o garoto era diferente, não só por sua força, mas pela ambição que ardia dentro dele. Harua sempre acreditou que, para dominar a espada, era preciso mais do que força física — era necessário equilíbrio entre corpo e mente.

"Você quer aprender a espada?" Harua perguntou, sua voz calma, mas intensa. "A espada não é algo que se aprende por simples curiosidade. Ela exige dedicação, paciência, e... controle."

Aki assentiu, seus olhos fixos nos de Harua. "Estou pronto. Vou aprender o que for preciso para me tornar mais forte."

Harua observou o sobrinho por alguns segundos, antes de suspirar levemente. "Muito bem. Vamos ver se você tem o que é necessário." Ele fez um gesto, chamando Aki para o centro do dojo. "Vamos começar."

Harua pegou uma espada de madeira e entregou a Aki, que a segurou com firmeza, sentindo o peso e a textura do cabo em suas mãos. Harua observava com atenção, já começando a avaliar a postura do garoto.

"Primeiro, você precisa entender o básico. Pés firmes, equilíbrio. A espada é uma extensão do seu corpo, não um objeto externo." Harua começou a instruir, demonstrando os movimentos básicos.

Aki absorveu cada palavra e cada movimento com uma intensidade impressionante. Ele seguia os passos de Harua com uma precisão assustadora, seus olhos atentos a cada detalhe. A velocidade com que ele assimilava os ensinamentos era incomum, até para os padrões de Harua, que havia treinado os melhores espadachins do clã por décadas.

"Impressionante..." pensou Harua, observando Aki ajustar sua postura e executar o movimento perfeito. "Ele aprende rápido... Rápido demais."

Enquanto Harua continuava a ensinar, a expressão de surpresa crescia em seu rosto sereno. Cada técnica, cada corte, cada movimento defensivo que ele mostrava a Aki era replicado com perfeição em questão de minutos. O que levava semanas, às vezes meses, para outros espadachins aprenderem, Aki dominava quase instantaneamente.

"Ele é... um gênio." pensou Harua, sua mente lutando para processar o que estava vendo. "Nunca vi alguém aprender tão rápido. Nem mesmo eu fui tão eficiente quando comecei. O que é esse garoto?"

Após algumas horas de treino, Harua fez um gesto para que os espadachins do clã entrassem no dojo. Eram cerca de quarenta homens, todos guerreiros habilidosos, treinados sob a supervisão de Harua. Eles se alinharam, preparados para o que Harua lhes pedisse.

"Vocês vão lutar contra Aki," Harua anunciou calmamente. "Todos vocês."

Os espadachins se entreolharam, surpresos, mas não questionaram. Harua sabia o que estava fazendo. Aki, por sua vez, permaneceu impassível, seus olhos frios fixos nos oponentes à sua frente.

"Lutem com tudo o que têm. Vamos ver o que ele é capaz de fazer."

Os espadachins sacaram suas espadas de madeira e avançaram contra Aki. O garoto segurou sua espada de treino com firmeza, e quando o primeiro ataque veio, ele se moveu com uma velocidade surpreendente, desviando do golpe e contra-atacando com precisão cirúrgica. Seu oponente foi jogado ao chão com um único golpe no estômago.

O segundo espadachim tentou atacar pelas costas, mas Aki já havia antecipado o movimento. Ele girou, bloqueou o ataque e derrubou o inimigo com um golpe rápido nas pernas. Em questão de segundos, dois dos espadachins mais habilidosos do clã estavam no chão, sem conseguir se levantar.

Harua observava tudo com olhos estreitos. "Isso não é normal. Ele está lendo cada movimento antes mesmo de eles acontecerem. Ele não está apenas reagindo... está antecipando."

Os outros espadachins hesitaram por um momento, mas logo avançaram em conjunto. Aki manteve sua calma absoluta. Ele desviava de cada ataque com uma precisão que beirava o sobrenatural, contra-atacando com uma força controlada que enviava seus oponentes ao chão sem feri-los gravemente, mas com eficácia brutal.

Dentro de minutos, todos os quarenta espadachins estavam no chão, alguns gemendo de dor, outros inconscientes, mas nenhum deles havia conseguido sequer arranhar Aki. Ele permanecia de pé no centro do dojo, sua respiração estável, como se não tivesse feito mais do que uma simples série de exercícios.

Harua estava boquiaberto. "Impossível...", pensou, observando o campo de espadachins derrotados. "Mesmo os melhores lutadores do clã não conseguiram sequer tocá-lo. E ele só está começando. Esse garoto... ele é um prodígio. Não, ele é mais do que isso."

Aki abaixou a espada de madeira, seus olhos fixos em Harua. "O que vem a seguir?" perguntou, sua voz impassível, como se o que acabara de acontecer não fosse nada extraordinário.

Harua deu um passo à frente, ainda processando o que havia acabado de testemunhar. "Você... você é diferente de tudo o que já vi. Nunca houve ninguém com essa capacidade de aprender. Mesmo os maiores espadachins da história não se comparam a você." Ele fez uma pausa, olhando ao redor, para os guerreiros caídos. "E isso foi só o começo. Você vai se tornar o maior espadachim que já existiu, Aki."

Aki permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de Harua. Em sua mente, ele já calculava o próximo passo. "Isso é só o começo," pensou. "Eu vou dominar tudo — o submundo, a espada, e o que mais for necessário. Nada vai me deter."

Harua, por sua vez, sentiu um misto de orgulho e temor. Ele sabia que estava diante de algo verdadeiramente único — um poder que poderia mudar o futuro da família Yamazaki. "Esse garoto... será um monstro. E ele vai levar o nome Yamazaki além do que qualquer um de nós jamais sonhou."

O caminho de Aki estava apenas começando, mas a velocidade com que ele avançava já deixava claro que ele não tinha limites.

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