Intrigas

Ela estava pegando suas coisas no quarto de hóspedes, e eu mal podia esperar para que ela saísse. Sua presença me causava um mal-estar palpável. Quando estava prestes a entrar no meu quarto, ela me chamou.

— Foi você, não foi? — perguntou, lançando-me um olhar frio.

— Não estou entendendo a que você se refere — respondi, tentando parecer confusa.

— Não se faça de sonsa. Você sabe exatamente do que estou falando. Sabe que foi você quem convenceu Osman a me mandar embora. Mas eu entendo, não deve ser fácil para você lidar com a ideia de Osman relembrando os bons tempos que tivemos no meu quarto durante a madrugada — disse ela, destilando veneno em cada palavra.

— Você é ridícula. Seu comportamento só revela o quanto você está frustrada ao perceber que não significa nada para Osman. O único sentimento que ele tem por você é mágoa. E logo eu me encarregarei de garantir que nem mesmo essa mágoa permaneça. Traidoras como você merecem ser esquecidas, como uma comida ruim que se come e se tenta não lembrar — respondi, encarando-a com firmeza e falando com toda a autoridade que me foi ensinada.

— Você escolheu um péssimo caminho. Vai descobrir como é difícil me ter como inimiga — ela me diz, lançando um olhar maligno. Mas eu não me intimido; já enfrentei cobras maiores.

— Veremos. Acho que será difícil para você. Quer mesmo lutar uma guerra que eu já venci? — pergunto, cheia de autoridade.

Ela começa a rir com desdém e, do nada, começa a dar tapas no próprio rosto.

— Pare com isso! Não me bata, já estou indo embora — ela começa a esbravejar alto, como se eu estivesse lhe fazendo alguma coisa. Fico ali sem reação, sem acreditar no que aquela doida estava fazendo consigo mesma.

— Eu não tenho culpa de ainda amar Osman. No coração não se manda — ela diz, chorando e batendo forte no próprio rosto. Em seguida, para e começa a massagear o rosto.

— O que está acontecendo aqui? — a voz grave de Osman ecoa atrás de mim. Ela passa por mim e se agarra a Osman.

— Essa sua namorada é louca! Me perguntou se eu amava você e, quando afirmei que sim, ela começou a me agredir. Eu não mando no meu coração, Osman — diz ela, abraçando Osman. Sou tomada por uma fúria, agarro o braço dela e a puxo com força, socando seu nariz.

— Agora pode dizer que eu te bati, sua maluca — digo, ofegante de raiva.

Osman olha para mim, sua expressão é difícil de ler.

— Você quebrou meu nariz! — ela diz, tentando estancar o sangue que sai do seu nariz.

— Por que está fazendo isso, Taya? Não é assim que se resolvem as coisas. Não precisa de tanta violência — Osman diz, ajudando a maldita a se levantar. Ela se agarra a ele, chorando e me mostrando um sorriso maligno.

— Acredita nela? — pergunto, chateada por ver que ele está ao lado dela.

— Não é questão de acreditar nela, mas no que estou vendo. Não gosto de brigas, e não é bonito ver duas mulheres brigando — ele diz, se desprendendo dos braços de Berna.

— Ela me bateu, Osman! Não fiz nada além de responder às suas perguntas — a cobra continua a destilar seu veneno, e eu vou novamente para cima dela, que corre e se esconde atrás de Osman.

— Sua cascavel, saia daí que vou te dar uma surra de verdade para você parar de mentir — digo, enfurecida.

— Já chega! — Osman esbraveja irritado. — Berna, pegue suas coisas e saia agora mesmo da minha casa. O motorista está te esperando — ele diz friamente.

— Mas Osman, não pode me deixar ir assim — ela diz, tentando segurar o braço dele. Ele a puxa com rispidez e diz:

— A minha casa não é um hotel e eu não sou médico. Já fiz por você mais do que merecia. Por favor, saia da minha casa — ele diz, apontando para a escada.

Ela recolhe suas coisas e sai, me lançando um último olhar tão feio quanto o de um demônio.

Ela desce as escadas e, antes que ele possa falar comigo, entro no meu quarto e tranco a porta. Sinto toda a tensão do momento se formando em um nó na minha garganta, e um choro alto sai como um desabafo.

— Taya? — Ouço ele me chamar do outro lado da porta. Estou chateada e não quero conversar agora.

— Taya, abra a porta, por favor — ele pede.

— Taya, meu amor, abra a porta, não conseguirei dormir se a gente não conversar — ele insiste, sua voz calma e serena. Ouvir "meu amor" me faz lembrar da minha falecida mãe, a única pessoa que me chamava assim com tanto carinho. Isso mexe comigo e amolece meu coração.

— Amor, abra a porta, não fique com raiva de mim, por favor — sua voz agora é suplicante. Então, destranco a porta devagar.

— Taya, eu amo você e me mata saber que está com raiva de mim — ele diz. Quando abro a porta de uma vez, ele, que estava encostado na porta, se desequilibra e cai sobre os pés. Ainda no chão, ergue o olhar para mim. Não consigo segurar o riso.

— Valeu a pena cair, você riu e pude ver como a senhorita tem belas panturrilhas — ele diz, brincalhão, enquanto se levanta e ajeita os cabelos. Para não facilitar para ele, volto a manter a seriedade no rosto e me dirijo à janela do quarto, cruzando os braços.

Ele me abraça por trás, beija de leve meu pescoço, e meu corpo traidor logo se arrepia com o gesto de carinho dele.

— Me perdoa. Quero que saiba que não acreditei nela e não fiquei do lado dela. Aquilo foi uma reação normal; ela estava sangrando e então fui ajudá-la. Mas isso não quer dizer que eu estava do lado dela. Ela é a Berna, não é confiável nem dormindo — ele diz, cheirando meus cabelos.

— Mas você fez parecer que ela tinha razão. Falou com rispidez comigo, e isso me magoou — digo, tentando sair dos seus braços, mas ele me agarra.

— Me solta, Osman — peço.

— Não, só depois que você me disser que me perdoa — ele diz, mordendo devagarinho minha orelha. Isso é um jogo sujo; como vou resistir a esse carinho dele?

— Eu te amo, minha extraterrestre — ele diz, usando o apelido que Burak me deu, e um riso alto me escapa.

— Eu amo te ver sorrir, é assim que tem que ser, você sempre sorrindo — ele diz, virando-me para ele, enfiando a mão nos meus cabelos e tomando minha boca. Sem chance contra essa investida, me entrego ao beijo.

Ele me beija de um jeito calmo, depois vai intensificando, como se estivesse faminto e nada o saciasse. Quando ele interrompe, quase protesto, porque aquilo estava muito bom.

— Você me deixa louco — ele diz, encostando-me contra a parede, cheirando e mordendo de leve meu pescoço. Sinto uma reação diferente em meu corpo, como se minha intimidade se apertasse a cada mordida e beijo que ele dá no meu pescoço. Minha respiração se acelera e meu coração bate rápido e forte. Automaticamente, meu corpo se movimenta embaixo dele, como se precisasse se libertar de algo.

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Comments

Thayane Portal

Thayane Portal

Será que ela não pegou o projeto do shopping no escritório.

2025-02-20

3

Gabi Ramos

Gabi Ramos

já que ela quis se fazer, fingindo que tu bateu nela...então bata de verdade Taya

2025-02-28

0

Juliana Vicentina da Costa Nerys

Juliana Vicentina da Costa Nerys

Agora ele vai ter que apagar o fogo 🔥🔥🔥🔥🔥

2025-01-20

1

Ver todos

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