Festa

Taya...

Hoje, sinto falta do meu amigo. Gostaria que ele estivesse aqui para compartilhar tudo o que está acontecendo comigo, contar sobre as coisas incríveis que aprendi neste mundo chamado Terra, e falar dos sentimentos novos e desconhecidos que experimento quando Osman está perto de mim, como o que senti hoje quando ele falou daquela forma em meu ouvido.

— Meu Deus, que linda! Finalmente, tenho a honra de conhecer a protegida de Osman — uma mulher diz assim que me vê entrar.

— Obrigada, senhorita! — respondo, me aproximando dela. Ela me abraça e beija meu rosto. Retribuo da mesma forma, como Osman me ensinou.

— Eu sou Silla, stylist e amiga do Osman — ela se apresenta.

— É um prazer conhecê-la — digo.

— Agora me dê licença, Silla — diz um homem, empurrando Silla para o lado. — É a minha vez de cumprimentar essa deusa. Pipo, pronto para servi-la, cuidar da sua pele e deixá-la ainda mais deslumbrante do que já é — ele diz de um jeito bem engraçado, segurando minha mão e pousando um beijo sobre ela. Silla revira os olhos, desdenhando dele.

— Não se importe com a extravagância dessa Barbie girl — ela comenta, tocando meu braço.

— Ela é uma invejosa querida; por isso fala assim de mim — Pipo diz, fazendo uma careta para Silla, que responde mostrando a língua.

Após ser apresentada a toda a equipe, sentei-me em uma cadeira giratória, e pela primeira vez, estavam fazendo minhas unhas de verdade. Não era como em Sardônica, onde apenas limpavam. Essas moças tiravam pequenos pedacinhos de pele dos cantos das minhas unhas e depois me mostraram várias tintas em frascos pequenos — os "esmaltes", como a moça os chamou. Escolhi a cor vermelha, e quando ela terminou, fiquei admirada com o quão bonito ficou. Em seguida, outras moças começaram a cuidar dos meus cabelos. Quase caí da cadeira quando ligaram o tal secador; aquilo soprava um vapor quente, mas logo me acostumei. Enrolaram pequenos rolinhos nos meus cabelos, e então chegou a vez do Pipo.

— Você realmente parece ser de outro mundo. Sabia que assinamos um contrato para estar aqui hoje? — ele perguntou.

— Não sabia — respondi.

— Osman nos contou sobre a sua situação, mas ele não quer que ninguém além de nós saiba. Por isso, assinamos um contrato de confidencialidade. Nenhum de nós pode falar sobre o trabalho que estamos fazendo aqui hoje — ele disse, enquanto passava creme no meu rosto e depois o retirava delicadamente.

— Agora vem a melhor parte, onde vou fazer minha obra de arte: uma maquiagem super linda nesse seu rostinho de anjo — ele comentou, e achei engraçado. Ele era realmente diferente dos outros homens que eu conhecia.

— Pipo, posso te fazer uma pergunta? — perguntei, meio sem jeito.

— Todas que você quiser, maravilhosa — ele respondeu, fazendo um gesto exagerado com as mãos e deixando-as pousadas no ar.

— Por que você não é como os outros homens? — perguntei, hesitante. Ele soltou uma gargalhada.

— Porque eu sou uma borboleta que saiu do casulo. Sou gay. E gay é um homem que sente atração por outra pessoa do mesmo sexo. Não me interesso por mulheres, resumindo: gosto da mesma fruta que você — ele respondeu, com um sorriso no rosto.

Depois, ele me explicou muitas coisas sobre seu universo, sobre como ele sofre por escolher viver seus desejos e até como foi espancado por amar de maneira diferente e ser visto como diferente por outras pessoas.

— Eu sinto muito que o seu mundo não te aceite, Pipo, que não entenda que sua escolha só diz respeito a você. Quem você escolheu ser não te define como algo ruim. Vejo que você tem um enorme coração e merece respeito, como todo ser humano, independentemente de ser homem, mulher ou gay. Em Sardônica, não há gays, pelo menos nunca vi. Se há, devem se esconder, porque com certeza lá seria tão cruel quanto aqui. Lá, sofremos por sermos mulheres. Não temos voz, e nossa vida é decidida pelos... homens — disse, e ele foi às lágrimas.

— Você é um anjo, minha linda princesa — ele disse, me abraçando.

Após Pipo terminar seu trabalho, Silla trouxe uma coleção de vestidos deslumbrantes, cada um mais lindo que o outro. No final, optei por um preto. Nunca havia usado um vestido dessa cor, nem desse estilo, e era bem diferente de tudo no meu guarda-roupa.

Já pronta e elogiada por todos, despedi-me e agradeci. Quando fiquei sozinha, me peguei admirando o reflexo no espelho, realmente me sentindo muito bonita.

Ao sair, encontrei Osman me esperando. Ele estava deslumbrante em um terno preto elegante, e seu olhar, intenso e admirador, me deixou tímida. Seus olhos tinham um brilho diferente, e quando ele caminhou na minha direção, segurou minha mão e depositou um beijo suave nela.

— Você está deslumbrante, princesa Taya. Sinto-me honrado que tenha aceitado ser minha companhia esta noite — disse ele, com um sorriso encantador.

— Obrigada. Fico muito grata pelo convite — respondi.

— Vamos, sou o anfitrião da festa, não posso me atrasar — ele disse.

Hoje, quem conduzia o carro era o motorista de Osman. Ele se sentou no banco de trás comigo, e eu o pegava me olhando constantemente.

— Está nervosa? É sua primeira festa, afinal — ele perguntou, percebendo meu nervosismo.

— Confesso que estou, especialmente por ser a festa de aniversário da sua empresa — admiti.

— Não se preocupe, estarei ao seu lado o tempo todo. Se alguém te fizer alguma pergunta e não souber o que responder, apenas aperte meu braço, e eu cuidarei do resto — ele disse, oferecendo um olhar tranquilizador.

— Está bem — digo.

Quando o carro chegou ao local da festa, fiquei assustada com a multidão lá fora. Flashes de luz vinham na direção do carro; já sabia que eram os paparazzi. Osman havia me preparado para esse dia, mas mesmo assim eles me assustaram. Essas pessoas pareciam desesperadas.

— Fique tranquila, tem seguranças nos esperando e uma barreira que não permite que eles ultrapassem — ele diz.

O motorista abre a porta. Osman sai primeiro e, em seguida, me estende a mão para me ajudar a sair. Os flashes continuam vindo na nossa direção, e eu fico tonta com tantas luzes. Osman pousa sua mão nas minhas costas, me conduzindo para dentro do espaço.

Lá dentro, o ambiente era deslumbrante: um salão com pé-direito alto e lustres de cristal que pendiam do teto, iluminando suavemente o espaço. O chão era um mosaico intrincado de mármore preto e branco, conferindo ao local uma elegância distinta.

Mesas redondas estavam dispostas ao longo do salão, cada uma adornada com arranjos de flores brancas e folhagens verdes. Nas paredes, telas exibiam os projetos mais icônicos da empresa, verdadeiras obras de arte. Osman realmente é excelente no que faz. Uma música suave tocava ao fundo, e isso ajudou-me a relaxar, ao ponto de nem perceber que o meu nervosismo havia passado.

— Está tudo muito lindo, Osman. Você é um arquiteto excepcional — digo, tocando nas imagens na tela.

— Linda é você, Taya. Nada aqui é tão lindo quanto você — ele responde, olhando-me daquele jeito que faz o meu coração disparar.

— Obrigada! Acho que os teus convidados começaram a chegar — digo, avistando uma mulher elegante a entrar no salão. Ela tinha cabelos pretos e usava um vestido vermelho curto que realçava as suas curvas.

Quando Osman se vira para ver quem é, o seu semblante muda, fechando-se num instante. Ele parece incomodado com a presença dela, enquanto ela, ao contrário, abre um sorriso e olha-o de cima a baixo.

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Comments

maria Cristina

maria Cristina

a megera chegou kkkk

2025-02-06

3

Juliana Vicentina da Costa Nerys

Juliana Vicentina da Costa Nerys

Com certeza ou é filha de um dos investidores ou ex flerte.

2025-01-19

2

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Deve ser alguma piriguete de Osman....

2025-01-02

1

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