Osman...
Tudo o que eu mais queria agora era tirar essa sujeirinha de sorvete do canto da boca dela com um beijo. Ela é linda, e quando está contente, fica ainda mais perfeita. Tem sido difícil não flertar com ela; é automático. Quando a vejo, não consigo esconder o quanto a quero. O que me mantém distante é o pensamento de que ela pode ter uma família, namorado, noivo ou até mesmo marido e filhos. E se eu começo algo com ela e, do dia para a noite, ela lembra que tem uma família? Ou se alguém aparece procurando por ela? Eu ficaria arrasado, e tenho certeza de que ela também.
— Osman, olha lá — ela diz, apontando para a minha direção. Olho para ver o que é, e a danada me enganou, roubando um pouco do meu sorvete enquanto me distraí com o que ela apontou.
— Agora vou querer o seu sorvete — digo, tentando pegar, mas ela corre.
— Isso não vale, Taya — reclamo, fingindo estar bravo.
No caminho de volta para casa, visitamos minha mãe. Burak me manda fotos de sites e jornais com matérias onde diz: "Osman, arquiteto famoso, finalmente fisgado". Uma das fotos é minha e de Taya chegando ao evento. Me preocupo com essa exposição do rosto de Taya. Estou sendo egoísta, mas, no fundo, não quero que ela vá embora. Torço para que ninguém a encontre.
— Está tudo bem? — ela pergunta, percebendo minha preocupação.
— Está sim. É que está circulando essa matéria — digo, mostrando a ela o celular.
— E isso te preocupa? — ela pergunta.
— Não sei dizer. Em partes, sim, me preocupa — admito.
— Não quer que todos pensem que sou sua namorada? Ou era só um show particular para os seus amigos e clientes que estavam na festa? — ela pergunta, com uma certa chateação na voz.
— Não é isso que me preocupa. É que... gosto da sua companhia, e com você exposta nesses jornais e na internet, alguém da sua família pode reconhecer você e vir procurá-la — confesso.
— A única tecnologia que a em sardônica é a carruagem movida a cavalos. Então como me encontrariam? Ou você realmente acha que eu inventei essa história de ser de outro mundo? Pensei que já tivesse se convencido de que tudo o que te falo é verdade — ela diz, demonstrando tristeza e virando-se para olhar pela janela, evitando me encarar.
Paro o carro e toco no seu braço. Ela puxa o braço e continua olhando pela janela.
— Taya, olha para mim — peço, então percebo que ela está enxugando as lágrimas.
Saio do carro e dou a volta para abrir a porta do lado do passageiro, estendendo a mão para ela, mas ela me ignora.
— Vai mesmo ficar com raiva de mim? — pergunto, e ela dá de ombros, como uma criança.
Me abaixo e retiro o cinto de segurança dela. Estou tão perto que me vejo tentado a beijá-la, mas sei que isso só pioraria a situação.
— Vem comigo? — peço, e ela nada diz.
— Então, já que não vem por vontade própria, eu vou levá-la onde quero — digo, tentando pegá-la no colo, mas ela começa a me bater.
— Não se atreva! — ela diz, me batendo.
— Agora você falou. Para com isso, você parece uma criança. Vamos conversar — digo.
— Conversar o quê? Se você nunca acreditou em nada do que eu disse, me sinto uma idiota. Quando contei a você sobre o meu mundo e que você provavelmente pensou que eu tenho demência — ela diz, saindo do carro e batendo a porta irritada.
— Taya, me escute — peço, e ela vira de costas para mim, cruzando os braços.
Então, abraço-a por trás. Ela se debate para tentar sair dos meus braços, mas eu a abraço com mais força, e ela desiste. Viro-a para mim, a abraçando, e beijo o topo da sua cabeça.
— Eu quero acreditar em você. Às vezes, até me questiono porque, como você diz, me parece convicta e sincera. Mas quando penso no que a ciência do meu mundo diz, o seu mundo parece algo impossível de existir. Mas não me importo e não ligo para nada disso. Se você não percebeu, eu praticamente disse que tenho medo de perder você. E, se coloque no meu lugar: se fosse o contrário, eu chegasse no seu mundo e falasse do meu para você, com todas as tecnologias, você pensaria o mesmo de mim — digo com sinceridade.
Ela ergue a cabeça e me encara com aqueles lindos olhos, seus cílios molhados de lágrimas, parecendo compreender o que eu disse.
— Você tem medo de me perder? Por que tem medo? — ela pergunta com sua voz meiga e doce, fazendo meu coração bater forte com as palavras que estão presas na minha boca.
— Não faça isso comigo — peço, sentindo-me inseguro para expressar o que sinto.
— Não vai me dizer? — ela insiste.
— É que… — pauso, tentando encontrar as palavras certas. — Você chegou na minha vida e mudou tudo. Virou o meu mundo de cabeça para baixo. Antes, eu era apenas o Osman, o homem solitário. E aí, como por mágica, você apareceu e se tornou o meu mundo, o mundo de Osman e Taya. Você trouxe risos e emoções que eu nem sabia que eram possíveis em mim. Taya, eu nem consigo imaginar como seria viver sem você. É como se eu não existisse antes de você chegar. Era tudo tão vazio. Eu tentava preencher esse vazio comprando carros, lanchas, helicópteros, e nada disso me saciava. Mas desde que você entrou na minha vida, é como se eu finalmente estivesse completo. Você se tornou tudo para mim — digo, expondo tudo o que sinto.
Agora não há mais como voltar atrás. Se ela me rejeitar, quebrará o meu coração, e eu terei que me convencer a viver com a dor de não ter ela para mim.
Ela me encara, respirando forte, e então me abraça com força. Eu não sei exatamente o que ela quer dizer com isso, mas espero que seja um sinal de que sente o mesmo por mim.
— Osman, eu tenho medo de perder você. Não entendo muito bem os meus sentimentos, mas sei que você desperta em mim sensações que nunca senti antes. Quando você está no trabalho, fico ansiosa para você voltar, e quando chega, sinto frio na barriga toda vez. Quando está tão perto, como agora, meu coração bate forte, minha pele se arrepia, e meu corpo queima quando você fala baixinho no meu ouvido. Eu sonho com você todas as noites e você está sempre em meus pensamentos, mesmo quando estamos juntos — ela diz, suas palavras chegando como flechas certeiras no meu coração, fazendo-me transbordar de alegria.
Seguro seu rosto com delicadeza e, tomado de coragem, tomo seus lábios em um beijo gentil. No início, ela parece um pouco sem jeito, talvez por nunca ter beijado antes, mas logo, com um toque suave, a conduzo para um beijo mais sincronizado. Seu beijo, doce e envolvente, faz com que eu deseje mais e mais.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
tigres brancos
como faz para parar de lê kkkk eu tenho serviço pra fazer kkk muito bom , parabéns autora
2025-02-21
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maria Cristina
gostando de ler, leva a gente nas nuvens
2025-02-06
0
Maristela Cuoghi
emocionante, suas estórias a gente vive ela , não só le
2025-02-03
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