A ambulância corria a velocidade máxima, enquanto os médicos dentro dela faziam assistência ao Hugo. Os ferimentos eram profundos, e ele havia perdido muito sangue. Celma estava sentada ao lado, tremendo, pálida e gelada, ainda sem conseguir acreditar no que acabara de presenciar e viver. O barulho dos aparelhos e as vozes dos médicos pareciam distantes, como se estivessem em outro mundo. Hugo estava imóvel, deitado na maca, sua vida entregue nas mãos de desconhecidos que lutavam para trazê-lo de volta.
Flashback
Quando Hugo caiu no chão, Celma correu para perto dele, o pânico estampado em seu rosto. Ela olhou para os pulsos cortados de Hugo, o sangue escorrendo rapidamente. Desesperada, ela pegou o telefone e ligou para o hospital, pedindo ajuda. A voz trêmula e desesperada dela mal conseguia formar palavras coerentes.
— Por favor, mandem uma ambulância! Meu... meu marido... ele se cortou! — gritava Celma, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela amarrava os pulsos de Hugo com pedaços de pano rasgado, tentando estancar o sangue.
Ela vestiu rapidamente suas roupas, escondendo as roupas rasgadas que Hugo havia destruído. Quando a ambulância chegou, a sirene acordou o bairro, e os vizinhos se aproximaram, curiosos. Olhares de preocupação e confusão pairavam sobre Celma e Hugo. As pessoas sussurravam entre si, tentando entender o que havia acontecido naquela casa silenciosa.
— O que será que aconteceu? — murmurava uma vizinha.
— Eles pareciam um casal tão normal... — disse outro, balançando a cabeça.
Mas ninguém tinha respostas, exceto Celma e Hugo.
Presente
Quando a ambulância chegou ao hospital, Hugo foi levado rapidamente para a emergência, onde recebia assistência médica. Celma estava em pânico, dando voltas na sala de espera. Ela tremia, os murmúrios inaudíveis, enquanto segurava a cabeça entre as mãos. Uma enfermeira se aproximou dela com um copo de água, tentando acalmá-la.
— Por favor, tente se acalmar. Seu marido está sob os cuidados dos melhores médicos — disse a enfermeira, colocando a mão no ombro de Celma.
Celma, com as mãos trêmulas, sentou-se, batendo os pés no chão. Ela estava assustada, a imagem de Hugo rasgando sua blusa e depois cortando seus próprios pulsos repetindo-se em sua mente. Ela falava sozinha, palavras inaudíveis saindo de seus lábios. Nem uma lágrima caía de seu rosto, apenas um olhar vazio e perdido.
De repente, seu celular tocou, fazendo-a pular de susto. O som ecoou pela sala de espera, chamando a atenção de todos. Uma das enfermeiras se aproximou novamente, desta vez com mais carinho e compaixão.
— Venha comigo, vamos para uma sala mais tranquila — disse a enfermeira, levando Celma pela mão.
Celma se deixou guiar, ainda em choque. Ao chegar na sala, ela se sentou em uma cadeira, abraçando a si mesma. Olhou para a enfermeira com olhos suplicantes.
— Por favor, me ajude. Eu... eu preciso de um calmante — implorou Celma.
A enfermeira assentiu, pegou um calmante e entregou a ela. Celma tomou o comprimido com mãos trêmulas, seus lábios murmurando agradecimentos. Depois, ela pediu para a enfermeira ligar para sua mãe.
No bairro 21 de Julho, o dia nascia. Dona Teresa estava no quarto de Celma, murmurando preocupada sobre o paraDeiro da filha. Ela notou que Celma não havia voltado para casa e passou a noite fora. Quando o celular tocou, seu coração apertou, pressentindo que não era uma boa notícia.
— Onde será que essa menina se meteu? — disse ela, notando que a filha não havia voltado para casa.
Seu celular tocou, e seu coração apertou. Sabia que notícias ruins andam rápido, mas esperava que tudo estivesse bem com sua filha. Atendeu o telefone com uma sensação de medo.
— Bom dia, Senhora Teresa! Aqui é a Josefa — saudou a enfermeira Josefa, do outro lado da linha, com um sorriso que podia ser sentido na voz.
— Bom dia, Josefa. Em que posso ajudar? — perguntou Dona Teresa, tentando esconder a preocupação em sua voz.
— Está tudo bem com a senhora? Dormiu bem? — perguntou a enfermeira, de forma amigável.
— Sim, filha, tudo bem. Descansei, mas por que pergunta? — respondeu Dona Teresa, sentindo que algo estava errado.
— É sobre sua filha, Celma. Ela está no hospital — disse Josefa, com um suspiro, sentindo o peso das palavras.
Dona Teresa saiu do quarto de Celma Apressada, trocando de roupa rapidamente. Sabia que contar ao marido, Augusto, sem antes estar a par da situação poderia causar um alvoroço maior. Deixou um bilhete na mesa, dizendo que ia para a igreja, e saiu de casa.
Ao chegar ao hospital, encontrou Celma falando com os policiais. Eles queriam saber o que havia acontecido na casa durante a noite e o que levara Hugo a cortar os pulsos.
— O que aconteceu na casa durante a noite? O que levou seu esposo a cometer a tentativade suicídio? — perguntou um dos policiais.
Celma, ainda trêmula, contou uma versão diferente dos fatos.
— Estamos em processo de separação. Ele tem tido dificuldades em aceitar. Eu fui lá pegar alguns documentos... — disse Celma, evitando olhar diretamente para os policiais.
— Entendemos, senhora. Vamos precisar de um depoimento mais detalhado depois — disse o policial, anotando tudo.
Os policiais anotavam tudo, observando a expressão de Celma. Ela estava pálida, os olhos vidrados, e seu corpo tremia ligeiramente. Cada palavra que saía de sua boca era um esforço, a voz quase se quebrando sob o peso da verdade não dita.
Dona Teresa se aproximou, abraçando Celma com força. — Minha filha, o que aconteceu? — perguntou, a voz carregada de preocupação.
Celma apenas balançou a cabeça, sem conseguir encontrar as palavras. As memórias da noite anterior rodopiavam em sua mente, e ela se sentia à beira do colapso.
— Vamos, querida. Você precisa descansar um pouco — disse Dona Teresa, conduzindo Celma para um banco na sala de espera.
Celma se sentou, os olhos fixos no chão, enquanto Dona Teresa falava com a enfermeira.
— Ela vai ficar bem? — perguntou Dona Teresa, tentando manter a calma.
— Fisicamente, sim. Mas ela passou por um grande trauma. Precisará de tempo e apoio — respondeu a enfermeira, com um olhar compreensivo.
— Mamãe, foi horrível... — disse Celma, finalmente deixando as lágrimas caírem.
Flashback
Quando Hugo caiu no chão, Celma correu para perto dele, seu coração batendo descontroladamente. Ela olhou para os pulsos cortados de Hugo, o sangue escorrendo rapidamente. Desesperada, ela pegou o telefone e ligou para o hospital, pedindo ajuda. A voz trêmula e desesperada dela mal conseguia formar palavras coerentes.
— Por favor, mandem uma ambulância! Meu... meu marido... ele se cortou! — gritava Celma, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela amarrava os pulsos de Hugo com pedaços de pano rasgado, tentando estancar o sangue.
Ela vestiu rapidamente suas roupas, escondendo as roupas rasgadas que Hugo havia destruído. Quando a ambulância chegou, a sirene acordou o bairro, e os vizinhos se aproximaram, curiosos. Olhares de preocupação e confusão pairavam sobre Celma e Hugo. As pessoas sussurravam entre si, tentando entender o que havia acontecido naquela casa silenciosa.
— O que será que aconteceu? — murmurava uma vizinha.
— Eles pareciam um casal tão normal... — disse outro, balançando a cabeça.
Mas ninguém tinha respostas, exceto Celma e Hugo.
Presente
— Mãe, eu... eu não sei mais o que fazer — disse Celma, soluçando.
Dona Teresa acariciou os cabelos da filha, tentando acalmá-la.
— Vai ficar tudo bem já passou, minha filha. Você não está sozinha — disse Dona Teresa, a voz firme.
A enfermeira Josefa se aproximou novamente, com um semblante preocupado.
— Senhora Celma, precisamos que você assine alguns documentos para a internação do seu esposo — disse a enfermeira, entregando uma prancheta.
Celma pegou a prancheta com mãos trêmulas, tentando focar nas palavras impressas. Ela assinou rapidamente, sem ler direito, apenas querendo que aquele pesadelo acabasse.
— Ele vai ficar bem? — perguntou Celma, a voz quebrada.
— Estamos fazendo tudo o que podemos. Agora é importante que você descanse um pouco — disse a enfermeira, tentando ser reconfortante.
Celma assentiu, deixando-se guiar para uma sala onde poderia descansar. Sentou-se em uma cadeira, abraçando a si mesma. As imagens daquela noite horrível repetiam-se em sua mente, sem cessar.
Dona Teresa se aproximou dos policiais, tentando obter mais informações.
— O que vai acontecer agora? — perguntou ela, preocupada.
— Vamos investigar o ocorrido. Precisa haver uma análise completa da situação — disse um dos policiais, de forma profissional.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 62
Comments