Era uma manhã de domingo ensolarada, e a igreja estava cheia de fiéis louvando ao Deus Altíssimo. Celma estava sentada ao lado da sua mãe, Dona Teresa, e do seu pai, Sr. Augusto. Atrás deles, seu irmão Edgar, acompanhado pela esposa Eliane e suas duas filhas, André, de dois anos, e Agustín, de quatro, ouviam atentamente o sermão do Pastor Raul Soares, que falava sobre a importância da família.
O Pastor Raul, um homem de voz forte E presença marcante, gesticulava com entusiasmo enquanto falava sobre o papel da família na vida cristã.
— A família é o alicerce da nossa fé. É nela que encontramos o apoio necessário para enfrentar os desafios da vida. Deus nos deu a família para que possamos crescer juntos, amando e cuidando uns dos outros — dizia ele, emocionado.
Celma, absorvida pelo sermão, olhava ao redor e viu a família Ferreira sentada do outro lado da igreja. Lucas estava com seus pais, Dona Margarida e Sr. Carlos. A presença de Lucas trazia um misto de conforto e preocupação ao coração de Celma.
Quando o culto terminou, os fiéis começaram a sair para fora da igreja. Celma viu Dona Margarida apresentando uma jovem ao filho.
— Lucas, esta é Elsa Mendes, a modelo que canta no coral da igreja — disse Dona Margarida, com um sorriso satisfeito.
Elsa, uma mulher alta e elegante, sorriu encantadoramente para Lucas.
— Prazer em conhecê-lo, Lucas. Sua mãe fala muito bem de você — disse Elsa, estendendo a mão.
— O prazer é meu, Elsa — respondeu Lucas, apertando a mão dela, mas mantendo uma expressão neutra.
Dona Teresa, que estava ao lado de Celma, deu um leve cutucão na filha e murmurou.
— Olha a Dona Margarida, sempre tentando arranjar uma esposa para o filho — disse ela, disfarçando um sorriso.
— É, parece que ela não desiste — respondeu Celma, rindo baixinho
Ao sair da igreja, Lucas se aproximou de Celma e os dois começaram a conversar sobre o sermão do pastor.
— O sermão do Pastor Raul foi realmente inspirador hoje, não acha? — perguntou Lucas, ainda pensativo.
— Foi sim. Ele sempre toca nos pontos certos — disse Celma, concordando. — Me lembrou do tempo em que eu cantava no coral. Faz tanto tempo que estou afastada da igreja...
— Você deveria voltar. Sua voz fazia falta no coral — sugeriu Lucas, sorrindo.
— Talvez um dia eu volte — disse Celma, nostálgica.
Enquanto eles conversavam, Celma sentiu uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada. Olhando discretamente ao redor, ela viu Hugo à distância. Lucas não notou nada, mas Celma ficou inquieta.
Logo depois, Dona Margarida pediu a um garoto que chamasse Lucas. Ele foi ao encontro da mãe, que estava com um olhar sério.
— Lucas, eu convidei a Elsa para almoçar em casa hoje. Quero que você chegue cedo e deixe de ser babá da mulher do outro — disse Dona Margarida, com uma expressão firme.
— Mãe, já conversamos sobre isso. Eu apenas ajudo a Celma quando ela precisa — respondeu Lucas, tentando manter a calma.
Sr. Carlos chegou com o carro e chamou pela mulher com a buzina. Dona Margarida lançou um último olhar de aviso ao filho antes de se afastar.
Sr. Augusto estava falando com o pastor sobre Celma quando ela foi chamada.
— Celma, o Pastor Raul quer falar com você — disse Sr. Augusto, gesticulando para a filha.
Celma se aproximou do pastor e os dois começaram a conversar a sós.
— Celma, sei que você está passando por momentos difíceis. Lembre-se de que a igreja está aqui para te apoiar — disse o Pastor Raul, com um tom compassivo.
— Obrigada, Pastor. Suas palavras significam muito para mim — respondeu Celma, emocionada.
Lucas esperava por Celma do lado de fora e, quando ela terminou a conversa com o pastor, ele a levou para casa dos pais dela antes de seguir para sua própria casa no condomínio da 10ª Brigada.
O almoço na casa da família Rodrigues era um momento de verdadeira alegria. Todos estavam em volta da mesa, compartilhando risadas e histórias. Edgar, Eliane, suas filhas, e até Ana, prima e amiga de Celma, estavam presentes. A atmosfera era de paz e harmonia.
Frente à casa da família Ferreira, Lucas estacionava seu carro quando foi surpreendido pelo carro de Hugo, que parou abruptamente na sua frente. Hugo desceu do carro, bravo, e partiu para cima de Lucas.
— Afaste-se da Celma antes que as coisas fiquem feias para o seu lado. Ela ainda é minha esposa e não precisa de um babá nem de um guarda-costas — disse Hugo, a voz cheia de raiva.
Lucas ergueu as mãos, tentando acalmar a situação.
— Hugo, você precisa se acalmar. Eu só estou tentando ajudar — respondeu Lucas, com um tom conciliador.
— Ajudar? Você só está atrapalhando! Está avisado, da próxima vez não haverá papo furado. Só para não dizer que nunca foi avisado — ameaçou Hugo, antes de voltar para o carro.
Dona Margarida, saindo de dentro de casa, viu o carro de Hugo partindo.
— Aquele não é o esposo da Celma? — perguntou ela ao filho, intrigada.
— Sim, mãe, é ele — respondeu Lucas, suspirando.
Eles entraram e Lucas recebeu os sermões de sempre.
— Lucas, você precisa parar de se envolver com essa mulher. Ela só traz problemas — disse Dona Margarida, impaciente.
— Mãe, eu já falei que estou apenas ajudando — respondeu Lucas, tentando manter a calma.
— Não parece. Você está se colocando no meio de uma confusão que não é sua — insistiu ela.
— Talvez você devesse ouvir o que o Lucas tem a dizer, Margarida. Ele é um homem adulto — disse Sr. Carlos, tentando acalmar a esposa.
— Adulto ou não, ele precisa tomar decisões melhores — rebateu Dona Margarida, firme.
Não tardou para Elsa chegar, tocando a campainha. Dona Margarida fez sinal para Lucas ir abrir a porta.
— Vá, Lucas. Seja educado — disse ela, apontando para a porta.
Lucas abriu a porta e encontrou Elsa com uma garrafa de vinho na mão.
— Olá, Lucas. Trouxe isso para o almoço — disse Elsa, com um sorriso radiante.
— Obrigado, Elsa. Entre, por favor — disse Lucas, tentando sorrir.
Enquanto todos se acomodavam para o almoço, a tensão era palpável. Dona Margarida fazia questão de incluir Elsa em todas as conversas, enquanto Lucas tentava manter um semblante neutro.
— Então, Elsa, como vai o grupo coral? — perguntou Dona Margarida, tentando parecer casual.
— Vai muito bem, obrigada. Estamos nos preparando para a apresentação de Natal — respondeu Elsa, animada.
— Que ótimo. Lucas, você deveria assistir. Tenho certeza de que vai adorar — disse Dona Margarida, olhando para o filho.
— Claro, mãe. Vou tentar ir — respondeu Lucas, sem muita convicção.
Enquanto isso, na casa dos Rodrigues, o almoço continuava animado. Celma estava feliz de estar rodeada por sua família, mesmo com todos os problemas que enfrentava.
— Ana, como estão as coisas no trabalho? — perguntou Celma, curiosa.
— Estão indo bem. Estamos com muitos projetos novos — respondeu Ana, sorrindo.
— Fico feliz em ouvir isso. Precisamos nos encontrar mais vezes — disse Celma, com um olhar sincero.
— Com certeza. Vamos marcar algo em breve — disse Ana, animada.
A conversa fluiu naturalmente, cheia de risadas e histórias. Celma sentiu uma paz momentânea, uma pausa nas tempestades que assolavam sua vida.
De volta à casa dos Ferreira, o clima era tenso. Lucas tentava participar da conversa, mas sua mente estava longe. Ele não podia deixar de pensar em Celma e nos problemas que ela enfrentava.
— Lucas, você está muito quieto. Está tudo bem? — perguntou Sr. Carlos, percebendo o estado do filho.
— Sim, pai. Só estou pensando em algumas coisas — respondeu Lucas, tentando disfarçar.
— Bom, se precisar de algo, estamos aqui — disse Sr. Carlos, com um olhar compreensivo.
— Obrigado, pai — respondeu Lucas, grato.
Após o almoço, Elsa se aproximou de Lucas, tentando iniciar uma conversa mais pessoal.
— Lucas, você tem planos para esta semana? — perguntou ela, curiosa.
— Nada de especial. Por quê? — respondeu Lucas, tentando ser educado.
— Pensei que poderíamos sair para jantar algum dia. O que acha? — sugeriu Elsa, esperançosa.
— Vou ver minha agenda e te aviso — disse Lucas, sorrindo.
Enquanto isso, Hugo estava em sua casa, frustrado e cheio de ressentimento. Ele sabia que precisava fazer algo para reconquistar Celma, mas não sabia como.
— Não posso perder ela. Preciso encontrar uma maneira — disse Hugo para si mesmo, decidido.
A tensão entre Hugo, Lucas e Celma estava longe de ser resolvida. Cada um deles enfrentava seus próprios demônios, tentando encontrar um caminho em meio ao caos. As palavras trocadas, os olhares furtivos e as emoções à flor da pele eram apenas o começo de uma batalha que prometia ser intensa e cheia de reviravoltas.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Solange Araujo
É chato quando uma pessoa fica empurrando outra pra vc , 😒 depois as duas ficam magoadas....
2024-09-08
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