A manhã seguinte trouxe um sol pálido que mal conseguia perfurar as nuvens cinzentas. Hugo foi liberado da delegacia com uma advertência severa. Enquanto caminhava pelas ruas de Lagoas, ele não conseguia afastar os pensamentos sombrios que o perseguiam. Sua obsessão por Celma se intensificava a cada passo, e ele sabia que precisava falar com ela.
Do outro lado da cidade, Celma tentava seguir com sua rotina, embora uma sensação inquietante não a deixasse em paz. Ela estava sempre olhando por cima do ombro, sentindo-se vigiada. Hugo a seguia nas sombras, esperando o momento certo para abordá-la.
No trabalho, Celma se esforçava para manter a concentração, mas a presença invisível de Hugo a atormentava. Durante o intervalo, ela saiu para tomar um café, e foi então que sentiu a presença de Hugo mais forte do que nunca. Ele estava do outro lado da rua, observando-a.
— Celma! — chamou Hugo, atravessando a rua rapidamente.
— Hugo, o que você está fazendo aqui? — perguntou Celma, tentando manter a calma.
— Só quero um minuto, por favor, Celma. — disse Hugo, com um tom desesperado.
— Não aqui, Hugo. Não agora — respondeu Celma, tentando afastar-se dele.
— Por favor, Celma! Só um minuto — insistiu Hugo, segurando-a pelo braço.
— Eu disse, não aqui, Hugo. Depois eu te procuro — respondeu Celma, tentando afastar-se dele.
— Eu sei que você não virá, apenas saiba que não poderás fugir de mim para sempre. Ainda somos casados! — gritou Hugo, atraindo olhares curiosos.
— Hugo, por favor, solte-me — implorou Celma, tentando se libertar.
Nesse momento, Lucas apareceu, atraído pelos gritos. Ele correu até eles e empurrou Hugo para longe de Celma.
— Solte-a agora! — exigiu Lucas, colocando-se entre Hugo e Celma.
— Quem você pensa que é para se meter na nossa vida? — gritou Hugo, avançando para cima de Lucas. — Porras, você saiu de onde! Não tens mais o que fazer, carralho! Ela é minha esposa, mas você não tem trabalho!
Os dois homens começaram a brigar, trocando socos e empurrões. Celma, desesperada, tentou separá-los, mas a raiva de Hugo era incontrolável. Ele acertou Lucas com um soco violento no rosto, fazendo-o cair no chão, ferido e sangrando.
— Isso não acabou, Lucas. Fique longe de Celma, ou da próxima vez será pior — ameaçou Hugo, antes de sair correndo.
Celma ajoelhou-se ao lado de Lucas, preocupada.
— Lucas, você está bem? — perguntou ela, com lágrimas nos olhos.
— Está tudo bem, Celma. — respondeu Lucas, ofegante.
Enquanto isso, Hugo voltou para sua casa, exausto e furioso. Ele mal tinha fechado a porta quando ouviu a campainha tocar. Ao abrir, encontrou um oficial de justiça com uma intimação.
— Hugo Santana, você foi formalmente intimado para comparecer ao tribunal para tratar do processo de divórcio iniciado por Celma Rodrigues Santana — disse o oficial, entregando o documento a Hugo.
— Não pode ser... — murmurou Hugo, sentindo o chão desaparecer sob seus pés.
Na casa dos Ferreira, Elsa estava conversando com Dona Margarida na sala de estar. Elsa tentava demonstrar seu interesse em Lucas, mas era óbvio que ele não estava interessado nela.
— Dona Margarida, eu realmente gosto do Lucas. Ele é um homem incrível — disse Elsa, tentando ganhar a simpatia da mãe de Lucas.
— Eu também acho, querida. Mas Lucas tem sido difícil ultimamente. Ele parece estar sempre distante — respondeu Dona Margarida, suspirando.
— Talvez ele precise de alguém que o entenda e o apoie. Alguém como eu — sugeriu Elsa, com um sorriso esperançoso.
— Você está certa, Elsa. Lucas precisa de alguém ao seu lado. Vou conversar com ele — disse Dona Margarida, decidida.
Enquanto isso, Lucas estava em casa, tratando seus ferimentos. O telefone tocou, interrompendo seus pensamentos. Era sua mãe, Dona Margarida.
— Meu bebê! Boa tarde, filho! saudou com entusiasmo Dona Margarida enquanto olhava para Elsa que estava sentada ao seu lado.
— Oi, mãe! Já disse na senhora para parar com isso! a senhora não esta vendo que já sou um homem, — respondeu o Lucas, segurando colocando o celular no viva voz.
— E essa voz, o que houve com você, está tudo bem filho? — perguntou Dona Margarida com um ar de preocupação. — Filho!..
Lucas interrompeu logo, — Não mãe, o que tem a minha voz! Não vem com coisas yha. O que, que a senhora quer?
— É mesmo deste jeito que se fala com a sua mãe! O que, que a senhora quer... Lucas, preciso falar com você sobre Elsa — disse ela, sem rodeios.
— Mãe, eu já disse que não estou interessado — respondeu Lucas, irritado. — O que ela tem? Morreu...
— Credo filho! Lava essa sua boca suja, — exclamou, dona Margarida levantou-se afastando-se da Elsa, — Mas ela é uma boa moça, Lucas. Eu gostei tanto dela filho. Talvez você devesse dar uma chance à ela — insistiu Dona Margarida.
— Oh, a senhora gostou tanto dela! não sabia... Mãe, por favor, pare de tentar arranjar minha vida amorosa. Eu estou bem assim e para a sua informação eu não gostei nada dela — disse Lucas, encerrando a conversa.
Enquanto isso, à casa dos Rodrigues, Celma estava no quarto, ainda abalada pelos eventos do dia. Ela não conseguia parar de pensar na briga entre Hugo e Lucas. Seus sentimentos estavam em conflito, e a pressão para decidir seu futuro era esmagadora.
Dona Teresa entrou no quarto, sentando-se ao lado da filha.
— Oi querida, o que está fazendo? — perguntou ela.
— Nada de especial, mamãe. Estou tão confusa, mãe. Não sei o que fazer, Hugo está totalmente fora do controle — respondeu Celma, com lágrimas nos olhos.
— É questão de tempo filha, ele vai ficar bem depois. O que foi que ele fez mais hoje? — disse Dona Teresa, abraçando a filha.
Enquanto isso, Hugo estava em sua casa, lendo a intimação do divórcio. Seu coração estava cheio de raiva e desespero. Ele sabia que precisava mudar, mas não sabia por onde começar.
A noite caiu sobre Lagoas, e o tempo estava implacável. As nuvens escuras anunciavam uma tempestade que se aproximava, refletindo o tumulto interno de cada personagem envolvido nessa trama de amor, dor e redenção.
Com as horas avançando, Hugo não conseguia relaxar. Ele vagava pela casa, passando pelos cômodos, tentando encontrar um pouco de paz. Mas a raiva e o ressentimento corroíam seu coração. O documento de divórcio em sua mão parecia uma sentença, uma confirmação de que ele havia perdido o controle de sua vida. Ele socou a parede, frustrado, gritando no vazio da noite. Sua mente estava tomada por imagens de Celma, e o pensamento de perdê-la o enlouquecia.
Enquanto isso, na casa dos Rodrigues, Celma estava no quarto, e preparando para sair naquela noite. Ela não conseguia parar de pensar no estado em que o Hugo se apresentava. Seus sentimentos estavam em conflito, e a pressão para decidir seu futuro era esmagadora. Ela sabia que precisava tomar uma decisão, mas cada opção parecia levar a mais dor e sofrimento.
Dona Teresa entrou no quarto, chamando pela filha.
— Filha, você vai sair? — perguntou ela, com um tom preocupado.
— Sim mãe, não diz nada ao papai. Prometi ao Hugo que falaria com ele — respondeu Celma, com lágrimas nos olhos.
— Tens certeza disso? Não acredito ser uma ideia racional! — disse Dona Teresa.
— Tenho sim mãe, relaxa vai ser bom para nós os dois conversar, a esta hora acredito que ele já tenha recebido a intimação judicial, — respondeu a Celma enquanto passava a maquiagem no rosto.
— Qual será o meu papel aqui? Porque se seu pai se aperceber ou eu irmão não terei muito o que fazer,
— disse Dona Teresa com tom preocupante.
— É só a senhora não contar nada, não terá como eles saberem, — respondeu Ela olhando na sua mãe.
Enquanto isso, Hugo estava em sua casa, lendo a intimação do divórcio. Seu coração estava cheio de raiva e desespero. Ele sabia que precisava mudar, mas não sabia por onde começar.
A noite caiu sobre Lagoas, e o tempo estava implacável. As nuvens escuras anunciavam uma tempestade que se aproximava, refletindo o tumulto interno de cada personagem envolvido nessa trama de amor, dor e redenção, enquanto Hugo fechava a porta atrás de si.
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Atualizado até capítulo 62
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