Capítulo 6: Intrigas

Era uma noite escura e tempestuosa. Hugo Santana estava sentado no balcão de um bar mal iluminado no bairro social, o copo de uísque à sua frente refletindo os demônios que habitavam sua mente. A garrafa já estava quase vazia, e ele sabia que precisava parar, mas a dor e a raiva dentro de si eram insuportáveis. Ele tomava um gole, sentindo o calor do álcool queimando sua garganta, tentando entorpecer seus pensamentos.

— Mais um — grunhiu Hugo, acenando para o barman.

— Cara, você já teve o suficiente — disse o barman, com um olhar preocupado.

— Eu disse mais um! — gritou Hugo, batendo o copo no balcão.

O barman, relutante, serviu mais um copo. Hugo tomou um grande gole, olhando em volta para os outros frequentadores do bar. Suas mãos tremiam de raiva e frustração. Ele sabia que estava perdendo o controle, mas não conseguia parar.

— Ei, você! — chamou Hugo, apontando para um homem no canto do bar. — O que está olhando?

— Nada, cara. Só estou aqui tomando minha cerveja — respondeu o homem, levantando as mãos em sinal de paz.

— Está me chamando de mentiroso? — rugiu Hugo, levantando-se da cadeira.

Antes que o homem pudesse responder, Hugo o atacou, socando-o no rosto. A briga rapidamente se espalhou pelo bar, com cadeiras sendo derrubadas e garrafas quebradas. Os outros frequentadores tentaram separar os dois, mas Hugo estava fora de controle.

— Parem com isso! — gritou o barman, enquanto chamava a polícia.

Minutos depois, sirenes de polícia começaram a soar ao longe, cada vez mais próximas. Hugo continuava a lutar, cego de raiva, até que os policiais entraram no bar, segurando-o e colocando algemas em seus pulsos.

— Você está preso por agressão e distúrbio da paz — disse um dos policiais, enquanto levava Hugo para fora.

Enquanto Hugo era levado para a delegacia, a casa dos Rodrigues estava em completo contraste. No escritório do Sr. Augusto, Celma encontrou um documento que a deixou perplexa: um pedido de divórcio que seu pai havia dado entrada sem consultá-la.

— Pai, o que é isso? — perguntou Celma, segurando o documento nas mãos trêmulas.

— Isso é o melhor para você, Celma. Hugo não é o homem certo para você — disse Sr. Augusto, com firmeza.

— Não é você que deve decidir isso! — gritou Celma, a voz cheia de indignação. — Eu ainda o amo, pai. Para mim, isso é apenas uma fase temporária, não uma separação definitiva.

— Mas ele está destruindo sua vida, Celma! Não posso ficar parado e ver você se machucar — rebateu Sr. Augusto.

— E você acha que isso está ajudando? Eu me sinto pressionada, como se minha opinião não importasse! — Celma estava à beira das lágrimas.

Dona Teresa, que ouvia a discussão da porta, entrou no escritório.

— Augusto, você não deveria ter feito isso sem falar com Celma. Não é sua decisão, é dela — disse Dona Teresa, com um olhar de reprovação.

— Eu só quero o melhor para nossa filha — respondeu Sr. Augusto, abatido.

— E o melhor é deixá-la decidir por si mesma — insistiu Dona Teresa, abraçando Celma.

Enquanto isso, na casa dos Ferreira, Dona Margarida estava entusiasmada com Elsa.

— Carlos, o que achou da Elsa? Eu gostei muito dela. Quero ela como nora — disse Dona Margarida, com um sorriso radiante.

— Você casaria com a Elsa? — perguntou Sr. Carlos, sorrindo.

— Claro que não! — respondeu Dona Margarida, confusa.

— Então por que você precisa gostar dela? Não deveria ser o Lucas a gostar? — questionou Sr. Carlos, sério.

— Eu só quero o melhor para nosso filho — insistiu Dona Margarida.

— Margarida, deixe de tratar o Lucas como um bebê. Ele é um homem adulto e sabe o que quer — disse Sr. Carlos, exasperado.

— Até parece que sabe o quer! Me dê a sua opinião Carlos?! O que achou dela? — perguntou ela, esperançosa.

— Ela parece uma boa moça, mas você não acha que está se precipitando? — respondeu Sr. Carlos, levantando uma sobrancelha.

— Claro que não. Tenho de me apressar antes que seja tarde — insistiu Dona Margarida, com um sorriso confiante.

— Margarida, você não vai casar com ela com o nosso filho. Casamento é algo sério e é preciso amor, deixe o Lucas escolher a sua esposa — respondeu Sr. Carlos, com um tom de reprovação.

— Eu só quero o melhor para ele, depois visse sabe como o o seu filho tem o dedo podre nas escolhas das namoradas! — retrucou Dona Margarida, ofendida.

— Talvez o melhor seja deixá-lo decidir por si mesmo, a mulher do Luvcas não deve ser do seu agrado! Ele não é mais um bebê que que precisa que añguem faça a escolhas por ele — disse Sr. Carlos, firme.

A discussão entre os dois aumentou, com trocas de palavras afiadas. Sr. Carlos questionou o conhecimento da esposa sobre Elsa.

— Margarida, há quanto tempo você conhece essa moça? E quem são os pais dela? — perguntou ele, desafiador.

— Conheço-a há pouco tempo, mas sei que é sobrinha do Sr. Fernandes. Ela chegou aqui já alguns meses, tenho acompanhado ela de perto e eu gostei dela de primeira — explicou Dona Margarida, defensiva.

— Todas as meninas que você tentou arranjar para Lucas não deram certo. O que faz você pensar que Elsa será diferente? — perguntou Sr. Carlos, com ceticismo.

— Elsa tem algo diferente. Eu sinto que ela é a esposa ideial para o nosso filho — respondeu Dona Margarida, com convicção.

A discussão entre Sr. Carlos e Dona Margarida esquentou, com palavras afiadas sendo trocadas.

— Para com isso, que maninha! — disse Sr. Carlos, levantando a voz.

— Eu só quero ajudar! — gritou Dona Margarida, sentindo-se ofendida.

No bairro da 10ª Brigada, Lucas estava em seu apartamento, lendo um livro, quando seu celular tocou. Era Celma, chorando após a discussão com seu pai.

— Lucas, não sei o que fazer. Meu pai entrou com um pedido de divórcio sem me consultar — disse Celma, soluçando.

— Calma, Celma. Vou te ajudar a resolver isso. Fique tranquila, tudo vai ficar bem — disse Lucas, tentando acalmar a amiga.

— Obrigada, Lucas. Você sempre sabe o que dizer — respondeu Celma, sentindo-se um pouco mais aliviada.

Depois de desligar, Lucas tentou voltar à sua leitura, mas estava inquieto. Ele lançou o livro no chão, frustrado. Seu celular tocou novamente, e ele pensou que fosse Celma, mas era um número desconhecido. Ao atender, ficou surpreso ao ouvir a voz de Elsa do outro lado da linha.

— Olá, Lucas. Sou Elsa. Sua mãe me deu seu número — disse Elsa, com um tom doce.

— Ah, oi, Elsa. Não esperava sua ligação — respondeu Lucas, tentando ser educado.

— Pensei em convidá-lo para sair algum dia. O que acha? — sugeriu Elsa, esperançosa.

— Vou ver minha agenda e te aviso, ok? — disse Lucas, tentando ser gentil.

Enquanto isso, no bar do bairro social, Hugo estava sendo levado pela polícia devido à briga. Ele estava furioso, seus olhos queimando de ódio e vergonha. A noite fria e chuvosa parecia refletir a tempestade dentro dele.

— Soltem-me! Eu não fiz nada de errado! — gritava Hugo, enquanto os policiais o empurravam para dentro do carro.

Os policiais não deram ouvidos, e Hugo foi levado para a delegacia, onde passaria a noite refletindo sobre seus atos e seus demônios internos.

No apartamento de Lucas, ele tentou voltar à leitura, mas a raiva o consumia. Ele pegou o livro e o jogou no chão com força. Seu celular tocou novamente, e ele atendeu irritado, pensando que fosse Celma outra vez.

— O que foi agora? — respondeu ele, sem olhar o número.

— Lucas, sou eu, Elsa. Desculpe ligar tão tarde — disse Elsa, hesitante.

— Elsa? Ah, desculpe, estou um pouco estressado hoje — respondeu Lucas, tentando se recompor.

— Entendo. Espero não ter te incomodado — disse Elsa, com um tom compreensivo.

— Não, está tudo bem. Podemos marcar algo para outro dia, ok? — sugeriu Lucas.

— Claro, Lucas. Boa noite — disse Elsa, antes de desligar.

A noite se desenrolava de forma implacável. O vento uivava lá fora, trazendo consigo a sensação de incerteza e conflito que pairava sobre todos os envolvidos. A chuva batia nas janelas com força, como se refletisse a turbulência interna de cada um. Para Celma, Hugo, Lucas e suas famílias, aquela noite era apenas o começo de uma longa batalha contra seus próprios demônios e os desafios que se aproximavam.

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Solange Araujo

Solange Araujo

A Celma precisa tomar cuidado,esse Hugo tá obcecado por ela ... objeção é algo sério

2024-09-08

1

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Capítulos
1 Prólogo
2 Capítulo 1: O Recomeço
3 Capítulo 2: Conflitos Silenciosos
4 Capítulo 3: Ecos do Passado
5 Capítulo 4: Laços e Conflitos
6 Capítulo 5: Sob o Olhar Atento
7 Capítulo 6: Intrigas
8 Capítulo 7: Sob a Sombra da Obsessão
9 Capítulo 8: Sob o Véu da Tempestade
10 Capítulo 9: Ecos do Passado
11 Capítulo 10: Coração em Chamas +18
12 Capítulo 11: Os Ecos da Escuridão +18
13 Capítulo 12: Nos Limites da Sanidade
14 Capítulo 13: Um dia Para Não Ser Esquecido - A Força do Amor
15 Capítulo 14: No Olho do Furacão
16 Capítulo 15: O Fio da Verdade
17 Capítulo 16: O Grito do Silêncio
18 Capítulo 17: Entre Sombras e Luz- A Luz no Fim do Túnel
19 Capítulo 18: O Peso das Manhãs - A Crise no Elevador
20 Capítulo 19: Revelações e Decisões
21 Capítulo 20: Laços de Sangue e Segredos
22 Capítulo 21: Entre a Dúvida e a Esperança
23 Capítulo 22: Sombras do Passado
24 Capítulo 23: Memórias de um Amor Perdido - Um Passo de Cada Vez
25 Capítulo 24: Silêncios e Revelações
26 Capítulo 25: Entre a Razão e o Coração
27 Capítulo 26: Revelações e Confissões - Entre a Razão e o Coração
28 Capítulo 27: Um Passo de Cada Vez - Entre a Razão e o Coração
29 Capítulo 28: Sob a Luz das Estrelas
30 Capítulo 29: Entrelaçados pelo Destino
31 Capítulo 30: O Despertar da Vida - Sob a Luz do Dia
32 # Capítulo 31: Entre o Amor e o Dever
33 Capítulo 32: O Peso das Expectativas
34 Capítulo 33: O Peso das Palavras
35 Capítulo 34: O Acordo Arriscado
36 Capítulo 35: A Primeira Noite da Farsa
37 Capítulo 36: Sob o Véu da Noite
38 Capítulo 37: Sob o Véu da Tensão
39 Capítulo 38: Sob o Véu da Incerteza
40 Capítulo 39: Acordando com o Sol - Flores e Preparativos
41 Capítulo 40: A Festa e os Sentimentos
42 Capítulo 41: Sob a Luz da Lua
43 Capítulo 42: À Beira da Revelação
44 Capítulo 43: O Fio da Tensão
45 Capítulo 44: Sob o Véu de Um Jantar
46 Capítulo 45: A Verdade que Não Foi Dita
47 Capítulo 46: A Noite da Decisão
48 Capítulo 47: Sob o Olhar da Noite
49 Capítulo 48: A Verdade nas Entrelinhas
50 Capítulo 49: Entre Verdades e Segredos
51 Capítulo 50: - A Revelação em Silêncio
52 Capítulo 51: Sob o Véu da Verdade I
53 Capítulo 52: Sob o Véu da Verdade II
54 Capítulo 53: Sombras Sob o Véu
55 Capítulo 54: Encontros e Despedidas
56 Capítulo 55: Fios da Manipulação: Lar ou Prisão?
57 Capítulo 56: Entre Desculpas e Promessas
58 Capítulo 57: O Grande Show de Elsa
59 Capítulo 58: Até que a Morte nos Separe
60 Capítulo Final – Entre a Razão e o Coração
61 Epílogo – Os Fantasmas de um Amor Não Correspondido
62 Sob o Véu da Paixão Vol. 2
Capítulos

Atualizado até capítulo 62

1
Prólogo
2
Capítulo 1: O Recomeço
3
Capítulo 2: Conflitos Silenciosos
4
Capítulo 3: Ecos do Passado
5
Capítulo 4: Laços e Conflitos
6
Capítulo 5: Sob o Olhar Atento
7
Capítulo 6: Intrigas
8
Capítulo 7: Sob a Sombra da Obsessão
9
Capítulo 8: Sob o Véu da Tempestade
10
Capítulo 9: Ecos do Passado
11
Capítulo 10: Coração em Chamas +18
12
Capítulo 11: Os Ecos da Escuridão +18
13
Capítulo 12: Nos Limites da Sanidade
14
Capítulo 13: Um dia Para Não Ser Esquecido - A Força do Amor
15
Capítulo 14: No Olho do Furacão
16
Capítulo 15: O Fio da Verdade
17
Capítulo 16: O Grito do Silêncio
18
Capítulo 17: Entre Sombras e Luz- A Luz no Fim do Túnel
19
Capítulo 18: O Peso das Manhãs - A Crise no Elevador
20
Capítulo 19: Revelações e Decisões
21
Capítulo 20: Laços de Sangue e Segredos
22
Capítulo 21: Entre a Dúvida e a Esperança
23
Capítulo 22: Sombras do Passado
24
Capítulo 23: Memórias de um Amor Perdido - Um Passo de Cada Vez
25
Capítulo 24: Silêncios e Revelações
26
Capítulo 25: Entre a Razão e o Coração
27
Capítulo 26: Revelações e Confissões - Entre a Razão e o Coração
28
Capítulo 27: Um Passo de Cada Vez - Entre a Razão e o Coração
29
Capítulo 28: Sob a Luz das Estrelas
30
Capítulo 29: Entrelaçados pelo Destino
31
Capítulo 30: O Despertar da Vida - Sob a Luz do Dia
32
# Capítulo 31: Entre o Amor e o Dever
33
Capítulo 32: O Peso das Expectativas
34
Capítulo 33: O Peso das Palavras
35
Capítulo 34: O Acordo Arriscado
36
Capítulo 35: A Primeira Noite da Farsa
37
Capítulo 36: Sob o Véu da Noite
38
Capítulo 37: Sob o Véu da Tensão
39
Capítulo 38: Sob o Véu da Incerteza
40
Capítulo 39: Acordando com o Sol - Flores e Preparativos
41
Capítulo 40: A Festa e os Sentimentos
42
Capítulo 41: Sob a Luz da Lua
43
Capítulo 42: À Beira da Revelação
44
Capítulo 43: O Fio da Tensão
45
Capítulo 44: Sob o Véu de Um Jantar
46
Capítulo 45: A Verdade que Não Foi Dita
47
Capítulo 46: A Noite da Decisão
48
Capítulo 47: Sob o Olhar da Noite
49
Capítulo 48: A Verdade nas Entrelinhas
50
Capítulo 49: Entre Verdades e Segredos
51
Capítulo 50: - A Revelação em Silêncio
52
Capítulo 51: Sob o Véu da Verdade I
53
Capítulo 52: Sob o Véu da Verdade II
54
Capítulo 53: Sombras Sob o Véu
55
Capítulo 54: Encontros e Despedidas
56
Capítulo 55: Fios da Manipulação: Lar ou Prisão?
57
Capítulo 56: Entre Desculpas e Promessas
58
Capítulo 57: O Grande Show de Elsa
59
Capítulo 58: Até que a Morte nos Separe
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Capítulo Final – Entre a Razão e o Coração
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Epílogo – Os Fantasmas de um Amor Não Correspondido
62
Sob o Véu da Paixão Vol. 2

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