Era uma noite escura e tempestuosa. Hugo Santana estava sentado no balcão de um bar mal iluminado no bairro social, o copo de uísque à sua frente refletindo os demônios que habitavam sua mente. A garrafa já estava quase vazia, e ele sabia que precisava parar, mas a dor e a raiva dentro de si eram insuportáveis. Ele tomava um gole, sentindo o calor do álcool queimando sua garganta, tentando entorpecer seus pensamentos.
— Mais um — grunhiu Hugo, acenando para o barman.
— Cara, você já teve o suficiente — disse o barman, com um olhar preocupado.
— Eu disse mais um! — gritou Hugo, batendo o copo no balcão.
O barman, relutante, serviu mais um copo. Hugo tomou um grande gole, olhando em volta para os outros frequentadores do bar. Suas mãos tremiam de raiva e frustração. Ele sabia que estava perdendo o controle, mas não conseguia parar.
— Ei, você! — chamou Hugo, apontando para um homem no canto do bar. — O que está olhando?
— Nada, cara. Só estou aqui tomando minha cerveja — respondeu o homem, levantando as mãos em sinal de paz.
— Está me chamando de mentiroso? — rugiu Hugo, levantando-se da cadeira.
Antes que o homem pudesse responder, Hugo o atacou, socando-o no rosto. A briga rapidamente se espalhou pelo bar, com cadeiras sendo derrubadas e garrafas quebradas. Os outros frequentadores tentaram separar os dois, mas Hugo estava fora de controle.
— Parem com isso! — gritou o barman, enquanto chamava a polícia.
Minutos depois, sirenes de polícia começaram a soar ao longe, cada vez mais próximas. Hugo continuava a lutar, cego de raiva, até que os policiais entraram no bar, segurando-o e colocando algemas em seus pulsos.
— Você está preso por agressão e distúrbio da paz — disse um dos policiais, enquanto levava Hugo para fora.
Enquanto Hugo era levado para a delegacia, a casa dos Rodrigues estava em completo contraste. No escritório do Sr. Augusto, Celma encontrou um documento que a deixou perplexa: um pedido de divórcio que seu pai havia dado entrada sem consultá-la.
— Pai, o que é isso? — perguntou Celma, segurando o documento nas mãos trêmulas.
— Isso é o melhor para você, Celma. Hugo não é o homem certo para você — disse Sr. Augusto, com firmeza.
— Não é você que deve decidir isso! — gritou Celma, a voz cheia de indignação. — Eu ainda o amo, pai. Para mim, isso é apenas uma fase temporária, não uma separação definitiva.
— Mas ele está destruindo sua vida, Celma! Não posso ficar parado e ver você se machucar — rebateu Sr. Augusto.
— E você acha que isso está ajudando? Eu me sinto pressionada, como se minha opinião não importasse! — Celma estava à beira das lágrimas.
Dona Teresa, que ouvia a discussão da porta, entrou no escritório.
— Augusto, você não deveria ter feito isso sem falar com Celma. Não é sua decisão, é dela — disse Dona Teresa, com um olhar de reprovação.
— Eu só quero o melhor para nossa filha — respondeu Sr. Augusto, abatido.
— E o melhor é deixá-la decidir por si mesma — insistiu Dona Teresa, abraçando Celma.
Enquanto isso, na casa dos Ferreira, Dona Margarida estava entusiasmada com Elsa.
— Carlos, o que achou da Elsa? Eu gostei muito dela. Quero ela como nora — disse Dona Margarida, com um sorriso radiante.
— Você casaria com a Elsa? — perguntou Sr. Carlos, sorrindo.
— Claro que não! — respondeu Dona Margarida, confusa.
— Então por que você precisa gostar dela? Não deveria ser o Lucas a gostar? — questionou Sr. Carlos, sério.
— Eu só quero o melhor para nosso filho — insistiu Dona Margarida.
— Margarida, deixe de tratar o Lucas como um bebê. Ele é um homem adulto e sabe o que quer — disse Sr. Carlos, exasperado.
— Até parece que sabe o quer! Me dê a sua opinião Carlos?! O que achou dela? — perguntou ela, esperançosa.
— Ela parece uma boa moça, mas você não acha que está se precipitando? — respondeu Sr. Carlos, levantando uma sobrancelha.
— Claro que não. Tenho de me apressar antes que seja tarde — insistiu Dona Margarida, com um sorriso confiante.
— Margarida, você não vai casar com ela com o nosso filho. Casamento é algo sério e é preciso amor, deixe o Lucas escolher a sua esposa — respondeu Sr. Carlos, com um tom de reprovação.
— Eu só quero o melhor para ele, depois visse sabe como o o seu filho tem o dedo podre nas escolhas das namoradas! — retrucou Dona Margarida, ofendida.
— Talvez o melhor seja deixá-lo decidir por si mesmo, a mulher do Luvcas não deve ser do seu agrado! Ele não é mais um bebê que que precisa que añguem faça a escolhas por ele — disse Sr. Carlos, firme.
A discussão entre os dois aumentou, com trocas de palavras afiadas. Sr. Carlos questionou o conhecimento da esposa sobre Elsa.
— Margarida, há quanto tempo você conhece essa moça? E quem são os pais dela? — perguntou ele, desafiador.
— Conheço-a há pouco tempo, mas sei que é sobrinha do Sr. Fernandes. Ela chegou aqui já alguns meses, tenho acompanhado ela de perto e eu gostei dela de primeira — explicou Dona Margarida, defensiva.
— Todas as meninas que você tentou arranjar para Lucas não deram certo. O que faz você pensar que Elsa será diferente? — perguntou Sr. Carlos, com ceticismo.
— Elsa tem algo diferente. Eu sinto que ela é a esposa ideial para o nosso filho — respondeu Dona Margarida, com convicção.
A discussão entre Sr. Carlos e Dona Margarida esquentou, com palavras afiadas sendo trocadas.
— Para com isso, que maninha! — disse Sr. Carlos, levantando a voz.
— Eu só quero ajudar! — gritou Dona Margarida, sentindo-se ofendida.
No bairro da 10ª Brigada, Lucas estava em seu apartamento, lendo um livro, quando seu celular tocou. Era Celma, chorando após a discussão com seu pai.
— Lucas, não sei o que fazer. Meu pai entrou com um pedido de divórcio sem me consultar — disse Celma, soluçando.
— Calma, Celma. Vou te ajudar a resolver isso. Fique tranquila, tudo vai ficar bem — disse Lucas, tentando acalmar a amiga.
— Obrigada, Lucas. Você sempre sabe o que dizer — respondeu Celma, sentindo-se um pouco mais aliviada.
Depois de desligar, Lucas tentou voltar à sua leitura, mas estava inquieto. Ele lançou o livro no chão, frustrado. Seu celular tocou novamente, e ele pensou que fosse Celma, mas era um número desconhecido. Ao atender, ficou surpreso ao ouvir a voz de Elsa do outro lado da linha.
— Olá, Lucas. Sou Elsa. Sua mãe me deu seu número — disse Elsa, com um tom doce.
— Ah, oi, Elsa. Não esperava sua ligação — respondeu Lucas, tentando ser educado.
— Pensei em convidá-lo para sair algum dia. O que acha? — sugeriu Elsa, esperançosa.
— Vou ver minha agenda e te aviso, ok? — disse Lucas, tentando ser gentil.
Enquanto isso, no bar do bairro social, Hugo estava sendo levado pela polícia devido à briga. Ele estava furioso, seus olhos queimando de ódio e vergonha. A noite fria e chuvosa parecia refletir a tempestade dentro dele.
— Soltem-me! Eu não fiz nada de errado! — gritava Hugo, enquanto os policiais o empurravam para dentro do carro.
Os policiais não deram ouvidos, e Hugo foi levado para a delegacia, onde passaria a noite refletindo sobre seus atos e seus demônios internos.
No apartamento de Lucas, ele tentou voltar à leitura, mas a raiva o consumia. Ele pegou o livro e o jogou no chão com força. Seu celular tocou novamente, e ele atendeu irritado, pensando que fosse Celma outra vez.
— O que foi agora? — respondeu ele, sem olhar o número.
— Lucas, sou eu, Elsa. Desculpe ligar tão tarde — disse Elsa, hesitante.
— Elsa? Ah, desculpe, estou um pouco estressado hoje — respondeu Lucas, tentando se recompor.
— Entendo. Espero não ter te incomodado — disse Elsa, com um tom compreensivo.
— Não, está tudo bem. Podemos marcar algo para outro dia, ok? — sugeriu Lucas.
— Claro, Lucas. Boa noite — disse Elsa, antes de desligar.
A noite se desenrolava de forma implacável. O vento uivava lá fora, trazendo consigo a sensação de incerteza e conflito que pairava sobre todos os envolvidos. A chuva batia nas janelas com força, como se refletisse a turbulência interna de cada um. Para Celma, Hugo, Lucas e suas famílias, aquela noite era apenas o começo de uma longa batalha contra seus próprios demônios e os desafios que se aproximavam.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 62
Comments
Solange Araujo
A Celma precisa tomar cuidado,esse Hugo tá obcecado por ela ... objeção é algo sério
2024-09-08
1