CAPÍTULO 8

Na penumbra do quarto, cujos detalhes eu mal conseguia distinguir, senti-me perdida em um labirinto de luxo e prazer, sem saber exatamente como havia chegado ali. As paredes pareciam se fechar ao meu redor, uma sensação sufocante que rivalizava com a angústia em meu peito.

Deitada na cama, os lençóis de seda fria contra minha pele, senti a presença de Benjamin ao meu lado. Seus dedos acariciavam suavemente meus cabelos, enviando arrepios por toda a extensão do meu corpo. Ele se aproximou, seu hálito quente roçando contra meu pescoço, e suas palavras sussurradas envolvendo-me como uma teia.

— É estranha essa sensação, não é? — sua voz era um murmúrio no meu ouvido, carregado de uma intensidade que me fez estremecer. — Você fez questão de se camuflar nos ambientes que frequenta, sempre evitando deixar pistas. Mas como se sente ao saber que uma trilha de diamantes me trouxe até você? Desvendando lentamente essa fantasia de sombra que veste?

Permaneci em silêncio por um momento, tentando processar as palavras dele e encontrar uma resposta adequada. No entanto, diante da pressão do momento e da inevitabilidade da situação, optei pela sinceridade.

— Sinto-me... vulnerável — admiti, minha voz soando mais frágil do que gostaria. — Nunca foi minha intenção ser desmascarada, e menos ainda por alguém como você. Mas aqui estamos, não é mesmo?

— Exato, e aqui estamos, Helena — ele levanta parcialmente, encarando meu rosto. Seu braço esquerdo forte sustenta seu corpo ainda vestido.

— Você mudou muito.

— E você também. Mas há algo inconfundível em você, sua ratinha. Talvez seja os olhos ou a maneira de falar. Mas é verdade, e além de mim, muita coisa mudou nesses dez anos.

— Você tinha quantos anos na época?

Benjamin observou-me com uma expressão contemplativa por um instante antes de responder.

— Eu tinha dezenove anos naquela época. Jovem demais para compreender totalmente os jogos que a vida nos propõe, mas velho o suficiente para ser seduzido por uma mulher misteriosa como você.

Senti-me um tanto surpresa pela franqueza de sua resposta, mas decidi seguir adiante.

— E agora? O que mudou em você desde então? — perguntei, buscando entender melhor o homem à minha frente.

— Muitas coisas, Helena. Muitas. Uma delas é não ficar revelando demais.

— Imagino que seja um desafio para você, já que gosta tanto de falar. Mas você me chamou aqui para olhar o teto enquanto conversamos?

Benjamin se inclinou sobre mim, sua proximidade enviando arrepios pela minha espinha. Seus olhos l brilhavam com uma intensidade magnética, e o aroma de seu perfume sofisticado preenchia o espaço entre nós.

Com um toque suave, ele deslizou sua mão pelo meu rosto, traçando o contorno dos meus lábios com o polegar. Senti-me capturada por seu olhar, como se estivesse presa em um feitiço.

— Quero que antes de seduzir Alexsander, você me dê uma demonstração do que pode fazer, Helena. Mostre-me uma prévia do seu serviço.

— Você já teve uma prévia, Benjamin. Tanto é que veio atrás de mim, de novo. Mas acredito que não tenha alternativa, não é? Você não aceita um não como resposta.

— Não aceito mesmo.

Seus olhos brilhavam com uma intensidade hipnotizante enquanto ele se inclinava sobre mim, seus lábios a centímetros dos meus. O calor de sua respiração enviava arrepios pela minha pele, e eu me sentia enredada em uma teia de tentação e perigo.

Ele me prendeu entre seus braços fortes, sua presença dominadora preenchendo o espaço ao meu redor. Cada toque, cada movimento, era um lembrete do poder que ele detinha sobre mim naquele momento. Por mais que gostasse, um lado meu ainda sabia que estava entregue aos lobos.