S.I.B: Serviço De Inteligência Brasileiro

S.I.B: Serviço De Inteligência Brasileiro

A Garçonete

— Mais café senhor?- pergunta a garçonete

— Pro gentileza.- falo posicionando a xícara para que a garçonete a complete de café. Enquanto a moça completa a xícara, mostro a moça um recorte de jornal.

Este recorte retratava um galpão, ali até pouco tempo atrás funcionava uma fábrica de roupa.

— Poderia me informar onde fica este endereço?- pergunto.

— Avenida Olímpio Nogueira, número 1100, Parque industrial. - fala a garçonete apenas reconhecendo o galpão.— Porque quer saber? Você é policial ou algo assim?- complementa a garçonete.

Nesse momento um súbito calafrio percorreu minha espinha. Por um segundo acreditei que meu disfarce tinha pegado o primeiro vôo da NASA para a Lua. Mas o que veio em seguida fez com que retomasse a confiança.

— Já sei! Você é um jornalista?- perguntou a jovem me lançando um sorriso de canto.

— Acertou na mosca. Na verdade sou repórter investigativo, cubro crimes como este por todo o Brasil. Os quais a polícia não consegue solucionar.

— A é! Que bacana. Para qual emissora trabalha.

A moça era mais esperta do que o esperado, parecia que estava atirando verdes para colher maduras.

— Trabalho para a CNN Nacional.- falo bebericando o café.

— O que sabe sobre o caso?- quais saber a moça.

— Muito pouco, fui mandado para a cidade depois que um repórter foi assassinado nesse galpão.- falei apontando para o recorte sobre a mesa.

— Assim como seu colega, perdi meu irmão, faz alguns meses, o corpo foi encontrado na fábrica de roupas abandonada. E não só meu irmão e o jornalista outra pessoas foi morta no mesmo endereços que pediu informação. A polícia diz que os crimes continuam sem solução. Talvez você possa fazer com que isso se esclareça.- balbuciou a garçonete mostrando-me um olhar Franco.

Seu semblante era de preocupação.

— Meus pêsames pela perca de seu irmão!- falei antes que a garçonete fosse chamada até o caixa.

A fábrica se chamava J.J jeans. Pertencia a dois irmãos gêmeos os quais segundo minha investigação se chamavam Juliano e Júlio, nasceram e cresceram na cidade de Patos de Minas em 1999 e mudaram se para Liliance em 2019 com vinte anos, descobriram o setor de tecidos após perceberem que a pequena cidade trazia peças de roupas de outro estado, o que demandava altas despesas.

Até então estava indo muito bem, até que a empresa começou a decair por falta de funcionários e só as próprias demandas da cidade não eram suficiente para manter as contas. Depois de dez anos com a fábrica aos trancos e barrancos, os irmãos decidem levar a empresa para a cidade natal que era o triplo do tamanho de Liliance, o prédio foi abandonado e foi quando tudo começou. Acho que montar uma fábrica em uma cidade de pouco mais de quatro mil habitantes não foi uma boa ideia.

Quanto aos assassinatos as três vítimas foram encontradas por moradores de rua que passaram a habitar o local.

Até então não tinha muita coisa, tive acesso aos depoimentos dos moradores de rua e as fotos das cenas do crime.

Alisson, um rapaz de vinte e três anos foi encontrado no poço do elevador. Pela autópsia foi constatado que Alisson foi morto com uma pancada na cabeça depois já no local o assassino abriu seu abdômen. Alisson foi a segunda vítima.

A primeira vítima foi Geam, um rapaz de vinte e oito anos de idade, este morto com um tiro de calibre trinta e oito na parte da frente da cabeça. Gean quando foi trazido para o galpão já estava morto, mas o assassino teve a audácia de desmembrar o corpo na altura dos ombros e quadril e pescoço.

Já a terceira vítima era o jornalista, este por nome de André, contava com trinta e cinco anos de idade, este esfaqueado até a morte na altura do tórax e pescoço, ao total a autópsia contabilizou mais de trinta perfuração.

— Há quanto tempo está na cidade?- pergunta a moça. Quando voltou do caixa

— Cheguei hoje pela manhã.- respondi.

— Espero que consiga uma boa reportagem para sua emissora, aliás. Posso anotar seu pedido?

Já sabia o que pedir dês de que sai do laboratório mantado as pressas na capital.

— Vou pedir um ovo Irlandês - falei devolvendo o cardápio a garçonete.

— Boa escolha. - devolveu a moça antes de sair.

A partir de agora teria que ter atenção redobrada por qualquer lugar que andasse na cidade, um jornalista foi morto não custava o assassino dar fim em mim pensando que eu realmente era um jornalista incherido ou suspeitar do meu disfarce.

Meu pedido chegou por as mãos de outro funcionário, desta vez um garçom, muito bem apresentado e educado pediu se eu gostaria de mais alguma coisa antes de sair e me fez a gentileza de apanhar de outra mesa uma bisnaga de ketchup e outra de mostarda além de alguns guardanapos.

Ainda não falei como era o restante. Embora muito simples era muito bem ajeitado, as mesas eram limpas com frequência e os pratos não eram caros, o ovo Irlandês que pedi propositalmente por exemplo, custou quinze reais, era um prato simples, ovo mexido com legumes e carne moída.

Apos correr os olhos em cada detalhe nas paredes e tentar espiar o interior da cozinha da mesa onde estava, fingi uma ligação urgente.

— Renan. Pode falar - fingi que alguém estava me ligando.— Ha sim estou a caminho, apenas pedirei para embrulha meu café.- terminei chamando o mesmo garçom que passava por perto.

— Amigo, por gentileza. Embrulhe meu café para viagem, e me embrulhe separado também outra porção de carne moída, sem ovo e sem legumes, por gentileza.

O garçom prontamente atende meu pedido e leva o ovo Irlandês para a cozinha.

Estava estranho a demora do garçom retornar, mas cerca de cinco minutos depois o rapaz retorna com duas embalagem de isopor em uma continha o ovo Irlandês e na outra uma porção de carne moída, assim como tinha pedido, agradeci ao prestativo garçom e o deixei uma boa gorjeta junto ao caixa, paguei a conta que não passou de cinquenta reais e foi embora com panca de um detetive que acabará de cumprir seu trabalho.

Dei a volta no quarteirão, apenas para não levantar suspeitas. Havia deixado a vam do S.I.B estacionada em um estacionamento na rua de trás, assim que a pegasse voltaria para Belo Horizonte, onde um médico legista e um legista Florence estariam me aguardando para analisar o que tinha levado.

Quatro dias antes de simular um café da manhã no único restaurante da cidade, o qual fingi ser interrompido por uma ligação urgente apenas para me passar por um jornalista cobrindo um caso de assassinato, descobri como chegar até lá, ainda bem que descobri antes de realmente fazer alguma refeição em um lugar como este.

Na verdade meu plano começou por conta de uma descoberta que a polícia local fez a um mês atrás, meu disfarce tinha sido baseado no caso. Des do começo dos assassinatos em Liliance, a CNN Nacional mandou um repórter investigativo para cobrir e reportar o andamento do caso a emissora, o que nem mesmo o pobre jornalista não contava era que seria mandado para a morte. Mais tarde vim a descobrir em minhas investigações que o jornalista deixa uma esposa e um casal de filhos. Para mim seria mais um caso, até mesmo não liguei muito para a perda da família, até descobrir o motivo pelo qual foi morto. Mas contarei isso em uma ordem cronológica para melhor compreensão.

Deixei Brasília no dia desesete de janeiro de 2030 ainda durante a madrugada em um Cessna do S.I.B com destino a Belo Horizonte capital do estado de Goiás, no mesmo vôo também estavam um médico legista, por nome de Marcos o qual logo fiz amizade e também uma legista florecis, por nome de Flávia Jhord, Flávia era muito fechada, durante o vôo quase não conversamos falamos, mas quando chegamos ao IML, na capital onde o S.I.B havia preparado uma sala para que Flávia trabalhasse que pude ver o porque era tão reservada. A minha vontade era de ter um taco de baseball para quebrar uma dúzia de aparelhos florence, de nomes difíceis e aspectos estranhos, havia um que se chamava Vid, o espectrofotômetro de massa, outro por nome de wery, o microscópio, e um outro por nome de Triyt, um laptop que era conectado a todos os outros aparelhos, Flávia deu nome a todas as máquinas de seu trabalho e as tratava com sua família e até conversava com eles.

Enquanto Flávia montava os equipamentos, me dizia o que deveria fazer quando chegasse a cidade, a primeira coisa que Flávia me ordenou e me fez prometer que faria era visitar a sena dos crimes.

Quando perguntei o que precisaria da cena, a resposta veio como uma bola de futebol que bate nas partes íntimas.

— Você trabalhou mesmo com o FBI?- pergunta Flávia.

Fiz que sim com um aceno de cabeça.

— Pois não parece, parece que recém se formou e foi muito mal no exame criminal. Preciso de objetos que possam ter cidos usado nas vítimas, tudo o que há sangue ou posa ter inspeções digitais, se encontra um fio de cabelo, traga para mim, também seria bom se puder ir visitar as famílias das vítimas, saber com quem se relacionavam, onde iam e com que frequência, há e também não esqueça de passar um pente fino no histórico criminal de cada vitima. Certamente a polícia local já fez isso, e de certa forma preciso de tudo isso. Preciso escrever?

Tá! Subestimei a minha legista Florence.

— Não. Não será necessário. Tenho boa memória.

— Ótimo, espero que seja também um bom detetive Sr. Chiuto.

Beleza, essa pegou mal, além de me dizer o que fazer ainda me chamar de senhor! Não tinha idade para ser. Assim já é demais.

— Detetive Eric.- fala Marcos me alcançando no corredor.— desculpa por Flávia tratar você daquele jeito. Sei que é um detetive de uma experiência magnífica e parece que não gostou de ser chamado de senhor

— Tenho cara de senhor para você doutor?- pergunto parando em meio ao caminho.

— Não senhor. Quer dizer... Deixa pra lá. Flávia é um tanto quanto bruta com detetives e investigadores, já tivemos alguns que não faziam direito o trabalho.

— Defina " direito".

— Mexeram na cena do crime antes do médico legista chegar ou sem luvas e tivemos um em particular que plantou provas para incriminar alguém que não tinha dada a ver com o crime.

— Deixa eu adivinhar, prenderam o cara errado?

— Não. Ainda bem que não chegamos a esse ponto. Flávia descobriu antes e quem foi preso foi o investigador por plantar provas falsas. Ela é muito cuidadosa nesses casos.

— Percebi.- retomei a caminhada pelo corredor acompanhado de Marcos.— há, e a propósito, onde vai doutor?

— Ao necrotério, irei fazer uma segunda autópsia nas vítimas.

— Espero que descubra alguma coisa, estou totalmente no escuro, você e Flávia são minhas lanternas e se me recordo, o S.I.B preparou apenas uma vam.

— Não se preocupe, ficaremos aqui até que o caso der por encerado- fala Marcos parando em uma porta.

— Se tivermos mais um crime, voltarei para buscar você, para examinar o corpo, esteja preparado- disse deixando Marcos entrar na sala do necrotério.

Depois disso tinha que percorrer noventa quilômetros até a cidade, estava na hora de botar meu disfarce em ação.

Assim que cheguei na cidade, uma equipe da Rocam me aguardava na entrada da cidade. Primeiro acreditei ser uma blitz, não tinha recebido informações sobre escolta e Também porque fui abordado, pediram minha CNH e meus documentos pessoais, revistam a vam e logo um dos policiais chamado Wagner pediu que seguisse o comboio das motos até a delegacia.

Já na delegacia me encontrei com o delegado da polícia militar e da civil que não pareciam nenhum pouco contentes com a minha visita, a primeira coisa que perguntei foi o motivo de os corpos serem levados para a capital, a resposta foi bem óbvia, a cidade era dependente da comarca da capital, ou seja, as ordens partiam do ministério público da capital.

Minha próxima pergunta nem mesmo o delegado da polícia militar local pode me responder.

— Onde e como os crimes foram cometidos?- perguntei .

O que achei estranho. Eu Tinha caído de paraquedas no caso, acreditava que o assassino usou um único lugar para executar suas vítimas.

— Os corpos foram encontrados em uma fábrica de roupas abandonadas no parque industrial da cidade. Segundo o médico legista do IML, apenas dois foram mortos no interior da fábrica, nosso assassino apenas desova os corpos ou os mutilava no local.- fala Vicente, o delegado da polícia militar.

— Está me dizendo delegado, que a uma segunda sena de crime.

— Supostamente sim detetive - rebate Vicente.

— A partir de que vítima começaram a investigação?

— De nenhuma. Alguns moradores de rua encontraram os corpos e nós chamaram

— E quem foi a primeira?

— Bom. Uma vítima peculiar.- diz Renan, delegado da polícia civil colocando sobre a mesa uma foto.

O rapaz da foto tinha vinte e oito anos não pude determinar sua altura e seu peso. A foto foi tirada do pescoço para cima, provavelmente de um documento de identificação. Era loiro caucasiano de olhos azuis.

— Geam Siqueira, vinte e oito anos.- recomeça Renan lendo a ficha da autópsia.— Segundo o médico que processou a autópsia ele foi a primeira vítima. Ele possui diversas passagem pela polícia civil e militar, roubos a mão armada, falsidade ideológica e a última pela lei Maria da Penha três semanas antes de ser encontrado morto com a cabeça separada do corpo e perna e braços separados do corpo.

— Qual a última vítima?- pergunto recebendo de Renan outra foto.

— Sabia que perguntaria detetive. Alisson Eduardo. - diz Renan.

— Passagem?- pergunto.

— Também, latrocínio, a última e em dois mil e vinte e nove, preso por pose de drogas.

— Como este foi encontrado?- Perguntei indicando a foto do segundo homem, que era magro, moreno e de estátua mediana.

— Morto com uma pancada na cabeça e logo depois foi estripado.

Nessa altura do campeonato cheguei a uma conclusão, mesmo que fosse superficial.

— Senhores, perceberam que há um padrão entre a primeira e a última vítima? - falo apontando para as fotos — Todos possui passagem pela polícia e foram mortos de formas diferentes. Quem está cometendo esses crimes, está cumprindo o papel de um justiceiro.

— Claro detetive, percebemos isso sim. E quem está bancando o justiceiro não deixa pistas, as cenas dos crimes são tão limpas de evidências que nem mesmo nossos melhores investigadores criminais não encontraram absolutamente nada - diz Vicente me entregando uma folha.

— Do que se trata?- pergunto recebendo a folha das mãos de Vicente.

— Laudo de DNA florence. Inconclusivo obviamente.- diz Vicente.

— Quanto as armas dos crimes?- perguntei.

— Nada! Vítimas diferentes, armas diferentes.

— Isso está sendo um pé no saco. - falei cosando o queixo.

Após pensar um pouco me dirijo aos delegados

— senhores delegados, A partir de agora, o S.I.B está na jurisdição do caso, nosso assassino parou de matar por dois motivos. Deixou alguma pista ou está se sentindo acuado, verificarei a cena dos crimes e meu médico legista está nesse momento fazendo uma autópsia preliminar nos corpos encontrados na fábrica. Agora preciso saber. Quanto está o efetivo de vocês?- pergunto encarando Renan e depois Vicente.

— Meu efetivo na cidade está com trinta homens, sendo cinco dos meus, dez da Rocam e quinze da Rotam. Mas é claro, o governo me disponibiliza mais se for preciso.- diz Vicente.

— E quanto ao efetivo da polícia civil?- indago encarando Renan.

— Estamos em quatro homens, mas é o mesmo caso da polícia militar, se for preciso temos um efetivo de cinquenta homem entre DEIC e DHPP. - diz Renan.

— Excelente. Emitam um alerta de fuga eminente nas bases da polícia federal próximas a cidade, vou pedir que a agência mande-me um efetivo razoável de homens especializados em busca e apreensão. Vicente, avise o corpo de bombeiros das cidades próximas, qualquer um que for encontrado e resgatado com ferimentos de armas brancas ou de fogo deveram ser levados ao meu médico legista para ser examinados e interrogados, iniciaremos diligências por todo o município, em busca de locais suspeitos de crimes.

— E quanto a você? -pergunta Renan.

— Eu vou para a fábrica, a propósito, é isso que vou fazer agora mesmo.

— Você vai sozinho?- pergunta me Vicente.

— Por a caso entrei pela quela porta acompanhado de alguém?- falei.

— Se eu fosse você não iria lá sozinho, ainda mais a essa hora, é cheio de mendigos e viciados — explica Renan.

— Meu médico legista tem hábito de tomar altas quantidades de cafeína para trabalhar até mais tarde, não será problema examinar mais um ou cinco corpos ainda essa manhã. Falei deixando o escritório da delegacia.

Assim que saí da delegacia meu celular chamou, o retirei do bolso para ver quem era.

— Marcos, prossiga. Tem algo para mim?

— Ainda não sei Eric.

— Não sabe ou não achou nada?

— Segunda opção.

— Então porque me ligou?

— Flávia está examinando uma evidência, um pedaço de carne com músculo triturado.

— Seja mais específico doutor.

— Vou ser. Alguém foi transformado em carne moída, e não faz muito tempo.- fala Marcos de sopetão.

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