Meu nome é Donatella e essa é a história da minha vida, uma história que não é sobre mim, mas sim sobre a intimidade de uma mulher humilhada por um "boy lixo".
Por muitos anos, me vi presa em uma paixão doentia que só me machucava cada dia mais. Tudo começou quando conheci Carlos Ferdinando, um jovem rapaz que parecia ter uma boa índole, mas como diz o ditado, "quem vê cara não vê coração", e com o tempo Ferdinando se revelou um verdadeiro "merda". Eu tinha a opção de não continuar, de cortar o mal pela raiz, de evitá-lo a todo custo, mas ao invés disso, eu o perseguia. Tentei obrigá-lo a ficar comigo, mesmo ele deixando bem claro diversas vezes que eu não era nada para ele, que eu não era alguém digna de seu amor. Mas antes de chegar nesses detalhes, preciso contar o início de tudo, como tudo aconteceu.
Eu, Donatella Fagundes, com meus vinte e dois anos, vivi uma época em que não conseguia valorizar os estudos. Acabei perdendo cinco anos de escola, o que se tornou um verdadeiro drama em minha vida.
Lembro-me de quando comecei a estudar no horário noturno, aos dezesseis anos. Não tenho muitas lembranças daquela época, mas não foi uma boa fase para mim. Os alunos não respeitavam os professores e alguns deles desistiam de ensinar, permitindo serem dominados pelos estudantes rebeldes.
No meu primeiro dia de aula no Colégio Santos Dumont, no horário noturno, depois de um ano sem estudar, confesso que não estava empolgada. Tanto que só consegui ir para a escola uma semana depois do início das aulas. Mas com coragem e determinação, decidi que precisava recuperar o tempo perdido.
O primeiro dia foi normal demais, e sinceramente, não lembro muito bem como foi. Só sei que minha turma era N3, devido às listas que eles colocaram nas portas de cada sala e vi meu nome na sala N3. Isso é o que menos importa diante da história que estou tentando contar. Mas havia uns três ou quatro garotos na sala que se achavam demais, como se fossem os homens mais lindos do mundo.
No meu segundo dia de aula, decidi fazer algo diferente. Vestindo uma blusa preta com uma calça capri simulando pele de onça, maquiada e com o cabelo solto, acreditei que estava arrasando no visual para compensar o dia anterior. Ao chegar na escola, percebi alguns olhares sobre mim. Não sei se foi pela elegância ou pela bizarrice, mas acreditava que estava chamando a atenção. Foi quando um garoto da minha sala comentou para seu amigo: "Essa menina é da minha sala". Não faço ideia do que ele quis dizer ou por que disse aquilo. Será que alguém havia perguntado sobre mim? Pela forma como o garoto falou, parecia que alguém havia se interessado por mim ou, pelo menos, tinha me notado de alguma forma.
Enquanto isso, o ambiente da escola noturna é caótico. Alunos rebeldes e professores desmotivados criam um cenário desafiador. Sinto-me deslocada nesse ambiente, mas estou determinada a recuperar o tempo perdido e focar nos meus estudos.
Minha história está apenas começando, e estou prestes a descobrir se essa nova atenção que recebi na escola será algo positivo ou se trará mais dor e decepção para minha vida. Estou em uma encruzilhada, onde minhas emoções e motivações estão em conflito. Fico curiosa para saber como lidarei com essa situação e se encontrarei a felicidade que tanto desejo.
Entrei na sala me sentindo toda-toda e me sentei, mas não percebi se as pessoas admiraram meu visual – obviamente não, eu estava bizarra demais para isso –, no máximo me acharam esquisita, doida e com parafusos a menos na cabeça, nada além disso.
Então entrou na sala a diretora Sandra, uma mulher aparentando ter uns quarenta e cinco anos, mas que estava bem conservada. Ela se posicionou na frente da mesa do professor e rapidamente passou os olhos em mim, parecendo ter levado um leve susto ao me ver toda emperiquitada. Em seguida, fixou os olhos na minha calça capri, mostrando-se um pouco incomodada.
— A partir de amanhã é proibido vir de calça capri para a escola — Ela decretou.
"Como assim proibido?" Não sei se a proibição aconteceu só porque eu estava usando ou se ela havia ido lá para fazer esse "decreto". "Mas por que logo no dia em que eu decidi ir para a escola de calça capri? Será que ela já tinha algum problema comigo?" Era só o que eu conseguia pensar, afinal, durante todo o tempo em que as aulas aconteciam, as meninas estavam indo para a escola tranquilamente, sem nenhuma restrição. De qualquer forma, achei injusto a atualização das regras.
Bom, não posso dizer muito sobre o meu segundo dia, pois não sou muito boa em lembrar de coisas irrelevantes, mas foi mais ou menos assim.
Ao final da aula, saí encafifada com a atitude da diretora. Não gostei muito, achei que ela foi um pouco seletiva em relação ao uso da calça capri na escola. Posso estar sendo paranoica e chata, mas, de fato, isso me incomodou.
Cheguei em casa e minha mãe já estava na cama, dormindo. Não tínhamos TV, então ela costumava ir para a cama cedo. Eu não tinha celular para me distrair, mas tinha um tablet de quinta categoria que havia ganhado de uma moça que me pagava para cuidar dos filhos dela. No entanto, o tablet tinha diversos problemas, como a bateria que descarregava rapidamente e a câmera com lente turva. Pelo menos, o tablet me servia para baixar aplicativos, navegar na internet e assistir filmes de alguns sites pornôs, que me viciaram desde criança.
Eu assistia filmes pornôs porque nunca tive coragem de fato de transar com alguém, muito menos daquela forma que os atores faziam nos filmes. Havia cenas bem nojentas que me faziam questionar se o sexo era obrigatoriamente assim. Comecei a pensar em quem daquela escola eu poderia transar pela primeira vez. Tudo bem, eu não era consideravelmente bonita e ainda tinha um andar esquisito, mas se eu mudasse isso, será que alguém se interessaria por mim? Eu sabia que ainda tinha os garotos bonitos que já tinham namoradas, e eu precisava descartá-los da minha sondagem. Mas eram tantos garotos bonitinhos que eu ficava confusa para saber quem era quem.
Então, vamos lá: o André, que eu achava muito gato. Cheguei até a ter pensamentos sexuais com ele. Fantasiei que transávamos atrás de outra escola que ficava próxima à minha, mas quando descobri que ele tinha namorada algumas horas depois, desisti da fantasia. Eu tinha muitos desses pensamentos férteis de estar me relacionando sexualmente com o garoto que eu gostava, mas nunca entendia o porquê desses pensamentos.
Finalmente, adormeci após horas navegando na internet, acessando sites pornôs e me masturbando, mesmo ainda sendo virgem aos vinte e dois anos. Não era fácil para uma garota de vinte e dois anos perceber que já estava mais do que na hora de perder a virgindade. Havia muita cobrança de pessoas que se chocavam quando descobriam que eu continuava intocada aos vinte e dois anos, e isso me incomodava de certa forma.
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Atualizado até capítulo 35
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