Sofia Mendes
Enquanto eu fechava a porta, senti algo bloquear seu caminho. Surpresa, meus olhos se ergueram para encontrar um par de olhos familiar, olhos que eu conhecia tão bem quanto os meus próprios. Era Daniel Almeida, parado ali diante de mim, com uma expressão que era uma mistura de surpresa e determinação.
Meu coração deu um salto dentro do peito ao vê-lo ali, tão perto de mim. A tensão no ar era palpável, como se estivéssemos em uma bolha própria, separados do mundo exterior. Eu podia sentir o calor de seu corpo, o cheiro familiar que sempre me envolvia quando ele estava por perto.
Queria beija-lo até o deixar sem fôlego, mas não podia. Ele parecia tão furioso e confuso, e eu me sentia impotente diante de sua tempestade de emoções. Tentei explicar, tentar acalmá-lo, mas minhas palavras pareciam não ter o efeito desejado. Daniel sempre foi impulsivo, mas nunca o vi tão perturbado como naquela noite.
Enquanto ele desabafava suas frustrações, meu coração doía por ele. Eu queria poder consolá-lo, fazer com que entendesse que tudo o que fiz foi para evitar uma tragédia na fronteira. Minha amizade com Pedro Silva é antiga, verdade, mas nunca houve nada além disso entre nós. Eu não queria que Daniel pensasse o pior de mim.
Foi difícil manter a compostura diante de suas acusações e questionamentos. Eu só queria que ele soubesse que estou ao seu lado, que sempre estive e sempre estarei. Mas suas palavras cortantes e seu olhar de desconfiança me feriram profundamente.
À medida que ele partia, me senti vazia e desamparada. Como posso fazê-lo entender? Como posso mostrar a ele que meu coração pertence somente a ele, mesmo quando tudo parece estar desmoronando ao nosso redor?
Enquanto fechava a porta, uma sensação de desespero me invadiu. Eu o amo mais do que jamais admitiria em voz alta, e vê-lo tão perturbado me parte o coração. Mas não posso forçá-lo a aceitar meus sentimentos. Ele precisa de tempo para processar tudo o que aconteceu, e eu preciso ser paciente.
Eu só espero que um dia ele perceba a verdade. Que ele veja além das aparências e entenda o que realmente está em jogo aqui. Até lá, estarei aqui, esperando por ele, torcendo para que ele encontre a paz e a clareza que tanto precisa.
Com um suspiro, me afastei da porta e me dirigi para o meu quarto. A noite parecia mais escura e solitária do que nunca, mas eu me recusei a desistir da esperança. Um dia, eu sabia, as nuvens se dissipariam e o sol brilharia novamente sobre nós. Até lá, eu estaria aqui, esperando por ele, com todo o amor que tenho para oferecer.
Às vezes, sinto que estou presa em um turbilhão de emoções, incapaz de encontrar uma saída clara. Agora sei que as coisas ficaram complicadas, mas eu não agi mal durante aquele confronto na fronteira com os Kilassas!
Ou agi mal? Apenas queria impedir uma tragédia, não suportaria vê-lo machucado. E agora, estou aqui, perdida em meus próprios pensamentos, tentando entender o que ele está esperando de mim.
Daniel sempre foi impulsivo, mas nunca o vi tão perturbado como hoje. E enquanto ele desabafava suas frustrações, eu me via desesperada para fazê-lo entender, para mostrar a ele que não há nada entre mim e Pedro Silva além de uma amizade antiga. Mas como posso fazer isso quando ele está tão cego pela raiva e pela desconfiança?
Ele é um idiota, eu aqui gritando bem alto toda vez que vejo. É como se ele não conseguisse ver além das aparências, como se estivesse determinado a acreditar no pior de mim. E isso me machuca mais do que posso admitir. Mas a verdade é que eu o amo, mais do que jamais admitiria em voz alta.
Mas eu me declarei a ele! Não? Mas de certa forma, eu me declarei. Parece que não foi o suficiente. Não sei o que ele está esperando, o que ele quer de mim. Sinto-me como se estivesse dançando no escuro, sem saber para onde estou indo ou o que fazer a seguir.
E enquanto tento decifrar os enigmas do coração de Daniel, uma sensação de desespero me invade. Será que ele nunca vai entender? Será que ele nunca vai ver além das aparências e entender o que realmente está em jogo aqui?
Eu só quero que ele saiba que estou aqui, esperando por ele, torcendo para que ele encontre a clareza e a paz que tanto precisa. Mas também me pergunto se talvez eu deva ser mais clara, mais direta sobre meus sentimentos.
Afinal, o que estou esperando? Por que não simplesmente lhe digo o que sinto? Talvez seja hora de deixar de lado o medo e a incerteza, e simplesmente seguir meu coração.
Mas e se ele não sentir o mesmo? E se ele rejeitar meus sentimentos, como vou lidar com a rejeição? Essas perguntas ecoam em minha mente, deixando-me ainda mais confusa e insegura.
Mas uma coisa é certa: não posso mais viver nesta incerteza, nesta escuridão. Preciso tomar uma decisão, dar um passo adiante, mesmo que seja assustador. Porque, no final das contas, o amor vale o risco. E se eu não tentar, nunca saberei se poderia dar certo entre nós.
A noite era silenciosa, mas meu coração batia tão forte que parecia ecoar por toda a casa. Tirei a blusa abraçando-a joguei-me na cama, tentando desesperadamente encontrar algum conforto no escuro do quarto, mas tudo o que consegui foi reviver o encontro com Daniel na porta.
O cheiro dele vindo da minha blusa impregnava o ar ao meu redor, envolvendo-me em uma névoa doce e tensa que me deixava inquieta.
Cada vez que fechava os olhos, via sua imagem se formar diante de mim, seu rosto contorcido pela raiva e pela confusão. Era estranho como mesmo em momentos de tensão, ele conseguia mexer comigo de uma maneira única, despertando sentimentos contraditórios dentro de mim.
Aquele abraço na porta parecia ter deixado uma marca indelével em mim, como se seu calor ainda estivesse presente, mesmo depois de tanto tempo. E enquanto eu tentava encontrar uma posição confortável na cama, só conseguia me concentrar no cheiro dele impregnado em minha pele.
Seus braços ao redor de mim ainda pareciam envolver meu corpo, deixando um rastro do seu cheiro no ar. Era uma mistura intoxicante de sua colônia amadeirada e um toque sutil de suor, um aroma que me deixava tonta e me fazia perder o foco.
Fechei os olhos, tentando afastar aqueles pensamentos tumultuados que me assaltavam. Mas a sensação de seus lábios tão próximos aos meus continuava a me perseguir, deixando minha pele arrepiada e meu corpo quente de desejo.
O que estava acontecendo comigo? Como eu podia estar tão obcecada por alguém que parecia determinado a não me entender? Daniel era um enigma, um quebra-cabeça complicado demais para ser decifrado, e eu estava ficando louca tentando desvendá-lo.
Mas mesmo enquanto lutava contra esses sentimentos confusos, uma parte de mim não conseguia deixar de desejar estar ao lado dele novamente. Havia algo nele que me atraía de uma maneira que eu não conseguia explicar, algo que mexia comigo de uma forma que nenhum outro homem jamais havia feito.
E aquele abraço na porta só havia intensificado esses sentimentos, deixando-me ainda mais confusa sobre o que eu deveria fazer a seguir. Deveria me render a essa atração avassaladora e correr o risco de me machucar, ou deveria manter minha guarda levantada e proteger meu coração a todo custo?
Essas perguntas giravam em minha mente, deixando-me inquieta e incapaz de encontrar paz. Eu queria adormecer e esquecer todas as minhas preocupações, mas o cheiro dele impregnado em minha pele me impedia de relaxar.
Fiquei ali, na escuridão do quarto, lutando contra meus próprios demônios internos. Era uma batalha que eu não sabia se poderia vencer, uma luta entre o desejo e o medo, entre o coração e a mente.
O que será que ele está fazendo agora, será que está pensando em mim da mesma forma que eu estou pensando nele. Será que ele esta deitado em sua própria cama, lutando contra os mesmos sentimentos conflitantes que eu? É tanta perguntas que me fazia, mas não tinha as respostas.
Era estranho como nossas vidas pareciam estar entrelaçadas de uma maneira que eu não conseguia entender. Mesmo quando estávamos separados, parecia que nossos pensamentos estavam sempre conectados, como se fôssemos dois polos opostos de um ímã, atraídos um pelo outro de forma irresistível.
Mas ao mesmo tempo, havia uma barreira entre nós, uma distância que parecia insuperável. E enquanto eu me revirava na cama, tentando encontrar conforto, só conseguia me perguntar se algum dia conseguiríamos superar essa barreira e nos conectar de verdade.
Talvez seja isso que me mantinha acordada durante as longas horas da noite, esse sentimento de incerteza e dúvida que me consumia por dentro. Eu queria tanto que as coisas fossem diferentes entre nós, que pudéssemos ser honestos um com o outro, sem medo de nos machucar.
Mas o medo estava sempre lá, espreitando nas sombras, sussurrando dúvidas e inseguranças em meus ouvidos. E enquanto eu lutava contra esses pensamentos sombrios, o cheiro dele continuava a me envolver, como um lembrete constante do que poderíamos ter sido, se apenas tivéssemos coragem o suficiente para nos entregar ao amor.
Com um suspiro resignado, eu me aconcheguei mais profundamente na cama, tentando encontrar um pouco de paz na escuridão da noite. Talvez, se eu fechasse os olhos e me concentrasse o suficiente, conseguisse me libertar desse emaranhado de emoções e encontrar um pouco de descanso. Mas uma parte de mim sabia que, até resolvermos nossos problemas, aquela noite seria apenas o começo de um longo caminho rumo à redenção e à felicidade.
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Atualizado até capítulo 59
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