~ PARK ON ~
O dia ontem, foi um dos mais conturbados desde que a conheci e para aliviar a tensão me tranquei no escritório e comecei a reler o contrato de sociedade com o Hoyung, para então finalizar os procedimentos legais com meus advogados.Sentei no sofá já servido de uísque e turbilhão de pensamentos me corrompeu.Passei a me questionar sobre a teimosia de Suh e se um dia ela iria ceder. De imediato, minha maior preocupação era que minha prima pudesse atrapalhar meus planos, ao se tornar amiga dela.
Minha prima foi criada cheia de mimos e ao mesmo tempo revoltada com a vida, não parava com homem nenhum, e isso sempre foi um impasse entre nós. Rezo para que ela não fique por muito tempo, enquanto isso vou deixar Suh o mais distante possível.Se não bastasse tudo isso, ainda tem o amiguinho dela. Jin tenta estar em meu caminho a qualquer custo, mas pelo meus cálculos seria fácil o colocar no escanteio. Até agora estava funcionando e não tardaria até ele se sentir inseguro em relação à ela. Suh e assim ele vai ficar vulnerável e pode acabar conhecendo outra mulher até deixar de vez o que sente por ela.
Contrapartida aquele velho do pai dela, não faz um esforço pra se mostrar pelo menos interessado em algo relacionado a filha. O que eu poderia esperar de alguém que deixou bem claro os sentimentos de repulsa por ela, antes mesmo de eu propor o casamento?Desde então a relação entre eles só fez piorar.
Suh sentiu muito, por não ter mais a mãe e eu sei que não sou o melhor homem pra fazer isso, mas eu tentaria em nome do que ela passou, a fazer se sentir uma pessoa amada e de valor em minha vida.
Planejei ir buscá-la na faculdade e já havia dispensado os seguranças. Melhor obter informações com meus próprios olhos, do que contar com terceiros.Cheguei na frente da faculdade e logo a vi. Estava do outro lado da rua, discutindo com Jin. Desci em fúria, com os mãos cerradas até onde estavam e ao me avistar se pôs na frente dele.
- Calma\, Park! Eu posso explicar.- antes que ela concluísse eu retruquei.
- Mas eu não estou pedindo explicações senhorita. Só quero que você entre naquele carro. Agora! - ela não esboçou nenhum movimento de que fosse sair.
- Cara\, baixa bola. Você não é o dono dela! - Jin olhou em minha direção.
- Não é o que este cordão mostra. Não é mesmo?- o provoquei.
- Vai pro carro!- Mesmo com o olho aceso de raiva ela foi.
- Agora\, a conversa é entre nós dois. - minha voz era repleta de desdém.
- Temos apenas um interesse incomum\, que faz com que eu perca meu tempo com você.Um ser desprezível que mantém uma mulher que não o ama, ao seu lado.- ele estava com sangue nos olhos.
- Eu gostaria com todo prazer\, ouvir o que você pensa a meu respeito\, mas eu não estou com tanto tempo disponível.Lamento.- ele sabia que eu estava ironizando.
- Você não tem senso do ridículo.Agora, fala logo! - seu peito estufou de raiva.
- Eu só gostaria de lembrar a você\, que não vou tolerar qualquer tipo de aproximação com minha mulher\, que não seja de uma amizade. Entendeu? Não quero ver, você pagar caro por estar perto de mais e como ninguém, deve saber do que sou capaz.- olhei bem nos olhos dele\, para que entendesse o recado.
- Você não me intimida. Se quer saber\, nem posso te considerar um homem de verdade\, já que usa de métodos inescrupulosos para conseguir o que quer.
- Cada um joga com a carta que tem na manga.- semicerrei os olhos em sua direção.
- Mas tudo o que tenho hoje\, são por méritos próprios. Inclusive o coração de Suh\, e pode ter certeza de que você nunca vai conseguir ter.
- Meu caro\, eu consigo tudo o que quero. Sugiro que fique bem longe de nós dois.
- Eu não vou me afastar dela\, pode ter certeza. Você ainda vai me ver e muito. E tudo o que firmei com ela\, você não vai acabar.- ele apontava ou dedo em minha direção.
- Mas no papel o compromisso dela está firmado comigo.- falei calmamente.
- Isso não significa nada pra mim.
- Era só isso que eu precisava dizer.- encerrei o assunto.
De vez em quando eu olhava para o carro e Suh estava nos observando com uma preocupação aparente, demorei apenas 15 minutos;e ela não me poupou de suas interrogações.
- O que você falou pra ele?- ela falava apressadamente.
- Nada do que ele já não soubesse.Que você é minha e eu não o quero por perto.- eu falava sem expressão e isso a irritou ainda mais.
- Você está acabando comigo. Estou exausta em ter que conviver com você e suas exigências.Não pode apenas me deixar ir?- senti sua voz se alterar conforme falava.
- Eu sinceramente não consigo encontrar uma explicação plausível para querer estar longe de mim.- enquanto eu olhava para frente ela me encarava.
- Pois eu vejo muitos motivos para isso. e posso até fazer uma lista.
- Sua percepção sobre mim\, não mudou nada senhorita?
- Não\, e a cada dia piora. - ela fechava os olhos como se sentisse alguma dor. A partir deste momento\, eu soube recuar. Deixei espaço suficiente para ela assimilar o que tinha acabado de acontecer.
O restante do caminho foi abraçado pelo silêncio e pela dor que ambos estávamos sentindo. Cada um com seus motivos específicos. Minha querida prima estava na cozinha quando chegamos e assim que nos viu falou.
- Ah .. Ai estão vocês ... Será que meu primo poderia me acompanhar em um passeio?- ela abria os braços.
- Não é um bom momento prima.- olhei para Suh\, que estava parada no meio de nós dois.
- Então dificilmente vou passear com você. Já que nunca está em um bom momento.
- Tudo bem! Vamos\, antes que eu me arrependa por estar fazendo isso.
- Vou só pegar minha bolsa.Suh você pode terminar de preparar o almoço?
- Claro\, pode ir.- ela falou tão baixo que parecia ter acabado de acordar.
- Eu quero chegar em casa e lhe ver aqui.Entendeu?- olhei para Suh.
- Caso não esteja?- ela me enfrentou.
- A senhorita não iria gostar de saber.- tentei soar menos agressivo.
- O senhor não me intimida.- ela não baixava a guarda\, mesmo quando estava em desvantagem.
- Não falo para isso\, apenas para preservar nossa relação.- eu segurava seu punho.
- Me erra\, Park! - disse ela puxando seu pulso para que um soltasse.
- Seu vocabulário está bem culto\, não é mesmo?
- Não contratei nenhum professor para aulas particulares.- tive vontade de rir com o comentário\, mas hesitei.
- Tudo bem.Faça o que quiser.- eu já estava cansado de viver com brigas\, então joguei a toalha dessa vez.
Ela subiu, assim que Dih estava chegando na sala.Não sei bem, por quê aceitei sair, mas no caminho achei pertinente sondar quanto tempo ela pretendia ficar e quais eram seus planos naquela cidade.
- Então\, quanto tempo pretende nos dar a honra de sua companhia?
- Estou com muito tempo disponível para vocês.- ela sorria como se acabasse de ouvir uma piada; e isso me irritava.
- Sério?Pensei que tinha vindo exclusivamente para uma visita rápida.- o tom de minha voz a fez sentir que não era uma visita muito desejada.
- No primeiro momento sim\, mas as coisas mudam muito rápido.- disse ela ignorando o que eu acabara de comentar.
- Só se for pra você. Porque na minha vida\, acontece justamente ao contrário.
- Você está com algum problema relacionado a Suh?- senti que ela percebeu de algo\, que ninguém a contava.
- Está tudo sob controle.
- Hum .. se você diz.- e virou pra olhar os carros do outro lado.
- Onde você passou a noite ontem?
- Park\, já disse que não sou sua mulher.- ela cruzou as pernas e mexeu no cabelo.
- Eu sei perfeitamente que não é\, mas devo lhe ressaltar que está em minha casa e não gosto de ver você dormindo sabe-se lá onde ou com quem.
- Eu estava com um amigo.- soou irritada ao responder.
- Um amigo?Você chegou não tem nem uma semana e já tem alguém que pode chamar de amigo?- estava indignado com a capacidade que ela tinha\, de sair fazendo "amizades" por aí.
- Sim\, nem todas as pessoas são como você. Sabia?- Ela estava tentando me atingir.
- Minha nossa! - tentei parecer incrédulo\, mas o fato é que suas palavras não me ofendiam.
- Deixa eu atualizar você\, querido.Nós estamos no século 21, em pleno ano de 2018 e você não para de agir como um homem do século 18. Por favor, as coisas mudaram e muito.
- Está certo\, eu só não quero problemas. Entendeu?
- Entendi sim.- ela falou bufando.
Depois de um breve silêncio no trajeto, me veio um lampejo da realidade. Essa semana faria um mês em que tinha levado Suh ao altar. Este dia seria perfeito para lhe agradar e fazer com que ela conseguisse me enxergar, além daquele homem que tinha roubado sua vida.
- Aproveitando que você está aqui. Quero sua ajuda\, para comprar um presente de casamento.Daqui a 2 dias comemoramos o primeiro mês.- acho que ela notou que estranhamente\, fiquei constrangido.
- Claro que sim\, adoro comprar presentes!- ela ficou entusiasmada\, mas senti que foi por causa da possibilidade em ter que passar mais tempo circulando pelo shopping.
Estávamos a quase 2 horas naquele lugar e nada de encontrar algo que chegasse aos pés do que eu planejava. Queria algo que tivesse um significado especial. Quando já estava farto de desperdiçar meu precioso tempo, a convenci de ir embora. Em uma pequena loja, perto da saída encontrei um chaveiro, que tinha uma mini máquina de fotografar pendurado, com detalhes em preto e branco (simples mas com grande significado) e eu esperava que ela não o atirasse pela janela.
Depois que voltamos, Suh já estava mais calma. Estava lendo um livro, com fone nos ouvidos sentada no sofá e mesmo percebendo que havíamos chegado, não se moveu. Mesmo a querendo do meu lado e por mais que sempre me irritasse com seus questionamentos, decidi a deixar e fui para o escritório.Por volta das 18:00, ouvi o barulho da porta se abrindo. Era ela, com uma bandeja preparada com um capuccino e umas torradas com geleia de cupuaçú (uma fruta típica de sua cidade natal), fiquei surpreso ao vê-la ali.
- Desculpe\, eu só achei que deveria estar com fome.
- De fato\, estou. Muito gentil de sua parte.- eu recuei com a cadeira para longe da mesa\, abrindo espaço para que ela viesse até mim.
Ela caminhou silenciosamente até a mesa e colocou a bandeja em cima.
- Sente-se. - apontei para o sofá que ficava no canto da sala.
- Eu tenho que ir fazer ...
- Por favor.- eu a interrompi.
Percebendo meu tom de voz suave, ela fez o que carinhosamente a mandei fazer. Percorri seu corpo com meu olhar, ela sentou de uma forma constrangida sem me olhar e eu apenas tinha o prazer de desfrutar do que via.Seu cabelo estava solto e vestia um short de flanela branco, com um moletom rosa de gola em V, que me mostrava seu cordão reluzente.Fui em passos lentos até ela e sentei ao seu lado, acariciando seu cabelo e passando o dedo na corrente com meu nome. A cada movimento meu, ela deixava um suspiro escapar.
- A senhorita é muito sedutora sabia?- vi que ela havia corado.
- Tenho que ir.- ela estava tentando fugir do que sentia.
- Você não precisa. - segurei seu braço o apertando ao encosto do sofá; e ela não questionou.- Duvido muito que a senhorita tenha começado a se preocupar comigo de uma hora para outra. Diga o que realmente quer. - eu procurava em seu olhar uma resposta.
- Eu só quero sair daqui.- sua voz tornou-se uma súplica.
- Tudo bem\, só gostaria de pedir um favor antes que saia.
- Qual?- eu a olhei com leveza.
- Que a partir de hoje nós pudéssemos conviver sem brigas e você evitar seu amiguinho.- eu a soltei.
- Não sei se posso atender à isso.- ela tratou de levantar rapidamente.
- Pense bem. Nós temos muito a ganhar.- dei uma última olhada em seu corpo.
- Só para você saber\, Dih saiu e pediu pra lhe avisar.- ela girou a maçaneta e saiu\, antes que eu respondesse.
Eu fiquei ali por um bom tempo, imaginava Suh me levando a loucura com seu corpo em movimento. Uma pena que até agora não tínhamos consumado o casamento e que ela talvez nem pensasse na possibilidade.E por mais que sua boca me negasse, seu corpo dava sinais de que ela ansiava por meu toque, de que precisava de mim, assim como eu à ela.
Pedi uma trégua de nossos desentendimentos, justamente para não estar em um clima desfavorável quando eu fizesse a surpresa que pretendia.
~ PARK OFF ~
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Julia Maraes
pulei esse capítulo todo sem lê
2022-05-30
2
Julia Maraes
pra que ficar traduzindo atrapalha a gente lê?
2022-05-30
1
Maria Do Carmo
empolgantes
2022-05-17
0