sentimentos distintos

~ JIN ON ~

Depois que coloquei ordem em meus pensamentos, percebi que não seria difícil descobrir o paradeiro de Suh, pois ela mesma me dissera que iria a um casamento com seu pai. Fui até o hotel que ela havia mencionado e conversei com a recepcionista, a fim de obter as informações que eu precisava. Para minha infelicidade tive a pior das notícias.

Acabei por assim saber, que ela não somente esteve lá, como também era a noiva que todos aguardavam. Suh havia se casado com Park, um dos homens mais influentes no meio dos negócios na Coréia, contive minha perplexidade e angústia diante da moça. Mas internamente me imaginava o estrangulando até que o ar de seus pulmões se esvaísse. Logo ele, eu já devia ter desconfiado desde quando começou a cercar ela na faculdade. Era quase certeza de ele não ter viajado para a lua de mel, pois pelo o que acabei de pesquisar ele era um homem de negócios e pouco se ausentava da cidade.

Com apenas uma breve pesquisa na internet consegui o endereço do canalha, peguei meu carro e segui até o lugar indicado. Ao redor da casa havia alguns seguranças; o que era de se esperar. Aguardei uma distração deles e corri até a entrada, apertando a campainha. Para minha felicidade, ele quem abriu a porta. Como não podia desperdiçar mais tempo, fui logo enchendo a cara dele de soco. Quando eu o vi caindo pra trás, pude ver Suh em desespero. Eu só queria levar ela embora dali, mas não consegui. Logo chegaram dois seguranças para me conter. Ainda pude ver que ele a impediu de vir até mim e seus olhos cheio de lágrimas e desespero.

Eu já estava deitado, quando pensamentos começaram a me perturbar. O que aliviava meu coração era saber que ao menos ela aparentemente estava bem, mas isso não significava nada perto do que se passava em coração. Eu tinha que ter ido lá, para que ela soubesse que eu não a tinha abandonado. E que eu lutaria até o fim para que o nosso amor prevalecesse. Depois de tanto rolar na cama, cai no sono.

No dia seguinte encontrei Suh na faculdade, o que me fez ficar aliviado. Por saber que ele não a tinha proibido de continuar frequentando o curso. Ao menos lá, nós poderíamos continuar nos vendo e seria mais fácil continuar com o plano de fuga.

- Minha menininha. Me perdoa pelo o que eu fiz, eu não queria te decepcionar. Eu não fui porque ele mandou uns capangas me prenderem em casa. - Ela apenas me abraçou começou a chorar.

- Eu fui fraca Jin. Era pra eu ter saído por aquela porta, mas eu temia pela sua vida. Eu não sabia o que ele realmente poderia fazer com você. Me perdoa? - eu a abracei tão forte que tive medo de comprimir seus pulmões.

- Não se culpe, pelo que você foi obrigada a fazer. Nós ainda temos tempo pra continuar nosso plano.

- Não sei Jin, hoje eu tenho medo e além do que, ele manda seguranças comigo, que ficam na espreita até eu sair, para me levarem de volta. Foi a condição que ele impôs, para que eu pudesse continuar vindo pra faculdade. E eu tive que aceitar isso. - Ela estava mais calma, mas eu podia sentir sua dor de longe e ela continuou. - Era como eu ia poder te ver, eu já não estava suportando mais um dia sem falar com você.

Passei a mão entre suas lágrimas e a consolei - Você é mais forte que eu imaginava minha menininha, vai dá tudo certo! Eu estou com você. – afirmei emocionado.

- Estou sem celular e então só vamos poder nos falar pelos corredores da faculdade, nem sei por que tivemos a ideia de mudar de sala. – de repente o sinal tocou nos dizendo que era hora de irmos para a aula.

- Bom, eu vejo você antes da saída. Tudo bem? - falei a beijando na testa e segui até minha sala.

Eu tinha que arquitetar outro plano que desse certo, para que pudéssemos chegar até Busan. Eu preferia ser perseguido por um psicopata como Park, do que ver Suh morrer a cada dia em um casamento de negócios.

Sim, negócios! Foi o que descobri com a recepcionista sobre o que ouvira nos comentários das pessoas que saíam do salão de cerimônia. Mas tão pouco acredito que Suh saiba disso. Eu não queria que ela tivesse motivos para odiar ainda mais o pai, então achei melhor ocultar este fato dela.

~ JIN OFF ~

~ PARK ON ~

Até o momento tudo o que planejei estava dando certo, mas não saberia dizer até quando, uma vez que, minha esposa é de uma personalidade forte e por mais que ela esteja com receio do que eu possa fazer com seu amiguinho. Ela não esqueceria a ideia de ir para Busan com ele.

O que mais me surpreendeu, além de sua admirável coragem; foi saber que ela nunca havia sido tocada. Isso realmente me estremeceu de um jeito que nenhuma outra mulher havia conseguido. Fiquei apenas com o prazer de poder sentir sua pele contra minha, antes de ela me dizer o motivo para que eu não consumasse o casamento. E é claro que eu não queria que ela fosse tocada sem amor; não por falta de minha parte. Mas porque ela ainda não possuía dos mesmos sentimentos por mim. Meu próximo objetivo é conquistá-la, para que a sua primeira vez seja inesquecível.

Mesmo sabendo que não seria fácil eu estava disposto a lutar, por mais que ela fosse de contra o que eu buscava. Mesmo que almejasse a companhia de outro; e que ele se faria presente na vida dela a qualquer custo. Mas o que eles não sabem, é que eu não entro em uma guerra se não for para ganhar. Eu nunca tive a intenção de machucá-la, mas em seus olhos pude ver que eu a afligia por dentro e isso refletiu em meu ego. E ficou mais claro ainda depois da briga que tive com Jin, que a fez revelar o repúdio que sentia por minha pessoa.

Por mais que eu aparente não ter coração, eu tenho e sinto assim como qualquer outra pessoa. Apenas não sou de demonstrar minhas fraquezas. E por algum tempo Suh vinha consumindo meus dias, meus sonhos e minha vida em geral e eu não queria perder a oportunidade de cuidar daquela doce menina. Eu não queria admitir que o que estava sentindo, era bem mais do que demonstrava. Sei que não usei dos melhores métodos para conseguir o que queria, mas eu não conheço outra forma de conseguir meus objetivos. Desde pequeno meu pai me ensinou que se quisermos algo nesta vida, que ela não possa nos dar por vontade própria, temos que jogar com as cartas que nos convém. E mesmo depois de muitos anos que meu pai me deixou, eu seguia seus conselhos e ninguém entrou na minha vida até hoje, para mostrar o contrário.

Diferente de Suh eu não tive o amor de uma mãe, a minha infelizmente se foi no dia em que eu nasci e desde então meu pai se fez presente do jeito dele e me orgulho por isso. Por mais que eu seja uma pessoa isolada, dentro de mim ainda há uma esperança de ser alguém melhor, alguém de estima não só nos negócios, mas na vida de um modo geral e talvez eu conseguisse isso com Suh. Aquela que eu gostaria de poder dar o melhor de mim.