~ SUH ON ~
Hoje acordei determinada a ir falar com meu pai, mas para que não houvesse suspeitas, eu iria primeiro a faculdade e antes que o motorista chegasse para me buscar, seguiria até minha antiga casa. Enquanto Park dormia eu me arrumava apressada para não perder a hora, tomei um café rápido e sai. Chegando na faculdade corri para a sala e até a hora do intervalo, ainda não havia encontrado Jin e assim que o avistei ele estava conversando com uns garotos. Fiquei observando de longe até que ele me notou, mas na mesma hora ignorou minha presença.
Eu sabia muito bem porque ele estava agindo assim, mas ele não poderia fazer de conta que eu não existia sem antes saber o que eu tinha a dizer. Estava caminhando na direção dos dois quando fui interrompida pelo professor de produção visual,.que queria muito falar sobre as últimas edições que eu havia feito. Até tentei me desvencilhar da conversa, mas foi inútil já que ele estava me tirando dali rumo a sua sala.
Segui com meu plano e como eu não queria interferências externas, achei melhor sair escondida no carro de alguém. A primeira pessoa que veio na minha cabeça foi o professor Henri, que havia me interrompido na tentativa de falar com Jin. O avistei no corredor, apressado com uns papéis na mão, me aproximei e lhe pedi uma carona até o café Goins, ele foi solícito. Ao chegar no carro vibrei por ver que o mesmo era peliculado. Não demorou nem cinco minutos para que eu desembarcasse, o agradeci pela gentileza. Segui caminhando até a casa que há pouco tempo era minha também, olhei para o meu pulso e o relógio marcava 13:00, com certeza meu pai estava esperando o almoço. Parei em frente a porta e já pude ouvir vozes exaltadas, eu não consegui de imediato distinguir de quem eram, mas pelo conteúdo da conversa, não pude descartar que se tratava de Park e meu pai discutindo.
- Eu não estou lhe pedindo que a ame como um pai deveria amar, só que ao menos faça uma visita. Apesar de tudo o senhor é pai e não me passa a ideia de que não sinta nada por ela. - a voz era de Park com certeza e logo meu pai se pronunciou.
- Não continue, eu falei desde o começo o que Suany significava pra mim. Eu nunca lhe obstnei de tal informação.
- Sei muito bem que ela se tratava de um fardo em sua vida.
- E você Park, se prontificou de bom grado em carregá-lo pelo resto da sua.
- Eu reconheço que ...
Antes que Park terminasse de dizer mais alguma coisa eu abri a porta com toda a raiva que me era permitida, o que havia escutado já era suficiente para saber o que tinha acontecido em minha vida nestes últimos dois meses.
- Fardo? É isso mesmo o que signifiquei a vida toda pro senhor ? - Eles me olhavam com espanto e Park se adiantou.
- Por favor, vamos conversar em casa. - enquanto ele tentava se aproximar eu recuava.
- Não preciso conversar em casa senhor Park. O show está aqui na minha frente. Continuem, eu gostaria de saber tudo de uma vez. - eu sentia minha mão trêmula.
- Eu não tolero esse tipo de cena em minha casa.
- Cena? Por favor, não seja falso! Continue suas observações a meu respeito. - eu olhava fixamente para meu pai.
- Não tenho nada a dizer, que já não saiba.
Eu não aguentava mais olhar pra nenhum dos dois, então corri pra fora daquela casa. Queria sumir da face da terra, mas como eu não podia fui pro lugar que eu ainda podia me sentir segura e chamar de meu. A casa da árvore estava lá, do mesmo jeito desde a última vez em que estive com Jin. Ainda podia sentir o cheiro dele no ambiente, entrei e me deitei sobre as almofadas que havia em cima do tapete felpudo. Não conseguia pensar em nada. Apenas chorar aliviaria o que eu estava sentindo naquele momento. Onde estaria Jin? Precisava tanto dele. Park apareceu e ficou observando o lugar. Ele era a última pessoa na face da terra, que eu queria ali.
- O que você tá fazendo? - enquanto eu levantava enxugando o rosto, ele me olhava com sofrimento.
- Me ouça, vamos pra casa e então eu lhe contarei tudo o que aconteceu. - ele se aproximou.
- Eu não quero ir a nenhum lugar com o senhor. Suponho que seja um fardo pesado ter que suportar uma esposa como a sua. - voltei a sentar onde estava.
- Pare com isso. Não ponha suposições a frente dos fatos. - ele estava imóvel em minha frente
- Eu só quero ficar sozinha. É pedir muito? - eu estava quase gritando quando ele se abaixou e segurou meu rosto, como se pedisse perdão por tudo aquilo e encostou a testa na minha.
- O único fardo de que nos livramos, foi o de ter seu pai por perto. Eu não posso me desculpar por algo que não foi dito por mim, mas lamento por ele pensar isso de uma pessoa tão doce e amável como você. - sussurrou.
- Doce e amável? Eu nunca fui assim ao seu lado.
- Sim. A senhorita que nunca percebeu. Mesmo fugindo de mim ou tentando fingir uma apatia, no fundo estava tentando acreditar que eu não seria o homem certo pra sua vida. Um homem incapaz de amar ou ter algum sentimento digno de sua pessoa.
- Não é nada disso. Eu realmente não sinto nada, além de repulsa e pena do senhor. Por não ser capaz de conquistar tais sentimentos em uma pessoa que seja.
- Não machuque alguém com palavras das quais um dia possa se arrepender.
- Será mesmo que eu posso me arrepender de dizer isso a uma pessoa que me fez tanto mal?
- Lamento muito, pela senhorita não saber enxergar nada além do que acredita ser a verdade.
- Meu único lamento é ter que o suportar. E não venha me dizer que não tem culpa em nada do que eu presenciei a pouco.
- Não precipite as coisas.
- Eu percebia que sempre estava tão próximo de meu pai. E tenho certeza que compartilhava de seus pensamentos e interesses. Não?
- De certo não. O meu único interesse naquela casa, além dos negócios com o senhor Hoyung, era conhecer a moça encantadora que passava sempre no mesmo horário por aquela sala.
- Se assim fosse, o senhor não teria usado de métodos inescrupulosos para me ter.
- Eu lhe asseguro, que não usei nada além de interesse incomum com seu pai.
- Quer dizer que eu não passei de um interesse incomum entre dois homens? É isso?
- Não foi bem assim.
- Se for pra piorar o que já tá feito, nem começa a se explicar. Agora, me deixa!
- Eu não vou lhe deixar aqui.
Antes que eu pudesse responder, Jin aparece na porta com um buquê de rosas azuis e ao se deparar com Park, logo me acusou.
- Por que você tinha que trazer ele aqui? Eu não tô acreditando nisso Suh. - seu rosto estava coberto de decepção.
- Eu não trouxe, ele... - Park nos interrompeu
- Não gostaria de me indispor novamente com você, tão pouco ter que ver essa cena de ciúme com a minha mulher. - ele se dirigia a Jin.
- Ela nunca vai ser sua mulher! - Park sorriu com desdém.
- Não esteja certo em falar do futuro, meu caro.
Eu estava a ponto de um colapso. Sentindo que não suportaria mais nenhuma palavra que me fizesse perder o equilíbrio emocional, decidi deixar os dois. Desci as escadas rumo ao carro que estava estacionado, onde o segurança já sabia para que lugar me levar. Enquanto seguimos pela rua agitada da cidade, percebi que o carro de Park vinha logo atrás o nosso.
Paramos em frente a casa. Sem hesitar sai a passos largos em direção a porta, logo ele me alcançou. Pedindo para que eu não fizesse cenas na frente de sua prima. Naquela hora, pouco me importava o que ela pensaria sobre nosso relacionamento. E comprovasse que na verdade, não era o sonho que ela achava que era e tão pouco estava perto de ser. Ao entrar, avistei Dih jogada no sofá com o celular na mão, ela estava sorrindo e por estar distraída, não percebeu o clima entre eu e Park. Subindo as escadas vi que ela pegava sua bolsa e saia olhando para nós jogando beijos no ar.
Fiquei aliviada em saber que eu não precisaria conter minhas palavras e atitudes. E eu não gostaria de ouvir mais nenhuma tentativa dele, de me fazer acreditar que o que eu ouvi, não era exatamente aquilo. Me tranquei no banheiro antes que ele pudesse me alcançar novamente.
- Está sendo infantil. Abra isso aqui! - ele batia na porta.
- Me deixa! Já pedi. - eu gritava de dentro do banheiro. - Por favor, Park! Pelo menos uma vez, me deixa sozinha. Eu preciso respirar. - era cansativo ter que repetir aquilo várias vezes, pra que ele pudesse entender.
- Você não vai poder fugir pra sempre. - pude ouvir seus passos se afastarem da porta.
Fiquei ali por um bom tempo tentando acalmar meus nervos e assimilar o que tinha acontecido. Sabe quando você tem vontade de sumir pra qualquer lugar? Onde não seja obrigada a ver e nem ouvir alguém? Apenas estar sozinha e sentir a liberdade que me fora roubada, por aquele homem, poderia fazer eu me sentir melhor. Quem sabe até suportar mais um dia ao seu lado. Quando finalmente sai do banheiro, ele não estava no quarto. Não me preocupei em saber onde estava. Vesti meu pijama de moletom cinza e deitei, estava quase adormecendo, quando senti ele sentar ao meu lado e acariciar meu rosto, mas fingi que não havia percebido e logo adormeci.
~ SUH OFF ~
~ JIN ON ~
Depois da ressaca de ontem eu não estava disposto a encarar a maratona de fotografias da faculdade, mas fiz um esforço e fui assim mesmo. Iria me esforçar ao máximo para não esbarrar com Suh. Consegui evitar o encontro até a hora do intervalo. Quando ela me avistou, o professor Henri a tirou dali. Eu assistia a aula sem ao menos estar de fato presente, meus pensamentos me diziam para ir até ela e pedir desculpas, por ter sido tão rude ontem
Na saída fiquei na espera de a ver passar pelo corredor, mas nada. Fui até a floricultura mais próxima e comprei um buquê de rosas azuis (sua preferida), ela sempre me dizia como sonhava em se casar. Um vestido branco simples com coroa e buquê feito de rosas azuis, fazendo par com o terno branco e a rosa azul, que estaria presa na pala do terno de seu noivo. Suh poderia fazer o que fosse, mas eu tinha que ouvir o lado dela. Não podia ser egoísta a ponto de deixar que a sua dor fosse desviada de minha atenção, por causa dos meus ciúmes. Mas ultimamente, ela só tem me dado motivos para crer que estava gostando daquele cara.
Quando estava passando perto de sua antiga casa, pude ver que ela corria no meio da rua, seguindo o caminho de nosso esconderijo. Decidi ir até seu encontro, mas o trânsito estava caótico. Percebi que demoraria mais que o necessário, para poder alcançá-la.
Cheguei o mais rápido que pude, até encontrar Park. Eu estava prestes a explodir de raiva, apertando com força o buquê que iria lhe entregar. A cena era lamentável e antes que a discussão fosse pior, ela correu em direção a saída e ele foi atrás. Enquanto eu ficava ali, esperando o próximo tapa na cara, que a vida ia me dar.
Sentei no chão, pensando na vida e resolvi ligar pro Yoongi, mas ele nem atendeu. Deveria estar dormindo após a bebedeira de ontem, então peguei o número de Dih e mandei uma mensagem.
Oi, é o Jin lembra?
Ela respondeu:
Não tem como esquecer não é mesmo?
Estou feliz e surpresa por ter lembrado de mim tão cedo.
Respondi :
Eu precisava conversar com alguém.
será que pode me encontrar agora?
Ela respondeu:
Claro, só me passa o endereço que estarei aí
em 15 minutos.
Mandei o endereço. Não estava certo de que ela seria a melhor pessoa a me ouvir, mas era a única disponível no momento. Não demorou muito até que ela chegasse. Eu ainda estava praticamente do mesmo jeito desde que os vi sair. Dih parecia estar contente, mas ao ver minha cara de decepção, logo sentou ao meu lado.
- O que houve?
- Desculpa, ter chamado você até aqui para me ver assim. É que eu precisava da companhia de alguém.
- Entendo. Se quiser desabafar, estou aqui também. - ela parecia estar preocupada comigo.
- Eu só quero um abraço. Pode ser?
- Claro. Vem aqui. - ela me colocou em seu colo.
Ficamos ali um bom tempo. Por mais que Suh tivesse trazido ele até aqui, eu sentia que a traia. Outra mulher estava no mesmo lugar que vivemos nossos momentos mais lindos e preciosos. Estava cansado de viver na corda bamba, a minha relação com Suh estava ficando cada dia mais instável e distante.
Dih tentava de tudo para me fazer sorrir e de vez enquanto conseguia. Já era noite e a convenci de ir para minha casa. Qualquer pessoa se sentiria bem ao lado dela, ao menos que seu coração estivesse tomado por amor e confusão, o que era meu caso. Contudo eu aproveitei bem sua companhia.
Eu não sabia ao certo porque a queria ali, mas sentia que deveria a manter por perto, para poder aguentar a barra que era amar Suh.
~JIN OFF ~
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Julia Maraes
acho que esse cara era pra ter saído fora
2022-05-30
2
Daniele Dosreis
visch!!!
2022-04-28
1
Lucilene Lu
!acho que par devia se abrir mais com ela e contar a sujeira q o pai dela fez
2021-12-10
5