~ SUH ON ~
As semanas que seguiram foram monótonas, exceto pelas vezes em que eu esbarrava com o senhor Park na companhia de meu pai. Mas depois da nossa última conversa percebi que ele se retraiu e não estava mais disposto a invadir meu espaço. Jin e eu estávamos mais apaixonados, e por incrível que pareça senhor Hoyung não me perguntou nada sobre eu ter um relacionamento. Mesmo assim achamos prudente tardar um pouco mais essa notícia dele.
O que mais me chamou atenção foi que ele praticamente me intimou para ir a um casamento de um de seus parceiros de negócios, e fez questão que eu comprasse um vestido que correspondesse ao evento. Logo, decidi ir para o shopping procurar um que combinasse comigo, e quando estava cansada de andar encontrei uma loja cheia de vestidos de um acabamento impecável. Experimentei apenas três vestidos e logo escolhi o mais simples que encontrei, era todo rendado em um azul bem claro e no corpo havia várias pétalas presas por pérolas no centro, tinha um decote em V na costa e a frente era bem discreta de alça fina, apenas o suficiente para aparecer como filha de um empresário local.
Quando estava saindo da loja esbarrei em um homem que estava passando; e pra meu azar era ele. O senhor Park!
- Costuma esbarrar sempre em homens por aí\, senhorita? - falou sorrindo para mim.
- Claro que não. Eu apenas me distrai com essa sacola enorme - eu queria abrir um buraco naquele shopping e me enterrar\, mas ele continuou com seu jogo.
- Acho que mereço um pedido de desculpa\, não? - ele parecia estar se divertindo com o meu constrangimento.
- Não seja por isso. Desculpe por ter esbarrado no senhor. - disparei ironicamente\, com o nervosismo aparente.
- Desculpa quase aceita. – por fim ele acabou com meu sofrimento interno.
- Como assim? - estava começando a ficar nervosa e senti meu estômago esfriar.
- A senhorita poderia me acompanhar em um almoço. - então\, ele segurou minha mão sem desviar o olhar do meu.
Fiquei sem reação e não consegui dizer nada, a não ser olhar para a sacola que eu estava segurando, pensando em infinitas possibilidades de dizer que não.
- Bom\, quem cala consente não? – e mais uma vez com sua típica possessividade\, estava segurando minha mão e instintivamente a puxei de volta.
- Tudo bem eu faço este sacrifício. – gaguejei em algumas palavras\, já arrependida de ter aceitado.
- Não seja indelicada\, não sou uma companhia tão ruim assim! – seus dedos audaciosos percorreram a lateral de meu rosto.
- Eu não poderia estar indo almoçar com o senhor\, pois estou namorando. Como bem sabe. - disse em uma tentativa de fazê-lo desistir da ideia.
-Tenho certeza que seu pai não ia se opuser. – estou começando a crer que ele é um tipo homem que tem por hobby importunar mulheres.
Calei e segui-o até um dos restaurantes localizado na praça de alimentação, assim que sentamos ele indagou:
- Suponho que estava escolhendo seu vestido para o dia do casamento. – em questão de segundos havia esquecido que ele também fazia parte do mundo empresarial.
Assenti olhando para a sacola - Infelizmente, sim.
- Por que infelizmente? – ele parecia estar interessado em saber o que eu tinha para dizer; e isso fez com que eu acabasse falando.
- Que mulher gostaria de ser tratada como alguém invisível? Que só pode aparecer quando é conveniente ao pai? Estou vendo as pessoas escreverem minha vida e eu estou sendo apenas uma marionete. – aqueles sentimentos estavam me torturando demais nos últimos dias. E eu precisava desabafar com alguém que estivesse fora de minha bolha social.
- Entendo. Ainda mais se tratando de uma mente tão fantástica como a sua. - ele segurou minha mão e eu a recolhi para baixo da mesa em tom de defesa.
- Eu sonhei em casar por amor\, com alguém que me amasse ao mesmo modo. Alguém que me conquistasse\, sabe? Quando eu era pequena minha mãe costumava contar as histórias das princesas dos contos de fada e eu imaginava isso pra mim. Pode parecer infantil da minha parte\, mas não acho pecado nenhum querer um amor assim. - eu já estava com um nó na garganta sentindo as lágrimas invadirem meus olhos. – E eu sinto que estou cada vez mais distante desse sonho.
- Não fique assim. – seus dedos enxugavam as lágrimas em meu rosto. – Agora me diga o que a faz crer que está distante de seu sonho? – sua calma me transmitiu uma paz inexplicável e em poucas palavras tentei lhe explicar.
- As atitudes de meu pai estão cada vez mais estranhas\, só quem conviveu com ele todos esses anos\, poderia entender. Mas o que importa é que se ele não me deixar viver como eu quero\, vou ter que tomar certas atitudes. – meu olhar estava fixo em um ponto indeterminado do local\, quando ele me chamou para a conversa.
- A senhorita não desistiu não é mesmo? - vi que ele se afastava de mim com um olhar de tristeza
- Desisti do quê? - fiquei curiosa pra saber do que ele se referia\, já que eu nunca lhe contei nada sobre sair da cidade com Jin.
- Desculpe\, pensei alto. - Na hora o garçom chegou com os pratos\, agradeci e começamos a comer.
Durante todo o almoço eu sentia que ele me observava, mas eu não tinha coragem de encará-lo depois de tudo o que estava acontecendo ali. No entanto ele se esforçava para me arrancar um sorriso, com algumas histórias engraçadas de sua vida. Assim que terminamos a sobremesa ele me levou em casa; e durante o caminho eu já havia lhe contado como fui parar em Seul e por algumas vezes vi que ele se surpreendeu com certas situações que relatei.
Quando desci do carro Jin estava sentado embaixo da minha árvore preferida, naquele exato momento vi sua expressão mudar ao ver Park. Adiantei-me em lhe abraçar e dizer que estava tudo bem, mas ele não aceitou o acabara de ver.
- O que é isso agora? Você anda seguindo ela é isso? - Jin falou se dirigindo à Park com os punhos cerrados de raiva.
- Cara\, por acaso você é o namorado dela? Porque pelo que eu saiba vocês são apenas amigos não? - Park com um leve sorriso estava ironizando em suas palavras contra Jin.
- O que sou\, ou o que deixo de ser não é da sua conta! Afinal\, você aqui pra ela\, é um nada. - Jin já estava furioso\, e prevendo uma briga me coloquei entre os dois.
- Parem com isso! Estão parecendo dois adolescentes do ensino médio\, pelo amor de Deus! O que vocês pensam que estão fazendo? – os olhava simultaneamente para ver se estavam entendendo o que eu estava falando.
Eles se olharam como se eu nem estivesse ali, então Park me deu um beijo na testa e seguiu para seu carro.
- Ele tá de sacanagem com a minha cara só pode. O que foi isso Suh? Me explica! – e foi a primeira vez que ouvi Jin gritar.
- Calma. Eu vou te explicar o que aconteceu\, mas só depois de você se acalmar. Pode ser? – tentei parecer menos impactada do que realmente estava.
- Tudo bem\, vamos pra minha casa. - Quando já estava saindo com Jin meu pai apareceu na porta exigindo que eu entrasse.
- Vou ligar pra você mais tarde\, é melhor eu entrar. - nos despedimos com formalidade para que meu pai não suspeitasse de nada.
~ SUH OFF ~
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Patricia Antonia Barbosa de Jesus
Jin é um franguinho de granja, gosto do Park
2023-07-28
1
Joandeci Almeida
gosto do Park
2022-08-30
1
Daniele Dosreis
eita!!!
2022-04-28
2