Ciúmes

~ SUH ON ~

Na semana que se passou foi difícil ter Jin por perto. E como eu não sabia até onde a loucura de Park poderia ir, me resumia a obedecer as suas vontades. Nem sempre de bom grado, mas no intuito de evitar qualquer tipo de conflito. A falta do celular, me restringia o contato com Jin fora da faculdade. Eu pensava em comprar outro, mas não via como escondê-lo por muito tempo sem que Park descobrisse. O fato é que eu precisava dar um jeito, para que o plano de fuga desse certo.

A manhã estava tão linda que eu podia sentir que seria um bom dia para fotografias. Peguei minha câmera e quando estava para sair do quarto olhei pela janela. Pude ver Park sentado debaixo da árvore que engrandecia o jardim; o contraste de seu cabelo e suas roupas com todo o cenário era magnífico. E sem que ele percebesse o fotografei em diversos ângulos e todas as fotos ficaram perfeitas. Nem precisariam de retoques se não fosse pela iluminação que assombreava seu rosto. 

Desci e fui até onde ele estava sentado e me coloquei ao seu lado.

- Espero que não se importe - falei lhe entregando a câmera, o que o fez sorrir assim que se deparou com suas fotos.

- Você é boa mesmo! Fazer qualquer pessoa ficar bonita em uma foto. - percebi que ele havia corado com o que vira.

- Sei que quer manter os créditos à fotógrafa, mas lhe asseguro que a maior parte é feita pelo modelo. E neste caso o senhor se saiu muito bem. – o escorei de leve com o ombro em tom brincalhão. 

- Obrigado, mas por acaso anda as espreitas por aí? - disse ele sorrindo para mim.

- Não é difícil de fazer isso em uma casa tão grande como esta. - eu já estava prestes a levantar quando ele segurou minha mão.

- A senhorita não perde essa mania de me deixar falando sozinho – apesar de falar comigo seus olhos fitavam algo no chão.

- Nem tinha me dado conta que eu o fazia com frequência. Desculpe. – Apesar da luz do sol atravessar nossos rostos, Park não se privou de me encarar.

- Tudo bem, mas da próxima vez não aceitarei desculpas. – não havia autoritarismo em seu tom, mas pude sentir um arrepio me percorrer a espinha, fazendo minhas mãos suarem. 

- Suh, eu gostaria de ter uma foto nossa. - seu pedido não poderia ter soado mais gentil.

- Tudo bem. - foi o que meu cérebro deixou que eu respondesse.

Posicionei a câmera á um metro de distância e configurei para disparar automaticamente. Sentei ao seu lado e assim que começou a disparar, fizemos diversas expressões. Desde o dia do casamento que eu não tinha um contato tão próximo a ele e confesso que gostei de vê-lo sorrindo, seu sorriso era delicado e sexy ao mesmo tempo e em seu olhar pude notar uma felicidade que não era contada.

- Eu quero levar você para almoçar fora. - disse ele quando a sessão de fotos se deu por encerrada. 

- Isso foi um pedido ou uma ordem? - falei em tom irônico e ele pareceu nem se importar e continuou.

- É um intimato. - mas senti um tom de brincadeira em sua voz.

E com certa euforia Park segurou minha mão e caminhamos até o carro. Ao chegar notei que o restaurante era muito aconchegante, juntamente com as gentilezas de Park, para harmonizar o todo. Por algumas vezes eu me perguntava se ele não tinha pelo menos 30 anos, por tamanha cordialidade tanto em suas palavras quanto em suas atitudes.

- Eu gosto muito deste lugar, aqui tive boas lembranças com meu pai. Que infelizmente me deixou precocemente. - percebi que aquele assunto ainda o machucava.

- Sinto muito. – falei sem conseguir o encarar enquanto nos sentávamos. 

- Não por isso, já faz tempo. Eu lhe trouxe aqui pra falar sobre outra coisa. - pude sentir suas mãos sobre as minhas e na mesma hora eu a coloquei para fora de seu alcance.

- Você ainda tem receio que eu chegue perto. - constatou logo, olhando fixamente para a taça de vinho que estava a sua frente.

- Não somente isso, eu receio por tudo o que já percebi que o senhor é capaz de fazer. - olhei bem em seus olhos, quando por um instante ele me observou ao dizer o medo que sentia.

- Sei do domínio que exerço sobre a senhorita e isso faz com que eu me sinta renovado. - Seus olhos transpareciam um ar de promessas que estava além do que eu poderia acreditar.

- O senhor não exerce nada sobre mim além de um nó no estômago. 

- Estava com saudades de seu senso de humor, você sabe ser irritante que soa até natural. - sorriu timidamente tentando conter o entusiasmo que sentia.

- Naturalmente como sua petulância ao achar que exerce domínios sobre mim. Quando a verdade é nada além de uma aliança que tenho que usar.

- Bem lembrado, creio que deveria reforçar este domínio. Com um cordão talvez? Quem sabe até com o meu nome! - Ele falava tão naturalmente aquilo, que eu comecei a temer que fosse verdade.

Sorri de descrença e agonia, mas não calei - Você também possui um excelente humor pelo que percebo.

- Eu não costumo brincar com coisa séria sabia? – dessa vez eu poderia estar enganada ao achar que ele não teria essa coragem.

E antes que eu pudesse responder o garçom chegou com nossos pratos. O almoço seguiu em silêncio, se não fosse pelos meus pensamentos cada vez mais perturbadores por imaginar do que ele seria capaz de fazer desta vez.

Assim que terminamos com a sobremesa, saímos do restaurante e fomos caminhar pelo centro. O que me deixou incomodada foi o fato de ele querer andar de mãos dadas, o que chamou a atenção de muitas pessoas.

- Acho que passamos tanto tempo dentro de casa, que as pessoas pensam que somos turistas aqui. - Park falou em tom brincalhão.

- Eu prefiro acreditar que o senhor os assustou, com a simpatia que exala por onde passa. - o provoquei.

- De certo que não tenho tanta simpatia como a senhorita, mas meu humor só perde para sua estimada língua afiada.

Estávamos quase partindo para o 2º round de farpas, quando me deparo com Jin do outro lado da rua e não pude deixar de perceber a surpresa e mágoa em seu rosto. Eu estava prestes a correr até ele quando Park me deteve e sussurrou em meu ouvido:

- Não acho que seja prudente a senhorita se exceder a tal atitude. - ele permanecia junto de mim segurando meu braço.

- Por que você sempre faz isso? Não aguento mais ter que fingir que sinto o que não sinto. E que não sinto aquilo que realmente sinto. Me larga Park! - eu forçava meu braço pra baixo pra que ele soltasse.

- É isso que você quer? - ele me olhava de um jeito que não me perdoaria por fazer aquilo.

- Sim, É isso que eu quero! - me mantive firme 

Jin já estava um pouco distante de nós quando Park soltou meu braço. Então pude correr para alcançá-lo.

- Jin, espera. Por favor! – gritei. 

- O que foi Suh? Vai dizer agora que eu entendi errado o que acabei de ver? Um casal feliz andando de mãos dadas? - sua irritação era notória.

- Sim. Quer dizer, não! Vamos conversar? - tentei parecer sensata, mas não conseguia quando se tratava dele.

- Tá bom. Vamos pra minha casa. - ele já estava entrando no carro e fiz o mesmo, me dirigindo ao lado do carona.

- Você consegue perceber que ele está conseguindo tudo o que quer? - eu precisava abrir os olhos de Jin para isso.

- O que eu percebo é que a cada dia que passa você está ficando cada vez mais próxima dele. Está cedendo a cada imposição dele. Se deu conta disso? - Ele estava me repreendendo por algo que não fazia por vontade própria. 

- Não é verdade. - ele tinha que entender que me fazia sentir mais mal do que estava, com aquelas acusações.

- Claro que é Suh! Só você que ainda não percebeu. - A irritação pairava no ar.

- Eu amo você! Se eu quisesse estar com ele eu não teria vindo até aqui. - falei afetuosamente, quase pedindo desculpas pelo ocorrido.

Quando percebeu o que estava fazendo, Jin me olhou fixamente se aproximando para um beijo. Como se essa fosse nossa única arma contra o que nos impedia de ter paz e deixando qualquer dúvida do que sentíamos um pelo outro de lado. Neste momento o carro estava estacionado na frente da casa de Jin e assim que descemos fomos interceptados pelos seguranças de Park. O que era esperado depois de ter fugido daquele jeito. E antes que eles tentassem o machucar eu me adiantei.

- Tudo bem, não precisa fazer nada. Eu vou com vocês. – falei sem poder me despedir do homem que amava.

Então fui escoltada até o carro e partimos.

 ~ SUH OFF ~

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Comments

Julia Maraes

Julia Maraes

ela não era pra ter ir atrás do cara não

2022-05-30

3

Maria Do Carmo

Maria Do Carmo

ela vai entender que o Park não é tão ruim

2022-05-17

0

Daniele Dosreis

Daniele Dosreis

affff!!!

2022-04-28

1

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Capítulos
1 Minha família
2 O homem misterioso
3 Os negócios
4 A confissão
5 A perseguição
6 A descoberta
7 A outra face
8 O desabafo
9 A invasão
10 O casamento
11 Jin em apuros
12 A lua de mel
13 De volta a rotina
14 sentimentos distintos
15 Ciúmes
16 O cordão
17 O revés
18 A prima
19 O fardo explícito
20 A trégua
21 A comemoração
22 O pedido
23 A recaída
24 O porre
25 A despedida
26 A revelação
27 O encontro
28 O retorno
29 A morte
30 A reconciliação
31 A vergonha
32 A confusão
33 A verdade
34 As alianças
35 A surpresa
36 A viagem
37 A renovação de votos
38 A primeira vez
39 O telefonema anônimo
40 A suspeita
41 O noivado
42 A realidade
43 A provocação
44 As explicações
45 Devaneios
46 Onde ela está?
47 O sequestro
48 A casa errada
49 O jogo começou
50 A negociação
51 O resgate
52 A recuperação
53 As inquietações
54 Nossa vida depois
55 Há escolha certa?
56 O presente de casamento
57 Buscando a verdade
58 Nem tudo o que parece é
59 A insegura cega o óbvio
60 um passo de cada vez
61 O inesperado esperado
62 A verdade está no passado
63 As vertentes de uma história
64 Vidas estão em jogo
65 Destino Incerto
66 Encaixando as peças
67 As primeiras evidências
68 A saudade tem dois lados
69 Mentiras sem disfarce
70 Se fosse simples
71 A surpresa desagradável
72 Noite fatal
73 O medo da perda
74 Fragmentos da verdade
75 As verdades estão na mesa
76 O silêncio da verdade
77 Conclusões avulsas
78 Viagem em grupo
79 O paraíso esperado
80 Explorando sabores
81 Conectividade e Diversão
82 Apenas pistas e ameaças
83 O começo da paz
84 Recomeços
85 Novo lar
86 Culpas amargas
87 O laço do amor desfeito
88 O sentido inesperado
89 O bebê
90 O Felizes para Sempre
Capítulos

Atualizado até capítulo 90

1
Minha família
2
O homem misterioso
3
Os negócios
4
A confissão
5
A perseguição
6
A descoberta
7
A outra face
8
O desabafo
9
A invasão
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O casamento
11
Jin em apuros
12
A lua de mel
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15
Ciúmes
16
O cordão
17
O revés
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A prima
19
O fardo explícito
20
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A comemoração
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O pedido
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A recaída
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O porre
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A despedida
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A revelação
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O encontro
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O retorno
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A morte
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A reconciliação
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A vergonha
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A confusão
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A verdade
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As alianças
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A surpresa
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A viagem
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A renovação de votos
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A suspeita
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O noivado
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A realidade
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A provocação
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As explicações
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Devaneios
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Onde ela está?
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O sequestro
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A casa errada
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O jogo começou
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A negociação
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As inquietações
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Nossa vida depois
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68
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Culpas amargas
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O laço do amor desfeito
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O sentido inesperado
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