Capítulo 16

Arthur, assim como qualquer outro havia se impressionado. Nunca imaginou que ela dançasse perfeitamente. Os minutos pareceram uma eternidade para aqueles dois que já estavam apaixonados, mas não sabiam disso.

Após a música acabar, uma explosão de palmas ressoaram pelo local. Arthur e Ísis se afastaram do centro, até que se deu início ao jantar, e logo todos se assentaram a mesa, desfrutando da deliciosa refeição.

A conduta de Ísis foi tão exemplar que gerou elogios dos mais velhos, e inveja para os jovens que eram acusados de desleixo. Principalmente de uma garota em questão, que desde que ela chegara, lançou-lhe olhares de ódio.

A moça, era alguém que a algum tempo foi rejeitada por Arthur, com a desculpa de que ele não se sentia atraído por ela, e nem tinha maturidade, muito menos idade para que os dois tivessem algo. Ela, porém, não desistiu, filha de uma família influente, sempre foi mimada e teve tudo que quis a vida toda.

Após o jantar, as pessoas voltaram a conversar, beber e apreciar a bela música.

Ísis resolveu ir ao banheiro retocar a maquiagem, se despediu e rapidamente foi.

Enquanto passava mais uma camada de batom em seus lábios, a porta é empurrada e Renata Silver, a menina que estava atrás de

Arthur, surge após ela, junto com uma amiga.

De frente ao espelho, ela mexe na sua bolsa, e diz num tom alto para a menina que estava com ela:

— Hoje em dia, as pessoas estão tão desesperadas por status, que usam a aparência mediana para tirar vantagem dos outros.

Ísis por alguns segundos consegue entender que aquilo era uma indireta para ela. Mas não diz nada.

E a amiga de Renata continua: — Essas ratas são as piores, deveriam se envergonhar de estar no mesmo lugar que nós.

— São cheias de truques baratos para impressionar os outros.— Olha para Ísis— Amiga, não chegue perto dela, acho que tem alguma doença, vai saber em quantas camas teve que subir para poder pisar naquele tapete.

Ísis já havia decidido que não ia revidar provocações indiretas, mas no momento que as coisas se tornam nessa situação, não se deixaria ser humilhada por uma riquinha mimada.

— Escuta aqui garota, eu não sei quem é você, nem me interesso em saber. Se você acha que eu vou ficar quieta em quanto me ofende, está muita enganada.— Diz se virando de frente.

— Quem você pensa que é? — Da um sorriso de deboche e agarra o braço dela.

— Eu sou alguém que você jamais deveria tocar— Diz puxando o braço.

Renata, para se fazer de vítima, finge que caiu no chão, e aproveita para arranhar o próprio braço.

— Aiii, você viu o que ela fez? — Olha para a amiga— Chame os seguranças, mandem levar essa vadi@ para fora daqui.— Depois começa a chorar reclamando de uma dor inexistente.— Vamos ver se Arthur vai querer ficar com ela depois disso.

Surpresa com as ações dela, Ísis da alguns passos para trás e se encostou na pia. Ela já esperava o que fosse acontecer, seria acusada injustamente, todos a olhariam com repúdio. Isso sempre acontecia em resultado das manipulações de Sabrina. Ela também não ia fazer nada, não é da natureza dela, ficar fazendo barraco e confusão, mas ela teve que falar.

Antes que a amiga de Renata pudesse sair e fazer um escândalo, uma mulher sai de dentro da cabine e diz: — Pode parar com esses teatrinhos Renata, você não vai incriminar ela, igual você sempre fez com as outras.

Renata lança um olhar de ódio para a mulher: — O que você tá fazendo aqui? Isso não tem nada a ver com outras.

Em meio ao impasse entre a mimada que estava no chão, e a mulher, cuja a identidade ainda era desconhecida, Ísis sai correndo para fora do corredor, enquanto as lágrimas desciam.

Sem enxergar o que havia a sua frente, se esbarrou com alguém, o impacto foi tão forte que acabou voltando para trás, e quase caindo, o que não aconteceu por que foi segurada por quem que a pouco se encontrara.

— O que aconteceu?— Perguntou a ela.

— Me desculpa, eu.. Eu— Olhou para cima, para que pudesse ver quem estava a segurando. E quando viu que era Arthur, foi como se um botão fosse acionado e ela pudesse finalmente desabar.

— Eu não fiz nada, eu juro. — Diz chorando.— Ela tá mentindo, vamos embora daqui, se não eles vão me trancar naquele lugar de novo.

 Arthur fica assustado:— Ísis, ela quem? O que aconteceu?

— Por favor, eu quero ir embora. Arthur eles vão me bater.— Quanto mais ela pensava, mais ela se enterrava nos braços de Arthur.

— Me conta o que aconteceu primeiro. — Fala segurando o rosto dela.

— Ela tava falando... Falando as coisas sobre mim e o meu caráter, e depois... agarrou meu braço, ela se jogou no chão e começou a dizer que eu tinha feito isso com ela, mas eu não fiz!— Tenta explicar, mesmo com a voz embargada pelo choro. — Vamos embora logo, se eu ficar aqui, meu pai vai me bater e vai me trancar lá!!

Entendendo mais do que havia estava acontecendo, ele ainda insistiu em saber mais: — Quem é ela?

— Eu não sei o nome, mas ela era morena com o cabelo loiro, por favor, eu só quero sair daqui!

— Tudo bem Ísis, vamos pelos fundos, ninguém vai encostar um dedo sequer em você, eu te prometo!

Arthur faz uma breve ligação ao motorista, que do estacionamento veio pelo fundos, abre a porta para os dois, que saem sem dar explicação para ninguém.

~Algumas horas antes, na Vila Castanhari~

Chegaram cerca de uma hora e meia depois, o pai e madrasta de Ísis, dispostos a levarem de volta a todo custo.

— E agora o que fazemos chefe? — Um dos seguranças de Gabriel pergunta.

 Olhando em volta ele diz: — Bata na porta, provavelmente eles irão abrir, então saberemos quem está com aquele estorvo que tenho como filha.

O homem obedece as ordens e bate na porta.

O principal era saber como eles haviam entrado no condomínio, passando pela portaria mesmo não sendo moradores.

A verdade era que eles haviam subornado o porteiro, e depois da volta de Artur, saberemos o que acontecerá com alguém que se vendeu por tão pouco.

Após alguns instantes de espera, a gentil senhora Vera atende a porta, mesmo "não sabendo" como eles haviam entrado sem autorização ou aviso prévio.

— No que posso ajudar os senhores?

Helena toma a frente e diz: — Recebemos a informação de que minha enteada estava hospedada aqui, você sabe, a Ísis.

Ao ouvir o título que a mulher deu a si mesma, a expressão de dona Vera mudou de gentileza para repúdio: — Sim, ela está hospedada aqui sim, por que gostaria de saber?

Claro que ela já sabia o que aconteceria, Arthur havia repassado tudo a ela, mas reforçando que não deveria revelar a identidade dele, antes que a informação chegasse a eles.

— Isso é ótimo senhora, você poderia chama-la para nós, viemos buscá-la, tenho a certeza de que ela não irá recusar.— Diz entre dentes.

— Sinto muito querida, mas não será possível, ela não se encontra em casa nesse momento!— Fala em meias-palavras, até que fosse a hora de contar a surpresa.

Com expressão de confusão, Helena insiste em perguntar: — Onde mais ela estaria, aquela mald...— Recompõe sua postura de boadrasta— Menina tímida que mal saí de casa?

— Acredito que agora as coisas mudaram senhora, e mesmo que ela não poderia recusar, já que saiu para jantar com se noivo.— Conclui a frase num sorriso triunfante.

Gabriel que até então estava em silêncio indagou surpreso: — No.noivo? Co.como assim noivo?

— Querido, ela deve estar brincando não é mesmo senhora...?

— Vera, senhora Vera! — Olha para seu relógio— E pela hora, é visto que já tenha sido anunciado. Se tem dúvidas, olhe para as redes, só se fala disso!

Aflitos com a recente informação, Gabriel ordena que Helena confira, e quando abre a rede social confirmam a situação, já que não foi necessário procurar muito, a notícia estava em primeiro lugar nos tópicos.

"Urgente!! O empresário Arthur Castanhari, o jovem promissor que hoje esta *a frente do conglomerado Castanhari Group Technology and inovation, anunciou o noivado com Ísis Mattarenzzo, filha da já falecida, Rebeca Mattarenzzo, antiga dona da grife Mtz e herdeira da poderosa família italiana "Mattarenzzo". Anunciado a instantes no jantar de comemoração, organizado por Marcel**o Pereira*."

Antes que pudessem esboçar reação, Helena recebeu a ligação de Sabrina:

**Ligação on**

Sabrina: Mamãe, você viu o que acabou de sair?— Disse gritando no telefone

Helena: S.sim— Respondeu ainda vacilante.

Sabrina: Eu não acredito como aquela sem sal conseguiu um partido daqueles, falando nisso e o casamento com o velho?— Pensa um pouco e começa a gritar de novo— Eu já vou avisando que não vou me casar no lugar dela, então trate de trazer essa sonsa de volta!!!!

**Ligação off*"

Helena olha para Gabriel, esperando uma solução que ela não conseguiu encontrar.

E o mesmo só pode dizer:

— Essa maldit@, essa MALDIT@ menina, só me traz problemas! Quando eu pegar ela de novo, vai se arrepender de ter nascido!

Helena olha para Vera que ainda estava na porta, satisfeita com a consternação das pessoas a sua frente e diz:— Ligue para aquela menina e mande ela voltar e fazer as malas agora!

E tudo o que dona Vera faz, é usar o seu falso tom cortês:—Creio que não poderei fazer isso senhores.

Gabriel explode de raiva e perde o pouco de compostura que tinha:— Liga para aquela maldit@ menina agora, se ela não voltar em menos de dez minutos, ela vai ver o que é ficar naquele porão, pouco me importa se ela tá noiva ou não, mas aquela vadi@ vai embora comigo!

Sem mudar a expressão, Vera diz: — Em primeiro lugar, eu não recebo ordem de nenhum de vocês!— Fala, apontando para cada pessoa que ali estava.— Em segundo lugar, mais respeito com a futura senhora desta casa! E em terceiro...—Pausa por alguns segundos.— Seguranças, por favor, levem essas pessoas daqui, e se insistirem, use a força.

Depois disso, os seguranças saem de dentro de casa, e pegam nos braços de todos, em primeira mão, houve resistência de Helena e Gabriel, mas a brutalidade dos homens, fizeram com que eles ficassem parados e passassem pela humilhação de serem jogados a sarjeta, causando um mau pressentimento ao porteiro que trocou a entrada livre, por algum dinheiro.

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