Capítulo 9

— Calma, Ísis, olha para mim... Toma essa água— Entrega um copo d'água para ela

Ísis toma e continua com esforço...

— Aí, ela morreu— Fala chorando— Depois que ela se foi, tive que cuidar de todas as refeições da casa, obrigada, sempre oque eles queriam, da forma que eles queriam, e se eu ousasse comer qualquer outra coisa diferente, bom ficaria uma semana sem comer absolutamentenada. Existem muitas outras coisas, mas prefiro não falar sobre isso agora.

— Verinha, já não está na hora dos remédios?—Diz mudando de assunto e enxugando suas lágrimas mais uma vez naquela noite.

— Oh, está sim — Vera se lembra dos remédios e pega na escrivaninha — Toma primeiro esse, agora esse, e esse por último— Diz enquanto Ísis toma um por um.

— Obrigada Verinha, agora eu gostaria de descansar um pouco...— Fala se deitando— Até amanhã, se cuida tabom.— Sorri para Vera e fecha seus olhos brilhantes.

— Até, Querida.

Vera sai do quarto com cuidado, e fecha a porta lentamente. Segurando a bandeja em suas mãos, ela vai durante o caminho, pensando sobre o quão fragilizada emocionalmente, Ísis está.

Ao chegar as escadas, ela encontra Arthur novamente.

— Terminou o trabalho filho? — olha com carinho para o menino.

— Em partes sim, Vera, agora estava indo ver Ísis. Saiu de lá agora, não é?

— Sim, sim, e é sobre isso que gostaria de conversar.— Vera atrai para si, toda a atenção de Arthur, quando se trata de Ísis.

— Claro, pode falar— Afirma ele já nervoso.

— Tive uma boa conversa com ela hoje, ela contou sobre alguns de seus vários traumas de hoje. Arthur ela não está bem— Diz em um tom sério— Ela tem aquele sorriso meigo e contagiante no rosto, mais o que ela passou não é fácil de enfrentar, tanto que ela não consegue lidar com isso.

— Como assim? — Pergunta ele sem entender.

— Hoje quando entrei, ela estava chorando, me disse que pensa em desistir da vida, e por algum motivo, me pareceu que em algum momento em que ela esteja com convicção, ela poderia fazer isso, entendo do por que ela quer isso, perdeu a mãe cedo, seu pai é alguém ausente, sua madrasta é alguém horrível, e desde então, ela vem sofrendo dia após dia, não é o que aparenta ser, é bem mais profundo. Por que não começa a ajudá-la, começando com um psicólogo? De quebra um dos melhores do país, você trabalha com tecnologia, deve conseguir isso em menos de um minuto.

— Muito obrigado Vera, obrigado mesmo, eu já sabia que ela passava por momentos difíceis, mas não sabia que ela pensava em suicídio. Vou arranjar amanhã mesmo, alguém que possa ajudá-la.

— Isso mesmo filho, continue sendo assim.

Vera sorri para Arthur e desce as escadas, eram mais de 21:30 da noite, e iria se preparar para desligar as luzes da enorme mansão.

Arthur vai em direção ao quarto de Ísis e abre a porta lentamente.

— Ísis?

— Ísis, tá acordada?

Vendo que não teve resposta de volta, ele se aproxima da cama de Ísis e a admira enquanto dorme profundamente. Sem conseguir admira-la apenas com os olhos, com a pontas de seus dedos ele afasta os cabelos dela, de seu próprio rosto, deixando os traços lindos e delicados do belo rosto de Ísis a mostra.

— Ah... Como você é linda, eu juro que irei te proteger, aconteça o que acontecer, eu sempre estarei aqui por você.

Ísis se mexe na cama, assustando Arthur, o que fez pensar que ele poderia ter a acordado, então ele se levanta, e vai em direção a porta do quarto. E antes de sair diz:

— Boa noite minha princesa, e futura esposa.

...

*Arthur narrando*

 A reunião com Jack foi curta, o assunto pendente não era tão complicado, era apenas um acionista que vendeu suas ações sem antes conversar comigo, ou mesmo com o jurídico.

Conversei sobre assuntos de trabalho com Jack, e até mesmo os que envolvia Ísis, aliás, assim que ela puder sair do tempo de descanso, irei por em prática.

Quando sai do escritório e estava indo para cima, vi Vera vindo, seu olhar se bem conheço, era de preocupação.

Ela me contou algumas coisas sobre Ísis, que realmente me deixaram preocupados, eu preciso fazer algo, ela merece o mundo, e toda a felicidade que ele pode oferecer.

...

Agora estou no quarto, pensando nela. Como pode uma menina que chegou na minha vida ontem, tomar conta dos meus pensamentos? Cada vez que penso nela, sinto a necessidade de estar ao seu lado. Que tipo de coisa essa sensação significa?

Bom, sou um cara de 25 anos, tive muitas experiências de vida, sou um homem inteligente e bem sucedido nos negócios, mas essa é a primeira vez que não consigo decifrar um sentimento.

Não sei o que é amor, nunca senti esse tipo de amor por ninguém, a minha vida toda vi o amor recíproco que meus pais sentem um pelo outro, mas nunca me apaguei a uma mulher assim. O mais estranho é que minha mãe pode jurar ao contrário. Ela sempre me conta a história de que quando eu era criança, era apaixonado pela filha da melhor amiga dela, estranho por que eu acredito que lembraria se eu já tivesse amado alguém, mas não tem como, já que nem da tal menina eu lembro. Questiono onde está essa amiga, mas ela sempre diz "Infelizmente a vida nos separou" E assim o assunto se encerra.

Mesmo assim, não acho que esse sentimento indecifrável, seja o tal amor.

Por favor, alguém tira essa mulher da minha cabeça!

Talvez um banho gelado resolva...

*Autora narrando*

Arthur toma um banho frio, e se deita na cama, após se revirar de um lado para o outro, depois de algumas horas, ele finalmente consegue dormir...

*Manhã seguinte*

Arthur levanta as sete da manhã, em seu horário normal, após a longa noite mal dormida, será que um outro banho frio seria capaz de espantar o que tanto insistia permanecer em seu pensamento?

Parecia que seria necessário tentar mais uma vez. Ele se levanta da cama e vai para o banheiro tomar seu banho e fazer sua higiene matinal, talvez os relógios tenham se perdido na contagem de minutos que ele passou pensando na bela moça do quarto ao lado. É, parece que banhos não são a melhor forma de se distrair.

Arthur saí de seu quarto ainda conturbado, com um belo terno preto sob medida, da mais alta costura, e o relógio mais elegante que havia em sua gaveta, que por sinal era um de seus produtos tecnológicos que sua empresa desenvolvia. Desce as escadas e vai até a cozinha, até pensou em ver Ísis, mas não queira a acordar.

— Bom dia Vera.

— Bom dia Filho, o café está pronto, e o da senhorita também, estou indo levar para ela, a moça que cuida da limpeza disse que ela já está acordada.

Depois de pensar por alguns segundos interrompe o caminho de Vera e diz:

— Pode deixar que eu levo.— Se levanta da mesa, e toma o último gole de seu café, da maneira mais sexy e seduzente que encantaria qualquer jovem, e pega a bandeja do café da manhã de Ísis.

*Ísis narrando*

Acordar logo cedo, no horário em que a vida toda me obriguei a levantar, é triste quando não se pode levantar e viver minha vida normalmente, aliás, e o meu emprego? Caramba, não pude nem entrar em contato com meu patrão, espero que esteja tudo tranquilo.

Alguns minutos atrás, uma enfermeira veio aqui e me ajudou a pegar roupas para que eu tomar um banho, e fazer toda minha higiene pessoal. Trocou os curativos, só não me deu os remédios ainda, por que tenho que esperar o café da manhã.

Hoje já estou melhor, claro, faz um dia que sai do hospital, mas é tão entediante ficar deitada o dia inteiro.

Nesse momento ouço uma batida na porta, provavelmente é Helena, acho que eu devo apresentar meu melhor sorriso para ela, ela é uma senhora incrível.

Vejo a maçaneta girar, e resolvo começar o dia, com o melhor bom dia que dona Lena já ouviu na vida

— BOMMMM DI— A porta se abre lentamente, espera... Arthur?— Aaaaa. — Muito provavelmente, ele deve ter percebido a falta de entusiasmo do meu bom dia, entre o início e o final. Mas pelo visto, ele não deixou se abalar.

— Bomm diaa, poderia me dizer por que tamanha alegria?— Pergunta sorrindo, que por sinal, que sorriso meus amigos…

— Ah, nada não, só achei que era a Verinha, só isso mesmo.

— Ah, sim entendi, ela estava muito ocupada e pediu para que eu trouxesse o seu café da manhã.

Ele se aproxima com a bandeja, hoje ele estava vestido um terno preto, e devo confessar a quem quer que seja, esse homem é um grande de um gostoso!

Espera, eu não sou assim, o que é isso Ísis, cobiçando homem assim, ixi, alguma coisa afetou meu cérebro, e arrisco a dizer que é um ser alto, forte, lindo, cheiroso, que está vestindo um terno e está parado aqui na minha frente... Pelo amor de Deus Ísis, vai se converter.

— Por que tá vermelha? Impressionada com a minha beleza? — Disse cheio de si (não que estivesse errado... Ísis!)

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