Capítulo 13| Cunhadinha

Os toques que Gabriel fazia em minha cintura estavam falhando miserávelmente em me manter calma. Eram suaves, decentes e de certa forma, continham ternura.

Ele não mudou tanto quanto os outros.

Embora seja cedo para afirmar isso. Tenho quase certeza de que a essência educada do Gabriel de cinco anos atrás ainda permanece. Talvez esteja relacionado ao fato de ter amadurecido aos doze anos, se tornando o homem da casa para sustentar sozinho a sua avó debilitada e seu irmão mais novo. Ele sacrificou a adolescência para que ambos tivessem um futuro.

Mas Gabriel também almejava viver. E não queria fazer isso aqui, na favela. Ele queria mais e sempre acreditei que conseguiria. Mas o vendo aqui e agora...

Quero fazer perguntas.

Mas não posso.

Não agora.

Chegamos a pequena parte onde há um grupo de pessoas. Por mais que todo o salão não contenha a adição de um piso ou cerâmica adequada, contendo apenas o chão encimentado, este pequeno lugar do qual eu denominei de área V.I.P, é coberto por um tipo de carpete, preto e liso.

Há um sofá, de quatro lugares na cor preta virado de frente par a pista, há duas pessoas sentadas nele. Ao aguçar um pouco mais a minha visão vejo que não tem apenas um sofá, mas sim dois, a diferença de tamanho entre eles é bem pouca.

Um mesa baixa localiza-se no centro com bebidas devidamente servidas com gelo. Dois homens estão na entrada, armados.

Mesmo que estejam de costas e o lugar ser iluminado apenas com as luzes coloridas, consigo distinguir as silhuetas.

Samuel está sentado junto a um homem no sofá maior. Bia e Samuel estão acomodados no sofá menor. Enquanto Juliana está de pé em um canto conversando com um dos homens armados.

Antes que Gabriel e eu continuemos a caminhar, uma mulher alta passa em nossa frente. O cheiro forte do perfume exala pelo cômodo, ela usa algo que deveria ser um vestido amarelo, no entanto o tecido é transparente e mal cobre seu corpo.

O cabelo preto, liso, que cai por toda a sua coluna balança a média em que seus passos avançam.

Em poucos dias que estive aqui, percebi que as mulheres, principalmente garotas adolescentes, tem um gosto peculiar para roupas.

Elas não usam. O que cai sobre seus corpos são pequenos retalhos de pano para cobrir suas partes íntimas.

Talvez o calor seja o culpado. Embora eu tenha certeza que a causadora seja a sexualizão precoce.

Ela caminha e senta mo colo do homem ao lado de Samuel.

—Quem é? —Sussuro para Gabriel que não parece nem um pouco feliz em ver a mulher.

—Tu não vai querer saber.

O encaro sem entender mas não para de andar. Ele retira a mão da minha cintura quando chegamos ao nosso infeliz destino.

Bia sorri fraco e aponta para o espaço vazio ao seu lado. Um pedido silencioso de desculpas.

Lhe devolvo o sorriso, que desaparece quando vejo quem é o homem sentado ao lado de Samuel. O homem cujo a mulher de vestido amarelo está sentada em cima, sendo quase devorada com um beijo.

Mas viro rapidamente a cabeça e Gabriel me guia até o sofá afastado onde Bia está, ele senta na ponta e logo Samuel abandona seu posto ao lado de Henrrique para se sentar ao nosso lado.

—Aê gatinha, pensei que tu não vinha.

Samuel brinca e se senta em cima da mesinha, tapando a minha visão do casal se devorando. Penso que talvez, Samuel tenha feito isso de propósito.

—Foi mal amiga. Não tô bolada contigo, eu vacilei lá na escada.

Beatriz diz ao me entregar um copo com líquido preto. Coca-Cola.

—O importante é que estou aqui agora. E eu espero ganhar o primeiro pedaço de bolo.

—iiih qual foi? O primeiro pedaço é meu hein. Pelo bolo eu dô minha vida.

Juliana berra do canto onde está e nós gargalhamos.

Como ela conseguiu escutar de lá?

—Nem de uma, nem de otra. Se pá o pedaço é meu, queridinhas.

Cantarola Samuel afinando a voz. E não resisto, a me junto a eles nos risos.

—Iaí cunhadinha não vai apresentar a patricinha não?

Uma voz desconhecida soa e os risos sessam.

A mulher de vestido amarelo.

Bia bufa ao meu lado e posso jurar que ela revirou os olhos antes de responder.

—Cunhada não, Bruna. Eu tenho nome e gosto dele.

A mulher gargalha, debochando da fala de Bia.

Sinto o clima pesar quando me inclino para ver a mulher e encontro o olhar se Henrrique em mim.

__________________

...Eita que agora o negócio vai ficar tenso👀...

...Tenho até pena da Lilli....

...(Não esqueçam de curtir e comentar!!💖)...

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Comments

Marlene Araujo

Marlene Araujo

mas capítulo por favor me

2024-02-20

2

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