JHON STONE

— Consegui, Jhon. Foi difícil, mas consegui convencer  o juiz de paz a nos receber ainda essa tarde para celebrar o casamento.

— Como eu disse, Dimitre. Nao existe nada que o dinheiro não consiga comprar nesse país — Resmunguei colocando o celular no viva voz ao entrar no carro.

— E o vestido? Como vai fazer para entregá-lo a Elizabeth?

Coloquei o cinto e olhei para a caixa rosa no banco do carona onde o vestido de noiva estava guardado.

Combinei de retirar na loja porque Elizabeth não queria que ninguém soubesse do casamento antes dessa noite. E mesmo achando sua decisão muito precipitada decidir levar aquilo adiante só para saber até onde ela iria com sua decisão. Tudo bem que desde o início tudo que eu fiz foi impulsionar o jogo ao meu favor no intuito de realmente casar com Elizabeth e me vingar do seu pai, mas não imaginava ser tão fácil ao ponto dela me propor aquele acordo com tanta determinação e antecipação. Fiquei surpreso quando a recepção do hotel me ligou dizendo que a Elizabeth Alencar estava subindo para o meu quarto. Saí do banho sem nem me importar em colocar uma roupa adequada

— Senhor? Ainda está aí?— Resmungou do outro lado da linha.

— Sim, Dimitri! Vou entregá-lo assim que chegarmos ao cartório daqui... — Olhei no relógio — uns quinze minutos, antes preciso passar para pegar a Elizabeth.

— Você realmente sabia que eu  conseguiria convencer os juízes?

— Não tinha dúvidas! — Afirmei ligando o carro. — preciso desligar! nos vemos daqui pouco?

— Sou sua testemunha, lembra? Não perderia esse momento por nada.Estaria aqui esperando os ponbinhos...

– Não força,  Dimitri!

Desliguei antes que ouvisse mais alguma baboseira

Peguei a estrada no sentido da mansão da familia Alencar e antes de chegar no portão do condomínio de luxo avistei um ser conhecido com óculos escuros e um lenço enrolado em volta do rosto.

Esfreguei os lábios controlando a risada ao ver a criatura sair de dentro de um arbusto assenando na minha direção. Mesmo com o suposto disfarce qualquer um identificaria Elizabeth de longe. Sua beleza era inconfundível e por mais que tentasse de todas as formas me convencer que aquilo era apenas uma vingança, que assistir a cara do Alencar ao descobrir nosso casamento era apenas uma da minhas primeiras vitórias, algo dentro de mim parecia contente demais com aquela situação. Foi assim ontem no meu apartamento e me amaldiçoei por cada segundo que desejei tomar-lhe os lábios enquanto me enfrentava com seu queixo erguido e nariz empinado. Não parecia em nada a menina inocente que demonstrava nas fotos ao lado do pai

Destravei o carro assim que ela bateu no vidro.

— Quase não me reconheceu, não foi? Pensei que teria que esmurrar  o vidro novamente.

— É impulsivel reconhecê-la vestida assim! Quase confundir com um franelinha. — Menti.

Ela abriu um sorisso satisfeita e tirou os óculos me obrigando a desejar que voltasse a usar. Elizabeth estava maquiada como na noite do aniversário do pai dela. Os olhos amendoados estava coberto por uma maquiagem delicada destacando a inocência em seu olhar e nos lábios um batom clarinho com um glos por cima deixando-os lubrificados e muito atraentes.

— O vestido está aqui? — Perguntou ao abrir a porta do carro e  segurar a caixa entre os braços. Afirmei e disfarcei olhando para a frente — Vou sentar no banco de trás para colocar o vestido assim teremos alguns minutinhos de vantagem.

— Tem certeza que quer mesmo fazer isso?

— Combinamos que não teria arrependimento,certo? Você vai cumprir sua parte do acordo e eu serei a melhor esposa de mentirinha que alguém pode desejar. — Brincou batendo a porta e abrindo a de trás para entrar.

Ela tirou o lenço da cabeça descobrindo os cabelos que estavam preso num coque na altura da nuca. sofisticada como sempre, tudo estava impecável, os brincos, anéis, pulseiras.

— Só para reformular. Você vai se casar sem a presença e nem o consentimento do seu pai e do seu irmão. Tem certeza que quer fazer isso?

Olhei para o retrovisor só para saber se ela realmente fraquejaria na sua resposta, mas me deparei com uma Liz empolgada e agitada tentando tirar a calça jeans no espaço apertado do carro.

— Tenho certeza, absoluta, mas parece que você não está acreditando.

— confesso que fui pego de surpresa com a sua reposta não imaginava que aceitaria casar com um estranho só para salvar a família da ruína.

Ela parou o que estava fazendo

— Estou casando exclusivamente por mim, apenas por mim o resto é consequência.

— O que quer dizer? — Ela encontrou o meu olhar pelo retrovisor e franziu o cenho resmungando algo inaudível. Já falei o quanto aquilo me irritava ? — Pode parar de resmungar? Isso é extremamente irritante!

Ela não disse nada, mas apontou com o dedo para a frente e se aproximou, diminuído nossa distância para mexer no retrovisor.

— Não se atreva a olhar para trás, espertinho. Mantenha sua atenção na direção — Sussurou bem próximo a mim.

Aquele perfume de cerejeira logo invadiu o meu olfato e quando ela voltou a sentar no banco de trás, respirei fundo.

O retrovisor estava virado para cima. Liguei o carro e voltei a dirigir em direção ao cartório.

Meu trage, um terno de grife preto com camisa e gravata da mesma cor, era um contraste com o dia ensolarado que fazia  na cidade de São Paulo. Acostumado com o frio de Londres estava perto a derreter com o calor que a estação do verão proporcionava ao Brasil.

Surpreendente mesmo era o trânsito livre, que para aquele horário, naquele trecho, era sempre intenso, fechei os vidros e liguei o ar condicionado, aproveitando para ligar minha playlist de músicas antigas, . Me surpreendi ao ouvir bem baixinho a letra da música  em uma voz diferente, a voz que vinha de atrás de mim.

Me virei para ter certeza que era a voz da Elizabeth, mas fui pego pelos olhos intensos e fulminantes me repreendendo.

— Descupe! — Sussurrei voltando a olhar para frente, mas antes notei o esforço que fazia para subir o zíper do vestido em suas costas

— Não consigo subir essa merda! — Reclamou pausadamente.

— É difícil sobreviver sem suas criadas? — Respondi de modo endurecido.

— É difícil quando não temos dois braços atrás... — Respondeu durona.

Freei o carro só para vê-la se embaraçar com suas repostas e presenciei ela indo com tudo para frente inclusive, bateu o rosto na lateral do banco.

— É melhor colocar o cinto! — aconselhei, virando o rosto para rir depois de vê-la totalmente aborrecida.

— Onde comprou sua carta?

Fingi que não ouvi e continuei dirigindo  ignorando a minha passageira que em nenhum momento baixou a guarda, nem quando chegamos no cartório e dei a volta no carro para abrir a porta.

Ofereci a mão para ajudá-la a sair, mas ela me ignorou me deixando de braço estendido e saiu passando por mim como se eu não existisse.

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Comments

Aureca's

Aureca's

Agora sim tô gostando que ela tá tomando suas próprias decisões...
manda esse pai e irmão a merda!

2024-06-08

1

Eliete Goncalves

Eliete Goncalves

Ah,que essa relação promete 😉🔥♥️

2024-03-07

1

Andreia Cristina

Andreia Cristina

/Facepalm//Facepalm//Facepalm//Chuckle//Chuckle//Chuckle//Drool/

2024-03-07

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