— Quem ele pensa que é? — Meu pai sussurrou quando Jhon se afastou.
Deixei a visão das costas largas desaparecer. entre os convidados para olhar para o meu pai e falar
— Só um nobre cavalheiro que teve a audácia de te chamar pelo primeiro nome. O primeiro homem que fez Escobar se calar. Você notou que ele não se reverenciou ao senhor como os seus bajuladores? Gostei dele!
Eu sei, estava do lado do perigo por isso me afastei com um pequeno sorriso nos lábios.
Esbarrei no Victor minutos depois procurando pelo Cesar.
— Nem perca seu tempo, menina! — Victor sussurrou no meu ouvido— O sombrio desapareceu assim que falou com o seu pai.
– Victor!— O reprendi pelo apelido que usou. — Não estava procurando o jhon preciso encontrar o César, viu ele por ai?
— John, esse é o nome dele?
— Sim, e pode parar de fazer essa cara, não existe nada entre a gente
— Sei, pensa que eu não vi vocês dois juntos? Ainda estou todo arrepiado. Nunca duvidei que o submundo existia, mas as vezes a gente esquece, claro, porque somos meros seres humanos, mas aquele homem veio direto do subterrâneo enviado pelo coisa ruim para lembrar o que nos espera do outro lado.
— Não seja injusto, Victor! Como pode fazer esse tipo de julgamento se nem o conhece!
— Mas conheço seu lado dark de longe! Ele é lindo? Claro! — Ele abre um sorriso mostando os dentes— Mas não, em hipótese alguma se atreva a chegar perto dele.
— Pela primeira vez na vida preciso concordar com o Victor, Liz! — Elen falou se aproximando — A energia daquele homem é bem duvidosa, o espírito e como ele olhou para você também. Parecia querer devora-la com os olhos.— Ela segurou o meu braço e deu dois tapinhas de leve nas minhas costas— Fique longe dele.
— Talvez seja esse lado sombrio que me chamou tanta atenção. — Resmunguei.
— Disse algo? — Elen perguntou.
Eles pareceram não me ouvir ou fingiram...
O resto da noite foi um tédio, papai desapareceu, Cesar também e o que me restou foi fazer as honras da festa e posar de boa anfitriã para os convidados. Conforme a tradição, no final uma chuva de fogos de artifícios explodiu no céu e os convidados começaram a se despedir.
Quando não sobrou mais ninguém tirei os saltos e entrei na mansão com as sandálias nas mãos.
— Feliz aniversário, papai! — desejei , ao encontra-lo descendo as escada.
— Todos já foram ? — murmurrou com um semblante exaustivo passando as mãos nos cabelos bagunçados.
Ele estava sem a gravata, sem o paletó e a camisa levemente amassada. Bom, algo de muito ruim aconteceu para ele estar daquele jeito e não ter se despedido dos convidados. Nem na hora dos parabéns ele apareceu.
— O senhor está bem? Aconteceu alguma coisa?
Ele me ignorou e continuou descendo as escadas e antes de virar o corredor me olhou por cima dos ombros.
— Elizabeth?
— Sim!
— Fale para o seu irmão que estou esperando por ele no escritório!
— César não apareceu na festa, onde ele está?
— Subiu a pouco para o quarto! Não demore! — Sussurrou voltando a andar.
Subi os degraus e parei na frente do quarto do Cesar olhando por uma fresta na porta entreaberta.
Ele estava na sacada observando o jardim com as mãos nos bolsos da calça. Seu semblante também não era dos melhores e igual ao meu pai suas roupas estavam um desastre. Sua camisa estava por fora da calça e as mangas dobradas na altura do ante braço, a gravata frouxa, e o paletó jogado em cima da cama como se tivesse sido arremessado ali de qualquer jeito e não no habitual cabideiro no canto do quarto.
— César? — Chamei antes de entrar. Seus olhos rapidamente me encontraram e com um aceno me autorizou a entrar — Estava passando e vi a luz acesa. Aconteceu alguma coisa?
— Por que a pergunta? — Dei uma passo na direção dele e apontei para o seu corpo. — Ah, isso?
— Parece que foi atropelado por uma fração de caminhão.
Ele desviou o olhar para o jardim e me coloquei do lado dele para chamar-lhe atenção.
— Por que sumiu? Papai também desapareceu e fiquei sem saber o que fazer.
— Você se saiu bem, ninguém sentiu nossa falta!
— Engano o seu! — Afirmei.— Todos os convidados perguntaram por vocês, fiquei sem saber o que dizer.
O silêncio tomou conta e olhei para onde Cesar fixava o olhar.
— Sente falta? — Perguntei deixando os saltos caírem das minhas mãos.
— Do que? — Perguntou me encarando.
— Do balanço de madeira que ocupava aquele lugar. Era especial para você!
— Foi a mamãe que fez!
— E o papai destruiu como todos os nossos sonhos! — Afimei abraçando o próprio corpo.
— Vai ser diferente daqui pra frente, Liz! — Afirmou entusiasmado.
Sem controle do meu próprio sarcasmo emitir uma risada profunda do fundo da garganta.
— Não estou brincando, Liz! Confia em mim! Não vai ter crises novamente nem querer se jogar de cima do penhasco.
— César... — Estremeci.
— Não pense que eu não vi— Advertiu segurando o meu braço.
chiei baixinho, prensando os olhos. O local estava dolorido sua mão preciova o mesmo local onde as mãos do meu pai ficaram pressionados anteriormente me fazendo reclamar de dor.
— Perdão — Sussurou com um semblante de dor massageando o local— Isso vai mudar, Liz! Eu sei que você usa aquele local como um escape dessa vida de merda.
Não era a primeira vez que precisava subir até aquele local para me sentir livre e calar o barulho da minha mente. Da primeira vez, Cesar quase infartou e tive que lhe prometer que jamais voltaria ali. Depois de um tempo, aquilo se tornou um vício. Toda vez que me sentia sem voz, entorpecida física e emocionalmente, presa dentro do meu próprio corpo com tanto barulho era o único lugar que calava as vozes da minha cabeça e era para lá que corria desesperadamente. Em cima daquele penhasco eu me sentia livre, sentia que tinha o controle da vida e da morte. Me sentia como um passarinho.
E não me arrependo de todas as vezes que quebrei a promessa que fiz ao cesar. A sensação de ter o domínio do meu corpo era viciante e eu só sentia aquilo quando estava no alto daquele penhasco.
Só que hoje... foi diferente...
Eu quase...
Se não fosse pelo Jhon eu teria pulado.
Não sei o que deu em mim.
Eu não pensei em nada!
Não pensei em ninguém!
Só queria...
— Liz? — César chamou.— Confia em mim.
— Sempre confiei — Afirmei, sentindo o peso daquelas palavras. — Já ia me esquecendo, papai está te esperando na biblioteca.
— Já imaginava isso.
Ele me soltou passando as mãos nos cabelos igual ao papai.
— Você não me respondeu, onde estava durante a festa? Seu amigo de Londres...
— Falo com você depois!
— Pode me dizer pelo menos o que esta acontecendo? Por que papai e você parecem terem sido atropelados por um caminhão?— Perguntei indo atrás dele quando ele saiu do quarto
— Depois, Liz— Repondeu descendo as escadas.
— Depois, Liz!agora não, Liz!— Remunguei indo para o meu quarto. — pareço uma criança que não pode saber da vida dos adultos, aff...
Hoje aconteceu tantas coisas que até me esqueci do que precisava fazer para resolver o problema do Cesar.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Elen ❤️
história cheia de enigmas
2024-03-29
1
Kedna Martins
Gente criei duas loucuras na minha cabeça. hahahahahahahahahaha não são pai e filho e, sim amantes. E ela é filha só da mãe ou do César e foi obrigado a dar para o suposto pai. hahahahahahahahah viajei bastante né?!
2024-03-12
1
Andreia Cristina
/Smug//Smug//Smug/ será que vai mudar mesmo Cesar ou vc vai jogar ela na cova dos leões
2024-03-07
0