ELIZABETH ALENCAR

Aquilo parecia filme de ação ou suspense.

Desçi as escadas olhando para trás  ponderando a idéia de encontrar alguém e ter que justificar o fato de estar descendo de escada e nao de elevador, algo que nunca fiz na revista. Sempre usava o elevador presidencial, por escolha exclusiva do meu pai.

Chegando na recepção vi a recepcionista de longe.  E como a Elen falou voltei a me esconder atrás de uma pilasta fugindo também das câmeras de segurança.  Aproveitei o momento para procurar no Google onde o Jhon estava hospedado.

E a primeira foto que apareceu foi ele entrando no melhor hotel de São Paulo e,  por coincidência, não muito longe. Uma outra matéria relacionava o meu nome ao dele com uma foto durante a festa de ontem.

" Jhon Stone chegou ontem pela manhã ao Brasil e logo em seguida foi prestigiar o magnata senhor Escobar Alencar em sua festa de aniversário. Os convidados estão comentando a aproximação dele com Liz Alencar. Estaria eles em um relacionamento?  A nossa queridinha brasileira estaria em seu primeiro relacionamento sério com o aristocrata de Londres? Nos acompanhe se você também está curioso para descobrir. "

Li aquela matéria  sem pé nem cabeça querendo matar quem publicou aquela noticia. Porem, deixei de lado, certamente o meu pai já havia mexido os pauzinhos para tira-lá de circulação.

Voltei a me concentrar na recepcionista que logo desapareceu e atravessei o saguão cobrindo meu rosto com a minha bolsa.

Infelizmente a vida real não era como nos filmes que você assobiava e o táxi aparecia na sua frente. Demorei exatos trinta minutos para conseguir achar um taxi num ponto mais afastado da empresa.

Já dentro do carro liguei para o José para avisar que ja tinha saído da revista e para não me esperar.

— menina, seu pai vai me matar se eu sair daqui sem a senhorita!

— Ele não precisa saber.

—  Liz... — A voz suou penosa. — Fale onde vai que eu te levo.

—  Não posso, eu preciso resolver isso sozinha. José!

— Eu prometo que não falo nada para ninguém.

— Eu confio em você, mas você sabe...O carro é...

— Rastreado... — Ele sussurou, entendendo onde eu queria chegar.

— posso te pedir um favor? — Apelou.

– Qualquer um.

— Vou ficar estacionado naquela pracinha que você gosta de ficar quando precisa se ausentar do mundo. Pode me avisar quando tiver indo para a mansão? Te pego no caminho.

Aquilo encheu o meu coração de um carinho sem tamanho. Se tem três pessoas na minha vida que eu posso confiar mesmo temendo as represálias do meu pai era José, Dora e Elen.  O Victor também, mas ele amava tanto a revista que optava por deixa-lo fora das minhas armações.

— Aviso sim, e José?

— Sim menina!

— Obrigada!

— Se cuida!

Resmungou antes de desligar.

Voltei a atenção para o motorista que vez ou outra olhava pelo retrovisor para perguntar o caminho já que eu não disse para onde ia

— Me deixe na esquina do hotel, por favor! — Peço ciente de que se algum paparazzi me visse no mesmo hotel que jhon estava hospedado, qualquer especulação sobre nosso envolvimento seria confirmado

— Não quer que pare na frente? — o motorista perguntou, curioso.

— Hum... não... eu prefiro entrar pelos fundos.

— A senhorita que manda!

Ele estacionou e desci do carro entrando no hotel por uma porta lateral nos fundos. Em um outro momento da minha vida já precisei usar aquele hotel para divulgar alguns estilos de roupas da Le charme e conhecia bem cada cantinho, não foi difícil encontrar alguém para  me informar o quarto do Jhon.

— Está na cobertura, senhorita Liz! — O recepcionista do hotel gritou assim que me viu.

Não precisei me apresentar ou persuadi-lo, parecia que a minha visita já era aguardada.

No elevador minha unica companhia era o ponteiro do painel que subia na mesma lentidão que o meu salto agulha ia de encontro ao chão. O som insistente do meu nervosismo parecia diminuir o ritmo acelerado dos batimentos do meu coração. Limpei a palma da mão suada na minha calça e saí quando o elevador parou na cobertura

Eu tinha evitado me olhar no espelho durante todo o dia. mas foi impossível não olhar o meu reflexo no enorme espelho no final do corredor para conferir minha aparência. A calça social preta deixou minhas curvas um pouco mais acentuada e seu cumprimento um pouco acima do tornozelo destava o scarpin nude da mesma cor da bolsa. O blazer também preto cobria a regata cinza.

O cabelo estava preso em um rabo de cavalo bem preso que destacava o par de brinco de argola e a maquiagem do dia a dia.

Notei as mãos trêmulas

A  lembrança daquele homem por si só já me deixava nervosa e saber que estava em seu território me causava um desconforto ainda maior e um calafrio que corria por todo o meu corpo. A idéia de voltar atrás na estúpida decisão de confronta-lo passou pela minha mente e antes de bater na porta me virei e caminhei de volta para o elevador.

— Não chegou até aqui para desistir.– A voz rouca me paralisou.

Apertei os labios antes de me virar e encontrar um jhon totalmente diferente do que vi ontem a noite.

Principalmente pela falta de roupa.

Ele usava apenas uma toalha amarrada na cintura e segurava uma outra um pouco menor na mão esquerda. Seus cabelos estavam  molhados com alguns fios caídos na testa deixando escorrer umas gotas de água.

Calma, como ele sabia que eu estava aqui?

Abri a boca para perguntar, mas a voz não saiu.

Os meus olhos vacilaram entre segurar  aquele olhar que me puxava para pert e na gota de água que escorria pela sua testa na direção de seu peitoral parando quase propositalmente nos lábios generosos e entreabertos.

Segui aquela gota com a boca seca até ve-la desaparecer na toalha em sua cintura.

Voltei a ancara-lo.

Nem nos meus melhores livros de romance conseguir imaginar um homem como ele...

— Me desculpa, eu não deveria ter saído assim... — Ele falou quando me viu cobiça-lo sem a menor cerimônia. Apesar de suas palavras não percebi nenhum constrangimento em sua voz, pelo contrário, parecia satisfeito e orgulhoso com sua exibição.— Eu estava no banho quando me avisaram que a senhorita estava subindo.

— Sabe o meu nome não precisamos de formalismo! — Informei querendo faze-lo engolir o sorrizinho orgulhoso nos lábios.

— Liz — Sussurrou me olhando dos pés a cabeça . — Por que estava indo embora?

— Acho que a pergunta é outra; não parece surpreso  por me ver aqui

Ele contraiu a mandíbula e observei o sorrisinho desaparecer conforme engoliu em seco.

— Como disse o porteiro me avisou de sua chegada.

— Haram, sei! — Sussurrei.

— O que disse?

— nada!

— Você sussurrou alguma coisa, eu ouvi!

— Deve estar ouvindo coisa!— Neguei — Vamos direto ao assunto. Precisamos conversar. Pode me dar licença?

Pedi, dando um passo para frente.

A porta mesmo sendo larga mal comportava a largura do corpo dele e em hipótese alguma passaria pela pequena fresta que restava.

Ele pigarriou e se afastou só o suficiente ficando de lado.

— Milady — Ameaçou um sorriso, mas desistiu quando percebeu que não iria me acorvadar.

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Comments

Marines Silva

Marines Silva

Esses dois vai por fogo no parquinho logo logo.kkkk

2024-03-07

2

Andreia Cristina

Andreia Cristina

nossa que decepção ela sofreu cm o pai que não dá o devido valor no trabalho dela 😞😕

2024-03-07

0

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