Segurei firme a alça da bolsa e entrei.
O pequeno espaço entre a gente fez nossos corpos entrarem em atrito e aquele curto espaço de tempo foi suficiente para inalar o perfume da loção pós banho misturada a shampoo.
Não posso afirmar que não fiquei abalada com aquele contato íntimo, mas o calor que subiu pelo meu corpo fazendo o rubor aparecer instantaneamente me denunciou. Apressei-me em tirar o blazer e caminhar para perto da janela aberta.
— Com calor? Posso ligar o ar condicionado.
— Não é necessário!
Droga!
— É só a droga de uma homem que quer comprar a sua liberdade, Elizabeth! Se controla! — Resmunguei apenas para mim.
— Não precisa cochichar!
— Não estou cochichando só...
— Falando sozinha! É um péssimo hábito, sabia?
— É um péssimo hábito pensar que tudo a sua volta gira em torno de dinheiro também, senhor Stone!
— Não iríamos nos tratar pelo primeiro nome?
— Prefiro a formalidade...
— Mas você... deixa quieto. Então o que veio fazer aqui? estou curioso.
— Como se não soubesse...
— Pare de resmungar isso ja está me irritando!
— Perfeito! Vou direto ao assunto... De quanto é a dívida do meu irmão?
Conseguir identificar um pequeno desequilíbrio antes dele deixar a toalha da sua mão em cima do sofá e caminhar em direção a cozinha separada da sala apenas por uma parede de vidro.
— Não vai fugir de mim, Sr Stone! Não antes de uma boa explicação.
Deixei minha bolsa e o blazer no mesmo lugar que a toalha e fui atrás ficando bem perto dele.
Observei os músculos das costas largas e muito bem treinados se contraírem quando me olhou por cima do ombro. Sua respiração ficou agitada e a minha também. Dei um passo para trás.
Ficar próximo aquele homem me despertava sensações diferentes e incompreensível. Naquele momento estava irritada pelo fato dele me desejar apenas como um objeto de troca e precisava manter a pose de durona mesmo quando a minha vontade era de chorar.
— Engole o choro,, Elizabeth! — Sussurrei e Jhon olhou para mim revirando os olhos.— O que foi?
— Pode parar de resmungar, por favor?
— Então me fale o valor que o meu irmão te deve? — Cruzei os braços.
— Não existe uma quantia específica.— Respondeu ainda de costas enchendo o copo com água.
— E como sabe como cobrar?
— Cobro o valor que eu quero!
— Justo! Muito justo!
— justiça não é o caso aqui. Seu irmão me deve uma grande quantia em dinheiro e estava ciente do fato quando fez a dívida.
— No cassino ilegal de Londres?
— Não há nada ilegal na minha boate.
— Não? Quem me garante isso?
— É só averiguar. Sou uma pessoa publica e minha vida é um livro aberto não há nada a esconder.
— Um homem que cogita comprar uma mulher como se compra uma joia deve ter muito a esconder.
Ele se virou de frente para mim e seu olhar sombrio fez minhas pernas tremerem, continuei sustentando o seu olhar com o rosto erguido sem fraquejar.
— Você não sabe o que está dizendo! — Falou firme.
Percebi uma leve recaída em seu olhar para a direção dos meus seios, mas estava ocupada demais fuzilando-o com os olhos para averiguar o que tinha nos meus seios para desviar sua atenção.
— Sei mais do que pensa!
— Não, não sabe. — Respondeu voltando a me encarar.
— então, por que não me conta? Me fale de onde conhece o Cesar. — Perguntei, confrontando-o com a voz alterada.
— Somos amigos e nos conhecemos em londres.
— Não minta para mim! Conheço todos os amigos do meu irmão e o seu perfil está longe de ser um deles. Quero a verdade!
Ele ergueu a sobrancelha deixando o copo de lado, apoiando as duas mãos na pia de frente para mim.
— Meu perfil? — Assenti — Se quer a verdade por que não pergunta pra ele?
— Porque ele nunca me diria a verdade!
— Por que acha que eu vou dizer?
— Porque confio em você!
Não conseguir sustentar a intensidade que vi em seus olhos.
Ficamos alguns minutos nos encarando e desviei o olhar para as minhas mãos. Ele parecia querer decifrar as minhas palavras estudando o meu rosto. A vergonha e o constrangimento foi ainda maior quando percebi os bicos dos meus seios eriçados por causa do vento gelado que de repente surgiu no ambiente. Rapidamente abracei o meu corpo e me encolhi entendendo seu entretenimento.
— Sou um estranho de perfil duvidoso prefere confiar em mim do que no seu próprio irmão? — a rigidez na sua voz havia diminuído.
— Não tenho outra escolha! Mesmo que fosse perguntar pra ele,.ele não me diria a verdade e... Não posso confiar nele, não depois do que ele falou...
Essa última parte saiu como um sussurro, uma confissão que jhon pareceu não entender porque me encarava com uma expressão chateada no rosto.
— Certo — Ele afirmou e se afastou, estava a ponto de ir atras dele quando ele pediu sem me olhar. — Espere aqui.
Fiquei alguns minutos encarando a porta fechada do quarto por onde ele entrou e demorou a sair.
Precisava respirar, sentia que os meus pulmões precisava de ar antes de confrontar novamente aquele homem. Voltei para sala e abri mais a janela sentindo o vento bater em meu rosto. Estava quase a ponto de roer as unhas quando senti o cheiro de perfume amadeirado invadir a sala.
— Podemos conversar agora! — Falou e me virei para encontra-lo vestido e com os cabelos penteados para trás.
Jhon usava calça de moletom preta e uma camisa da mesma cor, exibindo seu lado dark que me atraia.
— Dentre tantas mulheres, por que eu? — Decidir ir direto ao assunto, o que pareceu espanta-lo.
— Não entendi sua pergunta. — Ergueu a sobrancelha
— Vou reformular então, dentre tantas outras mulheres por que escolheu se casar comigo?
— Não se sinta previlegiada, não tem nada a ver com você!
— Não me sinto privilegiada e sim um objeto de troca que todos querem manipular conforme bem desejar.
— Não me coloque nesse jogo sujo!
Sua mandíbula latejou enquanto cuspia as palavras.
— Vai me dizer que não foi ideia sua trocar as escrituras que Cesar perdeu no seu cassino em troca da minha liberdade?
— Não é um cassiano e sim uma boate onde as pessoas vão para testar a sorte! Esse foi o erro do seu irmão.
— Falta de sorte?
— Não! — Ele cruzou os braços — Jogar sem saber perder!
Engoli em seco!
— O que você quer afinal? Não é possível que tenha saído de Londres só para cobrar um valor que não faz diferença na sua fortuna.
— Não! Não faz.
— Pode me responder com um pouco mais de palavras. não vejo motivo para levar isso adiante...— Olhei para os lados, apontando para o luxo do quarto. — Não vejo motivos para um homem com tanto dinheiro querer arruinar um império que foi criado com tanta dedicação e esforço.
Ele levantou a sobrancelha e novamente observei sua mandíbula pulsar.
— Esforço? — Um pequeno sorriso de sarcasmo ameaçou seus lábios— Você tem razão, dinheiro para mim não é problema, mas a falta de palavra sim! Seu irmão jogou sabendo dos riscos e não vou voltar atrás na minha decisão só porque o covarde mandou a irmãzinha mimada vim defendê-lo.
Cerrei os punhos.
— Se o seu problema não é dinheiro então deve ser a falta de uma mulher na sua cama
escolho jogar com o seu ego masculino.
— Não queira ir para esse lado, Elizabeth!
— Por que? Porque eu tenho razão?
— porque você vai perder!
— Ja entendi! Nenhuma mulher tem coragem suficiente para suportar a sua presença por isso resolveu me comprar ?
Jhon se aproximou, me intimidando com toda a sua altura e imponência
— Não me provoque — Soprou rende a minha boca. Ainda estava sem reação quando ele acrescentou— Você não é o centro do universo.
— Mas foi por mim que você atravessou o oceano.
— Isso não é verdade! — Sussurrou.
— Sim, é verdade! consigo ver isso dentro dos seus olhos.
Não percebi que estávamos tão próximos até sua respiração tocar a minha pele.
Paralise olhando para sua boca.
— Tenho a mulher que eu quero, quando quero.
Por que aquela revelação me deixou tão chateada?
— Então, por que eu?
— Apenas negócios!
Soquei seu peito, mas nenhum músculo se moveu.
— Você é um arrogante imbecil que acha que porque tem dinheiro pode comprar qualquer coisa. Quer saber pegue todo o seu dinheiro sujo e envia bem no...
Jhon segurou meus pulsos sobre a minha cabeça e me imobilizou rente a parede. Seu corpo me emprensou e o vento que soprava da janela fez uma bagunça nos meus cabelos chicoteando os fios longos nos nossos rostos.
— Não se atreva terminar essa frase ou...
— Além de tentar me comprar vai me bater?
— Você não sabe de nada, menina mimada.
— Então me conta, droga.
— Jamais compraria uma mulher.
Aquela revelação foi como um tapa na minha cara e para piorar ele estava tão perto olhando bem fundo nos meus olhos que senti a verdade gritar bem no fundo da sua íris escuras.
— Então... Cesar?
Meus olhos se encheram de lágrimas...
— Não foi ideia minha! — Afirmou e tentei enxergar um resquício de mentira em suas expressões. Mas nada.
Em nenhum momento ele vacilou em dizer aquilo. Seu olhar permanecia frio e escuro feito o penhasco na mansão. Não havia movimentação era como se fosse um buraco negro, sem vida ou claridade.
— Meu irmão me vendeu?
Ele não respondeu, também não precisava Ele afrouxou seus dedos e deixei meus braços caírem em volta do meu corpo, sentindo todos os meus membros fraquejaram com aquela informação.
Tentei me afastar segurando o pouco de dignidade que me restava. Não queria chorar na frente do homem que vinha desafiando ate agora.
— Onde vai?
— Preciso ir para casa! — Respondi, tentando me afastar do seu corpo.
— Ainda não terminamos!
— Já sei o suficiente!
— E o que vai fazer?
Respirei fundo e encarei o teto sem me importar com ele quase colado ao meu corpo.
— Por que você quer saber?
— ontem você...
Cerrei os punhos e o encarei. Não conseguir sustentar as lágrimas que escorreram pelo meu rosto.
— Não se preocupe! A sua mercadoria estará em ótimo estado quando chegar a hora.
Por uma fração de segundo vi uma faísca de compaixão em seus olhos.
– Sente-se vou pegar um copo com água.
— Não preciso dos seus cuidados
Devolvi me afastando. Eu mesma fui até a cozinha e me servir de um copo com água, não percebi que estava tremendo até não conseguir levar o copo até os lábios.
Meu rosto estava queimando e o corpo inteiro tremendo, mas o fato de estar sendo observada de perto me fez ficar firme sobre os saltos.
Algo naquela revelação mudou tudo o que eu pretendia fazer quando decidi vir até aqui. Agora nada mais me importava, mas queria fugir para bem longe do meu pai e do meu irmão e aquela era a minha chance. jhon deixou bem claro que a falta de mulher não era problema. Não precisaria deitar em sua cama ou ser oficialmente sua esposa. Ele só queria um casamento e era isso que eu daria em troca de me levar para bem longe.
Respirei fundo após beber a água.
— Eu tenho uma condição para aceitar me casar com você! — falei sem pensar.
— Acho que não esta em condições de exigir nada! — Falou com intuito de me colocar no meu lugar.
Não abaixei a cabeça e continuei.
— Vou honrar o trato do meu irmão e vou me casar com voce em troca do perdão das dividas mas...eu — Me virei para ficar de frente para ele — Quero que me leve para bem longe daqui o quanto antes
— Seu irmao tem um mês para conseguir o dinheiro e não será obrigada a se casar comigo. Volto para Londres amanhã, mas vou deixar o meu contato...
— eu vou com você!
— como? — Seus olhos escureceram.
— Nos casamos amanhã e eu vou com você para Londres!
— Você está louca.
Não! Eu estava desesperada!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 36
Comments
Paulinha Souza
Amanda cada capítulo
2024-03-21
0
Marines Silva
Garota não cutuca o bicho.kkkl
2024-03-07
0
Marines Silva
Quer que ela pense o quê.
2024-03-07
0