Deixei que afundasse o rosto no meu pescoço e estremeci um pouco quando suas mãos voltaram a me apertar.
Não resisti, minha mão estava perto da sua nuca e por impulso enfiei os dedos em seus cabelos e puxei levemente, inalando o perfume que exalava dos fios.
A sensação que tinha era que ficaria com ela nos meus braços o resto da vida. Qualquer ódio, rancor.. tudo o que sentia antes daquele momento silenciou ao te-la nos meus braços.
Não pensei no Escobar nem na minha vingança. Na mulher que deveria estar de olho ou no Dimitri que devia estar a minha procura. Só o que sentia era o cheiro da desconhecida que eu gostaria de conhecer melhor.
— O que veio fazer aqui em cima? Raramente esse lugar é visitado por algum convidado.
Sua voz é abafada pelo simples fato de esta com a boca colada no peito.
— Acho que a mesma coisa que você, precisava respirar!
Ela gemeu baixinho quando afastei os seus cabelos deixando a mostra o seu pescoço fino e... cheiroso.
Precisei me controlar para não tomar-lhes os lábios ou chupar a pele exposta.
— Nada como ar fresco para acalmar a mente! — murmurrou.
Talvez fosse ilusão da minha cabeça, mas senti sua respiração ficar mais acelerada e tocar a minha pele quando levantou o pescoço e sua boca tocou o meu pescoço.
Foi algo sutil, mas que me fez perder o raciocínio e a sanidade.
Suas mãos também não colaborava, exploravam timidamente minhas costas, subindo e descendo devagar passando as unhas sobre a blusa,isso por si só já era capaz de me deixar louco.
Ela subiu os lábios pelo meu pescoço e deixou um beijo ali, o jeito tímido com que se afastou me deixou enlouquecido. Queria mais, queria mais dela. Eu só queria que ela permanecesse ali, dentro dos meus braços.
— Preciso descer! — suspirou
— Não, não precisa! — Devolvi,puxando lhe para mais perto. — Aquele povo não merece a sua presença.
Voltei a enfiar os dedos na sua nuca obrigando que olhasse para mim.
Passei os próximos segundos sondando o contorno do seu rosto através de um pequeno freshe de luz .
E que diabos! Ela me parecia tão familiar. Os lábios entreabertos formava um coração por trás de um batom vermelho que lhe caia bem na pele branca.
Ela abriu um sorriso lento, que fez uma pontada quente esquentar meu peito.
E lá estava o rubor avermelhado de suas bochechos para deixá-la mais encantadora, não resistir, precisava tocá-las de alguma forma.
Algo no meu subconsciente me dizia para me afastar, mas decidi ignorar e escutar uma voz diferente, a voz que raramente dava ouvidos, a voz da emoção!
Ergui a outra mão e resvalei os dedos em suas bochechas, sentindo a pele macia nas pontas dos meus dedos.
Ela abriu mais os lábios e inspirou devagar, parecia assustada, e tão afetada quanto eu. Deslizei meus dedos por eles envolvido por um desejo quente.
Ela era tão delicada e transparente, tão diferente de mim e tão preciosa...
O contato com a pele macia me deixou quente, abatido e pior que aquilo foi ver que ela não se afastou, pelo contrário, pareceu gostar tanto quanto eu, e piscou devagar como se a carícia a impulsionasse a fechar os olhos. Sua respiração foi ficando mais acelerada e o meu coração mais agitado.
Estava quase tocando os nossos lábios quando um barulho nos assustou. Ela me soltou e se afastou visivelmente alterada.
– Preciso ir!
— Por que ? — Perguntei me movendo em sua direção, ela levantou as mãos colocando uma distância entre nós.
Me controlei quando percebi que estava violando a vontade dela.
— Nos vemos lá embaixo — Sussurrou antes de me deixar com a visão de suas costas dentro do meu smoking.
— Eiii — Gritei, antes dela desaparecer por uma porta que não tinha visto antes, possivelmente que dava dentro da mansão — Quando ninguém quiser te ouvir, Grite! Grite tão alto ao ponto de deixar qualquer um surto. Vai funcionar!
Ela virou e tirou lentamente o meu paletó.
– obrigada! — sussurou me deixando sozinho.
Ela se afastou graciosamente sem olhar para trás me deixamdo apenas com a lembrança do seu rosto e o cheiro da sua fragrância na minha pele
Coloquei as mãos nos bolsos e respirei fundo tentando acalmar a merda que estava acontecendo dentro do meu peito.
Como um momento pode mudar nossas vidas?
A pouco estava nervoso querendo matar até os insetos que se abrigava naquela mansão , agora tudo o que me restava era a sensação de estar flutuando em um jardim de cerejeiras.
Se passaram alguns minutos até me recompor.
— Senhor Stone? — Dimitri me chamou do começo da escada.
— Estou descendo, Dimitri
Coloquei a única peça que faltava e caminhei sem olhar para trás deixando tudo que se passou ali ser levado pelo vento.
— Quem o senhor estava esperando apareceu! — Afirmou quando me viu no topo da escada!
— Vamos lá, estava ansioso por esse momento.
Caminhei até a área da festa com o Dimitri logo atrás, parei diante da nossa mesa e logo toda a tensão voltou para o meu corpo.
— Escobar Alencar. Senhor! Ao vivo e às cores como o senhor desejava ver só que será difícil chegar até ele com essa gente bajulando ele. — Dimitri sussurrou no meu ouvido.
Aquela não era a primeira vez que Escobar e eu nos viamos pessoalmente apesar de ser a primeira que seríamos apresentandos. Escobar não sabia o meu sobrenome, mas faria questão de me apresentar como um autêntico Stone, filho do amigo que ele traiu e estava louco para ver sua reação.
— Que se foda! — Bufei sozinho.
Meus punhos se fecharam ao redor do meu corpo ao olhar o anfitrião ser ovacionado pelos convidados presentes. Escobar parecia um político em um carro alegorio sorrindo, acenando e cumprimentado os convidados enquanto pousava para as fotos, algo tao forçado quanto o sorriso em sua cara. À sua esquerda, Cesar Alencar mostrava o mesmo desprezo que identifiquei quando mencionei o seu pai na minha casa noturna em londres, isso depois de perder tudo em uma aposta de jogo. Ele estava tão cego para vencer que não se importou em colocar todas as ações da revista, os bens móveis e imóveis de sua família em uma mesa durante uma jogada de pôquer. Não foi a primeira vez que ele esteve lá, e tenho certeza que não será a ultima. Cesar era viciado em apostas e usei do seu ponto fraco para persuadia-lo a jogar cada vez mais para no momento certo obter o que eu queria.
Agora todos os documentos e todos os bens da família Alencar estão presos em um cofre no meu banco no centro de Londres.
Balancei o meu copo vazio e imediatamente o garçon ressurgiu das cinzas para enchê-lo.
— De onde ele saiu? — Dimitri perguntou.
Não lhe dei ouvidos, virei o líquido do copo na minha garganta e caminhei disposto a acabar de vez com aquela noite. Desviei de algumas pessoas que se aglomeravam para cumprimentar o todo poderoso e notei uma outra aglomeração
Busquei com os olhos o que estava chamando a atenção daquelas pessoas a ponto de ficar na ponta do pé para ver melhor.
E foi então que a vi...
A mulher que antes estava presa em meus braços sorria, pousando, para cada celular que chamava-lhe a atenção.
Seu sorriso não chegava aos olhos. Estava triste, oprimida, sem brilho até que nossos olhares se encontraram e em seus lábios se formou o mais belo sorriso. A feição mais fascinante que já vi há anos.
Os olhos escuros e tímidos me queimaram por dentro.
Meu subconsciente gritou o seu nome, mas o calei ignorando qualquer semelhança que ligava ela a...
– Senhor, é a Elizabeth! — Dimitri sussurrou no meu ouvido quando me viu petrificado — Como ela está diferente! — sua voz era de puro espanto.
Me limitei em respondê-lo com um aceno.
Pelo que eu lembrava Elizabeth tinha os cabelos cumpridos, quase na altura da bunda, usava franja e nunca, em foto alguma, ela usou algo como aquele vestido. Sempre recatada e obediente ao pai. Jamais ele deixaria que se vestisse de maneira tão atraente ao olhos masculinos como lhe caia aquele vestido.
A mulher com que passei os meus últimos minutos não podia ser Elizabeth Alencar,a filha do meu inimigo.
Demorei mais do que eu gostaria focado em observá-la até que a aglomeração terminou e se confirmou o que temia. Escobar puxou ela para junto de si e me vi obrigado a fechar a cara.
Seria um desgraçado, mentiroso e filho da puta se não admitisse que ela era a mulher mais linda que já conheci, porém eu estava destinado a odia-lá com a mesma proporção que odiava o seu pai.
Estreitei os olhos quando notei o brilho dos olhos dela morrerem. Ela chegou a sorrir de forma tímida na minha direção, mas não movi um só músculo do meu rosto.
Seu sorriso foi morrendo aos poucos ao ver que não era correspondida.
— Elizabeth, olhe para câmera — Escobar ordenou apertando levemente o seu braço.
— Sim, papai!
Meu sangue ferveu quando percebi que me incomodei com a forma como ele falou com ela. Percebi que estava mais incomodado com a mão dele forçando de forma bruta seu braço do que com a vingança que precisava concretizar!
— O que vai fazer? — Dimitri perguntou quando dei um passo a frente cortando a aglomeração para me aproximar da família Alencar
— Me apresentar!
– Primeiro melhore esse humor, como vai conquistar a moça com a cara de quem quer matá-la?
— Não se intromete, Dimitri!
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Andreia Cristina
aí e agora o amor vai vencer a vingança dele anciosaaaaaaaaa pra mais capítulo 😍😍
2024-03-05
3
Cristina Menezes Cristina
esse livro está ótimo, o ruim é quando não termina a estória.
2024-03-04
0
Monica Silva
MARAVILHOSOOO. 👏👏👏👏
2024-03-04
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