Escobar Alencar
— E como anda os preparativos para o lançamento da capa da revista desse bimestre? Dei todas as instruções por vídeo chamada e estou ansiosa para ver como ficou! — perguntei, desviando a atenção daquela tenção que se formou na sala.
— Veremos na festa de lançamento!— Meu pai falou se afastando para me olhar nos olhos. — O que aconteceu, Liz? Por que seu rosto está vermelho?
— Não foi nada!
— Como não foi nada? Não minta para mim, Elizabeth. Suas bochechas estão vermelhas e seus olhos inchados! O que houve? Por que estava chorando?
— Não houve nada, papai. Só estou cansada da viagem.
Ele tocou o meu rosto com uma das mãos, e seu polegar deslizou grosseiramente onde os dedos do meu irmão ficou pressionado minutos antes. Seus olhos se transformaram em puro ódio.
— O que você fez com ela, seu desgraçado?
— Pai! — O reprendi quando ele se afastou e foi para cima do meu irmão.
— Não ousa me tocar, Escobar! — César ordenou.
— Só vou perguntar mais uma vez, o que você fez com ela?
— Ou o que? Vai me bater como quando eu ainda era criança? Só falta me culpar pela chuva lá fora!
— Não abuse da minha paciência... — Meu pai crispou apontando o dedo no nariz do meu irmão.
o meu coração se apertou com a cena da discussão e com o ódio que circulava entre eles.
— Papai, César não me fez nada, eu juro. Estou cansada! O senhor sabe que não consigo dormir quando viajo.
Falo entrando no meio dos dois
— Saia da frente, Elizabeth. — Meu pai mandou.
Não lhe dei ouvidos.
— Por favor, eu juro! Cesar não me fez nada.
— Não venha defender esse ordinário!
— Bonito, senhor Escobar chamar o próprio filho de ordinário! Será que tenho a quem puxar?
— Não provoque, Cesar — repreendo-o, tocando em seu braço.
— Não me toque, Elizabeth! — César mandou se afastando.
Seu olhar era um pedido, uma súplica silenciosa para que eu enfrentasse o Escobar.
Neguei sentindo sua raiva através do seu olhar.
— César....— Gritei dando um passo para ir atrás dele, mas Escobar me segurou pelo braço.
— Vou tirar o resto do dia de folga! — César falou se afastando
— Isso, fuja! É o que sempre faz! só nao esqueça que amanhã é meu aniversário e é obrigação sua estar presente.— meu pai Advertiu
— Para isso eu sirvo! — César resmungou— Não se preocupe estarei ao seu lado pousando de bom filho!
Foi suas últimas palavras antes de puxar o paletó sobre a mesa e se afastar deixando uma sombra de ódio para trás, mas antes de passar pela porta não me passou despercebido seu desapontamento.
meu peito se apertou...
Novamente senti o meu coração se acelerar.
— Não pode acreditar em tudo que ele diz! Cesar sempre consegue te manipula ao seu favor!
— Não é verdade!
— Então me fala o que ele aprontou que te fez chorar.
— César não me fez nada já disse. Podemos mudar de assunto?
— Sim, por enquanto — Ele se afastou, abrindo o paletó do terno Armani — O que fez com o seu cabelo?
— Não gostou?— Disfarcei a tristeza sustentando um meio sorriso.
— Você é linda de qualquer jeito, mas gostava da franja e dos fios cumpridos, Não devia ter cortado, sua mãe não iria gostar.
Argumentou sério.
— É só cabelo, vai crescer novamente. Vamos... O senhor gostou que eu seu! — Tentei persuadia-lo.
—Não, eu não gostei. Sua mãe tinha os cabelos cumpridos e nunca me desobedeceu quando eu falava para não cortar. Por que não é como ela, Elizabeth? Por que insiste em me desobedecer?
— Foi só as pontas, papai! Não muda nada.
— Muda sim! Não gosto de ser pego de surpresa e sabe disso! também não gosto que passe por cima da minhas ordens. E o que dar ficar ouvindo o seu irmão.
— Nao é nada que não possa suportar!
Sussurei baixo. Tão baixo que se ele ouviu fingiu de surdo.
— Vejo que ficar esse tempo sozinha te deu muita coragem para me afrontar!
— Não é nada disso! Só quero tomar minhas próprias decisões.
— E começou pelo cabelo?
— Talvez!
— devia ter começado percebendo que tudo o que eu faço é para o seu bem, Liz! Não surtando e descontando no seu cabelo.
— Não surtei!
Ou talvez tenha mesmo surtado, nada como um surto de liberdade para enxergarmos nossa realidade.
Ontem a noite estava no quarto do hotel arrumando as minhas malas quando olhei o reflexo da doçura e infantilidade no espelho e surtei. Criei coragem, peguei uma tesoura e cortei os fios dos meus cabelos cumpridos deixando pouco abaixo do ombro. O corte não estava lá essas coisas, também quase não fazia diferença, mas o meu pai como um bom controlador, que sabia até a cor do esmalte da minha unha do pé enxergou de longe o que passou despercebido por todos.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Andreia Cristina
Liz q família manipuladores são essas a sua
2024-03-05
1
Maristela Mota yaman
parece um monstro indiota
2024-03-04
0
Charlotte Peson
Cara de vigarista kkkk
2024-03-04
0