Um céu cor-de-rosa me recebe pelas estradas sinuosas de árvores pontudas desenhando as margens da paisagem. Dedico minha atenção para o senhor Foster quando sua mão ousada descansa em minha perna.
— Fiquei o dia inteiro olhando para o relógio, querida. — Seus dedos se prendem ao volante com os nós brancos à mostra.
— Quanta empolgação.
— É meu momento — ele se joga para frente completamente indignado. — Não é fácil ser diretor e aturar tantos problemas, principalmente os filhos de herdeiros que se acham no topo do mundo. Eu preciso de um momento só meu, entende?
Puxo sua gravata, trazendo-o em minha direção enquanto ele se esforça para permanecer focado na estrada. Encosto meus lábios no lóbulo de sua orelha.
— Pode relaxar esta noite.
Quando o solto, retorna para seu assento, ofegante.
— Ouvir isso é como ser recompensado pelos céus — Foster passa a mão pela cabeça. — Já não basta a confusão que o maldito García criou, ainda bem que os pais do aluno são pessoas comuns.
Puxo o espelho no teto do Jeep para conferir a situação da minha maquiagem.
— Ele sempre é tão briguento?
— Benjamin apenas se defende, — Foster bufa, franzindo o cenho. — Mas eu preferiria que ele sofresse bullying calado, assim não me traria problemas.
Paramos em frente a um edifício consideravelmente alto. Caminhamos até a portaria. Foster o tempo todo se mantém com a mão nas minhas costas, como se, a qualquer instante, fosse me perder. O pobrezinho está desesperado, devo ter alguma culpa nisso.
Por algum motivo, o garoto Benjamin vem à minha mente. Notei que ele havia me seguido mais cedo antes que alcançasse o Jeep, me pergunto qual era seu objetivo. Durante nossa conversa não houve nada entre nós, jamais tentaria seduzir um aluno, mas não posso evitar que um aluno seja seduzindo naturalmente por conta própria. Talvez daqui a algum tempo, Benjamin. De qualquer forma, ele já é quase um homem.
Assim que pisamos no quarto particular de Foster, ele se desfaz da minha bolsa e cola sua boca na minha. Puxo seu cabelo para trás, interrompendo seu beijo como uma mera provocação, mas ele logo retorna com mais vigor. Foster segura meu quadril e me guia até a cama, depois me empurra sobre a maciez dela.
Ele abandona seu paletó, desenhando um sorriso sedento nos lábios. Se encaixa no meio das minhas pernas com a nítida vontade de rasgar meu vestido. Suas mãos grandes se apoiam em minha barriga por um momento.
— Seja minha para sempre, Griffin.
Ele continua sorrindo, por outro lado me mantenho séria, encarando-o de forma tranquila.
— Não é assim que funciona, precisamos nos conhecer melhor.
Suas mãos sobem.
Ele agarra meus seios.
— Vai mudar de ideia quando eu estiver dentro de você.
Me apoio nos cotovelos, achando graça.
— Não seja presunçoso, diretor Foster.
Ele se afasta de mim, notavelmente incomodado.
— Por que não seria minha?
— Ora, você não é o único homem no mundo — digo, franzindo os lábios. — Ainda existem muitos que preciso experimentar para chegar a tal conclusão.
Foster se cala. Agora parece um velho ranzinza com o cabelo bagunçado e a roupa amassada. Ele assente.
— Entendo, porém venho lembrá-la de meu papel de benfeitor ao lhe proporcionar um emprego, sem contar a possibilidade de poder receber muito mais benefícios — cruza os braços tomando seu argumento como válido. — Tenho muitos contatos, Griffin.
Apresento a ele meu sorriso frágil, usando uma voz dócil.
— Hum, sem chantagens, diretor Foster... Posso conseguir um novo emprego, mas você... — abro as pernas para ele. — Não verá uma dessas tão cedo.
Foster deixa transparecer sua fúria enquanto pega seu paletó no chão.
— Amanhã é outro dia, minha proposta continua de pé, Griffin.
A porta se fecha com agressividade.
Fico com o quarto só para mim.
É até um pouco luxuoso.
Passo horas no banho, logo depois penteio meus cabelos que parecem maiores do que hoje pela manhã. Aplico uma maquiagem básica e vou embora após aproveitar às custas do diretor irritadinho.
Ele não pode me ter para sempre.
O para sempre nem sequer existe. Não quero ficar presa a uma única pessoa por tanto, não é isso que chamam de tortura?
Busco algo mais saboroso.
Uma aventura.
Pura liberdade.
...
Volto para casa de táxi e me esparramo no sofá, escutando os fantasmas da minha morada solitária. Nem mesmo estou com fome ou vontade de fazer algo.
Encontro meu celular na bolsa. Verifico os contatos dos alunos no grupo da turma e me deparo com o número de Benjamin.
Lembro de seu rosto bonito e másculo.
Não deveria fazer o que estou prestes a fazer. Com certeza, eu não apoio minhas ações ao enviar uma mensagem para ele.
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Atualizado até capítulo 110
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